terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

NGC 1313: UMA GALÁXIA EXPLOSIVA INCOMUM


Porque é que esta galáxia parece tão agitada? Normalmente, as galáxias em total desordem são resultantes de colisões recentes com outras galáxias. No entanto, a galáxia espiral NGC 1313 parece para nós estar absolutamente solitária.
A NGC 1313 aparece iluminada por energéticas estrelas massivas azuladas supergigantes classe B. Lá, a formação de novas estrelas nos parece tão desenfreada que a NGC 1313 foi classificada com uma ‘starburst galaxy’ (galáxia com surto explosivo de formação estelar).
As características incomuns da NGC 1313, que incluem seus braços espirais desequilibrados e seu eixo de rotação o qual não está no centro da barra do seu núcleo.
Na foto acima, produzida por Robert Gendler, a galáxia explosiva NGC 1313 se espalha por cerca de 50.000 anos-luz e reside a ‘apenas’ 15 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação do Retículo (Reticulum).
Os astrônomos julgam que modelagens computacionais de galáxias como a NGC 1313 poderão elucidar sobre sua natureza incomum.
A NGC 1313 foi analisada por um grupo de astrônomos para explicar a dissolução precoce dos seus aglomerados estelares.
Os aglomerados estelares da NGC 1313

Em fevereiro de 2007, Anne Pellerin, Martin Meyer, Jason Harris e Daniela Calzetti publicaram um estudo (veja a foto acima do Hubble) sobre os aglomerados estelares da NGC 1313 (“Stellar Clusters in NGC 1313: Evidence for Infant Mortality”), onde escreveram:
Nós apresentamos evidências de que a mortalidade prematura dos aglomerados estelares é provavelmente um processo importante e muito eficiente para a dissolução dos agrupamentos estelares jovens da galáxia espiral NGC 1313.
Executando a fotometria estelar PSF a partir das imagens de arquivo da câmera ACS do Hubble da NGC 1313, nós achamos que uma grande fração de estrelas precoces tipo B vistas fora dos aglomerados estelares e bem distribuídas dentro do disco galáctico, o que é consistente com o cenário da dissolução prematura dos aglomerados estelares.
Nós também calculamos o fluxo de radiação ultravioleta (UV) produzida pelas estrelas dentro e fora dos aglomerados e descobrimos que 75% a 90% do fluxo de UV em NGC 1313 têm sido produzidos pelas estrelas fora dos aglomerados estelares. Estes resultados sugerem que a ‘mortalidade precoce’ dos aglomerados de estrelas é provavelmente a causa subjacente da emissão UV difusa em galáxias explosivas (Starburst Galaxies).
A ‘mortalidade precoce’ dos aglomerados também poderia explicar a enorme quantidade observada de estrelas tipo B no campo de fundo também visto em nossa Galáxia. Nós excluímos a possibilidade de que os aglomerados de estrelas de baixa massa ou associações de estrelas tipo O e B poderiam ser as fontes da emissão difusa de UV.
A galáxia explosiva NGC 1313. O estado muito ativo desta galáxia é evidente, mostrando regiões de frenética formação estrelar. Um grande número de nebulosas em formato de superconchas, isto é, casulos de gás inflado e energizado por rajadas sucessivas de formação estelar, são visíveis. As nebulosidades verdes são as regiões que emitem nas linhas de oxigênio ionizado que podem abrigar conjuntos de estrelas muito quentes.
Esta composição colorida foi gerada baseada em imagens obtidas com o instrumento FORS1, em uma das unidades de 8,2-metros do telescópio Very Large Telescope da ESO, localizado em Cerro Paranal. Os dados foram obtidos na noite de 16 de dezembro de 2003, através de filtros em banda larga (R, B e Z) e banda estreita (H-alfa, OI, e OIII). Esta imagem foi processada por Henri Boffin (ESO).

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