quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
GIGANTESCOS DEPÓSITOS DE ÁGUA FORAM ENCONTRADOS ABAIXO DO SOLO DE MARTE
Alguns metros abaixo da superfície marciana, pesquisadores encontraram uma quantidade absurda de água pura!
Há cerca de 4 bilhões de anos, Marte perdeu sua atmosfera e tornou-se um mundo seco e hostil. Apesar disso, os cientistas já conhecem há algum tempo os grandes depósitos de gelo de água, que encontram-se principalmente nas regiões polares do planeta.
Agora, um estudo liderado pela U.S. Geological Survey, mostra que a erosão de superfície do Planeta Vermelho revelou depósitos gigantescos de gelo de água abaixo da superfície. O estudo foi publicado na revista Science, e foi liderado por Colin M. Dundas, pesquisador da U.S. Geological Survey, membro do Lunar and Planetary Laboratory da Universidade do Arizona e do Instituto de Geofísica da Universidade do Texas.
Depósitos de água em Marte: eles guardam segredos congelados?
Apesar dos cientistas não terem mencionado isso propriamente, é sabido que o gelo pode guardar e manter intacta toda e qualquer forma de vida. Se ela já existiu em Marte, provavelmente as futuras explorações poderão encontrar sinais que revelariam sua existência no passado.
Por estarem localizados a poucos metros abaixo da superfície, o acesso à água congelada é fácil, e poderia ser alcançado mesmo com pousadores. Mas mesmo sem ter sido explorado (ainda), esses grandes depósitos são um achado único!
Imagem feita pelo instrumento HiRISE a bordo da sonda Mars Reconnaissance Orbiter mostra os depósitos de água em azul. As cores foram melhoradas para facilitar a identificação. Créditos: NASA / MRO / JPL-Caltech
O estudo contou com dados obtidos pelo instrumento HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment), a bordo da sonda orbitadora MRO. As análises revelaram oito regiões de latitude média que continham grandes depósitos de água abaixo da superfície marciana. Esses depósitos podem se estender a mais de 100 metros de profundidade.
Os depósitos contém água relativamente pura, depositada por neve há bilhões de anos. Desde então, esses grandes depósitos de água foram congelados e isolados por cerca de um ou dois metros de sedimentos (rochas e poeira). Isso mesmo: os grandes depósitos de água em Marte estão a apenas 2 metros de profundidade. Qualquer escavação simples já poderia revelá-los.
Além de ser uma excelente notícia para os futuros exploradores espaciais, que poderão utilizar esses depósitos na extração de água pura, essa descoberta também fortalece a ideia de que Marte já foi um mundo úmido, bem diferente do que conhecemos hoje. Esses depósitos de água são uma prova cabal da história climática de Marte.
Ilustração artística da sonda Mars Reconnaisance Orbiter.
Créditos: NASA / JPL
A presença de grandes depósitos de água a poucos metros da superfície é uma excelente notícia quando o assunto é exploração planetária. O mais intrigante é que esses depósitos de água são expostos pela erosão, o que facilita muito seu acesso. Futuros colonizadores marcianos poderão construir suas bases nessas regiões a fim de ter água em abundância, próximo do equador.
Outras sondas, como os orbitadores Mars Odyssey (que usava espectrômetros), o Mars Express Orbiter, e o pousador Phoenix Lander, já haviam detectado sinais de depósitos de água abaixo da superfície marciana, no entanto, os oito locais detectados pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) revelaram os depósitos de água através de exposição real, e foi possível observá-los diretamente pela primeira vez na história.
Imagens: (capa-NASA/MRO/JPL-Caltech) / NASA / MRO / JPL-Caltech / divulgação
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
ENCONTRADA METADE DA MATÉRIA QUE ESTAVA PERDIDA NO UNIVERSO
Mas tudo que conhecemos compõe menos de 5% de todo o Universo. Isso confundiu os cientistas e astrofísicos, afinal, onde está o restante? E como eles sabem que mais de 95% do Universo está escondido em algum lugar?
