quarta-feira, 30 de agosto de 2017
OBSERVAÇÕES AO LUSCO-FUSCO REVELAM TEMPESTADE ENORME EM NEPTUNO
Enquanto observava Neptuno ao amanhecer com o Telescópio Keck, o estudante Ned Molter descobriu um sistema de tempestades invulgarmente brilhante e quase circular perto do equador do planeta, uma região onde os astrónomos nunca tinham visto uma nuvem brilhante. O centro do complexo de tempestades mede cerca de 9000 km de comprimento, cerca de 3/4 do tamanho da Terra, ou 1/3 do raio de Neptuno.
Crédito: N. Molter/I. de Pater, UC Berkeley/C. Alvarez, Observatório W. M. Keck
O nascer e o pôr-do-Sol são suficientes para deslumbrar a maioria de nós, mas para os astrónomos, o amanhecer e o crepúsculo são um desperdício de bom tempo de observação. Eles querem um céu verdadeiramente escuro.
Mas não Ned Molter, estudante de astronomia da UC Berkeley. Ele quis mostrar que alguns objetos brilhantes também podem ser estudados durante o lusco-fusco, enquanto outros astrónomos olham para o relógio, e rapidamente descobriu uma nova característica em Neptuno: um sistema de tempestades quase do tamanho da Terra.
"Ver uma tempestade tão brilhante, a uma latitude tão baixa, é extremamente surpreendente," comenta Molter, que avistou o sistema perto do equador de Neptuno durante um teste ao lusco-fusco utilizando o Observatório W. M. Keck em Mauna Kea, Hawaii. "Normalmente, esta área é verdadeiramente calma e só vemos nuvens brilhantes a bandas de latitude média, de modo que encontrar uma nuvem tão enorme situada no equador é espetacular."
Este enorme sistema de tempestades, encontrado numa região onde nenhuma nuvem brilhante tinha sido avistada antes, mede cerca de 9000 quilómetros em comprimento, ou um-terço do raio de Neptuno, abrangendo pelo menos 30 graus tanto em latitude como em longitude. Molter observou o aumento de brilho entre 26 de junho e 2 de julho.
Imagens de Neptuno captadas durante observações ao lusco-fusco revelaram um sistema de tempestades extremamente grande e brilhante perto do equador do planeta, uma região onde os astrónomos nunca tinham visto uma nuvem brilhante. O centro do complexo de tempestades mede cerca de 9000 km de comprimento, cerca de 3/4 do tamanho da Terra, ou 1/3 do raio de Neptuno. A tempestade aumentou consideravelmente de brilho entre 26 de junho e 2 de julho.
Crédito: N. Molter/I. de Pater, UC Berkeley/C. Alvarez, Observatório W. M. Keck
"Historicamente, já têm sido avistadas nuvens muito brilhantes, ocasionalmente, em Neptuno, mas normalmente em latitudes mais próximas dos polos, cerca de 15 a 60 graus norte ou sul," realça Imke de Pater, professora de astronomia da UC Berkeley e conselheira de Molter. "Nunca antes uma nuvem tinha sido observada tão perto do equador, nem assim tão brilhante."
Ao início, de Pater pensava que era o mesmo complexo de nuvens avistado pelo Telescópio Espacial Hubble em 1994, depois da icónica Grande Mancha Escura, fotografada pela Voyager 2 em 1989, ter desaparecido. Mas de Pater diz que as medições da sua posição não coincidem, sinalizando que este complexo de nuvens é diferente do que o Hubble viu pela primeira vez há mais de duas décadas.
Vórtices escuros, de alta pressão, ancorados nas profundezas da atmosfera de Neptuno, podem ser os responsáveis pela gigantesca cobertura de nuvens. À medida que os gases sobem no vórtice, arrefecem. Quando a sua temperatura cai abaixo da temperatura de condensação de um gás condensável, esse gás condensa e forma nuvens, como a água na Terra. Em Neptuno, espera-se a formação de nuvens de metano.
Tal como todos os planetas, os ventos na atmosfera de Neptuno variam drasticamente com a latitude, de modo que se houver um grande sistema de nuvens brilhantes a abranger muitas latitudes, algo deverá estar a mantê-lo unido, como um vórtice escuro. Caso contrário, as nuvens separar-se-iam.
"Este grande vórtice está localizado numa região onde o ar, em geral, está a descer em vez de subir," comenta de Pater. "Além disso, um vórtice de longa duração, situado no equador, será difícil de explicar fisicamente."
Se não estiver ligado a um vórtice, o sistema poderá ser uma grande nuvem convectiva, semelhante àquelas vistas ocasionalmente noutros planetas como a grande tempestade em Saturno, detetada em 2010. Embora também seria de esperar que a tempestade ficasse consideravelmente "manchada" após uma semana.
"Isto mostra que existem mudanças extremamente drásticas na dinâmica atmosférica de Neptuno, e talvez este seja um evento climático sazonal que ocorre a cada poucas décadas," realça de Pater.
Neptuno é o mais planeta mais "ventoso" do Sistema Solar - os ventos mais velozes observados, no equador, atingiram uns violentos 1400 km/h. Colocando este valor em perspetiva: um furacão de Categoria 5 tem velocidades de vento na ordem dos 250 km/h. Neptuno orbita o Sol a cada 160 anos e uma estação tem a duração aproximada de 40 anos.
A descoberta do misterioso complexo de nuvens equatoriais em Neptuno foi possível graças a um novo programa do Keck, que permite que estudantes universitários e investigadores trabalhem com o telescópio, enquanto contribuem para o Observatório e para a sua comunidade científica.
Molter é um de oito estudantes aceites no programa este ano. A sua tarefa durante a sua estadia de seis semanas no Observatório, era desenvolver um método mais eficiente de observação ao crepúsculo, fazendo uso do tempo que, de outra forma, não seria usado. A maioria dos observadores da comunidade do Keck debruça-se sobre o céu noturno e não consegue observar os seus alvos durante o lusco-fusco.
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
ESTRELA SEMELHANTE AO SOL PODE ABRIGAR DOIS EXOPLANETAS HABITÁVEIS
Ilustração divulgada pela Universidade de Hertfordshire que mostra a localização dos planetas na zona habitável do sistema planetário de tau Ceti, em comparação com o sistema solar. Se os planetas recém-descobertos forem rochosos e tiverem água líquida em sua superfície, podem se tornar destino para futuras colonias humanas, além de ter mais chances de abrigar vida (Fabo Feng/Creative Commons)
A lista de candidatos para abrigar vida fora da Terra acaba de ganhar mais dois nomes. Um grupo internacional de astrônomos descobriu quatro planetas (dois deles que estão na “zona habitável”) orbitando a já conhecida estrela tau Ceti, localizada a 12 anos-luz do Sol (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros). Como descrevem os cientistas em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, de todas as estrelas semelhantes ao Sol que existem no espaço, o astro que deu origem à descoberta é o mais próximo da Terra.
