terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

ESTUDO COM ASTEROIDES ``GÊMEOS`` REFORÇA TEORIA DO PLANETA NOVE


Gravidade do misterioso mundo gigante teria dado um chega pra lá em um asteroide binário
Um dos assuntos espaciais que mais deu o que falar no ano passado foi o Planeta Nove. Você já deve ter ouvido falar nele: muitos astrônomos estão certos de que um mungo gigantesco, dez vezes mais massivo e quatro vezes maior que a Terra, exista nos confins do Sistema Solar. Mais especificamente, em algum lugar entre 200 e 1.200 vezes a distância da Terra até o Sol (essa distância é chamada de unidade astronômica). Ou seja, ele fica pelo menos sete vezes mais longe que Plutão.
Acontece que até agora ninguém foi capaz de localizar o planeta misterioso, porque ele reflete pouca luz solar.
Sua existência só foi inferida graças ao estudo de asteroides cujas órbitas são quase tão longínquas quanto a do Planeta Nove: os chamados objetos trans neptunianos extremos (ETNOs, na sigla em inglês). Eles apresentam perturbações orbitais que só podem ser explicadas pela influência gravitacional de um corpo com as dimensões desse mundo gigante.
Astrônomos do Institudo de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC) estudaram dois desses ETNOs, o 2004 VN112 e o 2013 RF98, e chegaram a conclusões interessantes, apresentadas em um artigo  no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. que reforçam ainda mais a tese de que o Planeta Nove realmente está lá. Análises determinaram a composição dos dois corpos e revelaram uma notável semelhança entre ambos.
São tão parecidos que os pesquisadores acham que eles formavam um sistema binário, ou seja, orbitavam um pertinho do outro e tiveram uma origem comum. Mas, em algum momento entre 5 milhões e 10 milhões de anos atrás, o Planeta Nove passou perto dos dois e deu um chega pra lá no par, lançando um para cada canto do espaço.
"Estamos propondo a possibilidade de que anteriormente eles eram um asteroide binário que se desconectaram durante um encontro com um objeto mais massivo", disse em comunicado a líder da pesquisa, Julia de León. Depois de tanta pista nos dizendo que o P.9 existe mesmo, só falta agora algum astrônomo do tipo Sherlock Holmes localizá-lo. O consenso na comunidade científica é que ele não conseguirá se esconder por muito mais tempo.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

SUPER TELESCÓPIO PROMETE TRAZER AS PRIMEIRAS IMAGENS DE BURACOS NEGROS

Einstein já antecipava em suas teorias o que devemos visualizar: Um anel de luz brilhante ao redor de um ponto negro. Mas como, pelo menos até hoje, ninguém foi capaz de realmente ver um buraco negro, surpresas podem ocorrer e um mundo novo de possibilidades podem surgir  .
Um novo telescópio que deve começar a funcionar entre os dias 5 e 14 de abril de 2017 promete revolucionar nossa compreensão sobre buracos negros. E nada melhor do que começar essa aventura a partir do buraco negro supermassivo Sagittarius A*, que encontra-se no centro de nossa galáxia, a cerca de 26 mil anos luz de distância.
O supertelescópio Event Horizon Telescope (EHT) (que até em seu nome faz referência ao horizonte de eventos, de onde nada escapa, nem mesmo a luz) reúne dados de diversos telescópios distribuídos em uma grande rede ao redor do mundo, atingindo assim, segundo os cientistas, um nível de resolução que permitirá "ver" o gigantesco buraco negro Sagittarius A*.
Schwarzschild black hole
Uma simulação de uma lente gravitacional feita por um buraco negro, distorcendo a imagem de fundo da Via Láctea. 
Como eu já disse, nunca é uma boa ideia ir contra as ideias de Einstein, mas, se conseguirmos ver algo muito diferente do que prevíamos, teremos que rever a teoria da gravidade”, afirmou à BBC o diretor do projeto Sheperd Doeleman, do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts.
Na realidade, os cientistas só são capazes de afirmar que os buracos negros realmente existem por conta de estudos e cálculos que mostram que eles devem estar lá. São como rastros de algo gigantesco agindo na invisibilidade de sua própria grandiosidade.
Por tudo isso, a missão do novo supertelescópio EHT é tão importante, sendo capaz de capturar um vislumbre "visual" do monstro que habita o centro da nossa galáxia, e colocando à prova praticamente todas as teorias e estudos sobre buracos negros que a comunidade científica já produziu.
Agora só podemos esperar ansiosamente pelas descobertas desse novo projeto, que segundo a equipe de pesquisadores, devem estar disponíveis a partir do fim de 2017 até o início de 2018.
Não é que nosso próximo Ano Novo poderá inaugurar uma nova era de conhecimento, capaz de reescrever tudo o que acreditávamos saber sobre o Universo? É aguardar pra ver!...
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / NASA / ESA / G. Bacon

domingo, 26 de fevereiro de 2017

MOLÉCULAS ORGÂNICAS FORAM DETECTADAS NO PLANETA ANÃO CERES

moléculas orgânicas encontradas em Ceres
Quem diria, há alguns anos, que um objeto parecido com Ceres poderia ter os blocos primordiais da vida?
O planeta anão Ceres está se tornando cada vez mais um mundo interessantíssimo de se observar. Recentemente, os cientistas revelaram uma das descobertas mais incríveis até agora: Ceres possui os ingredientes necessários para a vida!
Usando dados do espectrômetro VIMS, da sonda Dawn, um grupo de cientistas confirmou a existência de moléculas orgânicas em Ceres, o que indica que o planeta anão poderia ter as condições favoráveis para a vida.
moleculas organicas - Ceres
moleculas organicas - Ceres
Imagem composta realçada do mapa registrado pelo espectrômetro da sonda Dawn
mostra a região próxima da Cratera de Ernunet.Créditos: NASA / JPL-Caltech / UCLA / ASI / INAF
Os resultados do estudo, liderado por Maria Cristina de Sanctis, do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, Itália, foram apresentados na revista Science, e mostra como o sensor da sonda Dawn detectou a presença de compostos alifáticos em sua superfície.
Os alifáticos são um tipo de composto orgânico onde átomos de carbono formam cadeias abertas que são comumente ligadas com oxigênio, nitrogênio, enxofre e cloro. O menos complexo alifático é o metano, que foi detectado em muitos locais ao longo do Sistema Solar - incluindo na atmosfera marciana e na forma líquida e gasosa na lua Titã, de Saturno.
Como consta no estudo, a Dra. Maria Cristina e seus colegas determinaram que os dados espectrais obtidos pelo instrumento VIMS correspondem a presença de hidrocarbonetos em uma região próxima da Cratera de Ernutet. Essa cratera, localizada no hemisfério norte de Ceres tem 52 km de diâmetro. Os compostos alifáticos detectados estavam em uma área de 1.000 metros quadrados, próximo da cratera.
A equipe descartou a possibilidade das moléculas orgânicas terem vindo de fora (através de cometas ou asteroides). Apesar de cometas e asteroides rochosos já serem conhecidos por conter moléculas orgânicas em seu interior, as concentrações detectadas em Ceres se distribuem de forma aleatória e não contínua, mesmo em crateras altamente desgastadas.
compostos organicos - Ceres
Dados obtidos pela sonda Dawn mostram as detecções de compostos orgânicos.
Cores quentes representam maior concentração.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / UCLA / ASI / INAF / MPS / DLR / IDA
"A composição que vemos em Ceres é semelhante a alguns meteoritos que têm orgânicos", afirma a Dra. Maria Cristina. "Consideramos a origem endógena (interior) e exógena (exterior), mas a última parece menos provável devido a várias razões, incluindo a maior abundância observada em Ceres se comparada aos meteoritos."
Poderia existir vida em Ceres?
Encontrar compostos orgânicos, que são os blocos principais para a construção da vida, é um fator importante quando o assunto é "hospitalidade". A missão Dawn, lançada em 2007 para estudar Vesta e Ceres (os maiores objetos do Cinturão de Asteroides), já custou cerca de 467 milhões de dólares, mas vem apresentando resultados e descobrindo segredos fantásticos desse pequeno planeta anão. mudando a forma como vemos os corpos menores do Sistema Solar.
Ceres é, depois da Terra, o maior reservatório de água do Sistema Solar interior. E no que diz respeito a energia, Ceres é privilegiado mais uma vez, já que fica a apenas 2,8 Unidades Astronômicas (UA) do Sol (1 Unidade Astronômica equivale a distância média entre a Terra e o Sol). Europa e Encélado, outros dois objetos que podem abrigar algum tipo de vida, estão bem mais longes da nossa estrela, a 5,2 e 9 UAs, respectivamente.
Onde a vida pode existir no Sistema Solar - em escala com a Terra
Onde a vida pode existir no Sistema Solar - em escala com a Terra
Na imagem (em escala) vemos alguns corpos do Sistema Solar que podem abrigar vida.
Encélado (satélite de Saturno), Ceres, Ganimedes (satélite de Júpiter), Tritão (satélite de Netuno), Titã (satélite de Saturno) e Europa (satélite de Júpiter). No centro temos a Terra para termos uma dimensão melhor desses objetos.Créditos: divulgação
Juntando tudo, existe sim uma chance de Ceres abrigar algum tipo de vida, e quanto mais os cientistas o observam, mais chances temos de desvendar esse mistério, e descobrir se de fato Ceres possui ou já possuiu alguma forma de vida, seja em sua superfície ou abaixo dela.
Considerando que Ceres teve origem há cerca de 4.5 bilhões de anos, quando o Sistema Solar estava se formando, compreender sua possível habitabilidade é um passo muito importante que pode lançar uma luz sobre a origem, evolução e distribuição de vida em nosso Sistema Solar.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

