domingo, 31 de julho de 2016

TELESCÓPIO HUBBLE DIVULGA NOVA IMAGEM DO PLANETA MARTE

Imagem obtida pelo telescópio Hubble mostra visão aproximada do planeta Marte
O planeta, que entra em oposição com o Sol neste sábado, foi fotografado a 80 milhões de quilômetros da Terra quase totalmente iluminado pela luz solar
O planeta vermelho está tão “fotogênico” graças ao seu alinhamento com a Terra e o Sol – o que faz com que os planetas fiquem bastante próximos (ESA/Hubble Heritage/Nasa)
Ao passo em que se aproxima da Terra, Marte surge com cada vez mais detalhes. As lentes do telescópio Hubble captaram uma incrível imagem do planeta, feita quando o planeta estava a 80 milhões de quilômetros de distância da Terra, iluminado pela luz solar. Marte entra em oposição com o Sol na noite de sábado e está cada vez mais perto de nós  – na segunda-feira (30), o planeta deve atingir seu ponto mais próximo da Terra em 11 anos, ficando a aproximadamente 75,3 milhões de quilômetros do nosso planeta.
Marte está tão “fotogênico” graças ao seu alinhamento com a Terra e o Sol – o que faz com que os planetas fiquem bastante próximos. Marte começou a se aproximar da Terra na semana passada – e o período de aproximação deve seguir até o fim do mês.
“Como o planeta vai estar muito próximo, poderemos observá-lo com mais detalhes durante esse período”, afirma Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo, da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na imagem é possível observar uma névoa clara, iluminando o entorno do planeta. De acordo com os cientistas que operam o Telescópio Hubble, elas são “névoas da manhã”. A região escura a direita do planeta é identificada como a Syrtis Major Planitia, uma das primeiras características identificadas sobre a superfície marciana, descoberta no século XVII. Hoje, sabe-se que a região é um antigo vulcão inativo. Logo abaixo dessa região pode ser vista uma marca redonda no solo, que recebe o nome de Hellas Planitia, uma cratera com aproximadamente 8 quilômetros de profundidade causada pelo impacto de um meteoro no solo há 3,5 bilhões de anos.
A área avermelhada no centro é chamada Arabia Terra, uma vasta área que ocupa, aproximadamente, 4.500 quilômetros e é conhecida por ser um dos terrenos mais antigos de Marte. As regiões mais escuras do planeta, chamadas Sinus Sabaeus (a Leste) e Sinus Meridiani (a Oeste) possuem pedras e grãos de areia causados por antigos fluxos de lava vulcânica no planeta.
De acordo com a Nasa, mesmo que a aproximação entre Terra e Marte ocorra uma vez a cada 2 anos, a distância que eles atingem um do outro pode variar graças às diferentes órbitas dos dois planetas. Em 2003, foi o ano que Marte chegou mais perto da Terra em 60.000 anos: os planetas chegaram a ficar separados por ‘apenas’ 55,6 milhões de quilômetros (em parâmetros astronômicos, essa distância é relativamente muito pequena).

sábado, 30 de julho de 2016

NASA CONFIRMA 1.284 NOVOS PLANETAS FORA DO SISTEMA SOLAR

Concepção artística mostra descobertas planetárias feitas pelo telescópio espacial Kepler da Nasa
Concepção artística mostra descobertas planetárias feitas pelo telescópio espacial Kepler da Nasa (W. Stenzel/Nasa)
É o maior conjunto de novos planetas já anunciado, de uma só vez, pela agência espacial. Do total, nove são rochosos e potencialmente habitáveis
A Nasa anunciou nesta terça-feira a descoberta de 1.284 novos planetas fora do Sistema Solar – é o maior conjunto de novos planetas já anunciado, de uma só vez, pela agência espacial. Eles foram vistos pelo telescópio espacial Kepler e, do total, 550 planetas podem ser rochosos, como a Terra, e nove deles estão em zona potencialmente habitável – ou seja, ficam a uma distância tal de suas estrelas que possibilitam a ocorrência de temperaturas ideais para que exista água líquida sobre a superfície, principal condição para o surgimento de vida. Com esses nove, atualmente são 21 os planetas potencialmente habitáveis já identificados no Universo – os melhores candidatos a uma “nova Terra”.
“Este anúncio mais do que duplica o número de exoplanetas descobertos pelo telescópio Kepler”, afirmou Ellen Stofan, cientista-chefe da agência espacial americana, em um comunicado. “Isso nos dá esperança de que em algum lugar lá fora, em torno de uma estrela muito parecida com a nossa, poderemos, eventualmente, descobrir uma outra Terra.”
Candidatos a Terra – A análise foi publicada nesta terça-feira no periódico Astrophysical Journal e feita com 4.302 “candidatos a planeta”, nome que recebem os dados do telescópio que indicam a probabilidade da existência de um planeta orbitando uma estrela fora do Sistema Solar. Por meio de uma nova metodologia estatística, o astrofísico Timothy Morton, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, conseguiu analisar um grupo grande de candidatos de uma só vez.
Com o novo método, Morton verificou que 1.284 têm uma probabilidade maior que 99% de serem planetas, enquanto 1.327 requerem mais estudos para serem verificados como planetas. O estudo validou ainda 984 candidatos que já haviam sido verificados como planetas por outras técnicas e descartou a existência de 707 planetas, que devem ser algum outro tipo de evento astronômico.
Essas análises são possíveis porque o observatório espacial Kepler, lançado em 2009, monitora 150.000 estrelas em busca de sinais de planetas, particularmente aqueles que poderiam ser capazes de sustentar a vida. O instrumento capta o escurecimento da luz da estrela, conhecido como trânsito, cada vez que um planeta passa orbitando diante dela. É um evento semelhante ao trânsito de Mercúrio que pode ser observado nesta semana – o telescópio percebe a diminuição da luminosidade da estrela quando algum objeto passa por ela.
Dos cerca de 5.000 candidatos a planetas encontrados até agora, mais de 3.200 já foram verificados pelos cientistas – 2.325 deles foram descobertos pelo Kepler.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

ALINHAMENTO DE CINCO PLANETAS SERÁ OBSERVÁVEL ATÉ O MÊS DE SETEMBRO

Alinhamento dos planetas
O posicionamento de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno poderá ser visto até o início de setembro, logo após o pôr do sol
Melhor momento para observação será em agosto, quando as condições para a observação de Mercúrio serão mais favoráveis (iStockphoto/Getty Images)
Após ter sido observado no início deste ano, o incrível alinhamento dos cinco primeiros planetas do nosso Sistema Solar poderá ser visto a olho nu no horizonte novamente. A partir desta semana, astrônomos e entusiastas poderão observar Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno visíveis no céu pouco depois do pôr do sol, por volta das 18h30.
O fenômeno deve se repetir até a primeira semana de setembro e promete ser um belo espetáculo celeste.
“A grosso modo esse é o mesmo fenômeno visto em janeiro, pois os cinco planetas visíveis a olho nu também estavam no céu todos ao mesmo tempo. A diferença é que em janeiro essa configuração aconteceu no final da madrugada, antes de amanhecer, e agora acontece logo após o entardecer”, afirmou Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Este, no entanto, não é um alinhamento “clássico”, em que as órbitas dos planetas se aproximam e eles parecem estar “chegando mais perto” no céu, quando vistos da Terra – a aproximação é sempre aparente, pois os planetas estão a milhões de quilômetros de nós. Dessa vez, os planetas parecem estar “enfileirados”, um efeito visual causado pela perspectiva que temos do Sistema Solar.
De acordo com Rojas, os observadores devem olhar para a faixa entre os horizontes Oeste e Leste do céu para ver o espetáculo. “Cerca de meia-hora depois do Sol se pôr será possível ver Mercúrio, Vênus e Júpiter perto do horizonte, na constelação do Leão, enquanto Marte e Saturno estarão no alto do céu na constelação do Escorpião. Isso se repetirá durante todo o mês de agosto e início de setembro”, afirma o astrônomo.
“Para garantir uma boa observação, procure um local com vista desimpedida do horizonte Oeste (onde o Sol se põe), caso contrário não será possível visualizar Mercúrio e Vênus. Se esse local for afastado de iluminação artificial, melhor ainda”, diz Rojas. De acordo com o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o melhor momento para observação ocorrerá entre o início e meados de agosto, quando as condições para a observação de Mercúrio serão mais favoráveis.
Identificando os planetas
No horizonte Oeste estarão Mercúrio, Vênus e Júpiter – sendo os últimos dois mais brilhantes que qualquer estrela, e bastante fáceis de identificar (Vênus é o mais brilhante e vai estar mais perto do horizonte). Já Mercúrio será mais difícil de ver, pois seu brilho não é tão grande. Segundo Rojas, o planeta estará entre Vênus e Júpiter durante boa parte do mês, e no dia 4 de agosto a Lua ficará bem ao seu lado, facilitando a identificação.
“Marte e Saturno estarão no alto do céu durante o começo da noite, na constelação de Escorpião, a Leste. Marte é o astro mais brilhante nessa região do céu, com coloração levemente avermelhada. Ele não deve ser confundido com a estrela Antares, a mais brilhante de Escorpião, que também tem um tom levemente avermelhado. Saturno parece formar um triângulo com Marte e Antares, e seu brilho é comparável ao de Antares”, afirma Rojas.
Mesmo assim, de acordo com Mello, caso os observadores não consigam distinguir os planetas apenas olhando para o céu, os aplicativos podem dar um bom auxílio. “Em geral planetas são mais brilhantes que as estrelas e estão localizados em uma faixa no céu chamada eclíptica – a faixa que delimita o caminho da Lua e do Sol durante os dias e durantes os meses do ano. Se o observador não conseguir identificar por esses meios, pode consultar algum aplicativo estelar como Google Sky Map, Sky View ou Stellarium”, afirma o astrônomo.
Uma configuração planetária bastante parecida com essa poderá ser vista novamente em outubro de 2018, sendo diferente da que deve ocorrer em 2042. “Em julho de 2042 a configuração dos planetas será diferente. De qualquer forma, em 2018 teremos uma configuração de posição planetária muito parecida com a que teremos agora em agosto”, afirmou Mello.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

UMA NOVA IMAGEM DE UMA DAS LUA DE SATURNO A LUA TETIS

Foto da sonda espacial Cassini.
Tétis é um satélite de Saturno; também conhecido como Saturno III. Foi descoberto por Giovanni Cassini em 1684.
É um corpo gelado semelhante na natureza das luas Dione e Rea. A densidade de Tétis é 1,21 g/cm3, indicando que é composto quase totalmente por água gelada. A superfície gelada de Tétis está intensamente crivada de crateras e contém rachaduras causadas por falhas no gelo. O terreno é composto por regiões com muitas crateras, com uma cintura escura com poucas crateras que se estende ao longo do satélite.
As poucas crateras da cintura indicam que Tétis já foi internamente ativa, provocando a reformação da superfície em partes do terreno antigo. A causa exata da cintura escura é desconhecida, mas conseguiu-se uma interpretação possível a partir das imagens recentes, da sonda Galileo, das luas de Júpiter, Ganímedes e Calisto. Ambos os satélites mostram calotas polares feitas de depósitos de gelo brilhante nas encostas das crateras voltadas para os polos. 
À distância, as calotas parecem mais brilhantes devido à névoa provocada por milhares de pedaços de gelo nas crateras menores.
Há uma enorme trincheira em Tétis, chamada Ithaca Chasma com cerca de 65 quilômetros (40 milhas) de largura e vários quilômetros de profundidade. Cobre três quartos da circunferência de Tétis. A fissura tem aproximadamente a dimensão que os cientistas tinham previsto, para o caso de Tétis ter sido fluida e a crosta endurecida antes do interior.
Outra formação proeminente é uma enorme bacia de impacto com 400 quilômetros chamada Odysseus. A cicatriz do impacto estende-se por mais de dois quintos do satélite, com um diâmetro ligeiramente maior do que a lua de Saturno, Mimas. Quando Odysseus foi criada, a cratera deve ter sido profunda com uma cordilheira montanhosa elevada e um pico central alto. Ao longo do tempo, o fundo da cratera adaptou-se à forma esférica da superfície de Tétis, e o anel da cratera e o pico central colapsaram. A temperatura à superfície de Tétis é de -187°C ou (-305°F).