O detalhe mais importante, segundo os astrônomos, é o fato de que dois desses planetas identificados são super-Terras (planetas com massa maior do que a da Terra e menor do que a de Júpiter) e encontram-se a uma distância de tau Ceti suficiente para suportar água líquida em sua superfície. É essa distância que define a zona habitável de uma estrela – e que aumenta a probabilidade de encontrar vida nos planetas ou, eventualmente, de realizar uma colonização humana no futuro.O planeta HAT-P-11b, que possui um raio quatro vezes maior que o da Terra e está localizado na constelação de Cisne, a 122 anos-luz (cada ano luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros)
De acordo com os cientistas, os quatro planetas são os menores já detectados em torno das estrelas com características semelhantes ao Sol mais próximas – o menor deles tem apenas 1,7 vez a massa terrestre.
Os astrônomos detectaram os exoplanetas (planetas fora do sistema solar) ao observar pequenas ondulações no movimento de tau Ceti. As variações eram tão sutis quanto 30 centímetros por segundo, bem próximo do mínimo necessário para identificar um planeta ou lua com condições ambientais análogas à Terra, que é de 10 centímetros por segundo. “Estamos ficando tentadoramente perto de observar os limites necessários para detectar planetas parecidos com a Terra”, disse o astrônomo Fabo Feng, pesquisador da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido. “Nossa detecção de ondulações tão fracas é um marco na busca de [planetas] análogos ao nosso e na compreensão da habitabilidade da Terra por meio de comparações com eles.”
Pesquisadores consideram as estrelas semelhantes ao Sol os melhores alvos para procura de planetas habitáveis do tamanho da Terra. Tau Ceti é muito parecida com Sol em seu tamanho e brilho, e ambos possuem sistemas multi-planetários. Se os dois planetas externos em torno de tau Ceti forem rochosos e habitáveis, como os astrônomos esperam ser, a estrela poderia ser um alvo ideal para colonização interestelar
Os autores do estudo, que ainda aguarda publicação no periódico Astronomical Journal, no entanto, afirmam que há um disco de detritos maciços em torno da estrela, e isso provavelmente reduz a habitabilidade atual dos planetas, devido ao bombardeio intenso por asteroides e cometas.
sábado, 26 de agosto de 2017
TRAPPIST-1 É MAIS ANTIGA QUE O NOSSO SISTEMA SOLAR
Esta ilustração mostra o possível aspeto do sistema TRAPPIST-1 a partir de um ponto de vista próximo do planeta TRAPPIST-1f (direita).
Crédito: NASA/JPL-Caltech
Se quisermos saber mais sobre se a vida poderá sobreviver num planeta para lá do nosso Sistema Solar, é importante saber a idade da sua estrela. As estrelas jovens libertam frequentemente radiação altamente energética sob a forma de erupções que podem atingir as superfícies dos seus planetas. Se os planetas são recém-formados, as suas órbitas também podem ser instáveis. Por outro lado, os planetas que orbitam estrelas mais velhas sobreviveram a estes episódios flamejantes e juvenis, mas também foram expostos aos estragos da radiação estelar durante um maior período de tempo.
Os cientistas têm agora uma boa estimativa da idade de um dos sistemas planetários mais intrigantes descobertos até à data - TRAPPIST-1, um sistema com sete mundos do tamanho da Terra em órbita de uma anã ultrafria a cerca de 40 anos-luz de distância. Os investigadores dizem, num novo estudo, que a estrela TRAPPIST-1 é muito antiga: tem entre 5,4 e 9,8 mil milhões de anos. Poderá ser até duas vezes mais velha que o nosso próprio Sistema Solar, que se formou há cerca de 4,5 mil milhões de anos.
As sete maravilhas de TRAPPIST-1 foram reveladas no início deste ano numa conferência de imprensa da NASA, usando uma combinação de resultados do TRAPPIST (Transiting Planets and Planetesimals Small Telescope) no Chile, do Telescópio Espacial Spitzer da NASA e de outros telescópios terrestres. Três dos planetas de TRAPPIST-1 residem na "zona habitável" da estrela, a gama de distâncias orbitais onde um planeta rochoso com uma atmosfera poderá conseguir suportar a existência de água à sua superfície. Todos os sete planetas têm, provavelmente, bloqueio de marés, isto é, cada com um perpétuo lado diurno e noturno.
Aquando da sua descoberta, os cientistas pensavam que o sistema TRAPPIST-1 tinha que ter pelo menos 500 milhões de anos, uma vez que é o tempo necessário para que estrelas de baixa massa como TRAPPIST-1 (apenas 8% da massa do Sol) contraiam para o seu tamanho mínimo, apenas um pouco maiores que o planeta Júpiter. No entanto, mesmo este limite mínimo de idade era incerto; em teoria, a estrela podia ser quase tão antiga quanto o próprio Universo. Será que as órbitas deste sistema compacto de planetas eram estáveis? Será que a vida já teria tido tempo suficiente para evoluir em qualquer um destes mundos?
"Os nossos resultados ajudam realmente a restringir a evolução do sistema TRAPPIST-1, porque o sistema tem que ter persistido durante milhares de milhões de anos. Isto significa que os planetas tiveram que evoluir juntos, caso contrário o sistema há muito que se teria desmoronado," afirma Adam Burgasse, astrónomo da Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA, autor principal do artigo. Burgasser juntou esforços com Eric Mamajek, cientista do Programa de Exploração Exoplanetária da NASA no JPL da agência espacial em Pasadena, no mesmo estado norte-americano, com o objetivo de calcular a idade de TRAPPIST-1. Os seus resultados serão publicados na revista The Astrophysical Journal.
Não está claro o que essa idade mais antiga significa para a habitabilidade dos planetas. Por um lado, as estrelas mais velhas iluminam menos que as estrelas mais jovens, e Burgasser e Mamajek confirmaram que TRAPPIST-1 é relativamente silenciosa em comparação com outras anãs ultrafrias. Por outro, tendo em conta que os planetas estão tão próximos da estrela, podem ter absorvido milhares de milhões de anos de radiação altamente energética, radiação esta capaz de "ferver" atmosferas e grandes quantidades de água. De facto, o equivalente a um oceano da Terra poderá ter evaporado de cada planeta em TRAPPIST-1 à exceção dos dois mais distantes: os planetas g e h. No nosso próprio Sistema Solar, Marte é um exemplo de um planeta que provavelmente já teve água líquida à sua superfície no passado e que perdeu a maior parte da sua água e da atmosfera para a radiação altamente energética do Sol ao longo de milhares de milhões de anos.
No entanto, uma grande idade não significa, necessariamente, que a atmosfera de um planeta foi totalmente destruída. Dado que os planetas de TRAPPIST-1 têm densidades inferiores à da Terra, é possível que grandes reservatórios de moléculas voláteis como a água possam produzir atmosferas espessas que protejam as superfícies planetárias das radiações prejudiciais. Uma atmosfera espessa pode ajudar a redistribuir o calor para os lados noturnos destes planetas bloqueados pelo efeito de maré, aumentando a área habitável. Mas isto também pode criar um efeito de estufa, no qual a atmosfera se torna tão espessa que a superfície do planeta sobreaquece - como em Vénus.
"Caso haja vida nesses planetas, eu especularia que tem que ser uma vida robusta, porque tem que ser capaz de sobreviver a alguns cenários potencialmente terríveis durante milhares de milhões de anos," comenta Burgasser.