Após estudos aprofundados e super complexos, os cientistas estimaram que após 20 minutos da ocorrência do Big Bang, quando tudo se formou em um lapso de segundo, apenas 4,6% do Universo foi composto por matéria bariônica (matéria normal). Os outros 70% e 23% foi preenchido por energia escura e matéria escura, respectivamente.
Mas o que é matéria bariônica?
Matéria bariônica é tudo que está a nossa volta: casas, carros, computadores, planeta, estrelas, e até nós mesmos somos compostos por matéria bariônica, afinal, estamos falando de prótons, nêutrons e átomos. Ou seja, matéria bariônica é a matéria "normal" do Universo.
Só sabemos que existe a matéria escura por conta de sua força gravitacional, mas ela é invisível, não a enxergamos e não a entendemos direito...
Mas agora, duas equipes de pesquisadores, do Instituto Espacial de Astrofísica de Orsay, na França, e da Universidade de Edimburgo, na Escócia, decidiram se aprofundar nesse assunto e descobrir mais detalhes sobre o Universo que não conhecemos, mais precisamente sobre a matéria normal.
Todas as galáxias são interligadas por uma teia cósmica composta por filamentos de gás aquecido, mas infelizmente, por ser muito tênue (considerando a massa do Universo), os telescópios não conseguem enxergá-la. Nenhum observatório existente conseguiu registrar esses filamentos.
Mas eles existem! E foi exatamente isso que os pesquisadores conseguiram comprovar através do Efeito Sunyaev-Zel’dovich.
A radiação cósmica de fundo - o que restou da explosão e da luz emitida pelo Big Bang - passa por esses filamentos de gás quente, interagindo com seus elétrons, e claro, deixando uma marca.
Simulação digital mostra como a teia cósmica se espalha pelo Universo.
Créditos: V. Springel / Max-Planck Insitute for Astrophysics / Garching bei Munchen
Logo, os pesquisadores analisaram onde os filamentos entre as galáxias poderiam estar localizados, e surpresa! Lá estava o volume de gás entre elas. Apenas esse gás quente dos filamentos que ligam as galáxias representam cerca de metade da matéria bariônica do Universo.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Genebra, na Suíça, já havia detectado filamentos de gás, mas na ocasião, eles só conseguiram observar parte dessa "teia cósmica", mais precisamente do agrupamento de galáxias Abell 2744. Quando a pesquisa foi publicada, ela ainda tinha deixado uma questão: será mesmo que a teia cósmica existe entre TODAS as galáxias? Agora sabemos que sim.
Os experimentos consideraram que os filamentos seguem uma linha reta entre uma galáxia e outra, mas de acordo com o astrônomo J. Michael Shull, da Universidade do Colorado, isso não está correto. O mais provável é que os filamentos se apresentem de forma mais complexa, com curvas e ligações bem menos prováveis.
Mas o importante é que essas "pontes" que se parecem muito com as conexões cerebrais ou com uma teia cósmica, de fato existem, e agora foram comprovadas.
Vale lembrar que ainda existe uma pequena parte da matéria bariônica que ainda não foi encontrada. Mas o importante é que, se mantivermos esse ritmo de descobertas, provavelmente falta muito pouco para desvendarmos mais um segredo do Universo.
Imagens: (capa-ilustração/Andrew Pontzen/Fabio Governato/divulgação) / V. Springel / Max-Planck Insitute for Astrophysics / Garching bei Munchen
sábado, 24 de fevereiro de 2018
ASTRÔNOMOS DESCOBREM UMA PONTE ENTRE AS NUVENS DE MAGALHÃES
Se você mora no hemisfério sul, provavelmente já viu essas duas maravilhas a olho nu: As Nuvens de Magalhães - duas galáxias satélites da Via Láctea. Mas além de estarem interagindo com a nossa Galáxia, a Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães também estão interagindo entre si.