quarta-feira, 27 de julho de 2016

IMAGEM PROFUNDA DA GRANDE E PEQUENA NUVEM DE MAGALHÃES

Imagem profunda da Grande e Pequena Nuvens de Magalhães
Embora esta imagem pareça ter sido obtida por um telescópio de grande porte, na realidade foi capturada a partir do Observatório de La Silla com uma montagem portátil constituída por uma câmera CCD SBIG STL-11000M e uma lente Canon com distância focal fixa.
Cada um dos milhares de pontos desta nova imagem representa uma estrela distante e os buracos azuis brilhantes mostram partes das nossas galáxias vizinhas, a Grande e a Pequena Nuvens de Magalhães.  Esta montagem foi descrita num artigo científico em paralelo com simulações de ponta, num exemplo de como uma pequena câmera, uma lente rápida, um longo tempo de exposição e um dos melhores locais para a observação astronômica podem revelar enormes estruturas tênues melhor do que um telescópio grande.
Esta imagem profunda foi capturada utilizando o método LRGB e mostra-nos o processo real da criação de belas astrofotografias. As pessoas que tentam fotografar o céu noturno deparam-se com muitos desafios, incluindo a interferência de outras fontes de luz e a necessidade de capturar objetos astronômicos com profundidade suficiente.
Tentar maximizar o sinal recebido do alvo, ao mesmo tempo que se minimiza a emissão de outras fontes — o chamado ruído — é um aspecto crucial da astrofotografia. A otimização da razão sinal/ruído consegue-se mais facilmente em preto e branco do que a cores. Por isso, um dos truques normalmente utilizados para capturar imagens de alta qualidade consiste numa exposição que produz imagens monocromáticas muito detalhadas como a que aqui apresentamos. Os detalhes coloridos de imagens obtidas através de filtros coloridos podem depois ser sobrepostos ou incorporados, como é o caso das Nuvens de Magalhães da imagem.
Artigo científico Crédito: ESO

terça-feira, 26 de julho de 2016

OBJETOS S29323: TELESCÓPIOS DA NASA ENCONTRAM PISTAS DE COMO BURACOS NEGROS SE FORMAM DE MANEIRA MUITO RÁPIDA

PRODUTOS-S 29323
A prova de que os primeiros  buracos negros supermassivos foram  formados diretamente a partir do colapso de uma nuvem de gás foi encontrado.
Estes resultados poderiam representar um passo importante na compreensão de como os primeiros buracos negros gigantes do universo se formaram.
Dois candidatos a buraco negro "sementes" foram identificados, possivelmente em menos de um bilhão de anos após o Big Bang.
Os astrônomos combinaram dados de Chandra, Hubble e Spitzer para fazer essa descoberta.
Usando dados de três grandes observatórios da NASA, os cientistas descobriram a melhor prova até agora de um mecanismo que produziu buracos negros supermassivos no início do Universo. Se confirmado, este resultado, descrito em nosso mais recente comunicado de imprensa , poderia levar a uma nova visão sobre como os buracos negros se formaram e cresceram bilhões de anos atrás.
Esta  ilustração descreve uma possível "semente" para a formação de um buraco negro supermassivo, que é um objeto que contém milhões ou até bilhões de vezes a massa do Sol. Na ilustração do artista, a nuvem de gás é mostrado como o material em azul, enquanto o disco laranja e vermelho está mostrando material que está sendo canalizado em direção ao buraco negro crescente através de sua força gravitacional.
Os pesquisadores encontraram evidências de que dois objetos poderiam ter se formado desta maneira, pelo colapso diretamente em um buraco negro de uma grande nuvem de gás. Estes dois candidatos para  buracos negros" estão tão distantes que eles podem ter se formado a menos de um bilhão de anos após o Big Bang .
As caixas embutidas mostram dados do Telescópio Espacial Hubble (direita) e Chandra X-ray Observatory (esquerda) de um dos objetos descritos acima. A imagem do Hubble mostra a, galáxia distante e  fraca no centro da imagem e a imagem do Chandra mostram emissão de raios-X a partir de material que cai no buraco negro da mesma galáxia.
Os pesquisadores usaram modelos de computador de sementes de buracos negros combinados com um novo método para selecionar candidatos para esses objetos a partir de imagens de longa exposição de Chandra, Hubble e Spitzer (não mostrado neste gráfico). Ao analisar o combinado de luz a partir dos três telescópios,e  a equipe foi capaz de pesquisar através de milhares de objetos para procurar qualquer um que tinha propriedades que combinavam com aqueles previstos por seus modelos.
Dois candidatos se que tinha a cor vermelha esperado, visto pelo Hubble e Spitzer, bem como o perfil de raios X previstos a partir do Chandra. Esses objetos foram encontrados in the Deep Inquérito Legado Extragalactic Assembleia Cosmic Near-infrared e as pesquisas dos Grandes Observatórios Origins profundo Survey-sul. Os próximos passos envolvem a obtenção de mais dados sobre estes dois objetos intrigantes, bem como estender a análise a outras pesquisas para procurar mais colapso direto a candidatos a buracos negros.
Estes resultados apareceu na edição de 21 de junho das Monthly Notices da Royal Astronomical Society e está disponível on-line . Os autores do documento são Fabio Pacucci (SNS, Itália), Andrea Ferrara (SNS), Andrea Grazian (INAF), Fabrizio Fiore (INAF), Emaneule Giallongo (INAF), e Simonetta Puccetti (ASI Ciência Data Center). Da NASA Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo de Chandra.
Fatos para OBJETOS-S29323:
Crédito Raio-X: NASA / CXC / Scuola Normale Superiore / Pacucci, F. et al, Optical: NASA / STScI; Ilustração: NASA / CXC / M.Weiss
Data de lançamento 24 de maio de 2016
Escala A imagem é de cerca de 15 segundos de arco de diâmetro. (Cerca de 212.000 anos-luz)
Categoria Buracos Negros , fundo Cosmologia / Deep Campos / Raio-X
Data de Observação 54 pointings entre 15 de outubro de 1999 a 22 de julho de 2010
Tempo de observação 1111 horas 6 min (46 dias 7 horas 6 minutos).
Obs. identidade 441, 581-582, 1431, 1672, 2239, 2312-2313, 2405-2406, 2409, 8591-8597, 9575, 9578, 9593, 9596, 9718, 12.043-12.055, 12123, 12.128-12.129, 12135, 12137- 12138, 12213, 12.218-12.220, 12222-12223, 12227, 12.230-12.234
Instrumento ACIS
Referências Pacucci, F. et al, 2016, MNRAS, 459, 1432; arXiv: 1.603,08522
Código de cores raios-X (azul), Optical (Gold) óticoRaio X
Distância Estimada  Cerca de 13,2 bilhões de anos luz (z = 9,73)

segunda-feira, 25 de julho de 2016

GRB140903A: CHANDRA ENCONTRA PROVAS DE FUSÕES ESTELARES VIOLENTAS

GRB 140903A
Os astrônomos têm a evidência mais forte até agora de que as fusões estelares violentas que produzem jatos como lápis-finos.
Isto significa que a maioria destes acontecimentos não serão detectados porque não estão apontados para onde os telescópios possa detectar-los.
Este resultado tem implicações para estimar o número de tais fusões que os observatórios possam detectar em ondas gravitacionais.
O Chandra foi utilizado para estudar a emissão de raios X a partir da explosão de raios gama, permitindo que a largura do jato possam ser estimados.
Explosões de raios gama , ou GRBs, são alguns dos eventos mais violentos e energéticos no Universo.
Embora esses eventos ssjam as explosões mais luminosas do universo, Um novo estudo usando o Chandra  X-ray Observatory, satélite Swift da NASA e outros telescópios que sugerem que os cientistas possam estar em falta com a maioria dessas poderosas explosões cósmicas.
Os astrônomos acreditam que algumas GRBs são o produto da colisão e fusão de duas estrelas de nêutrons ou uma estrela de nêutrons em um buraco negro . Esta nova pesquisa dá a melhor evidência até agora de que tais colisões iram gerar um feixe muito estreito, ou jatos de raios gama. Se um jato tão estreito não está apontado em direção à Terra, este  GRB produzido pela colisão não será detectado.
Colisões entre duas estrelas de nêutrons ou uma estrela de nêutrons em buracos negros são esperados para ser fortes fontes de ondas gravitacionais que podem ser detectados ou não o jato é apontado em direção à Terra. Portanto, este resultado tem implicações importantes para o número de eventos que serão detectáveis ​​pelo Gravitational-Wave Observatory Laser interferometria (LIGO) e outros observatórios de ondas gravitacionais.
Em 3 de Setembro, 2014, Swift observatório da NASA pegou um GRB - denominada GRB 140903A, devido à data em que foi detectada. Os cientistas usaram observações ópticas com o telescópio Gemini Observatory, no Havaí para determinar que GRB 140903A foi localizado em uma galáxia cerca de 3,9 bilhões de anos-luz de distância, relativamente perto para um GRB.
As consequências de uma fusão estrela de neutrões, incluindo a geração de um GRB. No centro é um objeto compacto - ou um buraco negro ou uma estrela de nêutrons maciça - e em vermelho é um disco de material que sobraram da fusão, que contém material que cai em direção ao objeto compacto. A energia a partir deste material impulsiona o jato GRB mostrado em amarelo. Em laranja que é um vento de partículas soprando longe do disco e em azul e o material ejetado do objeto compacto e expandindo a velocidades muito altas de a cerca de um décimo da velocidade da luz.
A imagem à esquerda dos dois painéis menores mostra uma vista óptica do Telescópio Discovery Channel (DCT) com GRB 140903A no meio da praça e um close-up vista de raios-X de Chandra à direita. A estrela brilhante no óptico de imagem está relacionada com a OOG.
A explosão de raios gama durou menos de dois segundos. Isso colocou-se na categoria "short GRB", que os astrônomos acham que são a saída de estrela de nêutrons ou estrela-neutrões ou Black Hole-Estrela de Nêutrons e colisões eventualmente formando quer um buraco negro ou uma estrela de nêutrons com um campo magnético forte. (O consenso científico é que GRBs que duram mais de dois segundos resultam do colapso de uma estrela muito massiva.)
Cerca de três semanas após a descoberta Swift de GRB 140903A, uma equipe de pesquisadores liderada por Eleonora Troja, da Universidade de Maryland, College Park (UMD), observando o rescaldo da OOG em raios-X com Chandra. Nas observações do Chandra bem de como a emissão de raios-X a partir desta GRB diminui ao longo do tempo, fornecem informações importantes sobre as propriedades do jato.
Especificamente, os pesquisadores descobriram que o jato é irradiado em um ângulo de apenas cerca de cinco graus baseado nas observações de raios-X, além de observações ópticas com o Observatório Gemini e da DCT e observações de rádio com o National Science Foundation Karl G. Jansky Very Large array. Isto é aproximadamente equivalente a um círculo com o diâmetro de seus três dedos do meio realizada no comprimento dos braços. Isto significa que os astrônomos estão detectando apenas cerca de 0,4% deste tipo de GRB e quando se apaga, uma vez que na maioria dos casos o jato não será apontado diretamente para nós.
Estudos anteriores por outros astrônomos haviam sugerido que estas fusões poderiam produzir jatos estreitos. No entanto, as provas nesses casos não era tão forte porque o rápido declínio da luz não foi observada em vários comprimentos de onda, permitindo explicações que não envolvem os jatos.
Várias peças de evidências vinculam este evento para a fusão de duas estrelas de nêutrons, ou entre uma estrela de nêutrons e buracos negros. Estes incluem as propriedades de emissão de raios gama, a velhice e a baixa taxa de estrelas se formando na galáxia hospedeira da OOG e a falta de uma brilhante supernova . Em alguns casos anteriores a forte evidência para esta ligação não foi encontrado.
Novos estudos têm sugerido que essas fusões poderia ser o local de produção de elementos mais pesados ​​que o ferro, tais como o ouro. Portanto, a taxa desses eventos também é importante para estimar a quantidade total de elementos pesados ​​produzidos por estas fusões e compará-los com os valores observados na Via Láctea galáxia.
Um artigo descrevendo estes resultados foi recentemente aceito para publicação no Astrophysical Journal e está disponível on-line . O primeiro autor deste artigo é Eleonora Troja e os co-autores são T. Sakamoto (Aoyama Gakuin University, Japão), S.Cenko (GSFC), A. Lien (University of Maryland, Baltimore), N. Gehrels (GSFC) , A. Castro-Tirado (IAA-CSIC, Espanha), R. Ricci (INAF-Istituto di Radioastronomia, Itália), J. Capone, V. Toy, & A. Kutyrev (UMD), N. Kawai (Tokyo Institute of tecnologia, Japão), A. Cucchiara (GSFC), A. Fruchter (STScI), J.Gorosabel (UMD), S. Jeong (IAA-CSIC), A. Levan (University of Warwick, Reino Unido), D. Perley ( Universidade de Copenhaga, Dinamarca), R.Sanchez-Ramirez (Instituto de Astrof Ì ?? Ä ± sica de Andaluc Ì ?? Ä ± a, Espanha), N.Tanvir (Universidade de Leicester, Reino Unido), S. Veilleux (UMD ).
da NASA Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo de Chandra.
Fatos para GRB 140903A:
Crédito Raio-X: NASA / CXC / Univ. de Maryland / E. Troja et al, Optical: Channel Telescope / Descoberta do Lowell Observatory E.Troja et al. Ilustração: NASA / CXC / M.Weiss
Data de lançamento 14 de julho de 2016
Escala imagem de raios-X é de 15 segundos de arco em todo (cerca de 244,00 anos-luz)
Categoria Vários , Buracos Negros
Coordenadas (J2000) RA 03.27s 15h 52m | Dez + 27 ° 36 '09.30 "
constelação Corona Borealis
Data de Observação 06 de setembro e 18 de setembro de 2014
Tempo de observação 22 horas 13 min.
Obs. identidade 15873, 15986
Instrumento ACIS
Referências Troja, E. et al, 2016, APJ (aceiv: 1.te); arXi605,03573
Código de cores raios-X (azul), Optical (amarelo) óticoRaio X
Distância Estimate Cerca de 3,9 bilhões de anos luz (z = 0,351)