TRAPPIST-1 A ANÃ SUPERFRIA E OS SEUS SETE PLANETAS


Mundos temperados do tamanho da Terra descobertos em sistema planetário extraordinariamente rico. crédito ESO.
Astrônomos descobriram um sistema com sete planetas do tamanho da Terra a cerca de apenas 40 anos-luz de distância. Com o auxílio de telescópios no espaço e também no solo, incluindo o Very Large Telescope do ESO, os planetas foram todos detectados quando passavam em frente da sua estrela progenitora, a estrela anã superfria chamada TRAPPIST-1. De acordo com o artigo científico publicado hoje na revista Nature, três dos planetas situam-se na zona habitável da estrela e poderão ter oceanos de água à superfície, aumentando a possibilidade deste sistema planetário poder conter vida. O sistema tem ao mesmo tempo o maior número de planetas do tamanho da Terra descoberto até agora e o maior número de mundos que poderão ter água líquida em sua superfície.
Os astrônomos utilizaram o telescópio TRAPPIST-South instalado no Observatório de La Silla do ESO, o Very Large Telescope (VLT) situado no Paranal e o Telescópio Espacial Spitzer da NASA, além de outros telescópios em todo o mundo para confirmar a existência de pelo menos sete pequenos planetas em órbita da estrela anã vermelha fria TRAPPIST-1. Todos os planetas, com os nomes TRAPPIST-1b, c, d, e, f, g, h — por ordem crescente de distância à sua estrela — têm tamanhos semelhantes à Terra.
Diminuições na emissão da luz estelar causados por cada um dos sete planetas ao passarem em frente à estrela — os chamados trânsitos — permitiram aos astrônomos retirar informação sobre os seus tamanhos, composições  e órbitas. Os pesquisadores descobriram que pelo menos os seis planetas mais internos são comparáveis à Terra em termos de tamanho e temperatura.
O autor principal Michaël Gillon do Instituto STAR da Universidade de Liège, Bélgica, está muito contente com os resultados: “Trata-se de um sistema planetário extraordinário — não apenas por termos encontrado tantos planetas mas porque todos eles são surpreendentemente parecidos com a Terra em termos de tamanho!”
Comparação dos tamanhos dos planetas da TRAPPIST-1 com os corpos do Sistema Solar
Com apenas 8% da massa do Sol, TRAPPIST-1 é muito pequena em termos estelares apenas um pouco maior que o planeta Júpiter  e por isso apesar de se encontrar próxima a nós na constelação de Aquário, é muito fraca. 
Os astrônomos esperavam que tais estrelas anãs pudessem conter muitos planetas do tamanho da Terra em órbitas apertadas, o que as tornam alvos interessantes para a busca de vida extraterrestre, no entanto a TRAPPIST-1 é o primeiro sistema deste tipo a ser encontrado.
O co-autor Amaury Triaud explica: “A energia emitida por estrelas anãs como TRAPPIST-1 é muito menor do que a liberada pelo nosso Sol e por isso os planetas têm que ocupar órbitas muito mais próximas da estrela do que as que observamos no Sistema Solar para poderem ter água na superfície. Felizmente, parece que este tipo de configuração compacta é exatamente o que observamos em torno de TRAPPIST-1!”
A equipe determinou que todos os planetas no sistema são semelhantes à Terra e a Vênus em termos de tamanho, ou ligeiramente menores. As medições de densidade sugerem que pelo menos os seis planetas mais internos têm provavelmente uma composição rochosa.
As órbitas dos planetas não são muito maiores que as apresentadas pelo sistema de satélites galileanos situado em torno de Júpiter, sendo muito menores que a órbita de Mercúrio no Sistema Solar. No entanto, o pequeno tamanho da TRAPPIST-1 assim como a sua temperatura baixa significam que a emissão de energia dirigida aos seus planetas é semelhante à recebida pelos planetas internos do nosso Sistema Solar; os planetas TRAPPIST-1c, d, f recebem quantidades de energia comparáveis às que os planetas Vênus, Terra e Marte, respectivamente, recebem do Sol.
Os sete planetas descobertos neste sistema estelar podem potencialmente conter água líquida em sua superfície, apesar das distâncias orbitais tornarem alguns candidatos mais prováveis a esta condição do que outros. Os modelos climáticos sugerem que os planetas mais internos, TRAPPIST-1b, c, d, são provavelmente muito quentes para possuírem água líquida, exceto talvez numa pequena fração das suas superfícies. A distância orbital do planeta mais exterior do sistema, TRAPPIST-1h, ainda não foi confirmada, embora este objeto pareça encontrar-se muito afastado e frio para poder conter água líquida  assumindo que não ocorrem nenhuns processos de aquecimento alternativos. No entanto, os planetas TRAPPIST-1e, f, g representam o “santo graal” para os astrônomos que procuram planetas, uma vez que orbitam na zona habitável da estrela e poderão conter oceanos de água em suas superfícies.
Estas novas descobertas fazem do sistema TRAPPIST-1 um alvo muito importante para um futuro estudo. O Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA já está sendo utilizado para procurar atmosferas em torno destes planetas e o membro da equipe Emmanuël Jehin está entusiasmado com as perspectivas futuras:”Com a próxima geração de telescópios, como o European Extremely Large Telescope do ESO e o Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA, vamos muito rapidamente poder procurar água e talvez até evidências de vida nestes mundos.”

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

DESCOBERTO UM NOVO SISTEMA EXTRA SOLAR, UMA ESTELA ANÃ VERMELHA CHAMADA TRAPPIST-1

Cena do ESOcast 96
 Estrelas anãs como o TRAPPIST-1 são muito comuns na nossa Galáxia, o que torna sistemas planetários como este alguns dos melhores locais para a procura de vida fora da Terra. Este ESOcast leva-nos numa viagem até um tal sistema, o qual tem ao mesmo tempo o maior número de planetas do tamanho da Terra e o maior número de mundos potencialmente habitáveis descobertos até agora.
Astrônomos descobriram um sistema com sete planetas do tamanho da Terra a cerca de apenas 40 anos-luz de distância. Com o auxílio de telescópios no espaço e também em solo, incluindo o Very Large Telescope do ESO, os planetas foram todos detectados quando passavam em frente da sua estrela hospedeira, a estrela anã superfria chamada TRAPPIST-1.
Três dos planetas situam-se na zona habitável da estrela e poderão ter oceanos de água em sua superfície, aumentando a possibilidade deste sistema planetário poder conter vida. O sistema tem ao mesmo tempo o maior número de planetas do tamanho da Terra descoberto até agora e o maior número de mundos que poderão ter água líquida em sua superfície. Este episódio do ESOcast descreve esta descoberta, mostrando o que poderá significar sete mundos potencialmente habitáveis do tamanho da Terra em órbita da estrela próxima TRAPPIST-1. A apenas 40 anos-luz de distância, o tamanho diminuto da estrela, assim como a sua emissão de radiação fraca, significam que se trata de uma anã muito fria.
O ESOcast 96 explora esta importante descoberta, desde como os astrónomos fizeram as complicadas medições necessárias para encontrar e estudar os planetas — incluindo observações obtidas com o Very Large Telescope do ESO — até ao potencial que cada mundo tem em sustentar vida tal como a conhecemos. Três dos planetas do sistema orbitam na zona habitável em torno da TRAPPIST-1 e poderão ter oceanos de água nas suas superfícies.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