Composta por gás e poeria, ela pode nos revelar detalhes sobre a formação e a interação das galáxias
É difícil não reparar nelas.
Os efeitos gravitacionais entre essas duas galáxias podem revelar muito sobre a história e a evolução das galáxias, assim como os ambientes que as rodeiam. Mas a força gravitacional não é a única força em ação nessa história...
Agora, pela primeira vez, pesquisadores utilizando o telescópio de radar Australian Telescope Compact Array, em Nova Gales do Sul, na Austrália, detectaram um campo magnético no espaço entre as Nuvens de Magalhães. A chamada Magellanic Bridge (Ponte de Magalhães). Essa estrutura é formada por um filamento de gás e poeira que se estenda por 75.000 anos-luz entre a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães. Os resultados foram publicados na revista da Royal Astronomical Society.
Detectando o Invisível
Campos magnéticos podem ser encontrados dentro e ao redor de planetas e estrelas, mas também nas galáxias.
Detectamos campos magnéticos galáticos aqui mesmo, na Via Láctea, e também em várias outras galáxias, mas um campo magnético extragalático é outra coisa. Este é o primeiro campo magnético detectado "fora" de uma galáxia.
Nuvens de Magalhães e Observatório Australian Telescope Compact Array
Grande e Pequena Nuvem de Magalhães acima do Observatório Australian Telescope Compact Array, na Austrália. Créditos: Mike Salway
Para detectar a presença da "Ponte de Magalhães", Jane Kaczmarek (Universidade de Sydney) e seus colegas observaram 167 fontes de rádio conhecidas na mesma área do céu, localizadas muito além das Nuvens de Magalhães. A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães estão a 160.000 e 200.000 anos-luz de distância, respectivamente. Algumas dessas fontes de rádio ficavam exatamente atrás da ponte ao longo da nossa linha de visão, e outras estavam mais próximas do que ela.
A energia liberada por fontes de rádio é muitas vezes parcialmente polarizada, de modo que a luz tende a ondular numa certa direção. Mas se ela passa através de uma estrutura qualquer, como um filamento de gás, ou de poeira, por exemplo, antes de chegar aqui na Terra, ela muda de polarização. A intensidade dessa mudança da polarização das ondas de rádio é equivalente ao tamanho da estrutura em que a interação ocorreu. Contando com isso, os astrônomos puderam calcular que o campo magnético era de 0,3 microgauss - um milhão de vezes mais fraco do que o campo magnético da Terra na superfície do nosso planeta.
A Ponte de Magalhães
Interpretar os dados não é simples. A Via Láctea tem seu próprio campo magnético, assim como a Terra, o Sol e vários outros planetas do Sistema Solar. Assim, a equipe teve de excluir possíveis sinais do campo magnético de outras fontes para isolar apenas o campo magnético da Ponte de Magalhães.
A Grande Nuvem de Magalhães (esquerda) e a Pequena Nuvem de Magalhães (direita).
Créditos: NASA / Hubble Space Telescope
Sabemos que nos passado, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães tiverem uma grande aproximação. Não se sabe ao certo quando isso aconteceu, ou quão perto foi o encontro, mas o evento literalmente dobrou as duas galáxias, e o que eram galáxias espirais, agora são galáxias irregulares. A Ponte de Magalhães é provavelmente um remanescente dessa interação, composta de gás e poeira rasgado de ambas galáxias quando passaram uma pela outra.
Os autores do estudo ainda sugerem que o campo magnético recém descoberto é composto de ambos os campos magnéticos das duas galáxias, que foram arrastados junto com o gás. Se verdadeiro, esse resultado confirmaria a existência de um Campo Magnético de Magalhães, o que poderia explicar o passado e o futuro de todo o sistema de Magalhães.
