sábado, 31 de março de 2018
O ANEL, AS ESTRELAS E AS ASSIMETRIAS DA GALÁXIA ESPIRAL NGC 1398
Por que algumas galáxias espirais tem um anel ao redor do seu centro? A galáxia espiral conhecida como NGC 1398 não tem somente um anel de estrelas, gás e poeira, ao redor do seu centro, mas tem também uma barra de estrelas e gás que cruza o seu centro, além de braços espirais. A imagem acima foi feita com o very Large Telescope do ESO no Observatório do Paranal no Chile, e mostra essa bela galáxias espiral com detalhes impressionantes. A NGC 1398 localiza-se a cerca de 65 milhões de anos-luz de distância da Terra, significando que a luz que nós vemos hoje, deixou a galáxia quando os dinossauros desapareceram da Terra. A galáxia fotogênica pode ser observada até por telescópios pequenos apontados para a constelação de Fornax. O anel perto do centro é provavelmente uma onda de densidade em expansão de estrelas em formação, causada pelo encontro gravitacional com outra galáxia, ou até mesmo, pelas assimetrias da própria galáxia.
Fonte: apod.nasa.gov/apod/ap180123.html
quinta-feira, 29 de março de 2018
A BELEZA E OS MISTÉRIOS DO AGLOMERADO GLOBULAR NGC 3201
Essa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA revela um aglomerado globular de estrelas brilhante e antigo, conhecido como NGC 3201.
Um aglomerado globular de estrelas é um objeto onde centenas de milhares de estrelas estão juntas, unidas pela gravidade. O NGC 3201, foi descoberto no ano de 1826 pelo astrônomo escocês James Dunlop, que o descreveu como um objeto “muito brilhante e muito bonito, que se torna irregular”, em direção ao seu centro.
Os aglomerados globulares são encontrados ao redor de todas as grandes galáxias, mas sua origem e o papel que eles têm na formação das galáxias ainda é algo não muito claro. Os astrônomos recentemente descobriram um buraco negro no coração do NGC 3201, sua posição foi revelada pelos estranhos movimentos de uma estrela que estava vagando rapidamente ao redor de um centro massivo e invisível. Esse brilhante grupo de estrelas também tem algumas propriedades estranhas, o que faz dele único entre os mais de 150 aglomerados globulares pertencentes à Via Láctea. O NGC 3201 tem uma velocidade extremamente rápida com relação ao Sol, e sua órbita é retrógrada, significando que ele se move rapidamente na direção oposta ao centro da galáxia, que ele orbita.
O comportamento incomum desse aglomerado sugere que possa ter uma origem extragaláctica, mas em algum ponto da sua história ele foi capturado pela gravidade da Via Láctea. Contudo, sua composição química, conta uma história diferente, as estrelas dentro do NGC 3201 são quimicamente muito semelhantes a outros aglomerados galácticos, implicando que eles se formaram numa local similar e ao mesmo tempo.
Se esse misterioso aglomerado foi adotado pela nossa galáxia ou se por alguma razão ele se desenvolveu de forma muito diferente do que uma família de aglomerados, de qualquer maneira faz com que ele seja um objeto astronômico de extrema beleza e que pode nos ensinar muito.
Fonte: spacetelescope.org/images/potw1804a/
terça-feira, 27 de março de 2018
HUBBLE OBSERVA AS DUAS REFEIÇÕES DE UM BURACO NEGRO
Pesquisadores usando um grupo de telescópios, incluindo, o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA conseguiram registrar um buraco negro supermassivo expelindo enormes bolhas de gás quente e brilhante, uma bolha está se expandindo para fora do buraco negro, enquanto que uma bolha mais antiga vagarosamente vai se apagando.
Esse monstro cósmico se situa dentro de uma galáxia, que aparece na parte inferior da imagem, a cerca de 900 milhões de anos-luz da Terra, e é conhecida como SDSS J1354+1327. A galáxia superior, e maior é conhecida como SDSS J1354+1328.