Felizmente, as estrelas de baixa massa como TRAPPIST-1 têm temperaturas e brilhos que permanecem relativamente constantes ao longo de biliões de anos, pontuados por aumentos ocasionais de atividade estelar. Prevê-se que as vidas de estrelas minúsculas como TRAPPIST-1 sejam muito, muito maiores do que a idade de 13,7 mil milhões de anos do Universo (o Sol, em comparação, tem uma vida útil estimada em mais ou menos 10 mil milhões de anos).
"As estrelas muito mais massivas que o Sol consomem o seu combustível rapidamente, aumentando de brilho ao longo de milhões de anos e explodindo como supernovas," afirma Mamajek. "Mas TRAPPIST-1 é como uma vela lenta que brilhará cerca de 900 vezes mais do que a idade atual do Universo."
Algumas das pistas que Burgasser e Mamajek usaram para medir a idade de TRAPPIST-1 incluem a rapidez com que a estrela se move na sua órbita em torno da Via Láctea (estrelas mais rápidas tendem a ser mais velhas), a sua composição química atmosférica e quantas erupções TRAPPIST-1 teve durante períodos observacionais. Todas estas variáveis apontaram para uma idade substancialmente maior do que a do nosso Sol.
Observações futuras com o Telescópio Espacial Hubble da NASA e com o futuro Telescópio Espacial James Webb poderão revelar se estes planetas têm atmosferas e se são, ou não, como a da Terra.
"Estes novos resultados fornecem um contexto útil para futuras observações dos planetas de TRAPPIST-1, o que nos poderá dar mais informações sobre a formação e evolução das atmosferas planetárias, e se estas persistem ou não," explica Tiffany Kataria, cientista exoplanetária do JPL, que não esteve envolvida no estudo.
As observações futuras com o Spitzer poderão ajudar os cientistas a aprimorar as suas estimativas das densidades dos planetas de TRAPPIST-1, o que fornecerá mais dados sobre as suas composições.
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
CIENTISTAS PODEM TER ACHADO A PRIMEIRA LUA FORA DO SISTEMA SOLAR
Descoberta ainda precisa ser confirmada pelo telescópio Hubble, mas sugere que sistemas planetários semelhantes ao nosso podem estar espalhados pelo cosmos
Ilustração do telescópio Kepler, da NASA, que foi utilizado para identificar o candidato a exolua (JPL-Caltech/Nasa)
A primeira lua fora do sistema solar pode ter sido encontrada por uma equipe de astrônomos. Ainda que a descoberta não tenha sido confirmada, a possível “exolua” teria um tamanho e uma massa iguais aos de Netuno e orbitaria um planeta que fica a 4.000 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), tão grande quanto Júpiter e com uma massa 10 vezes maior. Um artigo sobre a pesquisa, que faz parte do projeto Hunt for Exomoons with Kepler (Caça a Exoluas com Kepler, em português, em referência ao telescópio espacial utilizado), foi publicado no site Arxiv nesta quinta-feira.
Segundo os cientistas envolvidos no estudo, o candidato a exolua provavelmente não se formou ali, orbitando o planeta Kepler-1625 b. A hipótese mais provável, para eles, é que o satélite tenha sido capturado pela gravidade do astro mais tarde. “Seria espetacularmente diferente de qualquer coisa que tenhamos visto no sistema solar”, disse o astrônomo David Kipping, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, em entrevista ao New Scientist. Com a confirmação da descoberta, os cientistas poderão saber mais sobre como sistemas planetários são formados e confirmar se a presença de satélites é característica exclusiva do sistema solar.
O planeta HAT-P-11b, que possui um raio quatro vezes maior que o da Terra e está localizado na constelação de Cisne, a 122 anos-luz (cada ano luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros)
A caça às exoluas, que orbitam planetas distantes fora do sistema solar, é dificultada pela limitação das tecnologias atuais. O telescópio espacial Kepler, que foi usado na primeira etapa da pesquisa, busca por corpos celestes observando pequenas oscilações no brilho das estrelas, que ocorrem quando um planeta ou outro astro passa em frente a ela. Alguns candidatos a exoluas já haviam sido identificados, mas nenhum pode ser confirmado só com esses aparelhos. Por isso, Kipping e sua equipe esperam fazer uma análise mais aprofundada utilizando o telescópio Hubble antes de anunciar que se trata, de fato, de uma exolua.
“É consistente com o sinal que podemos esperar de uma lua, mas pode ser consistente com outras coisas também”, afirma o pesquisador, que pede cautela com conclusões precipitadas. O sinal promissor foi registrado pelos cientistas durante três trânsitos – passagens de um planeta em frente à estrela que orbita, nas quais é possível ver a sobra formada pelo astro e, neste caso, pelo satélite também –, um número inferior ao que os astrônomos gostariam para tirar conclusões concretas.
Ainda assim, como há diversas luas no sistema solar, incluindo as que orbitam planetas como Saturno e Júpiter, a maioria dos astrônomos assume que existem outras luas ao redor de planetas mais distantes também. “Tenho quase certeza de que [as exoluas] estarão lá [em outros sistemas planetários]”, disse David Waltham, da Universidade de Londres, que também participou do estudo. “Seria muito esquisito que houvesse centenas de luas no sistema solar mas nenhuma em outros lugares.”
“Quase sempre que esbarramos em um candidato, e ele passa nos nossos testes, nós inventamos mais testes até que ele é finalmente eliminado”, afirma Kipping. “Neste caso, aplicamos todos os testes que já fizemos e ele [a possível exolua] passou em todos. Por outro lado, só tivemos três eventos.”
terça-feira, 22 de agosto de 2017
COLABORAÇÃO DARK ENERGY SURVEY REVELA MEDIÇÃO MAIS PRECISA DA ESTRUTURA DA MATÉRIA ESCURA NO UNIVERSO
Mapa da matéria escura feito a partir de medições de lentes gravitacionais de 26 milhões de galáxias na colaboração DES. O mapa cobre cerca de 1/30 do céu e abrange vários milhares de milhões de anos-luz em dimensão. As regiões vermelhas têm mais matéria escura do que a média, as regiões azuis menos matéria escura.
Crédito: Chihway Chang, do Instituto Kavli para Física Cosmológica, da Universidade de Chicago e da colaboração DES
Imagine que planta uma única semente e, com grande precisão, consegue prever a altura exata da árvore a partir da qual ela cresce. Agora imagine que viaja para o futuro e tira fotografias que provam que estava certo.
Se pensarmos na semente como o Universo primitivo, e na árvore como o Universo de hoje em dia, temos uma ideia do que a colaboração DES (Dark Energy Survey) acabou de fazer. Numa apresentação da Divisão de Partículas e Campos da Sociedade Física Americana no Laboratório Nacional do Acelerador Fermi do Departamento de Energia dos EUA, cientistas da colaboração DES revelaram a medição mais precisa, alguma vez feita, da atual estrutura em larga escala do Universo.
Estas medições da quantidade e distribuição da matéria escura no cosmos atual foram feitas com uma precisão tal que, pela primeira vez, rivaliza com as inferências do Universo inicial pelo observatório espacial Planck da ESA. O novo resultado da DES (a árvore, na metáfora acima) está perto das "previsões" feitas a partir das medições do Planck no passado distante (a semente), permitindo com que os cientistas saibam mais sobre as formas como o Universo evoluiu ao longo de 14 mil milhões de anos.