OBSERVAÇÕES INDICAM QUE PRÓXIMA B PODE SER UM MUNDO COM ÁGUA E MAIS HABITÁVEL DO QUE IMAGINÁVAMOS

Proxima b orbitando sua estrela anã vermelha O Exoplaneta mais próximo do nosso Sistema Solar pode ser coberto por um oceano de água líquida com mais de 200 km de profundidade!
A descoberta de um planeta nas proximidades da estrela Proxima Centauri certamente se tornou uma notícia emocionante, pois além de ser o exoplaneta mais próximo do Sistema Solar, tudo indicava que ele era um planeta parecido com a Terra, localizado na zona-habitável de sua estrela (onde a água pode existir em estado líquido na superfície). Mas algumas coisas ainda não estavam claras, até agora...
Um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Marselha e do Instituto Carl Sagan, indica que a massa do exoplaneta pode consistir em até 50% de água, o que o tornaria um "planeta oceânico".
De acordo com os resultados da equipe Pale Red Dot, Proxima Centauri b orbita sua estrela a uma distância estimada de 7 milhões de km (apenas 5% da distância entre a Terra e o Sol). Seu período orbital seria de 11 dias, e o exoplaneta tem rotação sincronizada (como a nossa Lua) ou ressonância orbital 3:2, ou seja, completa 3 rotações a cada 2 órbitas ao redor da estrela.
Devido a isso, a água líquida pode se limitar ao lado voltado para sua estrela (se o planeta tiver rotação sincronizada), ou na zona tropical (no caso de uma ressonância orbital 3:2). Além disso, a radiação que Próxima b recebe de sua estrela anã vermelha é bem maior do que aquela que estamos acostumados aqui na Terra.
No entanto, de acordo com um estudo conduzido por Bastien Brugger do Laboratório de Astrofísica da Universidade de Marselha, Proxima b pode ser mais úmido do que se pensava anteriormente. A equipe de pesquisa usou modelos de estrutura interna para calcular o raio e a massa de Próxima b.
mundo de água
Ilustração artística mostra como os astrônomos acreditavam ser a superfície do exoplaneta Próxima b.Estudos recentes mostram que ele pode ser mais úmido do que se pensava.
Créditos: ESO      
Seus modelos foram baseados na suposição de que Próxima b seja um planeta terrestre (composto de material rochoso e minerais) e que não tem uma atmosfera maciça. Com base nestes pressupostos, e nas estimativas de massa produzidas pela pesquisa da Pale Red Dot (~ 1,3 massas terrestres), concluiu-se que Próxima b tem um raio que fica entre 0,94 e 1,4 vezes o raio da Terra, e uma massa que é aproximadamente 1,1 e 1,46 vezes a da Terra.
Essa gama de tamanhos permite algumas composições planetárias muito diferentes. Por um lado, Próxima b pode ser um planeta menor e mais massivo do que a Terra, parecido com Mercúrio. Por outro lado, na outra extremidade de possibilidades, Próxima b pode ser um pouco maior e mais massivo do que a Terra, provavelmente composto por 50% de água.
"Se o raio é 0,94 o raio da Terra, então Próxima b é totalmente rochoso com um núcleo metálico enorme (como nosso vizinho Mercúrio)", disse Bastien. "Pelo contrário, Próxima b pode chegar a um raio de 1,40 se abrigar uma enorme quantidade de água (50% da massa total do planeta), e neste caso, seria um 'planeta água', com um oceano líquido de 200 km de profundidade! Abaixo disso, a pressão seria tão alta que a água se transformaria em gelo, formando uma camada de mais ou menos 3.000 km de espessura, em que haveria um núcleo composto de rochas. "
Em outras palavras, Próxima b pode ser um planeta com um oceano líquido no lado virado para sua estrela, e coberto por gelo na parte escura (caso tenha rotação sincronizada), ou então, se tem ressonância orbital de 3:2, teria dois oceanos líquidos em ambos hemisférios oriental e ocidental, mantendo algumas regiões congeladas. No entanto, se as estimativas inferiores forem as verdadeiras, então Próxima b seria apenas um planeta rochoso, denso, onde a água líquida é rara de um lado e congelada do outro.
Estudos recentes sugerem que a primeira opção (oceano líquido de um lado e gelo do outro) seria a mais provável, no caso de planetas que orbitam dentro das zonas habitáveis ​​de anãs vermelhas, por conta da rotação sincronizada ser a mais viável.
Talvez o ponto mais interessante dessas novas pesquisas é que elas suportam ainda mais a possibilidade de Próxima b ser um mundo habitável. "Planetas cobertos por grandes oceanos não precisam de uma atmosfera de oxigênio ou nitrogênio para abrigar vida, uma vez que ela pode se desenvolver nas profundezas dos oceanos", disse Bastien.
Mas claro, estes cenários são baseados no pressuposto de que a massa de Próxima b seja algo em torno de 1,3 massas terrestres. Até que o planeta possa ser observado durante um trânsito em Próxima Centauri (passando na frente de sua estrela-mãe de acordo com nosso ponto de vista), os astrônomos não têm certeza absoluta de seu tamanho e massa.
Ainda estamos num longo caminho para desvendar de vez os segredos de tamanho, composição e características de superfície de Próxima b, necessários para compreender se há de fato a chance do exoplaneta abrigar vida. Se houver mesmo a chance de Proxima b ser habitável, já imaginou quais tipos de vida poderiam existir por lá?!!
Imagens: (capa-ilustração/David A Aguilar) / ESO / M. Kornmesser / David A. Aguilar / CfA

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

MAIS DE CEM EXOPLANETAS PODEM TER SIDOS DESCOBERTOS RECENTEMENTE

Ilustração de planeta que orbita a estrela GJ 411, a 8,3 anos-luz - Ricardo Ramirez
Astrônomos acabam de anunciar a descoberta de mais de 100 possíveis novos planetas extrassolares, incluindo um no quarto sistema de estrelas mais próximo do Sol.
Essa lista de possíveis novos exoplanetas surgiu a partir de uma nova análise de dados recolhidos durante 20 anos de observações feitas com o instrumento HIRES (High Resolution Echelle Spectrometer) no Observatório Keck, no Havaí.
Observatório Keck, no Havaí
Observatório "HIRES não foi especificamente otimizado para fazer este tipo de trabalho de detecção de exoplanetas, mas acabou desempenhando um bom trabalho", disse Steve Vogt, co-autor do estudo da Universidade da Califórnia. "Estou muito feliz em contribuir para a ciência que está mudando fundamentalmente a forma como nos vemos o Universo", acrescentou Vogt, que projetou e construiu o instrumento HIRES.
HIRES detecta exoplanetas usando o método da "velocidade radial": O instrumento capta as minúsculas oscilações gravitacionais que os planetas causam em suas estrelas-mãe. Esta estratégia é diferente daquela utilizada pelo mais prolífico caçador de planetas de todos os tempos, o telescópio espacial Kepler da NASA, que por sua vez, capta as ínfimas diminuições de brilho das estrelas quando um planeta cruza seu disco: o famoso "método de trânsito".
No novo estudo, os pesquisadores identificaram 60 candidatos a exoplanetas, bem como 54 sinais sugestivos que exigem uma investigação mais profunda antes que possam ser elevados ao status de candidatos.
Um dos candidatos oficiais orbita a estrela GJ 411 (também conhecida como Lalande 21185), que fica a apenas 8,3 anos-luz do Sol. Apenas três sistemas de estrelas estão mais próximos, sendo que o primeiro lugar pertence a Proxima Centauri, que diga-se de passagem, possui um planeta terrestre já confirmado pelos cientistas, a apenas 4,2 anos-luz da Terra.
O possível planeta que orbita a estrela GJ 411 parece ser pelo menos 3,8 vezes mais maciço do que a Terra, e provavelmente é muito quente para ser habitável, disseram os membros da equipe de estudo. O candidato a exoplaneta fica bem próximo da estrela, completando uma órbita em apenas 10 dias terrestres.
O banco de dados do HIRES consiste em quase 61.000 medições de mais de 1.600 estrelas. Para extrair o máximo de informações possível deste catálogo, os pesquisadores do HIRES compartilharam os dados com outros pesquisadores de exoplanetas de todo o mundo.
"A melhor maneira de avançar o campo e aprofundar nossa compreensão do que esses planetas são feitos é aproveitar as habilidades de uma variedade de instrumentos de precisão de velocidade radial e implantá-los em conjunto", disse Jennifer Burt, membro da equipe de estudos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. "Mas isso exigirá que algumas grandes equipes acabem com a tradição e comecem seriamente a cooperar os esforços".
O novo estudo, que foi conduzido por Paul Butler, do Instituto Carnegie de Ciências, foi publicado na revista The Astronomical Journal.
Até agora. os astrônomos descobriram 3.450 exoplanetas (já confirmados), sendo que 2/3 foram encontrados por Kepler. Ainda existe uma lista com milhares de exoplanetas que aguardam confirmação.
Novas descobertas devem continuar acontecendo no futuro próximo. Como exemplo, a missão Gaia da Agência Espacial Européia, lançada em dezembro de 2013, deve descobrir milhares de planetas extrassolares até o fim de suas operações, assim como o satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da NASA, que deve ser lançado no início de 2018.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PATA DE GATO CELESTE ENCONTRANDO LAGOSTA CÓSMICA