Buracos negros supermassivos podem ter uma massa equivalente a bilhões de vezes a massa do Sol, e são encontrados no centro da maior parte das galáxias, incluindo a Via Láctea. Esses buracos negros são alimentados pelo material que se encontra a sua volta, fazendo com que eles brilhem intensamente, na verdade o que brilha intensamente é o disco de acreção que ao redor do buraco negro. Esse tipo de buraco negro supermassivo é conhecido como AGN – Active Galaxie Nuclei, ou em português, um núcleo ativo de galáxia. Contudo, esse processo de alimentação não é contínuo e depende de quanto matéria está disponível para o buraco negro consumir. Se o material ao redor é formado por aglomerações e é irregular, um AGN pode ser visto se ligando e desligando no decorrer das escalas de tempo cósmico.
Essa acreção de material formado por aglomerações é o que os cientistas acreditam esteja acontecendo com o buraco negro na SDSS J1354+1327. Os cientistas acreditam que os dois fluxos de material sejam o resultado do material sendo expelido pelo buraco negro durante o seu processo de alimentação.
Quando o material está caindo em direção ao buraco negro, parte desse material não cai, ele fica no disco de acreção, é aquecido e acelerado a velocidades relativísticas, isso faz com que ele emita jatos de partículas, em diferentes comprimentos, dando a impressão que o buraco negro está expelindo esses jatos, mas ele vem do disco de acreção.
A primeira explosão de material é a chamada relíquia sul , um cone de gás medindo cerca de 33 mil anos-luz de comprimento. Cerca de 100 mil anos depois, uma segunda explosão expeliu mais material a partir do topo da galáxia, um cone de gás que também mede seus cerca de 33 mil anos-luz de comprimento.
Fonte: spacetelescope.org/images/potw1803a/
domingo, 25 de março de 2018
AE AURIGAE E A NEBULOSA DA ESTRELA FLAMEJANTE
Por que a AE Aurigae é chamada de estrela flamejante? Por uma razão, a nebulosa ao seu redor, a IC 405, é chamada de a Nebulosa da Estrela Flamejante, pois a região parece abrigar uma fumaça, mesmo apesar de nada estar pegando fogo ali, nem mesmo o interior da estrela AE Aurigae.
O fogo, tipicamente definido como a rápida aquisição molecular de oxigênio, acontece somente quando oxigênio suficiente está presente e não é importante nesses ambientes de alta energia e de pouco oxigênio. O material que parece como fumaça é na sua maior parte hidrogênio interestelar, mas contém filamentos escuros parecidos com fumaça com grãos de poeira ricos em carbono. A estrela brilhante AE Aurigae é vista perto do centro da nebulosa e é tão quente e azul, emitindo luz tão energética que ela arranca os elétrons dos átomos no gás ao redor. Quando um átomo recaptura um elétron, a luz é emitida criando a nebulosa de emissão ao redor. A Nebulosa da Estrela Flamejante localiza-se a cerca de 1500 anos-luz de distância e se espalha por cerca de 5 anos-luz, ela é visível com pequenos telescópios quando apontados na direção da constelação de Auriga.
Fonte: SPACE TODAY
sexta-feira, 23 de março de 2018
GALÁXIA IRREGULAR IC 4710 FOTOGRAFADA PELO HUBBLE
Descoberta em 1900 pelo astrônomo DeLisle Stewart e aqui imageada pelo Telescópio Espacial Hubble, a IC 4710 é um objeto espetacular. A galáxia é na verdade uma nuvem repleta de estrelas brilhantes, com bolsões brilhantes, que marcam o nascimento de novas estrelas, espalhados ao redor de suas bordas.
A IC 4710 é classificada como uma galáxia irregular. Como o próprio nome já sugere, esse tipo de galáxia é irregular, e tem uma aparência caótica, com a ausência de um bulbo central e braços espirais, algo bem diferente em aparência das galáxias elípticas e espirais. Acredita-se que as galáxias irregulares em algum momento foram elípticas ou espirais, mas se tornaram distorcidas com o passar do tempo e com as forças gravitacionais externas que agiram sobre elas nos momentos de fusão e colisão com outras galáxias. As anãs irregulares, em particular são importantes para se entender a evolução das galáxias, já que elas são muito similares, àquilo que se acredita eram as primeiras galáxias formadas no universo.