domingo, 24 de julho de 2016

TEMPORIZADORES MICROSCÓPIOS REVELAM FONTE PROVÁVEL DE RADIAÇÃO ESPACIAL GALÁTICAS

Um enxame de estrelas massivas, visto pelo Telescópio Espacial Hubble. Este enxame é rodeado por nuvens de gás e poeira interestelar a que chamamos nebulosa. A nebulosa, localizada a 20.000 anos-luz de distância na constelação Quilha (Carina), contém o enxame central de estrelas gigantes e quentes, com o nome de NGC 3603. Investigações recentes mostram que os raios cósmicos galácticos que fluem para o nosso Sistema Solar são originários de enxames como este. Crédito: NASA/U. Virginia/INAF, Bolonha, Itália/USRA/Ames/STScI/AURA
De acordo com novos resultados da missão ACE (Advanced Composition Explorer) da NASA, a maioria dos raios cósmicos que detetamos cá na Terra foram criados há relativamente pouco tempo em enxames estelares vizinhos. O ACE permitiu com que a equipa de investigação determinasse a fonte destes raios cósmicos através das primeiras observações de um tipo muito raro de raio cósmico que atua como um pequeno temporizador, limitando a distância a que a fonte poderá estar da Terra. Antes das observações do ACE, não sabíamos se esta radiação tinha sido criada há muito tempo atrás a grandes distâncias, ou há relativamente pouco tempo e nas proximidades," afirma Eric Christian do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado americano de Maryland. Christian é coautor de um artigo sobre a investigação publicado na edição de 21 de abril da revista Science.
Os raios cósmicos são núcleos atómicos velozes com uma ampla gama de energia - os mais poderosos viajam quase à velocidade da luz. A atmosfera e o campo magnético da Terra protegem-nos dos raios cósmicos menos energéticos, que são os mais comuns. No entanto, os raios cósmicos são um perigo para astronautas desprotegidos que viajam para lá do campo magnético da Terra porque podem agir como balas microscópicas, danificando estruturas e quebrando moléculas em células vivas. A NASA está atualmente a investigar formas de reduzir ou mitigar os efeitos da radiação cósmica para proteger astronautas que viajam até Marte.
Esta imagem é um mosaico - um dos maiores já obtido pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA - da Nebulosa do Caranguejo, um remanescente de supernova com seis anos-luz de diâmetro. Investigações recentes mostram que os raios cósmicos galácticos que fluem para o nosso Sistema Solar são originários de objetos como este. Crédito: NASA/ESA/Universidade Estatal do Arizona
Os raios cósmicos são produzidos por uma variedade de eventos violentos no espaço. A maioria dos raios cósmicos originários do interior do nosso Sistema Solar têm uma energia relativamente baixa e vêm de eventos explosivos no Sol, como proeminências e ejeções de massa coronal. Os raios cósmicos de energias mais elevadas são extremamente raros e pensa-se que sejam produzidos por buracos negros que ingerem matéria no centro de outras galáxias. Os raios cósmicos, objetos deste estudo, são originários de fora do nosso Sistema Solar, mas ainda dentro da Via Láctea, e são chamados raios cósmicos galácticos. Pensa-se que sejam gerados por ondas de choque da explosão de estrelas, eventos a que chamamos supernovas. Os raios cósmicos galácticos detetados pelo ACE, que permitiram com que a equipa estimasse a idade dos raios cósmicos e a distância à fonte, contêm uma forma radioativa de ferro chamada Ferro-60 (60Fe).
Este ferro é produzido no interior de estrelas massivas que, quando explodem, libertam este material para o espaço através de ondas de choque da supernova. Algum do 60Fe nos detritos da estrela destruída é acelerado para velocidades de raios cósmicos quando outra estrela massiva no enxame das proximidades explode e a sua onda de choque colide com os restos da explosão estelar anterior.
Os raios cósmicos galácticos de 60Fe viajam pelo espaço a metade da velocidade da luz, cerca de 145.000 km/s. Isto pode parecer muito rápido, mas os raios cósmicos de 60Fe não viajam para muito longe, numa escala galáctica, por duas razões. Em primeiro lugar, não podem viajar em linha reta porque são eletricamente carregados e respondem a forças magnéticas. Portanto, são forçados a tomar caminhos complicados ao longo dos campos magnéticos entrelaçados da nossa Galáxia. Em segundo lugar, o 60Fe é radioativo e ao longo de um período de 2,6 milhões de anos, cerca de 50% é autodestruído, decaindo para outros elementos (Cobalto-60 e, em seguida, Níquel-60). Se os raios cósmicos 60Fe tivessem sido criados há centenas de milhões de anos ou mais, ou muito longe, eventualmente haveria muito pouco para o ACE detetar.
"A nossa deteção dos núcleos de ferro radioativos em raios cósmicos é uma prova clara de que houve, provavelmente, mais do que uma supernova nos últimos milhões de anos na nossa vizinhança da Galáxia," afirma Robert Binns da Universidade de Washington, em St. Louis, Missouri, autor principal do artigo. "Em 17 anos de observação, o ACE detetou aproximadamente 300.000 raios cósmicos galácticos de ferro comum, mas apenas 15 de Ferro-60 radioativo," explica Christian. "O facto de que vemos, nem que seja uma pequena quantidade de Ferro-60, no núcleo destes raios cósmicos, significa que devem ter sido criados há relativamente pouco tempo (nos últimos milhões de anos) e que a fonte deve estar relativamente próxima, até 3000 anos-luz, ou aproximadamente a largura do nosso braço espiral local.
" Um ano-luz é a distância que a luz percorre num ano, quase 9,5 biliões de quilómetros. Uma distância de meros milhares de anos-luz é ainda relativamente perto porque o grande agrupamento de centenas de milhares de milhões de estrelas que constituem a nossa Galáxia mede mais ou menos 100.000 anos-luz de largura. Existem mais de 20 enxames com estrelas massivas até alguns milhares de anos-luz, incluindo a Associação Escorpião-Centauro, constituída por três subgrupos, Escorpião Superior com 83 estrelas, Centauro-Lobo com 134 estrelas e Centauro Inferior-Cruzeiro, com 97 estrelas. Segundo a equipa de investigação, estes são muito provavelmente os grandes contribuintes do 60Fe que o ACE detetou. O ACE foi lançado no dia 25 de agosto de 1997 até um ponto 1.450.000 km entre a Terra e o Sol onde atua como sentinela, detetando radiação espacial de tempestades solares, da Galáxia e além.

sábado, 23 de julho de 2016

ASTRÔNOMOS DESCOBREM NOVO PLANETA ANÃO FEITO DE GELO

Representação da órbita do RR245 (linha amarela), que seria um dos maiores do Cinturão de Kuiper. Objetos tão brilhantes ou mais brilhantes aparecem com seus nomes.
Um novo planeta anão foi descoberto nas profundezas geladas do espaço além da órbita de Netuno, afirmaram pesquisadores.Imagens do telescópio Canadá-França-Havaí captadas em setembro de 2015 e vistas em fevereiro de 2016 revelaram a existência de um novo planeta anão, na órbita em destaque à direita.Foto: Divulgação / BBCBrasil.com
O novo objeto tem cerca de 700 km de diâmetro - apenas 5% da largura da Terra - e uma das órbitas mais longas para um planeta anão: estima-se que leve 700 anos para viajar em torno do Sol.
Batizado com o nome provisório de 2015 RR245, o pequeno mundo foi identificado pelo telescópio Canadá-França-Havaí, dentro do projeto de pesquisa Outer Solar System Origins Survey (Ossos).
"Os mundos gelados além de Netuno podem mostrar como os planetas gigantes se formaram e depois se moveram para longe do Sol. Eles permitem construir a história do nosso Sistema Solar", disse Michele Bannister, da Universidade de Vitória, no Canadá.
"Mas quase todos esses mundos gelados são pequenos e pouco nítidos; é realmente empolgante encontrar um grande e brilhante o suficiente para que possamos estudá-lo em detalhe."
Acredita-se que haja cerca de 200 planetas anões no Cinturão de Kuiper, a enorme massa de pedaços de rocha e gelo que orbitam além de Netuno.
Mas apenas cinco objetos - Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Eris - foram observados o suficiente para serem classificados como planetas anões, e não luas, planetoides ou outros objetos.
 Representação da órbita do RR245 (linha amarela), que seria um dos maiores do Cinturão de Kuiper. Objetos tão brilhantes ou mais brilhantes aparecem com seus nomes.
Foto: Projeto Ossos / BBCBrasil.com
Geologia
Mundos que orbitam longe do Sol possuem geologia exótica, com paisagens feitas de diferentes materiais congelados, como a passagem da sonda New Horizons por Plutão revelou recentemente.
Após centenas de anos viajando a mais de 12 bilhões de quilômetros do Sol, o RR 245 está rumando para sua maior aproximação, a 5 milhões de quilômetros, ponto que deverá atingir em 2096. A Terra, por exemplo, está a 150 milhões de quilômetros do Sol.
O RR 245 vem mantendo sua órbita altamente elíptica por ao menos 100 milhões de anos. Como o objeto só foi observado em um dos sete anos que leva para viajar em torno do Sol, sua órbita precisa será refinada ao longo dos próximos anos, quando o planeta anão também receberá um nome definitivo.
Como descobridores do objeto, a equipe internacional de astrônomos do projeto Ossos poderá apresentar o nome de preferência para avaliação da União Astronômica Internacional.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