Esta imagem de NGC 1398 foi captada com a câmara DEC. Esta galáxia está localizada no enxame da Fornalha, a cerca de 65 milhões de anos-luz da Terra. Mede 135.000 anos-luz em diâmetro, um pouco maior que a Via Láctea, e contém mais de mil milhões de estrelas.
Crédito: Dark Energy Survey
"Este resultado é mais que excitante," comenta Scott Dodelson do Fermilab, um dos principais cientistas deste resultado. "Pela primeira vez, somos capazes de ver a atual estrutura do Universo com a mesma clareza com que podemos ver a sua infância, e podemos seguir os 'fios condutores' de uma para a outra, confirmando muitas previsões ao longo do caminho."
Mais notavelmente, este resultado suporta a teoria de que 26% do Universo está sob a forma da misteriosa matéria escura e que o espaço está preenchido por uma energia escura igualmente invisível, que está a acelerar a expansão do Universo e perfaz 70%.
Paradoxalmente, é mais fácil medir a distribuição a larga escala do Universo no seu passado distante do que na atualidade. Nos primeiros 400.000 anos após o Big Bang, o Universo estava preenchido por um gás incandescente, cuja luz sobrevive ainda hoje em dia. O mapa desta radiação cósmica de fundo em micro-ondas, pelo Planck, dá-nos um instantâneo do Universo naquela época primordial. Desde então, a gravidade da matéria escura aglomerou a matéria e tornou o Universo mais "grumoso" com o passar do tempo. Mas a energia escura tem lutado contra isto, afastando a matéria. Usando o mapa do Planck como um começo, os cosmólogos podem calcular com precisão como é que esta batalha se desenvolve ao longo de 14 mil milhões de anos.
"As medições da colaboração DES, quando comparadas com o mapa do Planck, suportam a versão mais simples da teoria da matéria escura/energia escura," comenta Joe Zuntz, da Universidade de Edimburgo, que trabalhou na análise. "O momento em que nos apercebemos que a nossa medição coincidia com o resultado do Planck até 93% foi emocionante para a toda a colaboração."
O instrumento principal da DES foi a câmara DEC (Dark Energy Camera) de 570 megapixéis, uma das mais poderosas atualmente em existência, capaz de captar imagens digitais da luz de galáxias a oito mil milhões de anos-luz da Terra. A câmara foi contruída e testada no Fermilab, o laboratório principal da colaboração DES, e está acoplada ao Telescópio Blanco de 4 metros do NSF (National Science Foundation), parte do Observatório Interamericano de Cerro Tololo no Chile, uma divisão do NOAO (National Optical Astronomy Observatory). Os dados da DES são processados pelo Centro Nacional para Aplicações de Supercomputação da Universidade de Illinois em Urbana-Campaign, EUA.
Os cientistas da DES estão a usar a câmara para mapear um-oitavo do céu em detalhes sem precedentes ao longo de cinco anos. O quinto ano de observações começa neste mês de agosto. Os novos resultados, divulgados a semana passada, foram recolhidos apenas durante o primeiro ano do levantamento, que cobre 1/30 do céu.
"É incrível que a equipa tenha conseguido atingir esta precisão apenas no primeiro ano do seu levantamento," comenta Nigel Sharp, Diretor do Programa do NSF. "Agora que as suas técnicas de análise estão desenvolvidas e testadas, aguardamos com ansiosa antecipação os resultados inovadores à medida que a pesquisa continua."
Os cientistas da colaboração DES usaram dois métodos para medir a matéria escura. Primeiro, criaram mapas das posições das galáxias como se tratasse de marcos e, em segundo lugar, mediram com precisão as formas de 26 milhões de galáxias para mapear diretamente os padrões da matéria escura ao longo de milhares de milhões de anos-luz, usando uma técnica chamada lente gravitacional.
Para fazer estas medições ultraprecisas, a equipa da DES desenvolveu novos métodos de detetar pequenas distorções devidas ao efeito de lente nas imagens das galáxias, um efeito invisível ao olho humano, permitindo avanços revolucionários na compreensão desses sinais cósmicos. No processo, criaram o maior guia para avistar a matéria escura no cosmos alguma vez já desenhado. O novo mapa da matéria escura tem 10 vezes o tamanho do divulgado em 2015 pela DES e, eventualmente, será três vezes maior do que é agora.
"É um enorme esforço de equipa e o culminar de anos de trabalho focado," comenta Erin Sheldon, física do Laboratório Nacional Brookhaven do Departamento de Energia dos EUA, que codesenvolveu o novo método para detetar distorções de lente.
"A colaboração DES já forneceu algumas descobertas e medições notáveis e mal ainda começaram a vasculhar os seus dados," comenta Nigel Lockyer, Diretor do Fermilab. "Estes resultados topo-de-gama indiciam os grandes passos que a DES fará para entender a energia escura ao longo dos próximos anos
domingo, 20 de agosto de 2017
ALMA CONFIRMA QUE TITÃ TEM QUÍMICO QUE PODE FORMAR "MEMBRANAS"
Dados de arquivo do ALMA confirmaram que as moléculas de acrilonitrila residem na atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno. Titã é aqui vista numa composição ótica (atmosfera) e infravermelha (superfície) pela Cassini da NASA. Num ambiente de metano líquido, a acrilonitrila pode formar membranas.
Crédito: B. Saxton (NRAO/AUI/NSF); NASA
Titã, a lua gelada de Saturno, tem uma atmosfera curiosa. Além de uma mistura nublada de azoto e de hidrocarbonetos como o metano e o etano, a atmosfera de Titã também contém uma série de moléculas orgânicas mais complexas, incluindo acrilonitrila (cianeto de vinila), que os astrónomos descobriram recentemente em dados de arquivo do ALMA. Sob as condições ideais, como aquelas encontradas à superfície de Titã, a acrilonitrila pode coalescer naturalmente em esferas microscópicas que se assemelham a membranas celulares.
A maior lua de Saturno, Titã, é um dos corpos mais intrigantes e parecidos com a Terra do nosso Sistema Solar. É quase tão grande quanto Marte e tem uma atmosfera espessa constituída principalmente de azoto com uma pequena quantidade de moléculas orgânicas à base de carbono, incluindo metano (CH4) e etano (C2H6). Os cientistas planetários teorizam que esta composição química é parecida à atmosfera primordial da Terra.
As condições em Titã, no entanto, não são propícias à formação de vida como a conhecemos; é simplesmente demasiado fria. Dez vezes mais distante do que a Terra do Sol, o satélite Titã é tão frio que chove metano líquido para a sua superfície gelada e sólida, formando rios, lagos e mares.
No entanto, estes corpos líquidos de hidrocarbonetos criam um ambiente único que pode ajudar as moléculas de acrilonitrila (C2H3CN) a se unirem para formar membranas, características que se assemelham às membranas celulares lipídicas de organismos vivos na Terra.