O observatório Square Kilometer Array (SKA) está na fase final de seu projeto, e quando finalizado, em meados de 2021, sondará os campos magnéticos que cercam galáxias que interagem com a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães, assim como procurará por possíveis sinais de magnetismo no meio intergalático, auxiliando ainda mais na busca por novos horizonte.
Imagens: (capa-Alex Mellinger/Central Michigan University) / Mike Salway / NASA / Hubble Space Telescope
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
UM DIAMANTE BRUTO
No centro desta imagem, levada com o instrumento VIMOS ligado ao Very Large Telescope ( VLT ) da ESO , você pode ver a forma azul fraca e difusa de uma galáxia distante, conhecida como a Galáxia Irregular do Sagitário Sagrado .
Descoberto em 1977 com o telescópio ESO 1 metro Schmidt , situado no observatório La Silla da ESO , a forma irregular - daí o nome - galáxia anão está a aproximadamente 3 milhões de anos-luz de distância na constelação de Sagitário (The Archer). É o membro mais distante do grupo local de galáxias, da qual a Via Láctea é membro.
Ao contrário das galáxias normais, galáxias anãs são tipicamente menores e hospedam um número relativamente pequeno de estrelas. Os rebocadores gravitacionais das galáxias nas proximidades geralmente podem distorcer as formas esféricas e semelhantes a discos dessas galáxias frágeis - este mesmo processo pode ser responsável pela forma ligeiramente retangular desta galáxia anã particular.
Crédito:
ESO / M. Bellazzini et al.
domingo, 11 de fevereiro de 2018
MAPEANDO UMA FUSÃO
lidar com a Imagem Hubble de NGC 7252Mapa VLT de gás dentro do minispiral NGC 7252
Arraste a alça verde para revelar imagens
Esta imagem incomum revela as conseqüências de uma colisão catastrófica entre duas galáxias, que aconteceu cerca de um bilhão de anos atrás. O resultado? Uma galáxia única e estranhamente chamada NGC 7252, e curiosamente apelidada de galáxias Atoms for Peace .
No coração deste remanescente de fusão, encontra-se um "minispiral" fascinante - um disco rotativo de gás incandescente, estourando com a formação de estrelas . Usando o instrumento de Espectrografia Multi-Objeto VIsible (VIMOS) no Telescópio Muito Grande da ESO , os astrônomos conseguiram medir o movimento do gás dentro desse disco, permitindo que eles mapeiem sua rotação. As regiões vermelhas indicam que o gás se afasta de nós e as regiões azuis em nossa direção. Juntas, essas cores revelam o centro constantemente giratório da galáxia, bem como destacando dois fluxos de gás quente no noroeste e sudeste da região central. Estudos anteriores sugeriram que a espiral central girava contra o resto da galáxia, mas comparando o movimento das estrelas ao redor da galáxia com o gás ionizado por estrelas recém-formadas no minispiral, agora sabemos que eles estão de fato girando na mesma direção.
Mapa VLT de gás dentro do minispiral NGC 7252
Um mapa tão detalhado é possível devido à Unidade de Campo Integral (IFU) no VIMOS, permitindo que os astrônomos estudem o gás em NGC 7252 com uma visão abrangente "mosaico". Assim como a forma como uma mosca observa o mundo, uma IFU divide seu assunto em muitas células, ou pixels, gerando um espectro para cada um. A informação resultante é organizada em um cubo de dados 3D, o que é particularmente útil no estudo de objetos estendidos em apenas um tiro.
Usando o controle deslizante, este novo mapa VLT pode ser sobreposto em uma imagem mais antiga do Telescópio Espacial Hubble da NASA / ESA , combinando a beleza visual da galáxia com seus complexos trabalhos internos.
Crédito
ESO / ESA / Hubble & NASA / J. Weaver et al.
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
FUSÃO ESTELAR PRODUZ NOVO QUEBRA-CABEÇA PARA ASTROFÍSICOS
O pós-brilho do esmagamento cósmico continua a iluminar, confundindo expectativas Crédito: NASA / CXC / McGill University / J. Ruan et al.