As Nebulosas da Pata do Gato e da Lagosta
Os astrônomos estudam há muito tempo as nuvens cósmicas brilhantes de gás e poeira catalogadas com os nomes NGC 6334 e NGC 6357, sendo esta  uma nova imagem gigante, obtida com o Telescópio de Rastreio do Very Large Telescope do ESO, apenas uma das mais recentes. Com cerca de dois mil milhões de pixels trata-se de uma das maiores imagens alguma vez divulgadas pelo ESO. As formas evocativas destas nuvens levaram a que se lhes desse nomes memoráveis, tais como Nebulosa da Pata do Gato e Nebulosa da Lagosta, respetivamente.
A NGC 6334 situa-se a cerca de 5500 anos-luz de distância da Terra, enquanto que a NGC 6357 se encontra mais afastada, a uma distância de 8000 anos-luz, ambas situadas na constelação do Escorpião, próximo da ponta do espigão.
O cientista britânico John Herschel observou pela primeira vez traços dos dois objetos em noites consecutivas de junho de 1837, durante a sua expedição de 3 anos ao Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Na altura, o fraco poder resolvente do telescópio que possuía apenas lhe permitiu documentar a almofada da garra mais brilhante da Nebulosa da Pata do Gato. Passariam muitas décadas até que as verdadeiras formas destas nebulosas fossem aparentes em fotografias e surgissem os seus nomes populares.
As três almofadas das garras da Pata do Gato visíveis através dos telescópios modernos, assim como as regiões em tenaz da Nebulosa da Lagosta, são efetivamente regiões de gás  predominantemente hidrogênio que brilham sob a influência de estrelas recém nascidas. Com massas cerca de 10 vezes a do Sol, estas estrelas quentes emitem intensa radiação ultravioleta que ioniza os átomos de hidrogênio que permanecem ainda na maternidade estelar que as formou. É por isso que estes vastos objetos do tipo de nuvens, que brilham devido à radiação emitida pelo hidrogênio e outros átomos, são conhecidos por nebulosas de emissão.
Graças ao poder da OmegaCAM, a câmara de 256 milhões de pixels montada no Telescópio de Rastreio do Very Large Telescope (VST), esta imagem revela tentáculos de poeira obscurante serpenteando pelas duas nebulosas. Com 49511 x 39136 pixels trata-se de uma das maiores imagens jamais divulgadas pelo ESO.
A Omega CAM é sucessora do célebre instrumento Wide Field Imager (WFI) do ESO, atualmente instalado no telescópio MPG/ESO em La Silla. O WFI foi utilizado para fotografar a Nebulosa da Pato do Gato em 2010, também no visível mas com um filtro que permitiu que o brilho do hidrogênio se tornasse mais resplandescente (eso1003). Entretanto, o Very Large Telescope do ESO observou igualmente a Nebulosa da Lagosta de modo mais profundo, capturando muitas estrelas quentes e brilhantes que influenciam a cor e a forma do objeto (eso1226).
Apesar dos instrumentos de vanguarda usados para observar estes objetos, a poeira nestas nebulosas é tão espessa que muito do seu conteúdo permanece escondido. A Nebulosa da Pata do Gato é uma das maternidades estelares mais ativas do céu noturno, alimentando milhares de estrelas quentes jovens, cuja radiação visível não consegue chegar até nós. No entanto, observações no infravermelho, obtidas com telescópios como o VISTA do ESO, podem espreitar para lá da poeira e revelar-nos a atividade de formação estelar que ocorre no seio destes objetos.
Observar nebulosas a diferentes comprimentos de onda (cores) de radiação dá-nos a possibilidade de fazer diferentes comparações visuais. Quando, por exemplo, observamos estas nebulosas nos maiores comprimentos de onda do infravermelho, uma parte da NGC 6357 parece-se com uma pomba e outra parte com uma caveira; por isso também se chama a este objeto Nebulosa Guerra e Paz.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

A VISÃO COLORIDA DO HUBBLE SOBRE O UNIVERSO

Esta imagem, chamada de Hubble Extreme Deep Field (XDF), combina observações de Hubble tomadas na última década de um pequeno pedaço de céu na constelação de Fornax. 
Com um total de mais de dois milhões de segundos de tempo de exposição, é a imagem mais profunda do universo já feita, combinando dados de imagens anteriores, incluindo o Hubble Ultra Deep Field (tomado em 2002 e 2003) e Hubble Ultra Deep Field Infrared (2009) .
A imagem cobre uma área inferior a um décimo da largura da Lua cheia, tornando-se apenas um 30 milionésimo do céu inteiro. No entanto, mesmo nesta pequena fração do céu, a longa exposição revela cerca de 5500 galáxias, algumas delas tão distantes que as vemos quando o Universo era inferior a 5% da sua idade atual.
A imagem do Hubble eXtreme Deep Field contém vários dos objetos mais distantes já identificados.
Crédito:
NASA, ESA, G. Illingworth, D. Magee e P. Oesch (Universidade da Califórnia, Santa Cruz), R. Bouwens (Universidade de Leiden) e a Equipa HUDF09

sábado, 18 de fevereiro de 2017

MESSIER 100 NASA ESA DIVULGA IMAGEM DE M100 EM SUPER RESOLUÇÃO

Imagem de Hubble que mostra uma vista de campo mais larga, incluindo mais dos braços espirais.
Messier 100 é um exemplo perfeito de uma grande galáxia espiral de design, um tipo de galáxia com braços espirais proeminentes e bem definidos. Estas estruturas empoeiradas redemoinham ao redor do núcleo da galáxia, e são marcadas por uma agitação da atividade da formação de estrela em que pontos de Messier 100 estão a vista com estrelas azuis brilhantes, de grande massa.
Nesta imagem do telescópio espacial de Hubble da NASA / ESA, é a mais detalhada feita até agora, e mostra o núcleo brilhante da galáxia e as partes mais íntimas de seus braços espirais. Messier 100 tem um núcleo galáctico ativo - uma região brilhante no núcleo da galáxia causada por um buraco negro supermassivo que está engolindo ativamente material, que irradia brilhantemente quando cai para dentro.
Os braços espirais da galáxia também hospedam buracos negros menores, incluindo o mais jovem já observado em nosso bairro cósmico, que é o resultado de uma supernova observada em 1979.
Messier 100 está localizado na direção da constelação de Coma Berenices, cerca de 50 milhões de anos-luz de distância.
A galáxia tornou-se famosa no início dos anos 90 com a liberação de duas imagens do objeto tomado pelo  Hubble antes e depois de uma grande reparação feita no espaço do telescópio, que ilustrou a melhoria dramática nas observações do Hubble.
Esta imagem, tomada com o canal de alta resolução da Câmera Avançada para Pesquisas do Hubble, demonstra a evolução contínua das capacidades do Hubble ao longo de duas décadas em órbita. Esta imagem, como todas as imagens de canal de alta resolução, tem um campo de visão relativamente pequeno: apenas cerca de 25 por 25 segundos de arco.
O ESO possui Imagem de telescópio terrestre que seria muito grande e que mostra a galáxia totalmente completa.
Crédito: ESA / Hubble & NASA

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

AS OBSERVAÇÕES CURIOSAS DE MESSIER 74


M74 foi descoberto por Pierre Méchain em 1780.Méchain então comunicou sua descoberta a Charles Messier , que listou a galáxia em seu catálogo . 
Messier 74 (também conhecido como NGC 628 ) é uma galáxia espiral na constelação Pisces ``Peixes``.
Está a uma distância de cerca de 32 milhões de anos-luz de distância da Terra. A galáxia contém dois braços espirais claramente definidos e, portanto, é usado como um exemplo arquetípico de uma grande galáxia espiral de design .A baixa luminosidade da superfície da galáxia torna o objeto de Messier mais difícil para os astrônomos amadores observarem. No entanto, o tamanho angular relativamente grande da galáxia e orientação de frente da galáxia o torna um objeto ideal para astrônomos profissionais que querem estudar os braço espirais e as estrutura de ondas de densidade espiral . Estima-se que M74 é o lar de cerca de 100 bilhões de estrelas.
As Supernovas 
Três supernovas foram identificadas em M74: SN 2002ap , SN 2003gd , e SN 2013ej .
SN 2002ap atraiu grande atenção porque é uma das poucas supernovas de Tipo Ic (ou hipernovas ) observadas em 10 Mpc nos últimos anos. Estas supernovas têm sido usadas para testar teorias sobre as origens de supernovas tipo Ic similares a distâncias maiores e teorias sobre a conexão entre supernova e rajadas de raios gama .
SN 2003gd é uma supernova Tipo II-P. As supernovas de tipo II têm luminosidades conhecidas , de modo que podem ser usadas para medir com precisão as suas distâncias. A distância medida para M74 usando SN 2003gd é 9,6 ± 2,8 Mpc , ou 31 ± 9 milhões ly .Para comparação, as distâncias medidas usando as super gigantes mais brilhantes são 7,7 ± 1,7 Mpc e 9,6 ± 2,2 Mpc .  Ben EK Sugerman encontrou um "eco claro" - um reflexo da explosão de supernova que apareceu após a própria explosão associada com SN 2003gd. Esta é uma das poucas supernovas em que tal reflexão foi encontrada.
Esta reflexão parece ser a partir de poeira em uma nuvem em forma de folha que fica na frente da supernova, e pode ser usado para determinar a composição da poeira interestelar.
O Grupo da galáxia
M74 é o membro mais brilhante do Grupo M74 , um grupo de 5 a 7 galáxias que também inclui a peculiar galáxia espiral NGC 660 e algumas galáxias irregulares . Embora os métodos de identificação de grupo diferentes podem consistentemente identificar muitas das mesmas galáxias membros nesse grupo, e  a associação de grupo exata ainda é incerta.
Dados de observação ( época J2000 )
constelação Peixes
Ascensão direita 01 h  36 m  41,8 s
Declinação + 15 ° 47 '01 "
Redshift 657 km / s
Distância 30 ± 6 Mly
A magnitude aparente  (V) 10,0
Características
Tipo SA (s) c
Número de estrelas 100 bilhões (1 × 10 11 )
Tamanho 95.000 ly (diâmetro)
Tamanho aparente  (V) 10'.5 × 9'.5
Outras designações
NGC 628, UGC 1149, PGC 5974