A IC 4710, localiza-se a aproximadamente 25 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação do Pavo. Essa constelação está localizada nos céus do hemisfério sul da Terra e contém além dessa galáxia, o terceiro aglomerado globular de estrelas mais brilhante do céu, o NGC 6752, a galáxia espiral NGC 6744, e seis sistemas planetários conhecidos, incluindo o sistema da estrela HD 181433, que abriga uma super-Terra.
Os dados usados para criar essa imagem foram adquiridos pela Advanced Camera for Surveys do Hubble.
Fonte: SPACE TODAY
quarta-feira, 21 de março de 2018
NGC 3972 – UMA GALÁXIA USADA COMO RÉGUA PARA MEDIR O UNIVERSO
Essa bela galáxia espiral pode ser encontrada na constelação de Ursa Maior. Chamada de NGC 3972, ela está localizada a aproximadamente 65 milhões de anos-luz de distância da Terra, significando que a sua luz leva 65 milhões de anos para chegar até nós, ou seja, o que estamos vendo agora, é como a galáxia era na época em que os dinossauros foram extintos da Terra.
A NGC 3972 tem passado por eventos dramáticos recentemente. Em 2011, os astrônomos observaram a explosão de uma supernova do Tipo Ia na galáxia. Esses objetos possuem um pico de mesmo brilho e são brilhantes o suficiente para serem observados a grandes distâncias. A NGC 3972 também contém muitas estrelas pulsantes chamadas de variáveis Cefeidas. Essas estrelas mudam o seu brilho numa taxa que se ajusta perfeitamente com sua luminosidade intrínseca, fazendo delas verdadeiros faróis, ou réguas cósmicas, usadas para medir com precisão distâncias no universo.
Os astrônomos buscam por variáveis Cefeidas em galáxias próximas que também possuem supernovas do Tipo Ia de modo que eles podem comparar o brilho verdadeira de ambos os tipos de estrelas. Essa informação de brilho é usada para calibrar a luminosidade de supernovas do Tipo Ia, de modo que os astrônomos possam calcular com precisão a distância da Terra até as galáxias. Uma vez que os astrônomos conhecem com precisão essa distância, eles podem determinar e refinar a taxa com a qual o universo se expande.
Essa imagem foi feita em 2015 usando a Wide Field Camera 3 do Hubble, como parte do projeto para melhorar a precisão da Constante de Hubble, o valor que descreve a taxa de expansão do universo.
Crédito: NASA, ESA, A. Riess (STScI/JHU)
segunda-feira, 19 de março de 2018
FILAMENTOS DE GÁS FRIO NA NEBULOSA DE ÓRION
A Nebulosa de Órion é considerada a maior região de formação de estrelas próxima da Terra.
Está localizada a aproximadamente 1350 anos-luz de distância da Terra.
Isso faz dela um excelente laboratório para os astrônomos estudarem como as estrelas se formam.
Recentemente um grupo de astrônomos usaram o Atacama Large Milleter / submilimeter (ALMA) e o telescópio IRAM
para estudar a Nebulosa de Órion.
Após coletarem os dados no comprimento de onda milimétrico, eles detectaram 55 filamentos de gás frio.
É esse gás frio que com o passar do tempo, colapsa de forma gradativa, sob a força da sua própria gravidade, até que fica suficientemente denso para formar uma protoestrela.
A imagem dos filamentos combina 296 conjuntos de dados disponibilizados pelo ALMA e pelo IRAM.
As novas observações do ALMA e IRAM usam interferometria para combinar os sinais de múltiplas antenas amplamente separadas para criar imagens com muito mais detalhes.
A imagem final gerada é a imagem em mais alta resolução até o momento de uma região de formação de estrelas no comprimento de onda milimétrico.
Créditos das imagens:
ESO / H.Drass / ALMA (ESO / NAOJ / NRAO) / A. Hacar
sábado, 17 de março de 2018
O ESTRANHO CASO DAS PILHAS DE ROCHA ENTRE AS DUNAS MARCIANA
Essa imagem foi feita com o objetivo principal de rastrear o movimento das dunas de areia perto do polo norte de Marte, mas o que acontece no solo marciano entre as dunas é o que chamou a atenção dos pesquisadores.
O solo entre as dunas, possui listras paralelas em tonalidades claras e escuras, cortando a região desde a parte superior esquerda até a parte inferior direita. Nas listras escuras, nós podemos pilhas de pedaços de rochas distribuídas em intervalos regulares.