ANEL DE NEVE GERADO POR EXPLOSÃO ESTELAR É REGISTRADO PELA PRIMEIRA VEZ

O anel de neve se formou a uma distância maior do que o normal, o que possibilitou a observação
Um supertelescópio no Deserto do Atacama observou pela primeira vez a formação de um anel de neve após a explosão de uma estrela. Foto: NRAO/AUI/NSF / BBCBrasil.com
O telescópio Alma (sigla para Atacama Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array) fica a 5 mil metros de altitude e mostrou com detalhes o surgimento da camada de neve na estrela V883 Orionis.
 O anel de neve se formou a uma distância maior do que o normal, o que possibilitou a observação
Segundo os cientistas responsáveis pelo telescópio, o anel de neve se formou dentro do chamado disco protoplanetário - material denso formado de gás e poeira que circunda estrelas novas e é responsável pela formação de planetas.
A descoberta, publicada na revista cientifica Nature, pode ajudar nas pesquisas sobre a formação e evolução dos planetas.
Os cientistas acreditam que essas explosões sejam um estágio da evolução da maioria dos sistemas planetários - ou seja, esse pode ser apenas o primeiro registro de um fenômeno relativamente comum.
Temperatura
O anel de neve marca o local do disco onde ocorreu uma grande queda de temperatura.
Com o aumento na luminosidade da estrela, a parte interna do disco esquentou, empurrando esse anel gelado para uma distância dez vezes maior do que o normal para uma estrela em formação, o que teria possibilitado a observação do fenômeno pela primeira vez.

Explosão da estrela V883 Orionis que levou ao fenômeno Foto: ALMA / BBCBrasil.com
O resultado é que dentro dos discos há vapor de água, que na parte externa dos anéis congela em forma de neve.
Essas linhas que são importantes porque definem a estrutura e arquitetura básica dos sistemas planetários como o nosso. Elas normalmente estão localizadas a uma distância de três unidades astronômicas da estrela - cada unidade astronômica corresponde a 150 milhões de quilômetros.
Mas na observação feita pelo Alma na V883 Orionis o anel de neve está localizado a mais de 40 unidades astronômicas da estrela central, o que teria facilitado a identificação do fenômeno.
Como se trata de uma estrela em estágio de formação, as explosões provocam temperaturas altíssimas e muita luminosidade por causa da transferência de material do disco para a parte interna do astro.
Essa temperatura alta teria esquentado o disco, o que afastou o anel de neve a uma distância maior do que o normal.
"Os registros do Alma vieram como uma surpresa para nós. Nossas observações foram feitas para identificar fragmentos dos discos que poderiam nos ajudar nas pesquisas sobre a formação dos planetas. Não vimos nada disso, mas em contrapartida encontramos o que pode ser um anel a 40 unidades astronômicas", afirma o cientista responsável pelo estudo, Lucas Cieza.
Na estrela solar - que deu origem ao nosso sistema Solar -, esse disco protoplanetário estava entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Isso explica porque os planetas mais rochosos (como Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) se formaram dentro do disco, enquanto os planetas mais gasosos (como Saturno, Urânio e Netuno) se formaram do lado de fora

quarta-feira, 20 de julho de 2016

VLT OBSERVA E DIVULGA FOTO DE UM PLANETA EXÓTICO

O VLT fotografa um exoplaneta exótico
Os astrônomos procuram planetas em órbita de outras estrelas (exoplanetas) através de uma variedade de métodos. Um desses métodos é a imagem direta, o qual se revela particularmente eficaz para planetas que se encontram em órbitas largas em torno de estrelas jovens, uma vez que a luz do planeta não é ofuscada pela luz emitida pela estrela hospedeira, sendo por isso mais fácil de detectar.
Esta imagem demonstra esta técnica. Nela podemos ver a estrela T-Tauri chamada CVSO 30, situada a aproximadamente 1200 anos-luz de distância da Terra no grupo 25 Orionis (ligeiramente a noroeste do famoso cinturão de Orion). Em 2012, astrônomos descobriram que CVSO 30 abriga um exoplaneta (CVSO 30b), usando um método de detecção conhecido por fotometria de trânsito, no qual a luz emitida pela estrela apresenta uma diminuição observável quando o planeta passa à sua frente. Agora, os astrônomos voltaram a observar este sistema com vários telescópios. O estudo combinou observações obtidas com o Very Large Telescope do ESO (VLT) no Chile, o Observatório W. M. Keck no Hawai e o Observatório de Calar Alto em Espanha.
Usando estes dados, os astrônomos obtiveram uma imagem do que é provavelmente um segundo planeta! Para criar a imagem foi explorada a astrometria fornecida pelos instrumentos NACO e SINFONI montados no VLT.
O novo exoplaneta agora descoberto, chamado CVSO 30c, é o pequeno ponto em cima e à esquerda na imagem (a mancha maior é a estrela propriamente dita). Apesar do planeta anteriormente detectado (CVSO 30b) orbitar muito próximo da estrela, completando uma volta em torno da CVSO em pouco menos de 11 horas, a uma distância orbital de 0,008 UA, CVSO 30c orbita significativamente mais longe, a uma distância de 660 UA e demorando uns longos 27000 anos a completar uma única órbita. (Para referência e em termos de comparação, o planeta Mercúrio orbita o Sol a uma distância média de 0,39 UA, enquanto Netuno se situa a cerca de 30 UA do Sol).  
Se for confirmado que CVSO 30c orbita de fato CVSO 30, então este pode ser o primeiro sistema estelar que abriga tanto um exoplaneta próximo detectado pelo método de trânsito, como um exoplaneta muito afastado detectado por imagem direta. Os astrônomos ainda estão explorando como é que um sistema tão exótico se formou numa escala de tempo tão curta, já que a estrela tem apenas 2,5 milhões de anos de idade; é possível que os dois planetas tenham interagido em alguma altura no passado, afastando-se depois um do outro e terminando nas suas atuais órbitas extremas.

terça-feira, 19 de julho de 2016

MISTERIOSA ANOMALIA ESTÁ ALTERANDO A ÓRBITA DA SONDA CASSINI SERÁ QUE É O PLANETA X

sonda cassiniDesde 2004, quando a sonda Cassini chegou em Saturno, sua órbita está sendo influenciada por um objeto grande e desconhecido...
Segundo a NASA, diversas anomalias misteriosas na órbita da sonda Cassini foram detectadas recentemente, intrigando os cientistas, e a pergunta inevitável diante dessa situação é: o que estaria provocando as mudanças de trajetória da sonda que estuda Saturno? De acordo com cientistas, essa força gravitacional pode ser explicada por um corpo enorme, maciço, além da órbita Netuno. Sim, pode ser o tal nono planeta, aquele mesmo, que já está se tornando famoso!
"Um planeta ainda não descoberto, além da órbita de Netuno, 10 vezes mais massivo do que a Terra, deveria afetar a órbita de Saturno, mas não da sonda Cassini", disse William Folkner, cientista planetário do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA. "Poderia sim haver oscilações na órbita de Cassini, mas apenas se o planeta estivesse mais próximo do Sol."
misteriosa anomalia sonda cassini - planeta x
Ilustração artística da sonda Cassini sobrevoando Saturno.Créditos: NASA / Cassini       
O centro de controle da missão Cassini tem observado desvios inexplicáveis na órbita da nave espacial desde 2004, mas essas perturbações ainda não são suficientes para confirmarem a existência de um planeta desconhecido nos confins do Sistema Solar.

Em busca do Planeta X

Os cientistas estão em busca de um grande planeta além da órbita de Netuno há cerca de 100 anos. A possibilidade da existência de um nono planeta ficou ainda maior quando pesquisadores da Caltech detectaram anomalias orbitais em objetos no Cinturão de Kuiper, uma região em forma de disco que envolve todo o Sistema Solar, repleta de corpos gelados.
Em janeiro de 2016 os pesquisadores da NASA anunciaram que haviam encontrado evidências de um planeta gigante, percorrendo uma órbita extremamente alongada no Sistema Solar exterior. O objeto que foi apelidado de Planeta Nove, teria uma massa aproximadamente 10 vezes a da Terra, e estaria 20 vezes mais distante do Sol do que Netuno. Sua distância seria tão grande que levaria entre 10.000 e 20.000 anos para que ele completasse uma volta ao redor do Sol.
nono planeta
Ilustração artística do nono planeta.Créditos: Caltech / R. Hurt       
A descoberta do Planeta 9 ainda precisa ser confirmada através de observações diretas, afinal, os pesquisadores Konstantin Batygin e Mike Brown, descobriram sua existência através de modelos matemáticos e simulações computadorizadas.
Segundo Mike Brown, o Planeta 9 teria cerca de 5.000 vezes a massa de Plutão, portanto, seria suficiente para que ele dominasse sua vizinhança gravitacionalmente, colocando-o na classe de planetas e não de planetas anões. Na verdade, o Planeta 9 domina, segundo cálculos matemáticos, uma região muito maior do que aquelas dominadas pelos outros planetas do Sistema Solar, o que o coloca em destaque sobre todos seus outros irmãos já conhecidos.
Estamos cada vez mais próximos
"Embora nós estivéssemos muito céticos sobre a existência de um nono planeta, continuamos a investigar sua órbita e seus efeitos no Sistema Solar exterior, e isso foi nos convencendo de que realmente há algo lá fora", diz Konstantin Batygin, professor assistente de ciências planetárias. "Pela primeira vez em mais de 150 anos, há evidências sólidas de que o censo planetário do Sistema Solar está incompleto."
Um estudo recente prevê que, se a posição da sonda Cassini estivesse disponível para rastreamento em 2020, ela poderia ser usada para revelar o "local mais preciso" do nono planeta. No entanto, a missão da Cassini está prevista para terminar no final de 2017, quando a nave estará com combustível insuficiente para continuar sua missão, mergulhando na atmosfera de Saturno. Será que a influência do planeta desconhecido será capaz de nos dar alguma dica mais valiosa até lá?
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / Cassini / Caltech / R. Hurt