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

CASSINI REVELA NOVAS IMAGENS OBSERVADAS DE SATURNO E SEU SISTEMA

A nave espacial Cassini da NASA envia seu amor este Dia dos Namorados com fotos dos belos anéis de Saturno, luas e vórtices polares.
Crédito: Ian Regan / Instituto de Ciência Espacial / JPL-Caltech / NASA
A missão Cassini-Huygens - uma colaboração conjunta liderada pela NASA, a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana - foi lançada em 1997 e está em seu último ano em órbita em torno de Saturno. Ao longo de sua estadia no planeta anelado, Cassini capturou fotos extraordinárias que são publicadas em uma galeria de imagens on-line. Qualquer pessoa pode baixar as fotos para criar obras-primas artísticas de seus próprios.
"Estamos tão satisfeitos que as imagens da Cassini inspiraram as pessoas a trabalhar com as próprias imagens para produzir belas criações", disse Linda Spilker, cientista do projeto Cassini no Jet Propulsion Laboratory da NASA, em um comunicado da NASA.
A lua Enceladus de Saturno é visível através de seu E Ring neste compósito de imagens tomadas pela nave espacial Cassini da NASA em 19 de julho de 2013. Crédito: Val Klavans / Instituto de Ciência Espacial / JPL-Caltech / NASA
Esta vista impressionante captura a lua minúscula Enceladus de Saturn, dobrada dentro do anel do E do planeta. A foto é um conjunto de imagens tiradas pela Cassini em 19 de julho de 2013.
Enceladus tem um diâmetro de 504 quilômetros e, apesar de suas temperaturas de congelamento, os cientistas dizem que a lua hospeda água líquida sob sua superfície e, portanto, tem o potencial para suportar a vida.
Um composto da lua de Saturno Titan feita a partir de imagens brutas adquiridas pela sonda Cassini da NASA em 2 de janeiro de 2014. Crédito: Jason Major / Instituto de Ciência Espacial / JPL-Caltech / NASA
Outra incrível foto composta captura a maior lua de Saturno, Titã, como uma lua crescente com uma camada ciano-colorida distinta de neblina na atmosfera superior da lua. As imagens de Titã usadas neste compósito foram capturadas pela Cassini em 2 de janeiro de 2014.
Esta foto da tempestade polar sextavada de Saturn foi tomada pela nave espacial de Cassini da NASA janeiro em 26, 2014, e foi cor-realçada por um cientista da equipe.
Crédito: Roseann Arábia / Instituto de Ciência Espacial / JPL-Caltech / NASA
Esta foto de cor realçada, tirada pela Cassini em 26 de janeiro de 2014, oferece uma vista espetacular da estranha tempestade hexagonal rodopiando acima do pólo norte de Saturno, bem como os anéis icônicos da gigante de gás e atmosfera de bandas.
Antes da missão de Cassini em Saturno chegar ao fim em setembro, a NASA está lançando uma campanha chamada "Cassini Inspires" para celebrar a curiosidade e maravilha que a missão tem incutido na comunidade científica e pública. Com esta campanha, as pessoas são convidadas a compartilhar uma pintura original inspirada em Saturno, música, poesia, ficção, vídeo ou outras mídias em mídias sociais com a tag #CassiniInspires.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

NASA/ESA OBSERVA A MORTE CHAMUSCANTE DE UMA ESTRELA NA NEBULOSA DO OVO PODRE

A nebulosa da calabaza, também conhecida como a nebulosa do ovo podre, está passando de uma gigante vermelha para uma nebulosa planetária, uma corrida selvagem que dura apenas alguns milhares de anos. Crédito: ESA / Hubble & NASA
A morte de uma estrela brilha em detalhes impressionantes em uma imagem lançada pelo Telescópio Espacial Hubble.
A imagem capta a nebulosa Calabash, que é de 1,4 anos-luz de diâmetro e localizado a 5.000 anos-luz da Terra. É mais conhecido como a Nebulosa de ovo podre, porque contém grandes quantidades de enxofre, parte do composto que dá molas de enxofre e ovos podres o mesmo cheiro infeliz.
O sistema está no meio de uma transição violenta: uma estrela gigante vermelha começou a perder suas camadas externas de gás e poeira rapidamente, acelerando-as em direções opostas. O gás visível no amarelo aqui está movendo-se tão rapidamente quanto 1 milhão km / h (600,000 mph). Enquanto estrelas maiores podem acender em uma explosão de supernova, as estrelas de massa mais baixa sofrem esta partida relativamente suave. Calabash era uma estrela desse tamanho, como é o Sol da Terra atualmente.
Formas estranhas da nebulosa. O gás em azul é o material circundante sendo empurrado para fora do caminho. A grande aceleração provavelmente começou há cerca de 800 anos, de acordo com a NASA. Mas o ritmo frenético não vai durar muito tempo, numa escala cósmica, antes que ele transite para um recurso mais duradouro e de expansão lenta.
"Os astrônomos raramente capturam uma estrela nesta fase de sua evolução, porque ocorre em um piscar de olhos - em termos astronômicos", disseram os oficiais da Agência Espacial Européia em um comunicado. "Nos próximos mil anos, a nebulosa deve evoluir para uma nebulosa planetária."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

QUANDO AS ESTRELAS EXPLODEM

Quando as estrelas explodem
A cerca de 75 milhões de anos-luz de distância, na constelação da Virgem, situa-se NGC 4981 — uma galáxia espiral com um passado bastante explosivo.
NGC 4981 foi descoberta por William Herschel em 17 de Abril de 1784 e subsequentemente documentada no Novo Catálogo Geral (New General Catalogue — NGC) de John Dreyer tem a companhia de uma estrela da nossa galáxia via láctea em seu campo visual. Quase dois séculos mais tarde, em 23 de Abril de 1968, esta galáxia foi uma vez mais digna de destaque quando nela ocorreu a explosão de uma supernova do Tipo Ia — uma explosão estelar num sistema binário de estrelas: a SN 1968l. Esta supernova não seria, no entanto, a única observada desta galáxia, já que décadas mais tarde, o colapso do núcleo de uma estrela massiva deu origem à supernova SN 2007c.
Esta bela imagem de NGC 4981 foi obtida pelo instrumento FORS (FOcal Reducer and low dispersion Spectrograph), o espectrógrafo que opera no visível e ultravioleta próximo no Very Large Telescope do ESO (VLT). O FORS é tipo o "canivete suíço" dos instrumentos do ESO — capaz de estudar muitos objetos astronômicos diferentes de muitas maneiras diferentes — e é responsável por algumas das mais icônicas fotografias já capturadas pelo VLT (ver eso9948f e eso0202a).
Os dados que deram origem a esta imagem foram selecionados a partir do arquivo do ESO por Josh Barrington no âmbito do concurso Tesouros Escondidos.
Crédito:ESO

domingo, 12 de fevereiro de 2017

UM ECLIPSE BELO DA LUA DE NEVE COM OBSERVAÇÃO DO COMETA P45


Crédito: Slooh.com
Nos dias 10 e 11 de fevereiro de 2017, a Lua cheia de neve passou pela sombra da Terra em um eclipse lunar penumbral, enquanto o Cometa 45P / Honda-Mrkos-Pajdusáková fez sua aproximação mais próxima. Veja fotos do evento impressionante aqui.
ESTA IMAGEM: Uma imagem de comparação do eclipse lunar penumbral da Lua da Neve capturada pelo Observatório Comunitário Slooh em 10 de fevereiro de 2017 mostra o quanto a lua foi escurecida durante o eclipse relativamente menor. A imagem foi tomada por um telescópio de Slooh.com em Canary Islands de Spain.
Comet 45P Visto por camera do observatório Slooh; 1ª Vista Crédito: Slooh.com
Esta imagem é a primeira de uma série de três imagens do Cometa 45P / Honda-Mrkos-Pajdusáková tomadas pelos telescópios do Observatório Comunitário Slooh por membros em 8 de fevereiro de 2017, apenas dois dias antes da aproximação mais próxima do cometa à Terra em 10 de fevereiro de 2017.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