O resplendor da fusão distante de estrelas de neutrões detectada em agosto passado continuou a iluminar - para a surpresa dos astrofísicos estudando as conseqüências da colisão maciça que ocorreu a cerca de 138 milhões de anos-luz de distância e enviou ondas gravitacionais ondulando pelo universo.
Novas observações do Observatório de raios-X de Chandra em órbita da NASA, relatados em Astrophysical Journal Letters, indicam que o estouro de raios gama desencadeado pela colisão é mais complexo do que os cientistas imaginaram inicialmente.
"Geralmente, quando vemos uma pequena explosão de raios gama, a emissão de jatos gerada fica brilhante por um curto período de tempo, quando se esmaga no meio circundante - então desaparece quando o sistema pára de injetar energia na saída", diz o astrofísico da Universidade McGill, Daryl Haggard, cujo grupo de pesquisa liderou o novo estudo. "Este é diferente, definitivamente não é um jato estreito, simples e Jane estreito".
Teoria do Cocoon
Os novos dados poderiam ser explicados usando modelos mais complicados para os restos da fusão de estrelas de neutrões. Uma possibilidade: a fusão lançou um avião que chocou os restos gaseosos circundantes, criando um "casulo" quente ao redor do jato que brilhava em raios-X e luz de rádio por muitos meses.
As observações de raios X jibe com dados de ondas de rádio relatadas no mês passado por outra equipe de cientistas, que descobriram que as emissões da colisão também continuaram a iluminar ao longo do tempo.
Crédito: NASA / CXC / McGill University / J. Ruan et al.
Enquanto os radiotelescópios foram capazes de monitorar o pós-brilho durante a queda, os radiografias e os observatórios ópticos não conseguiram assistir por cerca de três meses, porque esse ponto no céu estava muito perto do Sol durante esse período.
"Quando a fonte surgiu daquele ponto cego no céu no início de dezembro, nossa equipe Chandra saltou a chance de ver o que estava acontecendo", diz John Ruan, pesquisador pós-doutorado do Instituto Espacial McGill e autor principal do novo artigo . "Com certeza, o resplendor resultou ser mais brilhante nos comprimentos de raios X, assim como estava no rádio".
Quebra-cabeça de física
Esse padrão inesperado desencadeou uma disputa entre os astrônomos para entender o que a física está dirigindo a emissão. "Esta fusão de estrela de neutrons é diferente de tudo o que já vimos", diz Melania Nynka, outra pesquisadora pós-doutora de McGill. "Para astrofísicos, é um presente que parece continuar a dar". Nynka também co-autor do novo artigo, juntamente com astrônomos da Northwestern University e da Universidade de Leicester.
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A fusão de estrela de neutrões foi detectada pela primeira vez em 17 de agosto pelo Observatório de Ondas Gravitacionais de Interferômetro de Laser (LIGO), com sede nos EUA. O detector europeu de Virgem e cerca de 70 observatórios terrestres e espaciais ajudaram a confirmar a descoberta.
A descoberta abriu uma nova era em astronomia. Marcou a primeira vez que os cientistas conseguiram observar um evento cósmico com ambas as ondas de luz - a base da astronomia tradicional - e as ondas gravitacionais, as ondulações no espaço-tempo previstas há um século pela teoria geral da relatividade de Albert Einstein. As fusões de estrelas de nêutrons, entre os objetos mais densos do universo, são responsáveis por produzir elementos pesados, como ouro, platina e prata.
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
CENTRO GALÁTICO: CIENTISTAS LEVAM ESPECTADORES PARA O CENTRO DA VIA LÁCTEA
Uma nova visualização permite aos espectadores controlar sua própria exploração do centro da Via Láctea.
Este filme de 360 graus é baseado em dados do Observatório de raios-X Chandra da NASA e outros telescópios.
O observador observa esta região a partir do ponto de vista de Sagitário A *, o buraco negro supermassivo da Galáxia.