O que pode ter acontecido ali que organizou essas pilhas de rochas em intervalos regulares? Na Terra, se observa algo semelhante, as rochas no ártico podem ser organizadas por um processo chamado de “frost heave”, algo como, elevação por congelamento. Com esse processo acontecendo de forma repetida, rochas mais profundas são trazidas para a superfície e organizadas em pilhas, listras e até mesmo em círculos. Na Terra, esses ciclos levam um ano, mas em Marte, isso pode estar conectado com as mudanças orbitais do planeta ao redor do Sol e levar muito mais tempo.
CREDITO. Space Today
quinta-feira, 15 de março de 2018
UM JOVEM PLANETA CRIA A SUA CENA
Aninhado na nova região formadora de estrelas de Ophiuchus , 410 anos-luz do Sol, um fascinante disco protoplanetário chamado AS 209 está sendo esculpido em forma.
Esta imagem maravilhosa foi capturada usando o telescópio ALMA de alta resolução , revelando um curioso padrão de anéis e lacunas na poeira que cercava uma estrela jovem.
Os discos protoplanetários são planos densos e rotativos de gás e poeira que circundam as estrelas recém-formadas; fornecendo o assunto que um dia se torna em órbita em planetas, luas e outros corpos menores. Com menos de um milhão de anos, este sistema é muito jovem, mas já estão esculpidas duas brechas claras a partir do disco.
O fosso externo é profundo, largo e em grande parte uma zona livre de poeira, levando os astrônomos a acreditar que um planeta gigante quase a massa de Saturno está orbitando aqui - a cerca de 800 minutos-luz da estrela central e mais de três vezes a distância entre Neptuno e o Sol! À medida que o planeta escora seu caminho, o pó se empilha na extremidade externa da órbita, criando anéis cada vez mais definidos no disco. O fosso de poeira interno mais fino poderia ter sido formado por um planeta menor, mas os astrônomos levantaram a possibilidade intrigante de que o grande e distante planeta circundante realmente criou ambos os caminhos.
Este planeta inferido, semelhante a Saturno, até agora da sua estrela central levanta questões fascinantes sobre a formação do planeta nas bordas dos discos protoplanetários em prazos particularmente curtos.
terça-feira, 13 de março de 2018
BACTÉRIAS DA TERRA PODEM VIVER E SE REPRODUZIR EM LUA DE SATURNO
A nave Cassini registrou jatos de água em Encélado, o que sugere atividade hidrotermal em seu interior. Além disso, essas geyseres de água continham moléculas orgânicas e minerais hidratados, que são grandes indicadores de vida. Então será que é possível mesmo a vida existir por lá?
Essa é a prova real de que outros mundos distantes também têm condições de abrigar vida
Desde a visita das naves Pioneer e Voyager no Sistema Solar externo, cientistas têm especulado sobre a possibilidade da vida existir em mundos como Europa, lua de Júpiter. No entanto, graças a missão Cassini, agora os cientistas acreditam que outros satélites naturais do Sistema Solar, como Encélado, de Saturno, também poderiam abrigar algumas formas de vida.
Um grupo de cientistas quis ir mais a fundo e realizou um experimento onde amostras de bactérias da Terra foram expostas a condições similares aquelas encontradas em Encélado. O estudo liderado por Ruth-Sophie Taubner da Universidade de Viena foi detalhado na revista Nature Communications, e contou com a participação de membros das universidades Johannes Kepler, Ecotechnology Austria, Bremen e Hamburg.
Ilustração artística de atividade de placas de gelo ocorrendo na lua Encélado, lua de Saturno.
Créditos: NASA / JPL
A equipe decidiu trabalhar com três cepas de bactérias conhecidas como methanothermococcus okinawensis - um tipo de micro-organismo que vive em ambientes com pouco oxigênio e consome produtos químicos encontrados em Encélado, como metano, dióxido de carbono e hidrogênio molecular. O subproduto produzido por essas bactérias é o metano.
Esses tipos de bactérias são encontrados em fissuras no oceano profundo da Terra, próximo a locais onde ocorrem atividades hidrotermais. Algumas formas de bactérias M. okinawensis só foram encontradas em fontes hidrotermais do oceano profundo próximo da Ilha de Okinawa, no Japão, a cerca de 970 metros de profundidade.