segunda-feira, 18 de julho de 2016

UM BELO EXEMPLO DE ORNAMENTAÇÃO ESTELAR

A nuvem de gás brilhante LHA 120-N55 na Grande Nuvem de Magalhães
Nesta imagem obtida com o Very Large Telescope do ESO (VLT), a luz emitida por estrelas azuis resplandecentes energiza o gás que restou da sua recente formação. O resultado é esta colorida nebulosa de emissão, chamada LHA 120-N55, na qual as estrelas se encontram “adornadas” por um manto de gás brilhante.
 Os astrônomos estudam este tipo de fenômeno para aprender mais sobre as condições existentes nos locais onde novas estrelas se desenvolvem.
LHA 120-N55, ou N55 como é normalmente conhecida, é uma nuvem de gás brilhante situada na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea localizada a cerca de 163 mil anos-luz de distância. N55 situa-se no interior de uma enorme concha, ou superbolha, chamada LMC 4. As superbolhas, muitas vezes com centenas de anos-luz de dimensão, formam-se quando ventos fortes lançados por estrelas recém formadas e ondas de choque de explosões de supernovas trabalham em uníssono, soprando para longe a maioria do gás e poeira que originalmente as rodeava e criando assim enormes cavidades em forma de bolha.
O material que se tornou a N55 conseguiu, no entanto, sobreviver como um pequeno envelope de restos de gás e poeira. É agora uma nebulosa isolada no interior da superbolha. Houve também um grupo de estrelas brilhantes azuis e brancas — chamado LH 72 — que conseguiu se formar centenas de milhões de anos após os eventos que originalmente “sopraram” esta bolha. As estrelas de LH 72 têm apenas alguns milhões de anos de idade, não tendo por isso contribuído para esvaziar o espaço em torno de N55. Estas estrelas representam sim, o segundo episódio de formação estelar na região.
O recente aumento da população de estrelas também explica as cores evocativas que rodeiam as estrelas da imagem. A intensa radiação emitida pelas potentes estrelas azuis-esbranquiçadas está retirando os elétrons dos átomos de hidrogênio próximo que se encontra em N55, fazendo com que o gás brilhe no ótico com um característico tom rosado. Os astrônomos reconhecem esta assinatura do gás de hidrogênio brilhante em todas as galáxias como um sinal de formação estelar recente.
Embora as coisas pareçam por agora calmas na região de formação estelar N55, esperam-se enormes mudanças. Daqui a milhões de anos, algumas das estrelas mais massivas e brilhantes da associação estelar LH 72 irão explodir sob a forma de supernovas, espalhando assim o conteúdo de N55. De fato, irá ser soprada uma bolha no interior da superbolha e o ciclo de finais e inícios estrelados continuará nesta vizinhança próxima da nossa Galáxia.
Esta nova imagem foi adquirida com o auxílio do instrumento FORS2 (FOcal Reducer and low dispersion Spectrograph) montado no VLT do ESO. A imagem foi obtida no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO, uma iniciativa que visa obter imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atrativos, utilizando os telescópios do ESO, para efeitos de educação e divulgação científica. O programa utiliza tempo de telescópio que não pode ser usado em observações científicas. Todos os dados obtidos podem ter igualmente interesse científico e são por isso postos à disposição dos astrônomos através do arquivo científico do ESO.

domingo, 17 de julho de 2016

UM BURACO NEGRO ALIMENTADO POR DILÚVIO GALÁTICO FRIO


Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma equipe internacional de astrônomos foi testemunha de um evento meteorológico cósmico nunca antes observado — um aglomerado de enormes nuvens de gás intergalático “chovendo” sobre um buraco negro supermassivo situado no centro de uma enorme galáxia a um bilhão de anos-luz de distância da Terra.
Novas observações do ALMA mostram a primeira evidência direta de que nuvens densas frias podem coalescer a partir de gás intergalático quente e mergulhar no coração de uma galáxia, alimentando o seu buraco negro supermassivo central. Estas observações mudaram o modo como os astrônomos pensavam que os buracos negros se alimentavam, num processo chamado acreção.
Anteriormente os astrônomos pensavam que, nas galáxias maiores, os buracos negros supermassivos tinham uma dieta lenta e contínua de gás quente ionizado vindo do halo da galáxia. As novas observações feitas com o ALMA mostram que, quando as condições meteorológicas intergaláticas são as certas, os buracos negros podem igualmente “engolir” uma enorme quantidade de nuvens gigantes caóticas de gás molecular muito frio.
“Embora tenha havido uma previsão teórica importante em anos recentes, esta é a primeira evidência observacional inequívoca de uma chuva caótica e fria, que alimenta um buraco negro supermassivo,” disse Grant Tremblay, um astrônomo da Universidade de Yale em New Haven, Connecticut, EUA, antigo bolsista do ESO e autor principal do novo artigo científico que descreve estes resultados. “É empolgante pensar que podemos estar mesmo observando uma tempestade, cobrindo toda a galáxia, que alimenta um buraco negro cuja massa é cerca de 300 milhões de vezes a do Sol.”
Tremblay e a sua equipe utilizaram o ALMA para observar o aglomerado estranhamente brilhante de cerca de 50 galáxias, coletivamente chamadas Abell 2597. No seu centro situa-se uma galáxia elíptica massiva chamada, de forma descritiva, Galáxia Mais Brilhante do Aglomerado Abell 2597. Banhando o espaço entre estas galáxias, no interior do aglomerado, encontra-se uma atmosfera difusa de gás quente ionizado, o qual tinha sido anteriormente observado com o Observatório de raios X Chandra da NASA.
“Este gás muito quente pode esfriar rapidamente, condensar e precipitar, do mesmo modo que ar quente e úmido na atmosfera terrestre pode dar origem a nuvens de chuva e precipitação,” disse Tremblay. “As nuvens recentemente condensadas “chovem” depois na galáxia, dando origem a formação estelar e alimentando o seu buraco negro supermassivo.”
Os pesquisadores descobriram perto do centro desta galáxia o seguinte cenário: três núcleos massivos de gás frio que se aproximam do buraco negro supermassivo, situado no centro da galáxia, a cerca de um milhão de quilômetros por hora. Cada nuvem destas contém tanta matéria como um milhão de Sóis e apresenta uma dimensão de dezenas de anos-luz.
Normalmente, objetos nesta escala de grandezas são difíceis de distinguir a estas distâncias cósmicas, mesmo com a enorme resolução do ALMA. No entanto, a observação destas nuvens deve-se às “sombras” de bilhões de anos-luz de comprimentos que projetam em direção da Terra.
Dados adicionais do National Science Foundation´s Very Long Baseline Array indicam que as nuvens de gás observadas pelo ALMA estão a apenas cerca de 300 anos-luz de distância do buraco negro central, ou seja, estão praticamente prontas para serem “devoradas”, em termos astronômicos.
Apesar do ALMA ter apenas conseguido detectar três nuvens de gás frio perto do buraco negro, os astrônomos pensam que podem existir milhares destes objetos na vizinhança, preparando-se o buraco negro a receber uma “chuva” contínua, que poderá alimentar a sua atividade durante um longo período de tempo.
Os astrônomos planejam agora procurar estas “tempestades” em outras galáxias, de modo a determinarem se tal meteorologia cósmica é tão comum como as atuais teorias sugerem.

sábado, 16 de julho de 2016

PRIMEIRA DETECÇÃO DE METANOL NUM DISCO DE FORMAÇÃO PLANETARIA


O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) detectou a molécula orgânica de álcool metílico (metanol) no disco protoplanetário da TW Hydrae.
 Esta é a primeira vez que se detecta tal composto num disco de formação planetária jovem. O metanol é a única molécula orgânica complexa detectada até agora em discos, que deriva inequivocamente de uma forma gelada. A sua detecção ajuda os astrônomos a compreender os processos químicos que ocorrem durante a formação de sistemas planetários e que, em última instância, levam à criação dos ingredientes necessários à vida.
O disco protoplanetário em torno da jovem estrela TW Hydrae é o disco mais próximo da Terra que se conhece, situando-se a uma distância de apenas 170 anos-luz. Como tal é um alvo ideal para os astrônomos estudarem este tipo de objetos. O sistema assemelha-se bastante ao que os astrônomos pensam que terá sido o Sistema Solar durante a sua formação, há mais de 4 bilhões de anos atrás.
O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) é o mais poderoso observatório que existe atualmente para mapear a composição química e a distribuição de gás frio em discos próximos. Estas capacidades únicas foram utilizadas por um grupo de astrônomos liderados por Catherine Walsh (Observatório de Leiden, Holanda) para investigar a química do disco protoplanetário da TW Hydrae.
As observações ALMA revelaram pela primeira vez as impressões digitais do álcool metílico gasoso, ou metanol (CH3OH), num disco protoplanetário. O metanol, um derivado do metano, é uma das maiores moléculas orgânicas complexas detectadas em discos até hoje. Identificar a sua presença em objetos pré-planetários representa um marco importante para compreender como é que as moléculas orgânicas são incorporadas nos planetas em nascimento.
Adicionalmente, o metanol é ele próprio um bloco constituinte de espécies mais complexas de importância prebiótica fundamental, como os compostos dos aminoácidos. Por tudo isto, o metanol desempenha um papel vital na criação da química orgânica rica necessária à vida.
Catherine Walsh, autora principal deste estudo, explica: “Encontrar metanol num disco protoplanetário mostra a capacidade única do ALMA em investigar o complexo reservatório orgânico gelado dos discos, permitindo-nos pela primeira vez olhar para trás no tempo, para a origem da complexidade química numa maternidade planetária em torno de uma estrela jovem do tipo do Sol.”
A existência de metanol gasoso num disco protoplanetário tem uma importância única em astroquímica. Enquanto outras espécies detectadas no espaço são formadas apenas pela química de fase gasosa, ou então por uma combinação das fases gasosa e sólida, o metanol é um composto orgânico complexo, que é formado apenas na fase gelada através de reações na superfície de grãos de poeira.
A visão apurada do ALMA permitiu igualmente aos astrônomos mapear o metanol gasoso no disco de TW Hydrae, revelando um padrão em forma de anel, para além da emissão significativa com origem próximo da estrela central.
A observação do metanol na fase gasosa, combinada com informação sobre a sua distribuição, sugere que o metanol se terá formado nos grãos gelados do disco, tendo sido subsequentemente libertado sob a forma gasosa. Esta primeira observação ajuda a clarificar o mistério da transição gelo-gás do metanol e, mais geralmente, os processos químicos em ambientes astrofísicos.
Ryan A. Loomis, um co-autor do estudo, acrescenta: “A existência de metanol gasoso no disco é um indicador inequívoco de processos químicos orgânicos ricos numa fase inicial de formação estelar e planetária. Este resultado é importante no sentido de compreendermos como é que a matéria orgânica se acumula em sistemas planetários muito jovens.”
Esta primeira detecção de sucesso do metanol gasoso frio num disco protoplanetário significa que a produção de química gelada pode agora ser explorada nos discos, abrindo caminho para futuros estudos de química orgânica complexa em locais de formação planetária. Os astrônomos têm agora acesso a uma nova e poderosa ferramenta na busca de exoplanetas que possam abrigar vida.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