Usando dados de arquivo do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array), recolhidos ao longo de uma série de observações entre fevereiro e maio de 2014, astrónomos encontraram evidências convincentes de que moléculas de cianeto de vinila estão realmente presentes em Titã e em quantidades significativas.
"A presença de cianeto de vinila num ambiente com metano líquido sugere a possibilidade intrigante de processos químicos análogos àqueles importantes para a vida na Terra," afirma Maureen Palmer, investigadora do Cento de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, no estado norte-americano de Maryland, e autora principal de um artigo publicado na revista Science Advances.
Os estudos anteriores da nave espacial Cassini, bem como simulações laboratoriais da atmosfera de Titã, inferiram a provável presença de acrilonitrila em Titã, mas só com o ALMA foi possível uma deteção definitiva.
Ao analisarem os dados de arquivo, Palmer e colegas encontraram três sinais distintos - picos no espectro do comprimento de onda milimétrico - que correspondem à acrilonitrila. Estas assinaturas reveladoras têm origem a, pelo menos, 200 quilómetros acima da superfície de Titã.
A atmosfera de Titã é uma verdadeira fábrica de produtos químicos, aproveitando a luz do Sol e a energia de partículas velozes que orbitam Saturno para converter moléculas orgânicas simples em produtos químicos maiores e mais complexos.
"À medida que o nosso conhecimento da química de Titã cresce, torna-se cada vez mais evidente que as moléculas orgânicas complexas surgem naturalmente em ambientes semelhantes aos encontrados numa jovem Terra, mas existem diferenças importantes," acrescenta Martin Cordiner, também do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA e coautor do artigo.
Por exemplo, a lua Titã é muito mais fria que a Terra em qualquer período da sua história. Titã tem uma temperatura média de 95 kelvins, de modo que a água à sua superfície permanece no estado sólido. As evidências geológicas também sugerem que a Terra primitiva teve concentrações altas de dióxido de carbono (CO2); Titã não tem. A superfície rochosa da Terra também foi freneticamente ativa, com vulcanismo extenso e impactos constantes de asteroides, que podem ter afetado a evolução da nossa atmosfera. Em comparação, a crosta gelada de Titã parece bastante dócil.
"Continuamos a usar o ALMA para fazer mais observações da atmosfera de Titã," conclui Conor Nixon, também do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA e coautor do artigo. "Estamos à procura de produtos químicos orgânicos, novos e mais complexos, bem como a estudar os padrões de circulação atmosférica desta lua. No futuro, os estudos de resolução mais elevada lançarão mais luz sobre este mundo intrigante e, esperançosamente, fornecerão novas informações sobre o potencial de Titã para a química pré-biótica."
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
CASSINI COMEÇA AS CINCO ÓRBITAS FINAIS EM TORNO DE SATURNO
Esta impressão de artista mostra a Cassini enquanto faz um dos seus cinco mergulhos finais através da atmosfera superior de Saturno em agosto e setembro de 2017.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
A sonda Cassini da NASA vai entrar em novo território durante a sua última fase da missão, o Grande Final, enquanto se prepara para embarcar num conjunto de passagens ultra-próximas através da atmosfera superior de Saturno nas suas cinco órbitas finais em redor do planeta.
A Cassini fará a primeira dessas passagens sobre Saturno às 05:22 de dia 14 de agosto. O ponto de maior aproximação ao planeta, durante estas passagens, estará situado entre os 1630 e os 1710 quilómetros acima do topo das nuvens de Saturno.
Espera-se que a nave encontre atmosfera densa o suficiente para exigir a utilização dos seus pequenos propulsores a fim de manter a estabilidade - condições parecidas às encontradas durante muitos dos "flybys" próximos da lua Titã, que tem a sua própria atmosfera densa.
"As passagens rasantes da Cassini por Titã prepararam-nos para estas passagens rápidas através da atmosfera superior de Saturno," comenta Earl Maize, gestor do projeto Cassini no JPL da NASA no estado norte-americano da Califórnia. "Graças à nossa experiência passada, estamos confiantes que entendemos como é que a nave se irá comportar às densidades atmosféricas que os nossos modelos preveem."
Maize disse que a equipa considerará a passagem de 14 de agosto como normal se os propulsores operarem entre 10 e 60% da sua capacidade. Se os motores forem forçados a trabalhar com mais força - o que significa que a atmosfera é mais densa do que os modelos preveem - os engenheiros vão aumentar a altitude das órbitas subsequentes. Referida como "manobra pop-up", os propulsores serão usados para aumentar a altitude da maior aproximação nas próximas passagens, provavelmente até 200 km.
Se a "manobra pop-up" não chegar a ser necessário, e a atmosfera for menos densa do que o esperado durante as primeiras três passagens, os engenheiros poderão, alternativamente, usar a opção "pop-down" para diminuir a altitude da maior aproximação durante as últimas duas órbitas, também provavelmente até 200 km. Isso permitirá com que os instrumentos científicos da Cassini, especialmente o INMS (Ion and Neutral Mass Spectrometer), obtenham dados sobre a atmosfera ainda mais perto do topo das nuvens do planeta.
"Ao fazer estes cinco mergulhos em Saturno, seguidos pelo seu mergulho final, a Cassini tornar-se-á na primeira sonda atmosférica de Saturno," comenta Linda Spilker, cientista do projeto Cassini no JPL. "Há muito que é um objetivo na exploração planetária, o de enviar uma sonda dedicada para a atmosfera de Saturno, e estamos a construir as bases para a exploração futura com esta primeira incursão."
Outros instrumentos da Cassini farão observações detalhadas e de alta resolução das auroras, das temperaturas e dos vórtices nos polos de Saturno. O seu radar vai penetrar nas profundezas da atmosfera para revelar características de pequena escala com até 25 km de diâmetro - quase 100 vezes mais pequenas do que a sonda podia observar antes do Grande Final.
No dia 11 de setembro, um distante encontro com Titã servirá como uma versão gravitacional de uma grande "manobra pop-down", abrandando a órbita da Cassini em torno de Saturno e dobrando o seu percurso ligeiramente para enviar a nave em direção ao seu mergulho final de dia 15 de setembro.
Durante o mergulho de meia-órbita, o plano é ter sete instrumentos científicos da Cassini, incluindo o INMS, ativados e a transmitir medições quase em tempo real. Espera-se que a sonda alcance uma altitude onde a densidade atmosférica é aproximadamente o dobro da que encontrou durante as suas cinco passagens finais. Assim que a Cassini alcançar este ponto, os seus propulsores já não serão capazes de trabalhar contra o puxo da atmosfera de Saturno a fim de manter a antena apontada para a Terra, e o contacto será perdido permanentemente. A nave espacial irá fragmentar-se como um meteoro momentos depois, terminando a sua longa e gratificante viagem.
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
O NOVO ALVO DA SONDA NEW HORIZONS FICOU AINDA MIAS ESTRANHOS
A nave espacial que visitou Plutão está indo de encontro com um objeto diferente do que os cientistas conheciam...
Desde seu histórico encontro com Plutão em julho de 2015, a sonda New Horizons tem ido ainda mais longe, rumo aos confins do Sistema Solar. Por estar em ótimas condições, e perfeitamente operante, os controladores da missão deram à nave espacial um novo destino para exploração: 2014 MU69 - um objeto do Cinturão de Kuiper (KBO).