Após submeter os três tipos de bactérias no laboratório em condições semelhantes as encontradas em Encélado, os cientistas determinaram que um dos três tipos poderia não apenas sobreviver como se desenvolver perfeitamente naquele ambiente de Encélado.
Concluiu-se que as bactérias poderiam consumir produtos químicos, produzir metano, aguentar a alta-pressão de aproximadamente 50 bar, e se reproduzirem normalmente nas condições encontradas em Encélado. Com isso, os cientistas concluíram ainda que grande parte do metano encontrado em Encélado pode estar sendo produzido por micróbios parecidos com aqueles estudados no laboratório.
"É bem provável que organismos poderiam estar vivendo em outros mundos", disse Simon Rittmann, microbiólogo da universidade de Viena e autor do estudo. "Seria muito interessante investigar isso em futuras missões.
Nas próximas décadas, diversas agências espaciais deverão lançar naves e sondas exploradoras em mundos com Encélado, Europa, Titã, entre outros, a fim de investigar seus oceanos escondidos ou de superfície. Já existem protótipos que estão sendo melhorados constantemente. Em breve tiraremos a prova real se de fato estamos ou não sozinhos no Universo. E tudo indica que ele está repleto de vida...
Imagens: (capa-ilustração) / NASA / JPL / NOAA
domingo, 11 de março de 2018
ULX EM M 51: GALÁXIA IRRADIADA POR MILHÕES DE SÓIS
Os astrônomos usaram os dados de Chandra para determinar que uma fonte ultraluminosa de raios-X (ULX) contém uma estrela de nêutrons.
Este ULX está localizado no M51, que também é conhecido como a galáxia Whirlpool.
ULXs são fontes extremamente brilhantes de raios X, descobertos pela primeira vez por astrônomos na década de 1980.
Este novo resultado ajuda a fornecer pistas sobre como os ULXs brilham tão intensamente nos raios-X.
Na década de 1980, os cientistas começaram a descobrir uma nova classe de fontes extremamente brilhantes de raios-X em galáxias. Essas fontes foram uma surpresa, pois estavam claramente localizadas longe dos buracos negros supermassivos encontrados no centro das galáxias. No início, os pesquisadores achavam que muitas dessas fontes ultraluminosas de raios-X, ou ULXs , eram buracos negros contendo massas entre cerca de cem e cem mil vezes a do sol. Trabalhos posteriores mostraram que alguns deles podem ser buracos negros de massa estelar , contendo até algumas dezenas de vezes a massa do sol.
Em 2014, as observações com o NuSTAR da NASA (Nuclear Spectroscopic Telescope Array) e o Observatório de raios X de Chandra mostraram que alguns ULXs, que brilham com luz de raio X igual em luminosidade à produção total em todos os comprimentos de onda de milhões de sóis, são ainda menores objetos maciços chamados estrelas de nêutrons. Estes são os núcleos queimados de estrelas maciças que explodiram. As estrelas de neutrons normalmente contêm apenas cerca de 1,5 vezes a massa do sol. Três desses ULXs foram identificados como estrelas de nêutrons nos últimos anos. Os cientistas descobriram variações regulares, ou "pulsações", na emissão de raios-X de ULXs, comportamento que é exibido por estrelas de nêutrons, mas não em buracos negros.
Agora, pesquisadores que utilizam dados do Observatório de raios-X de Chandra da NASA identificaram uma quarta ULX como uma estrela de nêutrons e encontraram novas pistas sobre como esses objetos podem brilhar tão brilhantemente. O ULX, recentemente caracterizado, está localizado na galáxia Whirlpool, também conhecida como M51. Esta imagem composta do Whirlpool contém raios X de Chandra (roxo) e dados ópticos do Telescópio Espacial Hubble (vermelho, verde e azul). O ULX é marcado com um círculo .