ALMA DETECTA O OXIGENIO MAIS DISTANTE OBSERVADO ATÉ HOJE


Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma equipe de astrônomos conseguiu detectar oxigênio brilhante numa galáxia distante observada apenas 700 milhões de anos depois do Big Bang.
Trata-se da galáxia mais longínqua na qual foi detectado oxigênio de forma inequívoca, que está certamente sendo ionizado pela forte radiação emitida por estrelas gigantes jovens. Esta galáxia pode bem ser um exemplo de um dos tipos de fontes responsáveis pela reionização cósmica na história primordial do Universo.
Astrônomos do Japão, Suécia, Reino Unido e ESO utilizaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para observar uma das mais distantes galáxias conhecidas. A galáxia SXDF-NB1006-2 tem um desvio para o vermelho de 7,2, o que significa que a observamos apenas 700 milhões de anos após o Big Bang.
A equipe esperava investigar os elementos químicos pesados presentes na galáxia, uma vez que estes elementos nos informam sobre o nível de formação estelar existente, fornecendo assim pistas sobre o período da história do Universo conhecido por reionização cósmica.
“Procurar elementos pesados no Universo primordial é um passo essencial para explorar a formação estelar neste período,” disse Akio Inoue da Universidade de Osaka Sangyo, Japão, o autor principal do artigo científico que descreve estes resultados e que foi publicado na revista Science. “Estudar elementos pesados também fornece pistas para compreender como é que as galáxias se formaram e o que é que causou a reionização cósmica,” acrescentou.
Na época anterior à formação dos objetos, o Universo encontrava-se cheio de gás eletricamente neutro. No entanto, quando os primeiros objetos começaram a brilhar, algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang, emitiram forte radiação que começou a quebrar os átomos neutros — ionizando o gás. Durante esta fase — conhecida por reionização cósmica — todo o Universo se modificou de forma drástica. No entanto, não há consenso sobre quais os tipos de objetos que causaram a reionização. Estudar as condições existentes em galáxias muito distantes pode ajudar a responder a esta questão.
Antes de observarem esta galáxia distante, os astrônomos fizeram simulações de computador para prever quão facilmente se poderia observar evidências de oxigênio ionizado com o ALMA. Levaram também em conta observações de galáxias semelhantes mas que se encontram muito mais próximas da Terra e concluíram que a emissão do oxigênio poderia ser detectada, mesmo a grandes distâncias [.
Em seguida a equipe realizou observações de elevada sensibilidade com o ALMA e descobriu radiação emitida por oxigênio ionizado na galáxia SXDF-NB1006-2, sendo esta a detecção inequívoca de oxigênio mais distante obtida até hoje. Trata-se assim de evidência sólida da presença de oxigênio no Universo primordial, apenas 700 milhões de anos após o Big Bang.
Descobriu-se que o oxigênio em SXDF-NB1006-2 é dez vezes menos abundante do que no Sol. “A baixa abundância encontrada é esperada, uma vez que o Universo era ainda jovem, apresentando uma curta história de formação estelar nessa altura,” comentou Naoki Yoshida da Universidade de Tóquio. “As nossas simulações previram efetivamente uma abundância dez vezes menor que a do Sol. No entanto, temos outro resultado que é inesperado: uma pequena quantidade de poeira.”
A equipe não conseguiu detectar nenhuma emissão de carbono vinda da galáxia, sugerindo que esta jovem galáxia contém muito pouco hidrogênio gasoso não ionizado. Os astrônomos descobriram ainda que a galáxia contém apenas uma pequena quantidade de poeira, constituída por elementos pesados. “Algo estranho se passa nesta galáxia,” disse Inoue. “Penso que quase todo o gás se encontra altamente ionizado.”
A detecção de oxigênio ionizado indica que muitas estrelas muito brilhantes, dezenas de vezes mais massivas que o Sol, se formaram na galáxia e se encontram a emitir radiação ultravioleta intensa, necessária à ionização dos átomos de oxigênio.
A falta de poeira na galáxia permite que a radiação ultravioleta escape e ionize enormes quantidades de gás fora da galáxia. "SXDF-NB1006-2 poderá ser um protótipo das fontes de radiação responsáveis pela reionização cósmica,” disse Inoue.
“Este é um passo importante no sentido de compreendermos que tipo de objetos causaram a reionização cósmica,” explicou Yoichi Tamura da Universidade de Tóquio. “As nossas próximas observações com o ALMA já começaram. Observações de mais alta resolução permitirão ver a distribuição e os movimentos do oxigênio ionizado na galáxia, fornecendo-nos assim informações vitais que nos ajudarão a compreender as propriedades desta galáxia.”

quinta-feira, 14 de julho de 2016

EXCESSO INESPERADO DE PLANETAS GIGANTES EM AGLOMERADOS ESTELARES


Este resultado surpreendente foi obtido com vários telescópios e instrumentos, entre os quais o espectrógrafo HARPS no Observatório de La Silla do ESO. O meio denso do aglomerado originaria interações mais frequentes entre planetas e estrelas próximas, o que poderia explicar o excesso deste tipo de exoplanetas.
Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que existem muito mais planetas do tipo de Júpiter quente do que o esperado num aglomerado estelar chamado Messier 67.
Uma equipe chilena, brasileira e europeia liderada por Roberto Saglia do Max-Planck-Institut für extraterrestrische Physik, em Garching, Alemanha, e Luca Pasquini do ESO, passou vários anos fazendo medições de alta precisão de 88 estrelas pertencentes ao aglomerado Messier 67 [1]. Este aglomerado estelar aberto tem cerca da mesma idade do Sol, e acredita-se que o Sistema Solar teve origem num ambiente similarmente denso.
A equipe utilizou o HARPS, entre outros instrumentos, para procurar assinaturas de planetas gigantes em órbitas de período curto, esperando ver a oscilação de uma estrela causada pela presença de um objeto massivo numa órbita próxima, um tipo de planeta conhecido por Júpiter quente. A assinatura deste tipo de exoplanetas foi encontrada em três estrelas do aglomerado, juntando-se a anteriores evidências da existência de vários outros planetas.
Um Júpiter quente é um exoplaneta gigante com uma massa de mais de um terço da massa de Júpiter. Estes planetas estão “quentes” porque orbitam muito próximo da sua estrela progenitora, como indicado pelo seu período orbital (o seu “ano”) que dura menos de dez dias. São muito diferentes do Júpiter ao qual estamos habituados no nosso Sistema Solar, que tem um "ano" que dura cerca de 12 anos terrestres e é muito mais frio do que a Terra.
“Usamos um aglomerado estelar aberto como se fosse um laboratório para explorar as propriedades dos exoplanetas e as teorias de formação planetária,” explica Roberto Saglia. “Isto porque nestes locais encontramos não só muitas estrelas que possivelmente abrigam planetas, mas também temos um meio denso, no qual os planetas se devem ter formado.
O estudo mostrou que os exoplanetas do tipo de Júpiter quente são mais comuns em torno das estrelas do Messier 67 do que no caso de estrelas fora de aglomerados. “Este é verdadeiramente um resultado surpreendente,” diz Anna Brucalassi, que realizou a análise. “Os novos resultados significam que existem planetas do tipo de Júpiter quente em torno de cerca de 5% das estrelas estudadas do Messier 67 — muitos mais do que os encontrados em estudos comparáveis de estrelas que não se encontram em aglomerados, onde esta taxa é cerca de 1%.”
Os astrônomos pensam que é bastante improvável que estes gigantes exóticos se tenham formado onde os encontramos agora, uma vez que as condições do meio próximo da estrela progenitora não seriam inicialmente as adequadas para a formação de planetas do tipo de Júpiter. É por isso que se pensa que estes planetas se formaram mais afastados, tal como provavelmente também aconteceu com Júpiter, e só depois se aproximaram da estrela progenitora. O que seriam antes planetas gigantes, distantes e frios são agora objetos muito mais quentes. A questão que se põe é então: o que é que fez com que estes planetas migrassem para perto da sua estrela?
Existe um número de possíveis respostas a esta questão, mas os autores concluem que o mais provável é que esta migração seja o resultado de encontros próximos entre estrelas vizinhas, ou até entre planetas em sistemas solares vizinhos, e que o meio próximo de um sistema solar possa ter um impacto significativo no modo como este evolui.
Num aglomerado como Messier 67, onde as estrelas se encontram muito mais próximas do que a média, tais encontros poderão ser muito mais comuns, o que explicaria o enorme número de exoplanetas do tipo de Júpiter quente encontrado.
O co-autor e co-líder Luca Pasquini do ESO reflete sobre a notável história recente do estudo de planetas em aglomerados: “Até há alguns anos atrás nunca tínhamos encontrado exoplanetas do tipo de Júpiter quente em aglomerados abertos. Em três anos o paradigma mudou da total ausência destes planetas para seu excesso!”

quarta-feira, 13 de julho de 2016

PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES DO CENTRO GALÁTICO OBTIDAS COM O INSTRUMENTO GRAVITY

Concepção artística da estrela S2 passando muito perto do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea
 Uma equipe europeia de astrônomos usou o novo instrumento GRAVITY montado no Very Large Telescope do ESO para obter observações do centro da Via Láctea, combinando pela primeira vez radiação coletada pelos quatro Telescópios Principais de 8,2 metros. Estes resultados já fornecem uma ideia da ciência inovadora que o GRAVITY irá fazer, ao sondar os campos gravitacionais extremamente fortes existentes próximo do buraco negro central supermassivo e ao testar a teoria da relatividade geral de Einstein.
O instrumento GRAVITY está atualmente operando com os quatro Telescópios Principais de 8,2 metros do Very Large Telescope do ESO (VLT) e já a partir de resultados preliminares tornou-se claro que brevemente irá produzir ciência de classe mundial.
O GRAVITY faz parte do interferômetro do VLT. Ao combinar a radiação coletada pelos quatro telescópios, consegue atingir a mesma resolução espacial e precisão na medição de posições que um telescópio com 130 metros de diâmetro. O ganho correspondente em poder de resolução e precisão nas posições — um fator de 15 superior aos Telescópios Principais individuais do VLT de 8,2 metros permitirá ao GRAVITY fazer medições extremamente precisas de objetos astronômicos.
Um dos principais objetivos do GRAVITY é fazer observações detalhadas do meio que rodeia o buraco negro de 4 milhões de massas solares que se encontra no centro da Via Láctea [1]. Embora a posição e massa do buraco negro sejam conhecidas desde 2002, ao executar medições precisas dos movimentos das estrelas que o orbitam, o GRAVITY permitirá aos astrônomos sondar o campo gravitacional que rodeia o buraco negro com um detalhe sem precedentes, fornecendo um teste único à teoria da relatividade geral de Einstein.
Nesta perspectiva, as primeiras observações do GRAVITY são já bastante entusiasmantes. A equipe do GRAVITY usou o instrumento para observar uma estrela conhecida por S2, que orbita o buraco negro no centro da nossa Galáxia num período de apenas 16 anos. Estes testes demonstraram de modo impressionante a sensibilidade do GRAVITY, uma vez que o instrumento foi capaz de ver esta fraca estrela em apenas alguns minutos de observação.
A equipe será brevemente capaz de obter posições ultra-precisas da estrela, que equivalerão a medir a posição de um objeto na Lua com a precisão de um centímetro. Esta precisão irá permitir determinar se o movimento em torno do buraco negro segue, ou não, as previsões da relatividade geral de Einstein. As novas observações mostram que o Centro Galático é um laboratório ideal para este tipo de testes.
“Toda a equipe desfrutou de um momento fantástico quando a radiação emitida pela estrela interferiu pela primeira vez — após 8 anos de trabalho árduo,” disse o cientista líder do GRAVITY, Frank Eisenhauer do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre situado em Garching, na Alemanha. “Primeiro estabilizamos a interferência de forma ativa numa estrela brilhante próxima e depois, após apenas alguns minutos, conseguimos ver de fato a interferência da estrela mais fraca — para nosso grande entusiasmo!” À primeira vista parece que nem a estrela de referência nem a estrela em órbita do buraco negro têm companheiras massivas que poderão complicar as observações e análise. “São objetos de teste ideais,” explica Eisenhauer.
Esta indicação de sucesso preliminar chega na hora certa. Em 2018, a estrela S2 estará na sua posição mais próxima do buraco negro, a apenas 17 horas-luz de distância e viajando a quase 30 milhões de quilômetros por hora, o que corresponde a 2,5% da velocidade da luz. A esta distância, os efeitos devidos à relatividade geral serão mais pronunciados e as observações obtidas pelo GRAVITY darão os seus resultados mais importantes .
Esta oportunidade só se repetirá 16 anos depois.