Os cientistas usaram a visualização para examinar os efeitos do Sagitário A * em seus vizinhos estelares.
Uma nova visualização oferece uma viagem virtual excepcional - completa com uma visão de 360 graus - ao centro da nossa galaxia doméstica, a Via Láctea . Este projeto, feito com dados do Observatório de raios-X de Chandra da NASA e outros telescópios, permite aos espectadores controlar sua própria exploração do ambiente fascinante de estrelas maciças voláteis e poderosa gravidade em torno do buraco negro de monstros que se encontra no centro da Via Láctea.
A Terra está localizada a cerca de 26.000 anos-luz , ou cerca de 150 mil trilhões de milhas, do centro da Galáxia. Enquanto os seres humanos não podem viajar fisicamente lá, os cientistas conseguiram estudar esta região usando dados de telescópios poderosos que podem detectar a luz em uma variedade de formas, incluindo raios-X e luz infravermelha.
Esta visualização baseia-se em dados infravermelhos com o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul de 30 gigantes estelares maciços chamados estrelas de Wolf-Rayet que orbitam em cerca de 1,5 anos-luz do centro da nossa Galáxia. Os poderosos ventos de gás que circulam a partir da superfície dessas estrelas estão transportando algumas de suas camadas externas para o espaço interestelar.
Quando o gás de saída colide com o gás previamente ejetado de outras estrelas, as colisões produzem ondas de choque, semelhantes aos booms sônicos , que permeiam a área. Essas ondas de choque aquecem o gás até milhões de graus, o que faz com que ele brilhe nos raios-X. Observações extensas com Chandra das regiões centrais da Via Láctea forneceram dados críticos sobre a temperatura e a distribuição desse gás de vários graus.
Crédito: Raio-X: NASA / UMass / D.Wang et al., IR: NASA / STScI
Os astrônomos estão interessados em entender melhor o papel que essas estrelas de Wolf-Rayet desempenham no bairro cósmico no centro da Via Láctea . Em particular, eles gostariam de saber como as estrelas interagem com o residente mais dominante do centro galáctico: o buraco negro supermassivo conhecido como Sagitário A * (abreviado Sgr A *). Preeminente e invisível, Sgr A * tem a massa equivalente a cerca de quatro milhões de Suns.
A visualização do Centro Galáctico é um filme de 360 graus que imersa o espectador em uma simulação do centro da nossa Galáxia. O visualizador está no local de Sgr A * e é capaz de ver cerca de 25 estrelas Wolf-Rayet (objetos brancos e cintilantes) orbitando Sgr A * enquanto eles expulsam continuamente os ventos estelares (escala de cor preto a vermelho a amarelo). Estes ventos colidem uns com os outros e, em seguida, alguns desses materiais (gotas amarelas) espiravam em direção a Sgr A *. O filme mostra duas simulações, cada uma das quais começa em torno de 350 anos no passado e dura 500 anos. A primeira simulação mostra Sgr A * em um estado calmo, enquanto o segundo contém um Sgr A * mais violento que está expulsando seu próprio material, desligando assim a acumulação de material agrupado (gotas amarelas) que é tão proeminente na primeira parcela.
Os cientistas usaram a visualização para examinar os efeitos que Sgr A * tem em seus vizinhos estelares. Como a forte gravidade de Sgr A * puxa grumos de material para dentro, as forças de maré esticam os aglomerados à medida que se aproximam do buraco negro. Sgr A * também impacta seu entorno através de explosões ocasionais de sua vizinhança que resultam na expulsão de material longe do buraco negro gigante, como mostrado na parte posterior do filme. Essas explosões podem ter o efeito de eliminar alguns dos gases produzidos pelos ventos Wolf-Rayet.