As estrelas de neutrons são objetos extremamente densos - uma colher de chá pesa mais de um bilhão de toneladas, tanto quanto uma montanha. A intensa gravidade das estrelas de nêutrons tira o material circundante longe das estrelas companheiras, e quando este material cai em direção à estrela de nêutrons, ele se aquece e brilha com os raios-X. À medida que mais e mais questões caem sobre a estrela de nêutrons, chega um momento em que a pressão da luz de raio-X resultante se torna tão intensa que afasta a matéria. Os astrônomos chamam esse ponto - quando os objetos tipicamente não conseguem acumular qualquer matéria mais rapidamente e libertar mais raios-X - o limite de Eddington . O novo resultado mostra que esta ULX está superando o limite de Eddington para uma estrela de nêutrons.
Os cientistas analisaram dados arquivísticos de raios-X coletados por Chandra e descobriram um mergulho incomum no espectro de raios-X da ULX, que é a intensidade de raios-X medidos em diferentes comprimentos de onda. Depois de excluir outras possibilidades, eles concluíram que o mergulho era provável de um processo chamado dispersão de ressonância de ciclotron, que ocorre quando as partículas carregadas - ou protões carregados positivamente ou elétrons carregados negativamente - circulam em um campo magnético. O tamanho do mergulho no espectro de raios-X, chamado de linha de ciclotron, implica forças de campo magnético que são pelo menos 10.000 vezes maiores que as associadas à espiral de matéria em um buraco negro de massa estelar, mas estão dentro do intervalo observado para neutrons estrelas. Isso fornece fortes evidências de que este ULX é uma estrela de nêutrons em vez de um buraco negro,
Uma determinação precisa da intensidade do campo magnético depende de se conhecer a causa da linha de ciclotron, seja prótons ou elétrons. Se a linha é de prótons, os campos magnéticos em torno da estrela de nêutrons são extremamente fortes, comparáveis aos campos magnéticos mais fortes produzidos pelas estrelas de nêutrons e, de fato, podem ajudar a quebrar o limite de Eddington. Tais campos magnéticos fortes podem reduzir a pressão dos raios X de uma ULX - a pressão que normalmente afasta a matéria - permitindo que a estrela de nêutrons consome mais matéria do que o esperado.
Se a linha do ciclotron for de circulação de elétrons, em contraste, então a força do campo magnético em torno da estrela de nêutrons seria cerca de 10.000 vezes menos forte e, portanto, não é suficientemente poderosa para o fluxo sobre esta estrela de nêutrons para quebrar o limite de Eddington.
Atualmente, os pesquisadores não possuem um espectro da nova ULX com detalhes suficientes para determinar a origem da linha do ciclotron. Para abordar ainda mais este mistério, os pesquisadores planejam adquirir mais dados de raios-X no ULX no M51 e procurar linhas de ciclotron em outros ULXs.
sexta-feira, 9 de março de 2018
EXTREMA EXPLOSÃO ATINGIU PRÓXIMA b: SENDO ALGO NUNCA VISTO
O planeta que orbita a estrela mais próxima do Sol sofreu com uma rajada extrema e mortal
O planeta rochoso que orbita a estrela mais próxima do nosso Sistema Solar foi atingido em cheio por uma explosão super poderosa, revela novo estudo.
Essa é uma péssima notícia para quem espera que o planeta conhecido como Proxima b hospede algum tipo de vida como conhecemos.
"Parece que Proxima b foi atingido em cheio por alta radiação de energia extrema durante esse flare", disse a autora principal do estudo, Meredith MacGregor, da Carnegie Institution for Science em Washington, EUA. "Durante os bilhões de anos desde que Proxima b se formou, explosões como essa poderiam ter evaporado qualquer atmosfera ou oceano, esterilizado a superfície, sugerindo que a habitabilidade pode envolver mais do que apenas a distância direta da estrela hospedeira para que exista água líquida."
MacGregor e seus colegas analisaram observações de Proxima Centauri realizadas pela rede de radiotelescópios do Observatório ALMA, localizado no Deserto do Atacama, no Chile. Ele detectaram uma forte explosão no dia 24 de março - 10 vezes mais brilhante do que qualquer explosão já disparada pelo nosso Sol.
Ilustração artística mostra como seria a superfície do planeta Proxima b. No céu podemos ver ainda o sistema duplo de estrelas Proxima AB.
Créditos: ESO / M. Kornmesser
A grande explosão foi tão intensa que aumentou o brilho de Proxima Centauri por um fator de 1.000 em uma extensão de 10 segundos, disseram os pesquisadores. "24 de março de 2017 não foi um dia comum para Proxima Centauri", disse MacGregor.