terça-feira, 12 de julho de 2016

VLT OBSERVA UM SISTEMA PLANETÁRIO COM TRES SOIS

Um surpreendente planeta com três sóis
Concepção artística do planeta no sistema HD 131399
 Demostração artística define como seria o sistema HD 131399Ab  composto de um planeta e tres estrelas formando assim um único sistema triplo.
Uma equipe de astrônomos usou o instrumento SPHERE montado no Very Large Telescope do ESO para obter imagens do primeiro planeta já encontrado numa órbita extensa num sistema triplo de estrelas. Esperava-se que a órbita de um planeta deste tipo fosse instável, resultando muito provavelmente num planeta que seria rapidamente ejetado para fora do sistema. No entanto, este planeta tem sobrevivido. Esta observação inesperada sugere que tais sistemas possam ser de fato mais comuns do que se pensava anteriormente. Estes resultados serão publicados online em 7 de julho de 2016 na revista Science.
Tatooine, o planeta natal de Luke Skywalker na saga Guerra das Estrelas, era um mundo estranho com dois sóis no céu, no entanto os astrônomos acabam de descobrir um planeta num sistema ainda mais exótico, onde um observador desfrutaria ou de um dia constante, isto é, sem noite, ou de triplos nasceres e pores de sol todos os dias, dependendo das estações, estações estas que neste planeta duram mais que uma vida humana.
Este mundo foi descoberto por uma equipe de astrônomos liderada pela Universidade do Arizona, no EUA, através de imagens diretas obtidas pelo Very Large Telescope do ESO (VLT), no Chile. O planeta, chamado HD 131399Ab  não é como nenhum outro mundo conhecido — a sua órbita em torno da estrela mais brilhante das três é a maior conhecida num sistema estelar múltiplo. Tais órbitas são frequentemente instáveis, devido à atração gravitacional, complexa e variável, das outras duas estrelas do sistema, e por isso pensava-se que seria muito improvável existirem planetas em órbitas estáveis nestas condições.
Situado a cerca de 320 anos-luz de distância da Terra na constelação do Centauro, HD 131399Ab tem cerca de 16 milhões de anos de idade, o que o torna igualmente num dos exoplanetas mais jovens  descobertos até à hoje, e um dos muito poucos a serem diretamente fotografados. Com uma temperatura de 580 graus Celsius e uma massa estimada de cerca de quatro vezes a massa de Júpiter, este exoplaneta é também um dos mais frios e menos massivos a ter sido fotografado.
“HD 131399Ab é um dos poucos exoplanetas que foram diretamente fotografados, tratando-se do primeiro a ser encontrado numa configuração dinâmica tão interessante,” disse Daniel Apai, da Universidade do Arizona, EUA, e um dos co-autores do novo artigo científico que descreve estes resultados.
“Durante cerca de metade da órbita do planeta — que no total tem uma duração de 550 anos terrestres — as três estrelas estão visíveis no céu; as duas mais fracas encontram-se sempre muito juntas, variando a sua separação aparente relativamente à estrela mais brilhante ao longo do ano,” acrescenta Kevin Wagner, o primeiro autor do artigo e descobridor de HD 131399Ab.
Kevin Wagner, estudante de doutorado da Universidade do Arizona, identificou o planeta no meio de centenas de candidatos e liderou as observações de acompanhamento para verificar a sua natureza.
O planeta marca também a primeira descoberta de um exoplaneta com o auxílio do instrumento SPHERE montado no VLT. O SPHERE é sensível à radiação infravermelha, o que lhe permite detectar assinaturas térmicas de planetas jovens. Ao mesmo tempo possui sofisticadas características que corrigem distúrbios atmosféricos e bloqueiam a luz das estrelas hospedeiras que, de outro modo, seria ofuscante.
Apesar de serem necessárias observações adicionais e de longo termo para determinar de forma precisa a trajetória do planeta em torno das suas estrelas hospedeiras, observações e simulações parecem sugerir o seguinte cenário: estima-se que a estrela mais brilhante seja 80 % mais massiva que o nosso Sol (chamada HD 131399A) e que esteja sendo orbitada pelas duas estrelas menos massivas, B e C, a cerca de 300 UA (sendo que 1 UA corresponde à distância entre a Terra e o Sol). Ao mesmo tempo, as estrelas B e C rodopiam em torno uma da outra, como se fossem um haltere, separadas por uma distância de aproximadamente a distância que separa o Sol de Saturno (10 UA).
Neste cenário, o planeta HD 131399Ab desloca-se em torno da estrela A numa órbita com um raio de cerca de 80 UA, o que corresponde a cerca de duas vezes a órbita de Plutão no Sistema Solar, trazendo o planeta até cerca de um terço da separação entre a estrela A e o par B/C. Os autores apontam para a possibilidade de uma de variedade de cenários orbitais, sendo que o veredito para a estabilidade a longo prazo do sistema terá que esperar pelas observações de acompanhamento planejadas que irão limitar melhor a órbita do planeta.
“Se o planeta estivesse mais afastado da estrela mais massiva, seria certamente lançado para fora do sistema," explica Apai. “As nossas simulações de computador mostraram que este tipo de órbita pode ser estável, mas se variarmos os parâmetros apenas um bocadinho, o sistema torna-se instável muito rapidamente.”
Planetas em sistemas de estrelas múltiplas têm um interesse especial para os astrônomos e cientistas planetários porque mostram como funciona a formação planetária em cenários muito extremos. Apesar dos sistemas de estrelas múltiplas nos parecerem exóticos, uma vez que a nossa órbita se faz em torno de uma estrela solitária, o certo é que os sistemas de estrelas múltiplas são tão comuns como as estrelas individuais.
“Não é claro entender como é que este planeta acabou por ficar retido numa órbita tão extensa neste sistema extremo e não podemos ainda dizer o que é que este fato poderá significar para a compreensão dos tipos de sistemas planetários, no entanto mostra que existe mais variedade do que julgávamos possível,” conclui Kevin Wagner. “O que sabemos é que planetas em sistema de estrelas múltiplas têm sido muito pouco estudados, mas são potencialmente tão numerosos como planetas em sistemas de estrelas únicas.”

segunda-feira, 11 de julho de 2016

KEPLER-62f: ESSE PODE SER O PLANETA MAIS HABITÁVEL QUE JÁ ENCONTRAMOS

exoplaneta Kepler 62f
Exoplaneta Kepler-62f pode ser habitável.Em diferentes cenários e condições, tudo indica que Kepler-62f seja propício à existência de vida.
A descoberta do exoplaneta Kepler-62f foi anunciada em 2013, e esse mundo distante ganhou o título do "menor exoplaneta na zona habitável já encontrado". E agora, um estudo feito por cientistas diz que ele parece ser habitável, mesmo em condições diferentes daquelas que observamos. O estudo foi publicado na revista Astrobiology.
Kpler-62f é apenas 40% maior do que a Terra, e está a 1.200 anos-luz de distância, na constelação de Lyra. ´Como o próprio nome sugere, ele foi descoberto pela Telescópio Espacial Kepler, mas até agora não se sabe muito sobre a elongação de sua órbita.
exoplaneta Kepler-62f pode ser habitável
Exoplaneta Kepler 62f
Ilustração artística do exoplaneta Kepler-62f. Créditos: NASA
A zona-habitável é definida pela distância em que um planeta deve estar de sua estrela mãe, a fim de possibilitar a existência de água líquida em sua superfície, ou seja, se não está tão perto nem tão longe, e nesse caso existem grandes chances de haver água líquida por lá, e portanto, a vida como conhecemos. Essa distância depende de vários fatores, como o tipo de estrela, a radiação que ela emite, a composição atmosférica do planeta, etc... Mas por um golpe de sorte, os cientistas perceberam que Kepler-62f pode ser habitável em diferentes cenários.
"Nós percebemos que uma variedade de composições atmosféricas permitiriam a existência de água líquida em sua superfície", disse a autora principal do estudo, Aomawa Shields, da Universidade da Califórnia. " Isso o torna um forte candidato a planeta habitável."
A sistema de Kepler-62 também abriga outros planetas, e junto com Kepler-62f, Kepler-62e também encontra-se na zona-habitável de sua estrela, porém, os resultados do estudo enfatizaram o planeta mais distante, Kepler-62f.
zona habitável de Kepler 62 e do Sistema Solar em comparação
Créditos: NASA / Ames / JPL-Caltech  ilustração do sistema   Kepler 62f e do Sistema Solar em
Comparação com a zona-habitável    
Para que o planeta permaneça habitável ao longo de sua jornada orbital, os pesquisadores estimam que ele deva ter uma atmosfera 3 ou 4 vezes mais espessa do que a da Terra, e que seja composta principalmente por dióxido de carbono. É possível que Kepler-62f preencha esses requisitos, já que a distância que ele se encontra de sua estrela permite que gases de vulcões, por exemplo, sejam acumulados.
Outros cenários também indicam que Kepler-62f seja habitável, segundo Aomawa. Mesmo que sua atmosfera seja igual a da terra, ou até 12 vezes mais espessa, ele ainda pode ser habitável. Se ele possui a mesma quantidade de dióxido de carbono que possui a Terra, ou até 2.500 vezes mais, ele ainda pode ser habitável. E sobre sua órbita, sendo alongada ou não, os modelos sugerem que ele ainda seria habitável.
"O estudo irá nos ajudar a entender a habitabilidade de certos planetas em diferentes cenários, dos quais ainda não temos informações fornecidas por observações de telescópios", disse Aomawa. "E permitirá gerar uma lista de prioridades de alvos que devemos observar mais de perto com as novas gerações de telescópios mais potentes, que serão capazes de observar detalhes atmosféricos e quem sabe, detectar traços de vida em outros mundos."
Fonte: Astrobiology
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / Ames / JPL-Caltech