Os pesquisadores, liderados por Christopher Russell da Pontifícia Universidade Católica do Chile, usaram a visualização para entender a presença de raios-X previamente detectados na forma de um disco que se estende cerca de 0,6 anos-luz para fora de Sgr A *. Seu trabalho mostra que a quantidade de raios X gerados por esses ventos de colisão depende da força de explosões alimentadas por Sgr A *, e também a quantidade de tempo decorrido desde a ocorrência de uma erupção. Invasões mais fortes e mais recentes resultam em uma emissão de raios-X mais fraca.
A informação fornecida pela modelagem teórica e uma comparação com a força da emissão de raios-X observada com Chandra levou Russell e seus colegas a determinar que Sgr A * provavelmente teve uma explosão relativamente poderosa que começou nos últimos séculos. Além disso, suas descobertas sugerem que a explosão do buraco negro supermassivo ainda está afetando a região em torno de Sgr A *, embora tenha terminado há cerca de cem anos.
O vídeo de 360 graus do Galactic Center é idealmente visto em óculos de realidade virtual (VR) , como o Samsung Gear VR ou o Google Cardboard. O vídeo também pode ser visto em smartphones usando o aplicativo YouTube. Movendo o telefone em torno de panelas para mostrar uma porção diferente do filme, imitando o efeito nos óculos VR. Finalmente, a maioria dos navegadores em um computador também permite que vídeos de 360 graus sejam exibidos no YouTube. Para olhar ao redor, clique e arraste o vídeo, ou clique no teclado de direção no canto.
Christopher Russell apresentou esta nova visualização e as descobertas científicas relacionadas na 231ª reunião da American Astronomical Society em Washington, DC. Alguns dos resultados são baseados em um artigo de Russell et al publicado em 2017 nas Mensagens Mensais da Royal Astronomical Society. Uma versão online está aqui . Os co-autores deste artigo são Daniel Wang da Universidade de Massachusetts em Amherst, Missa e Jorge Cuadra da Pontifícia Universidade Católica do Chile. O Centro de Vôos Espaciais Marshall da Nasa em Huntsville, Alabama, administra o programa de Chandra para a Direcção da Missão de Ciências da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla a ciência e operações de vôo de Chandra.
sábado, 3 de fevereiro de 2018
PESQUISADORES OBSERVAM BURACO NEGRO DUAS VEZES
Um buraco negro em rápido crescimento - conhecido como um núcleo galáctico ativo - foi visto desligando e voltando a ligar.
Este buraco negro supermassivo está localizado na galáxia apelidada de J1354, localizada a cerca de 800 milhões de anos-luz da Terra.
Ao combinar dados de raios-X de Chandra com telescópios ópticos, os pesquisadores rastrearam o comportamento do buraco negro.
A evidência mostra que o buraco negro "snacked" duas vezes em ocasiões separadas por cerca de 100.000 anos.
Usando dados de vários telescópios, incluindo o Observatório de raios-X de Chandra da NASA, os astrônomos pegaram um buraco negro supermassivo com gás e depois "burping" - não uma vez, mas duas vezes, conforme descrito em nosso último comunicado de imprensa .
Este gráfico mostra a galáxia, chamada SDSS J1354 + 1327 (J1354 para abreviar) em uma imagem composta com dados de Chandra (roxo) e do Telescópio espacial Hubble (HST, vermelho, verde e azul). A caixa de inserção contém uma visão de close-up da região central em torno do buraco negro supermassivo de J1354. Uma galáxia complementar para J1354 é mostrada para o norte. Os pesquisadores também usaram dados do Observatório WM Keck em cima de Mauna Kea, Havaí e o Observatório Apache Point (APO) no Novo México para essa descoberta.
Chandra detectou uma fonte brilhante de ponto de emissão de raios X de J1354, um sinal revelador da presença de um buraco negro supermassivo milhões ou bilhões de vezes mais maciço do que o nosso sol. Os raios-X são produzidos por gás aquecido a milhões de graus pelas enormes forças gravitacionais e magnéticas perto do buraco negro. Algum deste gás cairá no buraco negro , enquanto uma porção será expulso em uma saída poderosa de partículas de alta energia.