Anteriormente, cientistas haviam detectado um um brilho ao redor de Proxima Centauri que poderia sugerir a existência de um cinturão de poeira ou de asteroides. Agora, a equipe de MacGregor revelou que a explosão de 24 de março de 2017 provavelmente foi a responsável pela criação desse brilho excessivo, eliminando as chances de existência de um anel de poeira, segundo os pesquisadores.
Vida fora da Terra
Proxima b emocionou astrônomos e astrobiólogos desde que sua descoberta foi anunciada em agosto de 2016. Esse planeta é apenas um pouco mais maciço do que a Terra, o que sugere se tratar de um mundo rochoso. Além disso, Proxima b parece orbitar a zona habitável de sua estrela hospedeira - distância na qual a água líquida pode existir.
A estrela hospedeira é Proxima Centauri - uma anã vermelha que fica a apenas 4,2 anos-luz do Sol. As anãs vermelhas são menores e menos brilhantes do que o Sol, por exemplo, de modo que suas zonas habitáveis são muito mais próximas do que de outras estrelas como a nossa.
Para se ter uma ideia, Proxima b orbita sua estrela a uma distância de apenas 7,5 milhões de quilômetros, e completa uma volta a cada 11,2 dias terrestres. Como comparação, a Terra orbita o Sol a 150 milhões de km.
Ilustração artística mostra uma comparação entre a Terra e Proxima b.
Créditos: PHL / UPR Arecibo / NASA
Portanto, apesar de Proxima b encontrar-se na zona-habitável de sua estrela, essa grande proximidade levanta dúvidas sobre sua real habitabilidade. Outra coisa: planetas que orbitam anãs vermelhas com tamanha proximidade tendem a ter rotação sincronizada, ou seja, é sempre o mesmo lado que fica voltado para sua estrela mãe.
Isso significa que metade de Proxima b pode estar ardendo de calor, enquanto a outra metade pode estar num escuro eterno. Por outro lado, se o planeta possuir atmosfera espessa, esse calor não fica trancado em apenas metade do planeta, e acaba sendo distribuído significativamente, tornando algumas regiões habitáveis.
Imagens: (capa-ilustração/Roberto Molar Candanosa/Carnegie Institution for Science/NASA/SDO/JPL) / ESO / M. Kornmesser / PHL / UPR Arecibo / NASA
domingo, 4 de março de 2018
BURACOS NEGROS CRESCEM MAIS RAPIDAMENTE NO CENTRO DAS GALÁXIAS
Dois novos estudos sugerem que os buracos negros crescem mais rapidamente do que as galáxias que habitam.
Isso desafia a idéia de longa data de que os buracos negros supermassivos cresçam com suas galáxias.
Os pesquisadores usaram conjuntos de dados profundos da Chandra e outros telescópios, incluindo o Hubble, para fazer essas novas descobertas.
Ainda não se sabe exatamente por que os buracos negros mais maciços cresceriam mais rapidamente e isso continuará sendo uma área de pesquisa ativa.
O crescimento dos maiores buracos negros no Universo ultrapassa a taxa de formação de estrelas nas galáxias que habitam, de acordo com dois novos estudos usando dados do Observatório de raios-X Chandra da NASA e outros telescópios e descritos em nosso último comunicado de imprensa .
Neste gráfico, uma imagem do Chandra Deep Field-South é mostrada. A imagem Chandra (azul) é a mais profunda já obtida nos raios-X . Foi combinado com uma imagem óptica e infravermelha do Telescópio Espacial Hubble (HST), de cor vermelha, verde e azul. Cada fonte de Chandra é produzida por gás quente caindo em direção a um buraco negro supermassivo no centro da galáxia do host, conforme ilustrado na ilustração do artista .
Uma equipe de pesquisadores, liderada por Guang Yang no Penn State, calculou a relação entre a taxa de crescimento de um buraco negro supermassivo e a taxa de crescimento das estrelas em sua galáxia hospedeira e descobriu que é muito maior para galáxias mais maciças. Para galáxias contendo cerca de 100 bilhões de massas solares de estrelas, a proporção é cerca de dez vezes maior do que para galáxias contendo cerca de 10 bilhões de estrelas solares de estrelas.