domingo, 10 de julho de 2016

ESTRELAS PEQUENAS QUE EMITEM GRANDE QUANTIDADE DE RAIOS X AMEAÇANDO CANDIDATOS A PLANETAS

TW Hya
Jovens estrelas com menos massa do que o Sol pode explodir discos de formação de planetas em torno deles com quantidades poderosos de raios-X.
Os cientistas procuram frequentemente exoplanetas em torno de tais estrelas, porque eles têm propriedades mais favorável para a detecção.
Este resultado revela pistas sobre o processo de formação de estrelas e a taxa de sobrevivência de discos de formação planetária.
dados de Chandra foi usada para olhar a intensidade dos raios-X produzidos pelas estrelas e dados de infravermelho mostrou se o sistema tinha um disco de formação planetária.
Jovens estrelas muito menos massiva que o Sol pode desencadear uma torrente de radiação de raios-X , que pode reduzir significativamente a vida útil dos discos de formação de planetas em torno destas estrelas. Este resultado vem de um novo estudo de um grupo de estrelas próximas, utilizando dados de NASA Observatório de Raios-X Chandra e outros telescópios.
Os pesquisadores encontraram evidências de que a radiação de raios-X intensa produzida por algumas das estrelas jovens na associação TW Hya (TWA), que em média é de cerca de 160 anos-luz de discos a partir da Terra, tem destruído de poeira e gás em torno deles. Estes discos são onde formar planetas. As estrelas são apenas cerca de 8 milhões de anos, em comparação com a idade 4,5 bilhões de anos do Sol Astrônomos querem aprender mais sobre sistemas de esta jovem porque eles estão em uma idade crucial para o nascimento e desenvolvimento precoce de planetas.
Outra diferença fundamental entre o Sol e as estrelas no estudo envolve a sua massa . As estrelas TWA no novo estudo pesam entre cerca de um décimo a metade da massa do Sol e também emitem menos luz. Até agora, não ficou claro se a radiação de raios-X a partir de tais estrelas pequenas, fracas podem afetar seus discos de formação planetária de material. Estas últimas descobertas sugerem que a produção de raios-X um leve da estrela pode desempenhar um papel crucial na determinação do tempo de sobrevivência do seu disco. Estes resultados significam que os astrônomos podem ter de revisitar idéias atuais sobre o processo de formação e as vidas iniciais de planetas em torno dessas estrelas fracas.
Usando dados de raios-X do Observatório de Raios-X Chandra da NASA, o observatório XMM-Newton da Agência Espacial Europeia e do ROSAT (a ROentgenSATellite), a equipe analisou a intensidade dos raios-X produzidos por um grupo de estrelas da TWA, juntamente com quão comum os seus discos de formação de estrelas são. Eles dividir as estrelas em dois grupos para fazer essa comparação. O primeiro grupo de estrelas teve massas que variam de cerca de um terço a metade que a do Sol O segundo grupo continha estrelas com massas apenas cerca de um décimo do tamanho do Sol, que incluiu relativamente massivas anãs marrons , objetos que não têm massa suficiente para gerar reações nucleares auto-sustentáveis ​​em seus núcleos.
Os pesquisadores descobriram que, em relação à sua produção total de energia, as mais massivas estrelas do primeiro grupo produzem raios-X mais do que as menos maciças no segundo. Para descobrir como discos de formação planetária comuns nos grupos foram, a equipe usou dados de NASA Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE) e, em alguns casos, baseados em terra espectroscopia obtido anteriormente por outras equipes. Eles descobriram que todas as estrelas do grupo mais massivo já haviam perdido seus discos de formação de planetas, mas apenas cerca de metade das estrelas no grupo de menor massa tinham perdido seus discos. Isto sugere que os raios X das estrelas mais massivas estão a acelerar o desaparecimento de seus discos, aquecendo material do disco e fazendo-a "evaporar" no espaço profundo.
Uma estrela típica e disco de formação planetária de cada um desses dois grupos de estrelas são mostradas nas ilustrações. A ilustração acima mostra uma das estrelas relativamente altos de massa, que tem um grande número de erupções e manchas. Este é um sinal de sua produção de raios-X reforçada, que é desbaste e destruir os restos de seu disco de formação planetária.
Outra ilustração (abaixo) mostra um dos massa inferior, estrelas mais fracas. Porque não é tão activa em raios-X, que reteve um disco mais espesso que representa um ambiente mais adequado para formar planetas. O processo de formação do planeta causaria lacunas, não mostrado nesta ilustração, a aparecer no disco. Os fluxos perto do centro mostrar como a matéria a partir do disco ainda está caindo sobre a estrela. Estas ilustrações, que não estão à escala - as estrelas são realmente minúsculo em tamanho quando comparados com os seus discos ao redor - são acompanhadas por uma imagem Chandra do jovem sistema estelar binário que foi incluído no novo estudo da TWA.
Tw Hya Ill
Tw Hya Ill
Em estudos anteriores, os astrônomos descobriram que 10 milhões de anos de idade, estrelas na região do Alto Scorpius, outro grupo de formação de estrelas, exibido uma tendência semelhante de um aumento no tempo de vida de discos de estrelas de massa menor. No entanto, o trabalho superior Scorpius não incorporou dados de raios-X que possam oferecer uma explicação para esta tendência, que é uma das razões por que este novo estudo dos 8 milhões de anos de idade TWA é importante. Outra razão é que os modelos teóricos da evolução dos discos de formação de planetas geralmente prevêem que a vida útil dos discos deve ter muito pouca dependência da massa da estrela. Os novos resultados para os "insignificantes" TWA estrelas apontam para a necessidade de rever modelos de evolução de disco para explicar a gama nas saídas de raios-X de estrelas muito baixas em massa.
Em busca de planetas fora do nosso Sistema Solar , muitos astrônomos têm focado seus esforços em estrelas de observação com menos massa do que o Sol, como os descritos aqui. Essas estrelas podem oferecer alguns dos melhores alvos para a imagem latente direta de exoplanetas na zona habitável chamada, a faixa de distância da estrela-to-planeta onde pode existir água líquida e vida pode eventualmente florescer. Estas estrelas de baixa massa também são alvos atraentes porque são relativamente fracos e planetas em suas zonas habitáveis ​​devem ser mais fáceis de detectar e investigar.
Estes resultados aparecem no Astronomical Journal e estão disponíveis on-line . Os autores deste trabalho são Joel Kastner (Rochester Institute of Technology), David Principe (Universidad Diego Portales, Chile), Kristina Punzi (RIT), Beate Stelzer (INAF Palermo, Itália), Uma Gorti (SETI Institute), Ilaria Pascucci ( University of Arizona), e Costanza Argiroffi (INAF).
da NASA Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo de Chandra.
Fatos para TW Hya Associação:
Crédito Raio-X: NASA CXC / RIT / J.Kastn /D
Data de lançamento 13 de junho de 2016
Escala imagem Inset é 1,23 arcmin todo (cerca de 0,07 anos-luz)
Categoria Normais Clusters Estrelas & estrela
Coordenadas (J2000) RA 17.20s 11h 21m | Dezembro -34 ° 46 '45.50 "
constelação Hidra
Data de Observação 01 de abril de 2011
Tempo de observação 4 horas 10 min.
Obs. identidade 12389
Instrumento ACIS
Referências Kastner, J. et ai. 2016, AJ, (aceite); arXiv: 1.603,09307
Código de cores raios-X (roxo)
Raio X
Distância Estimada  Cerca de 179 anos-luz

sábado, 9 de julho de 2016

VLA J2130 + 12: A VERDADEIRA IDENTIDADE DE UMA FONTE INCOMUM NA VIA LÁCTEA FOI REVELADO


VLA J2130 + 12
Este objeto contém um buraco negro muito tranquilo, algumas vezes a mais da massa do Sol, a cerca de 7.200 anos-luz da Terra.
Esta descoberta implica que pode haver muitos mais buracos negros na galáxia do que anteriormente contabilizados.
Dados do Chandra mostram a fonte só pode estar emitindo uma quantidade muito pequena de raios-X, uma importante pista para a sua verdadeira natureza.
Astrônomos identificaram a verdadeira natureza de uma fonte incomum na Via Láctea galáxia. Conforme descrito em nossa mais recente comunicado de imprensa , esta descoberta sugere que poderia haver um número muito maior de buracos negros na galáxia que tenham sido previamente desaparecidos.
O resultado foi feita pela combinação de dados de vários telescópios diferentes que detectam várias formas de luz , cada um fornecendo informações importantes. Estes telescópios incluídos da NASA Chandra X-ray Observatory , o Telescópio Espacial Hubble, da NSF Karl G. Jansky Very Large Array (VLA), Telescópio Green Bank, Observatório de Arecibo, eo Europeia Very Long Baseline Interferometry rede.
A natureza colaborativa do presente estudo é representado neste gráfico multi-painel. O grande painel mostra uma imagem composta Chandra e óptica do aglomerado globular M15 localizado na nossa galáxia, onde os raios-X de dados são roxo e os dados ópticos são vermelho, verde e azul. A fonte a ser estudado aqui é brilhante em ondas de rádio, como mostrado na imagem VLA close-up, mas os dados do Chandra revelam que só pode estar emitindo uma quantidade muito pequena de raios-X.
Este novo estudo indica esta fonte, chamado VLA J213002.08 + 120904 (VLA J2130 + 12 para o short), contém um buraco negro algumas vezes a massa do nosso Sol, que é muito lentamente puxando em material de uma estrela companheira. A este ritmo de alimentação insignificante, VLA J2130 + 12 não foi previamente marcado como um buraco negro, uma vez que carece de alguns dos sinais indicadores de que os buracos negros em sistemas binários normalmente exibem.
Anteriormente, a maioria dos astrônomos pensavam que VLA J2130 + 12 foi, provavelmente, uma galáxia distante. medições precisas dos telescópios de rádio mostrou que esta fonte era realmente bem dentro de nossa galáxia e cerca de cinco vezes mais perto de nós do que M15. dados do Hubble identificou a estrela companheira em VLA J2130 + 12 tendo apenas cerca de um décimo a um quinto da massa do Sol
O brilho de rádio observado e o limite no brilho de raios-X do Chandra permitiu aos pesquisadores para descartar outras interpretações possíveis, como uma estrela de ultra-cool anão, uma estrela de nêutrons ou um anã branca puxa material de distância de uma estrela companheira.
Como este estudo só cobriu uma pequena pedaço de céu, a implicação é que não deve haver muitos desses buracos negros tranquilos ao redor da Via Láctea. As estimativas são de que dezenas de milhares de milhões desses buracos negros poderiam existir dentro de nossa galáxia, cerca de três a milhares de vezes mais do que estudos anteriores sugeriram.
Um papel que descreve estes resultados apareceram no Astrophysical Journal. Os autores foram Bailey Tetarenko (Universidade de Alberta), Arash Bahramian (Alberta), Robin Aranson (Alberta), James Miller-Jones (Centro Internacional de Rádio Astronomia Research), Serena Repetto (Technion), Craig Heinke (Alberta), Tom Maccarone (Universidade Texas tech), Laura Chomiuk (Michigan State Univsersity), Gregory Sivakoff (Alberta), Jay Strader (Estado de Michigan), Franz Kirsten (ICRAR) e Wouter Vlemmings (Universidade de Tecnologia de Chalmers).
da NASA Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo de Chandra.
Fatos para VLA J2130 + 12:
Crédito Raio-X: NASA / CXC / Univ. de Alberta / B.Tetarenko et ai; Optical: NASA / STScI; Rádio: NSF / AUI / NRAO / Curtin Univ./J. Miller-Jones
Data de lançamento 27 de junho de 2016
Escala A imagem principal é de 2,6 minutos de arco de diâmetro (cerca de 5,4 anos-luz); imagem ampliada é de 6 segundos de arco de diâmetro (cerca de 0,2 anos-luz)
Categoria Buracos negros , Binários Neutron Estrelas / raios-X
Coordenadas (J2000) RA 58s 21h 29m | Dez + 12 ° 10 '00.02 "
constelação Pégaso
Data de Observação 12 pointings entre agosto 2000 e outubro 2013
Tempo de observação 63 horas 25 min (2 dias 15 horas 25 min).
Obs. identidade 675, 1903, 2412, 2413, 4572, 9584, 11029, 11886, 11030, 13420, 13710, 14618
Instrumento ACIS
Referências Tetarenko, B., 2016, APJ (aceite); arXiv: 1.605,00270
Código de cores raios-X (roxo); Optical (vermelho, verde e azul); Radio (verde)
RádioóticoRaio X
Distância Estimada de Cerca de 7.200 anos-luz