segunda-feira, 10 de junho de 2019

AMEAÇA EM POTENCIAL: A TERRA VAI PASSAR POR NUVEM DE METEOROIDES E POSSÍVEIS ASTEROIDES


nuvem taurid - taurid swarm
Pesquisadores da Universidade de Western Ontario estudam o risco potencial de impactos múltiplos com a Terra devido a Nuvem Taurid
Um novo estudo da Western University revela a possibilidade de uma nuvem de meteoroides passar pela Terra, e pra tudo ficar ainda mais emocionante, os pesquisadores alertam para o fato dessa nuvem de detritos representar um risco real para a terra e seus habitantes. Sim, para nós.
Nos últimos anos, um trabalho de detecção de NEOs (Objetos Próximos da Terra) conseguiu catalogar cerca de 90% dos asteroides e cometas potencialmente perigosos - isso inclui o conhecimento de suas órbitas e o tamanho estimado de cada um. Ainda assim, existem objetos que vêm de regiões mais afastadas do Sistema Solar, que são mais difíceis de serem detectados.
Uma nuvem de detritos maiores, chamada Taurid Swarm (Enxame Tauridas) é uma outra fonte de risco em potencial. Pra se ter uma ideia, o grande evento de Tunguska, ocorrido em 1908 na Rússia, deveria ser um evento que ocorre em média a cada 1.000 anos, mas curiosamente aconteceu a cerca de 100 anos atrás.
No dia 30 de junho de 1908, um asteroide de 100 metros explodiu sobre a Siberia, acabando com uma floresta gigantesca ao explodir sobre o rio Tunguska (daí a origem do nome). A explosão foi equivalente a 1.000 bombas atômicas iguais a lançada em Hiroshima, derrubando mais de 80 milhões de árvores em uma área de 2150 quilômetros quadrados. Pra se ter uma ideia, a cidade de São Paulo tem cerca de 1.500 quilômetros quadrados.
Se o asteroide de Tunguska realmente pertencia à essa nuvem de fragmentos, então devemos ficar (no mínimo) atentos quando a Terra passar por essa região repleta de detritos maiores. Curiosamente, passaremos por ela agora em junho de 2019.
Taurid Swarm - uma Nuvem de Meteoroides e possíveis Asteroides
A Nuvem Taurid é o resultado de fragmentos deixados pelo cometa 2P/ Encke, e quando ela passa pela Terra, temos a ocorrência de bolas de fogo brilhantes nos céus de todo o globo.
Encontros entre a Terra e a Nuvem Taurid em 2005 e 2013 produziram meteoros super brilhantes (bólidos) que foram vistos em várias partes do mundo. Em 1975, o encontro com essa nuvem de detritos ativou sensores sísmicos das missões Apollo na Lua, mostrando claramente que nosso satélite natural estava sendo atingido repetidamente por fragmentos espaciais.
Se a previsão estiver correta, passaremos pela região mais densa dessa nuvem de detritos em 2032.
Mas como os fragmentos de um cometa, que geralmente têm o tamanho de grãos de feijão, poderiam guardar rochas tão grandes, chegando a 100 metros de diâmetro ou mais? Bem. Com relação a isso, a teoria mais aceita é que entre 10 e 20 mil anos atrás, um cometa gigantesco de aproximadamente 100.000 km se fragmentou no Sistema Solar Interior, deixando rochas espaciais gigantescas à deriva, aqui nas cercanias da Terra. O cometa 2P/ Encke pode ser apenas um dos fragmentos.
Ela está por aí
O estudo publicado na revista Monthly Notices da Royal Astronomical Society, foi liderado por David Clark, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Western Ontario. Paul Wiegert e Peter Brown, do Departamento de Física e Astronomia também da Universidade de Western Ontario, participaram da pesquisa. Eles simularam objetos com cerca de 100 metros pertencentes ao Enxame Taurid, e com isso localizaram com precisão a região onde devem ser feitos apontamentos de telescópios para identificação de possíveis objetos que podem colidir com a Terra.
Nuvem de Detritos Taurid - Taurid Swarm
Ilustração artística em simulação de computador da Nuvem de Detritos Taurid, ou Taurid Swarm. Créditos: Western Ontario University
De acordo com as análises de dados do Grupo de Física de Meteoros da Universidade de Western Ontario, a Terra se aproximará 9 milhões de km da região central da Nuvem de Detritos Taurid entre junho e julho de 2019 - o encontro mais próximo desde 1975. Além disso, os cálculos revelam que este será o encontro mais próximo com a região mais densa de fragmentos até o ano de 2030.
Crédito: Galeria do Meteorito = GM

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