Usando grandes quantidades de dados de Chandra, HST e outros observatórios, Yang e seus colegas estudaram a taxa de crescimento de buracos negros em galáxias a distâncias de 4,3 a 12,2 bilhões de anos-luz da Terra. Os dados de raios-X incluíram as pesquisas Chandra Deep Field-South e North e as pesquisas COSMOS-Legacy.
Outro grupo de cientistas, liderado por Mar Mezcua do Instituto de Ciências Espaciais da Espanha, estudou de forma independente 72 galáxias localizadas no centro de aglomerados de galáxias a distâncias que variaram até cerca de 3,5 bilhões de anos-luz da Terra e compararam suas propriedades em raios X e ondas de rádio. Seu trabalho indica que as massas dos buracos negros eram cerca de dez vezes maiores do que as massas estimadas por outro método, partindo do pressuposto de que os buracos negros e galáxias cresciam em tandem.
Hercules A
Crédito: Raio-X: NASA / CXC / SAO, Óptica: NASA / STScI, Rádio: NSF / NRAO / VLA
O estudo Mezcua usou dados de raios-X de Chandra e dados de rádio da Austrália Telescope Compact Array, o Karl G. Jansky Very Large Array (VLA) e Very Long Baseline Array. Um objeto em sua amostra é a galáxia grande no centro do cluster de galáxias de Hercules . A imagem mostrada acima inclui Dados Chandra (roxo), dados VLA (azul) e dados óticos HST (que aparecem em branco).
Dois documento que descrevem esses resultados foram aceitos nos avisos mensais da Royal Astronomical Society (MNRAS). O trabalho de Mezcua et al. foi publicado na edição de fevereiro de 2018 MNRAS (disponível on-line: https://arxiv.org/abs/1710.10268 ). O artigo de Yang et al. aparecerá em sua edição de abril de 2018 (disponível on-line: https://arxiv.org/abs/1710.09399 ).
O Centro de Vôos Espaciais Marshall da Nasa em Huntsville, Alabama, administra o programa de Chandra para a Direcção da Missão de Ciências da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla a ciência e operações de vôo de Chandra.
sexta-feira, 2 de março de 2018
UM GIGANTE VERMELHO DERRAMA SUA PELE
Esta imagem fantasmagórica apresenta uma estrela gigante vermelha distante e pulsante , conhecida como R Sculptoris. Situado a 1200 anos-luz de distância na constelação do escultor .
R Sculptoris é algo conhecido como estrela gigante de ramo gigante assintótico rico em carbono (AGB), o que significa que está chegando ao fim de sua vida. Nesta fase, as estrelas de massa baixa e intermediária esfriam, criam atmosferas amplas e perdem muita massa - estão a caminho de se tornarem uma nebulosa planetária espetacular .
Enquanto os conceitos básicos deste processo de perda de massa são entendidos, os astrônomos ainda estão investigando como ele começa perto da superfície da estrela. A quantidade de massa perdida por uma estrela realmente tem grandes implicações para sua evolução estelar, alterando seu futuro e levando a diferentes tipos de nebulosas planetárias. À medida que as estrelas da AGB terminam suas vidas como nebulosas planetárias, produzem uma vasta gama de elementos - incluindo 50% dos elementos mais pesados do que o ferro - que são lançados no universo e costumavam fazer novas estrelas, planetas, luas e, eventualmente, os blocos de construção da vida.
Uma característica particularmente intrigante de R Sculptoris é seu ponto dominante brilhante, que parece ser duas ou três vezes mais brilhante do que as outras regiões. Os astrônomos que capturaram esta maravilhosa imagem, utilizando o Interferômetro de Telescópio Muito Grande da ESO (VLTI), concluíram que R Sculptoris está cercado por "aglomerados" gigantes de poeira estelar que se afastam da estrela derramada. Este ponto brilhante é, de fato, uma região ao redor da estrela com pouca ou nenhuma poeira, permitindo-nos olhar mais fundo na superfície estelar.
Esta imagem captura uma seção extremamente pequena do céu: aproximadamente 20x20 milli arcseconds . Para comparação, Jupiter tem um tamanho angular de aproximadamente 40 arcseconds.
Crédito: ESO / M. Wittkowski (ESO)
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