Portanto, o próximo alvo foi escolhido e a nave partiu para sua nova exploração espacial, que segundo observações da NASA, tratava-se de um objeto esférico composto por gelo e rocha com até 45 km de diâmetro. No entanto, uma nova observação liderada pela equipe da missão concluiu que 2014 MU69 pode ser na verdade dois objetos que se orbitam numa grande proximidade, ou que já estão conectados - um binário de contato.
As observações recentes do objeto 2014 MU69 ocorreram quando ele passou na frente de uma estrela, oferecendo oportunidade aos astrônomos de medir a variação de brilho dessa estrela, e assim, entender melhor qual é o tamanho e o formato do objeto. Vários telescópios instalados na Patagonia, Argentina, foram utilizados nessas observações, que diga-se de passagem, são bastante comuns para estimar o tamanho e a posição de asteroides.
Ilustração artística de um binário de contato, o que o objeto 2014 MU69 parece ser - NASA
Créditos: NASA / JHUAPL / SwRI / Alex Parker
Além de obter informações sobre seu tamanho e formato, a equipe conseguiu ainda melhorar os cálculos orbitais, o que é vital para o sucesso da missão.
Baseado nas novas observações, os astrônomos concluíram que o objeto 2014 MU69 tem mais de 30 km de diâmetro, e se realmente for um binário de contato, cada uma de suas partes possui mais de 20 km de diâmetro.
"Esse novo achado é simplesmente espetacular", comenta Alan Stern, líder da missão New Horizons. "O formato de 2014 MU69 é provocativo, e pode ser outro fato inédito para a New Horizons que está indo rumo a outro objeto do Cinturão de Kuiper. Eu não poderia estar mais feliz com os resultados dessa observação, que prometem uma bonanza científica para o próximo encontro."
Ilustração artística do objeto 2014 MU69 caso ele não seja um binário de contato.
Créditos: NASA / JHUAPL / SwRI / Alex Parker
Para entender melhor o novo alvo da sonda, uma série de observações tem sido feitas na Argentina e na África do Sul. A aeronave SOFIA (Observatório Estratosférico de Astronomia no Infravermelho) também está ajudando nas observações.
SOFIA é uma aeronave com um telescópio de 2.5 metros de diâmetro acoplado, e funciona como um observatório voador. Por conta de sua altitude de voo, as observações feitas com observatórios voadores trazem resultados fantásticos, já que grande parte da atmosfera da Terra fica abaixo do ponto de vista da aeronave.
O intuito principal das observações de SOFIA é procurar por detritos e rochas espaciais que poderiam colidir com a sonda New Horizons durante sua aproximação com 2014 MU69. Os observatórios espaciais Hubble (da NASA) e Gaia (da ESA) também ajudaram a definir o momento em que a sombra do objeto 2014 MU69 iria ficar alinhada com a Terra (a ocultação que serviu para observar o objeto).
O encontro da sonda New Horizons com o objeto 2014 MU69 está programado para ocorrer em 1° de janeiro de 2019, e se tudo der certo, será o encontro mais distante da história da exploração espacial. Além de estar a 1.6 bilhões de quilômetros de Plutão, a nave estará a assustadores 6.5 bilhões de quilômetros da Terra! Além do mais, o encontro de New Horizons com esse estranho e distante objeto do Cinturão de Kuiper será como uma viagem no tempo, pois a humanidade irá conhecer um corpo do Sistema Solar que tem cerca de 4,6 bilhões de anos, e que está intacto desde sua formação.
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / JHUAPL / SwRI / Alex Parker
domingo, 13 de agosto de 2017
IC 10: UMA GALÁXIA STARBURST COM PROSPECTIVA DE ONDAS GRAVITACIONAIS
As observações Chandra do IC 10 starburst galaxy revelam cerca de 110 fontes de raios-X.
Destes, cerca de uma dúzia são sistemas em que um buraco negro ou uma estrela de nêutrons tira o material de uma jovem e maciça estrela companheira.
Alguns desses pares podem eventualmente formar sistemas que mesclaram e emitem ondas gravitacionais.
Este novo composto contém raios X de Chandra (azul escuro) combinado com uma imagem óptica de um astrofotógrafo (vermelho, verde, azul).
Em 1887, o astrônomo americano Lewis Swift descobriu uma nuvem brilhante, ou nebulosa, que acabou por ser uma pequena galáxia, a cerca de 2,2 milhões de anos-luz da Terra. Hoje, é conhecido como o "Starburst" galaxy IC 10, referente à intensa atividade de formação de estrelas que ocorre lá.
Mais de cem anos após a descoberta de Swift, os astrônomos estão estudando IC 10 com os telescópios mais poderosos do século XXI. Novas observações com o Observatório de raios-X de Chandra da NASA revelam muitos pares de estrelas que podem tornar-se um dia o fenômeno cósmico mais emocionante observado nos últimos anos: ondas gravitacionais .
Ao analisar as observações de Chandra do IC 10 em uma década, os astrônomos encontraram mais de uma dúzia de buracos negros e estrelas de nêutrons alimentando o gás de jovens companheiros estelares maciços. Esses sistemas de estrelas duplas são conhecidos como " binários de raios-X " porque eles emitem grandes quantidades de luz de raios-X . À medida que uma estrela maciça orbita em torno de seu companheiro compacto, seja um buraco negro ou uma estrela de nêutrons, o material pode ser afastado da estrela gigante para formar um disco de material em torno do objeto compacto. As forças de fricção aquecem o material infalível a milhões de graus, produzindo uma fonte brilhante de raios-X.
Quando a estrela companheira maciça ficar sem combustível, sofrerá um colapso catastrófico que produzirá uma explosão de supernova e deixará para trás um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. O resultado final é dois objetos compactos: um par de buracos negros, um par de estrelas de nêutrons, ou um buraco negro e uma estrela de nêutrons. Se a separação entre os objetos compactos se tornar pequena o suficiente quanto o tempo passa, eles produzirão ondas gravitacionais. Ao longo do tempo, o tamanho da órbita encolherá até que eles se fundam. A LIGO encontrou três exemplos de pares de buracos negros que se fundem desta forma nos últimos dois anos.
As galáxias Starburst, como o IC 10, são excelentes lugares para pesquisar binários de raios-X, porque eles estão produzindo estrelas rapidamente. Muitas dessas estrelas recém-nascidas serão pares de estrelas jovens e maciças. O mais maciço dos dois evoluirá mais rapidamente e deixará para trás um buraco negro ou uma estrela de neutrons em parceria com a estrela muda restante. Se a separação das estrelas for pequena o suficiente, um sistema binário de raios-X será produzido.
Esta nova imagem composta de IC 10 combina dados de raios-X de Chandra (azul) com uma imagem óptica (vermelha, verde, azul) tomada pelo astrônomo amador Bill Snyder do Observatório de Espelho Heavens em Sierra Nevada, Califórnia. As fontes de raios X detectadas por Chandra aparecem como um azul mais escuro do que as estrelas detectadas na luz óptica.