XJ1500 + 0154:POEIRA DE BURACO NEGRO DEFINE REGISTRO PARA DURAÇÃO E TAMANHO



Um buraco negro supermassivo em uma pequena galáxia, a 1,8 bilhões de anos-luz de distância, tem participado de uma farra de uma estrela de uma década.
Isto é conhecido como um evento de ruptura de maré e acontece quando um objeto fica muito perto de um buraco negro e é despedaçado pela gravidade.
Outros eventos semelhantes já foram vistos antes, mas este é muito mais longo, representando uma refeição invulgarmente maciça.
Um trio de telescópios de raios X orbitando, incluindo Chandra, foi usado para fazer esta descoberta.
Um trio de observatórios de raios-X capturou um evento notável em seus dados: uma farra de uma década por um buraco negro a quase dois bilhões de anos-luz de distância . Esta descoberta foi feita usando dados do Observatório Chandra X-ray da NASA, do Observatório Swift e do XMM-Newton da ESA, conforme relatado em nosso comunicado de imprensa .
A ilustração deste artista descreve o que os astrónomos chamam um "evento de ruptura de marés," ou TDE. Isto é quando um objeto, como uma estrela, vaga muito perto de um buraco negro e é destruído por forças de maré geradas a partir das forças gravitacionais intensas do buraco negro. Durante um TDE, alguns dos detritos estelares são lançados para fora em altas velocidades, enquanto o resto (mostrado como o material vermelho na ilustração) fica mais quente à medida que cai em direção ao buraco negro, gerando um raio X distinto . Um vento que sopra longe deste material infalling é mostrado no azul.
Entre os TDEs observados, este evento envolveu a estrela mais maciça para ser completamente arrancada e devorada por um buraco negro ou a primeira instância onde uma estrela menor estava completamente rasgada. A fonte de raios X resultante é conhecida como XJ1500 + 154 e está localizada em uma pequena galáxia a cerca de 1,8 bilhões de anos-luz da Terra. A imagem óptica na inserção esquerda mostra esta galáxia e uma cruz para marcar a localização de XJ1500 + 0154. Esta imagem revela que XJ1500 + 0154 é encontrado no centro da galáxia, o que implica que a fonte provável provém de um buraco negro supermassivo que reside lá. A imagem à direita mostra XJ1500 + 0154 na imagem Chandra cobrindo o mesmo campo.
A fonte não foi detectada em uma observação de Chandra em 2 de abril de 2005, mas foi detectada em uma observação de XMM-Newton em 23 de julho de 2005 e atingiu o pico de brilho em uma observação de Chandra em 5 de junho de 2008. Essas observações mostram que a fonte Tornou-se pelo menos 100 vezes mais brilhante em raios-X. Desde então, Chandra, Swift e XMM-Newton observaram várias vezes.
Os dados de raios-X também indicam que a radiação do material que rodeia este buraco negro tem superado consistentemente o chamado limite de Eddington , definido por um equilíbrio entre a pressão de saída da radiação do gás quente e a tração para dentro da gravidade do buraco negro .
Este TDE pode ajudar a responder à pergunta sobre como os buracos negros supermassivos no universo primitivo crescem. Se os buracos negros supermassivos podem crescer, a partir de TDEs ou outros meios, a taxas acima dos correspondentes ao limite de Eddington, isso poderia explicar como buracos negros supermassivos foram capazes de atingir massas cerca de um bilhão de vezes maior do que o sol quando o universo era apenas cerca de um Bilhões de anos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

DESCOBERTO BURACO NEGRO QUE ENGOLE QUANTIDADES EXORBITANTES DE MATÉRIA

"Nenhum dos fenômenos era tão luminoso e demorado como esse", descreve pesquisador
Os astrônomos encontraram, por acaso, um buraco negro incomum na constelação de Virgem que engole quantidades exorbitantes de matéria.
O pesquisador da Universidade New Hampshire em Durham, Dacheng Lin, contou sobre esse achado curioso:
"Testemunhamos a agonia excitante e duradoura da estrela. Nos anos anteriores, estávamos buscando sinais e examinando dezenas de rupturas estrelares, mas nenhum dos fenômenos era tão luminoso e demorado como esse", descreve.
Quando estrelas e outros objetos se aproximam do buraco negro, este os engole, mas por partes, lentamente, o que aumenta o brilho da estrela. Esse fenômeno pode ser observado durante meses graças ao atraso gravitacional do tempo nos arredores do buraco negro.
Segundo Lin, a sua equipe descobriu por acaso um dos buracos negros mais extraordinários ao observar o conjunto de galáxias NGC 5813 na constelação de Virgem, localizada a bilhões de anos-luz da Terra. Com ajuda de telescópios, os cientistas descobriram mais uma galáxia, sendo esta mais próxima ao nosso planeta, SDSS J1500+0154, que atualmente está na etapa de formação estrelar. Um buraco negro relativamente pequeno se encontra no seu centro, cuja massa excede a da Terra apenas em um milhão de vezes.
A luminosidade especial deste buraco negro chama a atenção dos astrônomos. Descobriu-se que o buraco esteve ativo nos anos de 2011, 2008 e 2006 e que tem "almoçado" há mais de 11 anos os restos estrelares, concluem cientistas

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

UM BURACO NEGRO PODE CONSTRUIR SUA PRÓPRIA GALÁXIA?

Black hole zapping a galaxy into existence
Este desenho mostra como os jatos de partículas e radiação emanados do buraco negro supermassivo podem forjar galáxias, explicando também a razão pela qual os maiores buracos negros centrais são encontrados em galáxias que contém mais estrelas. Crédito: ESO
O que vem primeiro, os buracos negros supermassivos ou as enormes galáxias nas quais eles residem?
Um novo cenário surgiu de um conjunto recente de observações extraordinárias feitas de um buraco negro sem casa: os buracos negros podem “construir” a sua própria galáxia hospedeira? O quasar observado pode bem ser o elo perdido, há muito procurado, que explica a  razão de que as massas dos buracos negros são maiores em galáxias que contêm maior número de estrelas.
Quem nasceu primeiro?
A questão do tipo ‘quem nasceu primeiro, ovo ou a galinha’ a ser desvendada é: o que se forma primeiro: a galáxia ou o seu buraco negro? “Este é um dos assuntos mais debatidos na astrofísica da atualidade”, disse o autor e líder do trabalho, David Elbaz. “O nosso estudo sugere que os buracos negros supermassivos podem acionar a formação estelar, ‘construindo’ assim suas próprias galáxias hospedeiras. Este achado poderá também explicar porque as galáxias que hospedam buracos negros mais massivos possuem mais estrelas.”
QSO HE0450 2958
Mosaico mostra as diferentes visões deste sistema quasar+galáxia a partir das câmeras ACS e NICMOS do observatório espacial Hubble e o instrumento VISIR do Very Large Telescope do ESO. Crédito: Jahnke et al.
Apresentamos o  ‘quasar-construtor’ HE 0450 2958
Para chegar a uma conclusão de tal quilate, a equipe de astrônomos observou exaustivamente um objeto peculiar, o quasar HE0450-2958 (veja também: “Um buraco negro a procura de um lar”), o único quasar para o qual não havia sido detectada uma galáxia hospedeira. A luz emanada pelo quasar HE0450-2958 leva 5 bilhões de anos para chegar a Terra.
Até agora se especulava que a galáxia hospedeira deste buraco negro supermassivo estaria escondida por trás de grandes quantidades de poeira, e por isso os astrônomos utilizaram um instrumento de detecção de infravermelho montado no Very Large Telescope (VLT) do ESO. Em tais comprimentos de onda, as nuvens de poeira brilham intensamente são prontamente detectadas. “Observar nestes comprimentos de onda nos permite rastrear a poeira que poderia esconder a galáxia hospedeira”, disse Knud Jahnke, que liderou as observações feitas via VLT. “Entretanto, nós não encontramos poeira nenhuma. Por outro lado, nós descobrimos uma galáxia aparentemente não associada, situada na vizinhança do quasar, está excepcionalmente ativa, produzindo estrelas a uma taxa frenética.”
Uma galáxia muito prolífica
Estas observações nos forneceram uma nova visão deste sistema. Embora não haja indícios da presença de estrelas vizinhas ao quasar, sua galáxia companheira é extremamente rica em estrelas muito jovens e brilhantes. Esta galáxia incomum está criando novos sóis a uma taxa equivalente a cerca de 350 novas estrelas por ano, ou seja, uma freqüência cem vezes maior que as observadas nas galáxias típicas do Universo observável.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

NGC 1313: UMA GALÁXIA EXPLOSIVA INCOMUM


Porque é que esta galáxia parece tão agitada? Normalmente, as galáxias em total desordem são resultantes de colisões recentes com outras galáxias. No entanto, a galáxia espiral NGC 1313 parece para nós estar absolutamente solitária.
A NGC 1313 aparece iluminada por energéticas estrelas massivas azuladas supergigantes classe B. Lá, a formação de novas estrelas nos parece tão desenfreada que a NGC 1313 foi classificada com uma ‘starburst galaxy’ (galáxia com surto explosivo de formação estelar).
As características incomuns da NGC 1313, que incluem seus braços espirais desequilibrados e seu eixo de rotação o qual não está no centro da barra do seu núcleo.
Na foto acima, produzida por Robert Gendler, a galáxia explosiva NGC 1313 se espalha por cerca de 50.000 anos-luz e reside a ‘apenas’ 15 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação do Retículo (Reticulum).
Os astrônomos julgam que modelagens computacionais de galáxias como a NGC 1313 poderão elucidar sobre sua natureza incomum.
A NGC 1313 foi analisada por um grupo de astrônomos para explicar a dissolução precoce dos seus aglomerados estelares.
Os aglomerados estelares da NGC 1313