Ao comparar imagens de Chandra e HST, a equipe determinou que o buraco negro está localizado no centro da galáxia, o local esperado para esse objeto. Os dados de raios-X também fornecem evidências de que o buraco negro supermassivo está embutido em um pesado véu de pó e gás.
A refeição de dois pratos para o buraco negro vem de uma galáxia companheira que colidiu com J1354 no passado. Esta colisão produziu um fluxo de estrelas e gás que liga J1354 e a outra galáxia. As explosões separadas do buraco negro são causadas por diferentes aglomerados desse fluxo sendo consumidos pelo buraco negro supermassivo. Os pesquisadores determinaram que esses dois "burps" aconteceram cerca de 100 mil anos de intervalo.
A equipe usou dados óticos de HST, Keck e APO para mostrar que os elétrons haviam sido retirados dos átomos em um cone de gás (a emissão verde na parte inferior esquerda da inserção) estendendo cerca de 30 mil anos-luz a sul do centro da galáxia. Essa remoção provavelmente foi causada por uma explosão de radiação da vizinhança do buraco negro, indicando que o primeiro dos dois eventos de banquete aconteceu. A evidência para o segundo banquete mais recente vem da pequena fonte de emissão verde localizada na ponta norte da fonte Chandra na inserção.
Julie Comerford, da Universidade do Colorado, em Boulder, apresentou as descobertas da equipe em uma conferência de imprensa de 11 de janeiro de 2018 na 231ª reunião da American Astronomical Society realizada em Washington DC Um artigo sobre o assunto foi publicado em uma edição recente de The Astrophysical Journal e está disponível online . Co-autores sobre o novo estudo incluem colegas pós-doutorado Rebecca Nevin, Scott Barrows e Francisco Muller-Sanchez de CU Boulder, Jenny Greene da Universidade de Princeton, David Pooley da Universidade Trinity, Daniel Stern do Jet Propulsion Laboratory em Pasadena, Califórnia, e Fiona Harrison do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
O Centro de Vôos Espaciais Marshall da Nasa em Huntsville, Alabama, administra o programa de Chandra para a Direcção da Missão de Ciências da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla a ciência e operações de vôo de Chandra.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
FITAS E PÉROLAS OBSERVADAS PELO ESO
A imagem desta semana mostra fitas espectaculares de envolvimento de gás e pó ao redor do centro perolado da galáxia espiral NGC 1398 barrada .
Esta galáxia está localizada na constelação de Fornax (The Furnace), a aproximadamente 65 milhões de anos-luz de distância.
Ao invés de começar no meio da galáxia e girar para fora, os graciosos braços espirais de NGC 1398 derivam de uma barra reta , formada por estrelas, que corta a região central da galáxia. A maioria das galáxias em espiral - cerca de dois terços - observa-se ter essa característica, mas ainda não está claro se ou como essas barras afetam o comportamento e o desenvolvimento de uma galáxia.
Esta imagem compreende os dados recolhidos pelo instrumento FOcal Reducer / Low Disperser Spectrograph 2 ( FORS2 ), montado no telescópio muito grande da ESO ( VLT ) no Observatório Paranal, Chile. Ele mostra o NGC 1398 em detalhes impressionantes, das pistas escuras da poeira que marejam seus braços em espiral, até as regiões formadoras de estrelas com tons de rosa espalhadas por suas regiões externas.
Esta imagem foi criada como parte do programa ESO Cosmic Gems , uma iniciativa de divulgação para produzir imagens de objetos interessantes, intrigantes ou visualmente atraentes usando telescópios ESO, para fins de educação e divulgação pública. O programa faz uso do tempo do telescópio que não pode ser usado para observações científicas. Todos os dados coletados também podem ser adequados para fins científicos, e são disponibilizados aos astrônomos através do arquivo de ciência da ESO.
Crédito:ESO
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