As jovens estrelas do IC 10 parecem ser apenas a idade certa para dar uma quantidade máxima de interação entre as estrelas maciças e seus companheiros compactos, produzindo a maioria das fontes de raios-X. Se os sistemas fossem mais jovens, então as estrelas maciças não teriam tido tempo para supernova e produzirem uma estrela de nêutrons ou um buraco negro, ou a órbita da estrela maciça e o objeto compacto não teriam tido tempo para encolher o suficiente para transferência de massa para início. Se o sistema estelar fosse muito mais antigo, então ambos os objetos compactos provavelmente já se formariam. Neste caso, a transferência de matéria entre os objetos compactos é improvável, impedindo a formação de um disco emissor de raios-X.
Chandra detectou 110 fontes de raios X no IC 10. Destes, mais de quarenta também são vistos em luz óptica e 16 deles contêm "supergantes azuis", que são o tipo de estrelas jovens, maciças e quentes descritas anteriormente. A maioria das outras fontes são binários de raios-X contendo estrelas menos maciças. Vários dos objetos mostram uma forte variabilidade na saída de raios-X, o que indica vibrações violentas entre as estrelas compactas e seus companheiros.
Um par de documentos que descrevem esses resultados foram publicados na edição de 10 de fevereiro de 2017 do The Astrophysical Journal e estão disponíveis on-line aqui e aqui . Os autores do estudo são Silas Laycock do UMass Lowell's Center for Space Science and Technology (UML); Rigel Capallo, um estudante graduado da UML; Dimitris Christodoulou da UML; Benjamin Williams da Universidade de Washington em Seattle; Breanna Binder da Universidade Politécnica do Estado da Califórnia em Pomona; E, Andrea Prestwich, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics em Cambridge, Massachusetts.
O Centro de Vôo Espacial Marshall da NASA em Huntsville, Alabama, administra o programa de Chandra para a Direcção da Missão de Ciências da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla a ciência e operações de vôo de Chandra.
sábado, 12 de agosto de 2017
LINDA IMAGEM PANORÂMICA DO VLT COM A VISTA DA VIA LÁCTEA
Da Residencia à Via Láctea
Esta imagem mostra a estrada que vai da Residencia — a casa de hóspedes para os visitantes do Observatório do Paranal do ESO — “até” ao coração da Via Láctea, a qual cobre todo o céu.
Este local situa-se no Cerro Paranal, onde se encontra instalado o Very Large Telescope do ESO (VLT), um telescópio composto por quatro Telescópios Principais de 8,2 metros. O VLT funciona também como um interferómetro, o Interferómetro do VLT ou VLTI, ao colectar luz adicional com os quatro Telescópios Auxiliares mais pequenos, que podem ser deslocados de forma independente e colocados em diferentes configurações. Podemos ver na imagem um destes Telescópios Auxiliares, que observa os céus com a sua cúpula completamente aberta.
A estrada que vai do observatório à Residencia parece um fio brilhante tecido por entre os promontórios rochosos e as colinas da paisagem do deserto. O brilho amarelo é causado por ténues luzes de segurança — as luzes da estrada iluminam o menos possível, de modo a evitar-se poluição luminosa desnecessária.
Crédito:ESO/B. Tafreshi (twanight.org)
quarta-feira, 9 de agosto de 2017
UM PÁSSARO ZANGADO NO CÉU
A nova imagem do instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros revela a Nebulosa Lambda Centauri, uma nuvem de hidrogênio brilhante e estrelas recém-nascidas na constelação de Centauro. A nebulosa, também conhecida como IC 2944, é também conhecida pelo nome popular de nebulosa da Galinha Fugitiva, devido à forma de pássaro que algumas pessoas identificam na região mais brilhante.
Na nebulosa, situada a cerca de 6500 anos-luz de distância, as estrelas quentes recém-nascidas que se formaram a partir de nuvens de hidrogênio gasoso brilham intensamente no ultravioleta. Esta radiação intensa excita, por sua vez, a nuvem de hidrogênio à sua volta, fazendo com que esta nuvem brilhe em tons de vermelho. Esta cor é típica de regiões de formação estelar, sendo outro exemplo famoso a Nebulosa da Lagoa (eso0936).
Algumas pessoas pensam ver a forma de uma galinha nas imagens desta região de formação estelar avermelhada, o que dá à nebulosa o seu nome popular - embora exista algum desacordo sobre que parte da nebulosa é que tem efetivamente a forma de galinha, distinguindo-se aparentemente diferentes formas de pássaro por toda a imagem .
Para além do gás brilhante, outro sinal de formação estelar na IC 2944 consiste numa série de glóbulos negros opacos que aparecem em silhueta sob o fundo vermelho, em algumas partes da imagem. São exemplos de um tipo de objetos chamados glóbulos de Bok. Aparecem escuros porque absorvem radiação do fundo luminoso. No entanto, observações destes glóbulos escuros com telescópios infravermelhos, que observam através da poeira que normalmente bloqueia a radiação visível, revelaram estrelas se formando no interior de muitos deles.
A coleção mais proeminente de glóbulos de Bok nesta imagem é conhecida por Glóbulos de Thackeray, devido ao astrônomo sul americano que os descobriu nos anos 1950. Visíveis no seio de um grupo de estrelas brilhantes, em cima e à direita na imagem, estes glóbulos aparecem numa imagem famosa obtida com o Telescópio Espacial Hubble, da NASA/ESA (link).
Enquanto o Hubble obtém uma imagem de uma pequena região do céu em grande detalhe, o Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla do ESO, captura imagens muito maiores, cobrindo uma área do céu aproximadamente do tamanho da Lua Cheia. Tal como uma lente zoom que permite ao fotógrafo escolher o enquadramento mais apropriado a uma fotografia, também os diferentes campos oferecidos por diferentes telescópios permitem aos cientistas obter dados complementares no estudo de objetos astronômicos que cobrem uma extensa região do céu.
Se as estrelas que fizeram casulo nos glóbulos de Thackeray estão ainda em gestação, as estrelas do aglomerado IC 2948 embebidas no interior da nebulosa são as suas irmãs mais velhas. Ainda jovens em termos estelares, com apenas alguns milhões de anos de idade, estas estrelas brilham intensamente e a sua radiação ultravioleta fornece muita da energia que ilumina a nebulosa. Estas nebulosas brilhantes têm uma vida relativamente curta em termos astronóôicos (tipicamente alguns milhões de anos), o que significa que a Nebulosa Lambda Centauri irá eventualmente desvanecer à medida que perde gás e combustível de radiação ultravioleta.
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
ARP 299: CHANDRA OBSERVA DUAS GALÁXIAS EM PROCESSO AVANÇADO DE FUSAO
Os dados de Chandra revelaram 25 fontes brilhantes de raios-X semelhantes ao ponto em Arp 299, das quais 14 são categorizadas como "ULXs".
Esses ULXs são sistemas binários prováveis onde um buraco negro ou estrela de nêutrons está puxando material de uma estrela companheira.
Este é um dos maiores números de ULXs em uma galáxia no universo vizinho, causado por uma alta taxa de formação de estrelas desencadeada pela fusão.