Em fevereiro de 2007, Anne Pellerin, Martin Meyer, Jason Harris e Daniela Calzetti publicaram um estudo (veja a foto acima do Hubble) sobre os aglomerados estelares da NGC 1313 (“Stellar Clusters in NGC 1313: Evidence for Infant Mortality”), onde escreveram:
Nós apresentamos evidências de que a mortalidade prematura dos aglomerados estelares é provavelmente um processo importante e muito eficiente para a dissolução dos agrupamentos estelares jovens da galáxia espiral NGC 1313.
Executando a fotometria estelar PSF a partir das imagens de arquivo da câmera ACS do Hubble da NGC 1313, nós achamos que uma grande fração de estrelas precoces tipo B vistas fora dos aglomerados estelares e bem distribuídas dentro do disco galáctico, o que é consistente com o cenário da dissolução prematura dos aglomerados estelares.
Nós também calculamos o fluxo de radiação ultravioleta (UV) produzida pelas estrelas dentro e fora dos aglomerados e descobrimos que 75% a 90% do fluxo de UV em NGC 1313 têm sido produzidos pelas estrelas fora dos aglomerados estelares. Estes resultados sugerem que a ‘mortalidade precoce’ dos aglomerados de estrelas é provavelmente a causa subjacente da emissão UV difusa em galáxias explosivas (Starburst Galaxies).
A ‘mortalidade precoce’ dos aglomerados também poderia explicar a enorme quantidade observada de estrelas tipo B no campo de fundo também visto em nossa Galáxia. Nós excluímos a possibilidade de que os aglomerados de estrelas de baixa massa ou associações de estrelas tipo O e B poderiam ser as fontes da emissão difusa de UV.
A galáxia explosiva NGC 1313. O estado muito ativo desta galáxia é evidente, mostrando regiões de frenética formação estrelar. Um grande número de nebulosas em formato de superconchas, isto é, casulos de gás inflado e energizado por rajadas sucessivas de formação estelar, são visíveis. As nebulosidades verdes são as regiões que emitem nas linhas de oxigênio ionizado que podem abrigar conjuntos de estrelas muito quentes.
Esta composição colorida foi gerada baseada em imagens obtidas com o instrumento FORS1, em uma das unidades de 8,2-metros do telescópio Very Large Telescope da ESO, localizado em Cerro Paranal. Os dados foram obtidos na noite de 16 de dezembro de 2003, através de filtros em banda larga (R, B e Z) e banda estreita (H-alfa, OI, e OIII). Esta imagem foi processada por Henri Boffin (ESO).

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

QUAL SERIA A SENSAÇÃO DE MORRER NO VÁCUO DO ESPAÇO?

Na sua frente, apenas a escuridão e estrelas muito distantes. Você não sente seu corpo, pois ele está muito leve. Seus olhos secos não conseguem acreditar no que está acontecendo e o ar já não existe. Isso seria muito bom se você estivesse apaixonado, mas deve ser péssimo quando você acabou de sair, sem proteção, no vácuo do espaço. Principalmente porque você sabe que em alguns segundos você vai morrer.
É por essa razão que astronautas precisam utilizar roupas especiais, revestidas com materiais próprios para o isolamento do corpo. Sem elas, o astronauta perderia os sentidos em poucos segundos, podendo chegar à morte em menos de um minuto. Há também uma série de mitos contados a respeito desse assunto, mas você tem que saber quais são os reais.
Será que o sangue realmente ferve quando ficamos sem oxigênio? E os olhos? São jogados para fora do corpo? A resposta está nos próximos parágrafos.O que realmente acontece no vácuo?
Considera-se que o vácuo seja a total ausência de matéria (visível ou invisível) em determinada região. Isso inclui os gases (como o oxigênio), que são responsáveis pela nossa sobrevivência. 
Logo, o vácuo não é seguro para quem está sem traje espacial. Se você ou qualquer outra pessoa estivesse no vácuo, não demoraria até que sentisse o que descrevemos no primeiro parágrafo.
No primeiro momento, o oxigênio é expelido dos pulmões, fazendo com que a pessoa perca a consciência (por falta de oxigenação no cérebro) em cerca de 15 segundos. Depois disso, não demora mais do que dois minutos até que os órgãos parem de trabalhar e a pessoa venha a óbito.
A NASA diz, em seu site oficial, que em 1965 ocorreu uma experiência acidental com humanos no vácuo. Durante uma simulação, o traje de um astronauta (cujo nome não é divulgado) se rompeu. Ele ficou consciente por 14 segundos e em seguida desmaiou; logo em seguida, foi iniciada a despressurização do simulador e ele sobreviveu.Seguindo o relato, a NASA afirma que, quando recobrou a consciência, o astronauta disse ter ouvido o oxigênio saindo de seu corpo, assim como sentiu muita água em sua língua e a sensação de que ela estava fervendo.
E se eu prender a respiração?
É comum pensar que se estivermos com a respiração presa, poderíamos aguentar mais tempo no vácuo. 
Essa é a forma menos eficaz de sobreviver no vácuo, pois a morte seria ainda mais rápida. Como o pulmão está cheio de gases, ao sair de um ambiente pressurizado para o vácuo, todos eles se expandiriam em instantes. Por essa razão, os pulmões seriam rompidos e você morreria em menos de 10 segundos.
Congelamento, sangue fervente e outros mitos
Realmente é possível que o sangue sofra reações anormais no vácuo, mas dentro do corpo ele jamais ferveria. Ainda nas veias e artérias, o sangue não obedece às leis físicas que se aplicam ao vácuo e, por isso, não reage como faria em um ambiente sem matéria.
Outro mito é em relação à temperatura no vácuo. Muitas pesquisas apontam para o fato de que não existe calor na ausência de matéria (sem átomos, não há como existir vibrações térmicas), por isso seria impossível morrer congelado ao ficar perdido no espaço. O que acontece é que o corpo vai perdendo calor lentamente (já sem vida) até chegar a um ponto em que possa congelar. Mas ninguém vive tempo o bastante para isso.
Realmente, sair no vácuo do espaço é morte certa. É verdade que grande parte dos mitos que ouvimos acerca de explosões de órgãos e congelamentos instantâneos não faz parte da realidade, mas não é por isso que você pode dar um passeio espacial sem os trajes adequados. 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O BURACO NEGRO DA VIA LÁCTEA ESTÁ EJETANDO BOLAS CÓSMICAS DE GÁS

buraco negro engolindo uma estrela
O buraco negro supermassivo que habita o centro da nossa galáxia pode ser considerado bastante "dócil", mas ainda assim, ele tem seus dias de fúria...
Recentemente, os astrônomos perceberam que nosso buraco negro central está ejetando bolas de gás em nossa direção. Cada "pequena" bola cuspida tem o tamanho aproximado de Júpiter! E uma nova simulação apresentada agora em 2017, na Reunião de Inverno da American Astronomical Society mostra como podemos registrar esses eventos.
A cada dez mil anos ou mais, uma estrela azarada passa muito perto do buraco negro central da Via Láctea. As forças gravitacionais de maré sugam a estrela, fazendo com que ela adquira a forma de um espaguete. Com isso, cria-se um fluxo de gás em rotação que arremessa metade da massa da estrela para o espaço galático, enquanto a outra metade é devorada pelo buraco negro. Parte do gás pode se afastar suficientemente do buraco negro e se dividir em fragmentos de tamanho planetário.
Esse evento chamado "evento de ruptura das marés" cria cerca de 100 ou mais fragmentos de tamanho entre Netuno e Júpiter, que são lançados a incríveis velocidades de 1.000 a 10.000 quilômetros por segundo.
Rastreando as bolas cósmicas
Astronomicamente falando, seria muito difícil identificar as ejeções cósmicas de um buraco negro, já que elas ocorrem no centro da Via Láctea e são relativamente pequenas. Logo vem a pergunta: será que conseguimos detectar todas elas? Eden Girma, estudante da Universidade de Harvard e membro do Banneker / Aztlan Institute, se dispôs a responder essa pergunta.
Eden Girma simulou o caminho que esses fragmentos fariam à medida que saíam do buraco negro. Ela fez isso primeiramente simulando a ruptura de 50 estrelas. Então, para cada um desses eventos de ruptura de maré, ela somou as forças sobre os fragmentos que se formaram, rastreando suas trajetórias por mais de 10 bilhões de anos e observando se os fragmentos permaneciam ligados à galáxia ou se escapariam completamente. O vídeo abaixo mostra a simulação feita por ela. O ponto amarelo mostra a posição do Sol na galáxia em relação à posição do buraco negro central.
A simulação nos mostra que apenas 5% permanecem ligados ao buraco negro, e provavelmente dentro de várias centenas de anos-luz, nunca se aproximando suficientemente da Terra para serem detectáveis. Mas a grande maioria, segundo Eden, escapa não apenas do buraco negro, como também da Galáxia. 95% dos fragmentos ejetados saíram da Via Láctea em diferentes direções, a velocidades de aproximadamente 10.000 km/s, chegando a mais de 10 milhões de anos-luz de distância.
Planetas errantes?
Com base em suas velocidades de escape e trajetórias, Eden estima que esses objetos chegariam numa proximidade máxima de 700 anos-luz de distância. Esses fragmentos estelares se parecem com planetas errantes por conta de suas altas velocidades. Planeta errante é um planeta que foi expulso de seu sistema, seja por conta de um impacto ou por interações gravitacionais. Esses planetas vagam pelo espaço interestelar, e hora ou outra, são detectados daqui da Terra.
Mas apesar de terem a massa de planetas gigantes gasosos, eles são bem diferentes de planetas reais. Ao contrário dos planetas errantes, eles não se formam ao longo de milhões de anos, mas sim em um ou dois anos. Eles são formados principalmente por hidrogênio e hélio, que compunham a estrela original.
planeta errante - planeta perdido no espaço interestelar
Planeta errante - planeta perdido no espaço interestelar 
Ilustração artística de um planeta errante (planeta perdido no espaço interestelar
após ser arremessado por forças gravitacionais ou de impacto).
Créditos: NASA / Caltech / divulgação
Mas sua detecção não é fácil. Esses fragmentos ejetados pelos buracos negros são fontes de infravermelho fraco, por conta do calor de sua formação. Embora essas fontes fracas estejam fora do alcance dos telescópios atuais, o Telescópio Espacial James Webb pode ser capaz de detectá-los. Mas teremos que ter um pouco de paciência, afinal, o James Webb só será lançado em outubro de 2018.
Outra opção é que o futuro Telescópio Large Synoptic Survey (que examinará todo o céu visível a partir do hemisfério sul, todos os dias) que será lançado em meados de 2022, possa detectar o brilho tênue de uma estrela de fundo conforme um fragmento do tamanho de um planeta passa na sua frente. Essa técnica chamada "lente gravitacional" ainda é difícil de ser utilizada através dos telescópios atuais.
As chances de detectarmos as cuspidas cósmicas de um buraco negro central não são pequenas. Vale lembrar que a nossa galáxia vizinha (Andrômeda) também possui seu buraco negro central, que provavelmente, também está ejetando bolas cósmicas para o espaço. Basta encontrarmos uma forma de enxergá-las!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

NOVO OBJETO ESTRANHO É ENCONTRADO NO PLANETA MARTE


Um robô da Nasa, a agência espacial americana, descobriu o que pode ser um meteorito metálico na superfície de Marte. Se confirmado, seria o terceiro objeto deste tipo encontrado pelo jeep-robô Curiosity desde agosto de 2012, quando pousou na superfície do planeta.
Uma imagem do objeto, feita no último dia 12 e disponibilizada no site da Nasa, revela que ele já foi "escaneado" pelo raio laser que o veículo usa para vaporizar parte da superfície de amostras, enquanto um espectrômetro detecta sua composição através da análise da nuvem de plasma provocada pelo raio.
As imagens sugerem que o suposto meteorito poder ser feito de uma combinação entre ferro e níquel, e se isso for confirmado pela análise dos dados coletados pelo Curiosity, se saberá que ele foi formado a partir do núcleo de um asteroide. As imagens também revelam que o objeto tem sulcos compatíveis com o atrito de entrada na atmosfera de um planeta.
"O objeto foi batizado de Ames Knob e e lembra outro meteorito examinado pelo Curiosity em novembro, e cuja análise revelou uma composição de ferro e níquel", disse Guy Webster, um porta-voz da Nasa, ao site americano IFL Science.
Veículos-robô em Marte já encontraram sete meteoritos metálicos no planeta (pelo menos sete foram localizados por outros veículos americanos, o Opportunity e o Spirit), mas o interessante nisso tudo é essa particularidade de seu perfil. Na Terra, 95% dos meteoritos encontrados são rochosos.
Por quê isso ocorreu? Pode ser fruto da diferença de ambientes entre os dois planetas no que diz respeito à erosão. Ou pelo fato de o terreno escarpado de Marte tornar mais difícil a localização de rochas específicas.
A ausência de oxigênio e água na atmosfera de Marte impede a oxidação de objetos metálicos, que são erodidos pelo vento e mudanças de temperatura.
Observações iniciais das imagens sugerem, de acordo com a revista New Scientist, que o meteorito pode ter caído há relativamente pouco tempo, pois sua superfície parece suave e brilhante - ele ainda não teria sido erodido. Só que também pode se tratar de um meteorito antigo que foi polido pelas violentas tempestades de areia que atingem o planeta.
O Curiosity percorreu mais de 15 km desde que pousou no interior da Cratera Gale, há quatro anos e meio. Os cientistas americanos esperam tentar criar uma linha de tempo para as transformações ambientais sofridas pelo planeta - acredita-se, por exemplo, que a cratera, hoje um imenso deserto assolado por ventos, já foi um imenso lago que poderia ter abrigado algum tipo de vida.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

VIA LÁCTEA SE MOVE AO SER EMPURRADA E PUXADA GRAVIATACIONALMENTE

 Arco ascendente da Via Láctea foi observado em Mauna Kea, no Havaí
Arco ascendente da Via Láctea foi observado em Mauna Kea, no Havaí
Nossa galáxia se desloca a uma velocidade de mais de 2 milhões km/h, e um dos responsáveis por esse movimento seria um imenso vazio no espaço profundo que a "empurra" - revela um estudo publicado nesta segunda-feira (30) na revista Nature Astronomy.
Embora não percebamos, a Terra gira sobre seu eixo a 1.600 km/h, e em volta do Sol a 100.000 km/h. O astro orbita o centro da Via Láctea a 850.000 km/h. E nossa galáxia navega a quase 2,3 milhões km/h, ou seja, 630 quilômetros por segundo.
Há 40 anos, os astrofísicos tentam compreender o que causa o deslocamento da Via Láctea e sua direção.
Nos anos 1980, os astrônomos descobriram que uma região de aglomerados de galáxias situada a cerca de 150 milhões de anos-luz da Terra atraía a Via Láctea sob o efeito da gravidade.
Posteriormente, perceberam que um grupo de mais de duas dúzias de galáxias chamado Concentração Shapley, situado a 600 milhões de anos-luz, exercia o mesmo efeito.
Ambos os fenômenos eram insuficientes, porém, para explicar o movimento da Via Láctea.
O novo estudo revela o papel de um "vazio" extragaláctico, quase totalmente desprovido de matéria visível e invisível.
"Se você cria um vácuo em uma região do universo, os elementos que se encontram na periferia se afastarão, porque eles vão ser atraídos por outras regiões sob o efeito da gravidade", explica o engenheiro francês Daniel Pomarede, integrante da equipe internacional de astrofísicos que fez o estudo, dirigida por Yehuda Hoffman, da Universidade Hebraica de Jerusalém.
"Cartografamos em 3D o fluxo das galáxias através do espaço e descobrimos que a Via Láctea estava se afastando a grande velocidade de uma vasta região muito pouco densa, até então não identificada", que foi chamada de Dipole Repeller, relatou Hoffman.
"Além de ser puxada em direção à conhecida Concentração Shapley, a Via Láctea também está sendo empurrada para longe do recém-descoberto Dipole Repeller", acrescentou.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

UM IMENSO BURACO CORONAL DO SOL ESTÁ DE FRENTE COM A TERRA

um grande buraco coronal de frente com a Terra
Auroras polares super brilhantes estão a caminho!
Um enorme buraco que compreende quase a metade do disco solar se abriu na atmosfera do Sol, e está lançando um fluxo de vento solar diretamente em direção à Terra. Isso é um evento comum, que acontece de tempos em tempos, e não há motivos para preocupação. Mas como o buraco coronal está voltado para a Terra, o nosso campo magnético mostrará seu poder dentro de algumas horas, ao barrar os ventos solares e criar as belíssima auroras polares super brilhantes.
O Observatório Solar Dynamics da NASA fotografou a estrutura gigante, que se estende da região sul e toma grande parte da face do Sol:
buraco coronal gigantesco - janeiro de 2017
Buraco coronal registrado em 31 de janeiro de 2017 pelo instrumento AIA,
no comprimento de onda de 211, pelo Observatório Solar Dynamics. Créditos: NASA / SDO / HelioViewer
Essa região escura é o que chamamos de "buraco coronal", uma área onde o campo magnético do Sol se abre e permite que o vento solar escape. A sonda STEREO da NASA registrou recentemente o fluxo que flui desse gigantesco buraco coronal, e sua velocidade é muito alta: quase 750 quilômetros por segundo!
Com uma velocidade extrema, esse fluxo de vento solar deverá provocar auroras polares assim que chegar na Terra, além de leves distúrbios em satélites e sistemas de posicionamento (GPS), o que deve acontecer já nesse dia 1° de fevereiro. Fiquem ligados!
Imagens: (capa-NASA/SDO) / NASA / SDO / HelioViewer