O que aconteceria se você tirasse duas galáxias e as misturasse ao longo de milhões de anos? Uma nova imagem, incluindo dados do Observatório de raios X da Chandra da NASA, revela o resultado
Arp 299 é um sistema localizado a cerca de 140 milhões de anos-luz da Terra. Contém duas galáxias que estão se fundindo, criando uma mistura parcialmente misturada de estrelas de cada galáxia no processo.
No entanto, esta mistura estelar não é o único ingrediente. Novos dados da Chandra revelam 25 fontes brilhantes de raios X polvilhadas em toda a mistura Arp 299. Quatorze dessas fontes são tão fortes emissores de raios-X que os astrônomos os classificam como "fontes de raios-X ultra-luminosas" ou ULXs .
Esses ULXs são encontrados embutidos em regiões onde as estrelas estão se formando atualmente em uma taxa rápida. Provavelmente, os ULXs são sistemas binários em que uma estrela de nêutrons ou um buraco negro está afastando a matéria de uma estrela companheira que é muito mais maciça do que o Sol. Esses sistemas de estrelas duplas são chamados binários de raios-X de alta massa .
Este buffet de binários de raios-X de alta massa é um dos mais ricos em uma galáxia localizada no universo vizinho, mas Arp 299 contém formação de estrelas relativamente poderosa. Isso se deve, pelo menos em parte, à fusão das duas galáxias, que desencadeou ondas de formação estelar. A formação de binários de raios-X de alta massa é uma conseqüência natural de um nascimento de estrelas tão florescente que algumas das estrelas maciças jovens, que geralmente se formam em pares, evoluem para esses sistemas.
Esta nova imagem composta de Arp 299 contém dados de raios X de dados de raios X de Chandra (rosa), de energia mais alta de NuSTAR (roxo) e dados óticos do Telescópio Espacial Hubble (branco e fraco marrom). Arp 299 também emite quantidades copiosas de luz infravermelha que foi detectada por observatórios como o telescópio espacial Spitzer da NASA, mas esses dados não estão incluídos neste compósito.
A emissão de raios-X e infravermelhos da galáxia é notavelmente semelhante à das galáxias encontradas no Universo muito distante, oferecendo a oportunidade de estudar um análogo relativamente próximo desses objetos distantes. Uma maior taxa de colisões de galáxia ocorreu quando o universo era jovem, mas esses objetos são difíceis de estudar diretamente porque estão localizados em distâncias colossais.
Os dados de Chandra também revelam a emissão difusa de raios-X a partir de gás quente distribuído por Arp 299. Os cientistas acham que a alta taxa de supernovas , outra característica comum de galáxias formadoras de estrelas, expulsou muito deste gás quente do centro do sistema.
Um artigo descrevendo esses resultados apareceu na edição de 21 de agosto de 2016 dos Avisos Mensais da Royal Astronomical Society e está disponível on-line . O principal autor do artigo é Konstantina Anastasopoulou da Universidade de Creta, na Grécia. O Centro de Vôo Espacial Marshall da NASA em Huntsville, Alabama, administra o programa de Chandra para a Direcção da Missão de Ciências da NASA em Washington. O Smithsonian Astrophysical Observatory em Cambridge, Massachusetts, controla a ciência e operações de vôo de Chandra.
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
DESCUBRA O AGLOMERADO
Esta imagem, obtida com o instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, mostra o céu estrelado em torno do aglomerado de galáxias PLCKESZ G296.6-31.3.
O aglomerado propriamente dito é inicialmente difícil de localizar, aparecendo como um conjunto sutil de galáxias amareladas próximo do centro da imagem.
PLCKESZ G296.6-31.3 é composto por cerca de 1000 galáxias, enormes quantidades de gás quente e matéria escura. É por isso que o aglomerado tem uma massa total de 530 trilhões de vezes a massa do Sol!
Quando observamos PLCKESZ G296.6-31.3 a partir da Terra,o vemos através da periferia da Grande Nuvem de Magalhães — uma das galáxias satélite da Via Láctea. A Grande Nuvem de Magalhães abriga mais de 700 aglomerados estelares, além de centenas a milhares de estrelas gigantes e supergigantes. É por isso que a maioria dos objetos cósmicos capturados nesta imagem são estrelas e aglomerados estelares que se encontram no interior da Grande Nuvem de Magalhães.
O telescópio MPG/ESO de 2,2 metros encontra-se em operação no Observatório de La Silla do ESO desde 1984. Este telescópio tem sido utilizado numa variedade de estudos científicos de vanguarda, incluindo pesquisas pioneiras na área das explosões de raios gama, as explosões mais potentes do Universo. O instrumento Wide Field Imager (WFI) de 67 milhões de pixels — montado no foco Cassegrain do telescópio — tem obtido imagens detalhadas de objetos fracos e distantes desde 1999.
Os dados utilizados para compor esta imagem foram selecionados a partir do arquivo do ESO, no âmbito do concurso Tesouros Escondidos.
Crédito:
ESO
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
A GRANDE MANCHA VERMELHA DE JÚPITER EM CORES REAIS
É assim que você veria a Grande Mancha Vermelha de Júpiter
Grande Mancha Vermelha de Júpiter em cores reais
Já imaginou se você pudesse estar exatamente onde a sonda Juno estava durante um de seus sobrevoos em Júpiter?
Se você estivesse a bordo da sonda Juno da NASA quando ela fez seu sobrevoo na famosa Grande Mancha Vermelha de Júpiter, era exatamente isso que você teria visto.
Uma foto recém lançada nos mostra uma visão deslumbrante que a sonda Juno teve no dia 10 de julho de 2017, quando ela realizou uma grande aproximação com a tempestade gigantesca, a uma altitude de menos de 14.000 quilômetros.
"Esta imagem de cores reais nos oferece uma interpretação de como a Grande Mancha Vermelha e suas áreas vizinhas seriam vistas pelos humanos se estivéssemos na mesma posição de Juno", disse a NASA em um comunicado oficial. "As zonas atmosféricas tumultuadas dentro e ao redor da Grande Mancha Vermelha são claramente visíveis".
Foto registrada pela sonda Juno e processada por Björn Jónsson.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS / Björn Jónsson
A imagem foi criada pelo "cientista cidadão" Björn Jónsson usando dados coletados pela JunoCam, uma câmera acoplada na sonda Juno. A NASA incentiva qualquer pessoa a processar suas imagens brutas.
A missão Juno de $ 1,1 bilhão de dólares foi lançada em agosto de 2011, e chegou em Júpiter no dia 4 de julho de 2016.
A sonda está fazendo diversos sobrevoos no maior planeta do Sistema Solar através de uma órbita altamente elíptica, fazendo grandes aproximações com o planeta a cada 53,5 dias.
Ilustração artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter.
Créditos: NASA / divulgação
A sonda Juno está estudando a composição de Júpiter e sua estrutura interior, com o objetivo de ajudar os cientistas a entender melhor a formação e a evolução do gigante de gás. A maior parte dos dados são recolhidos durante as máximas aproximações. Infelizmente, a missão Juno tem um prazo de duração, e está programada para funcionar até pelo menos fevereiro de 2018.
A Grande Mancha Vermelha tem estado ativa há séculos. Essa tempestade gigantesca tem cerca de 16.000 quilômetros de diâmetro, ou seja, ela é muito maior do que o nosso planeta. Tá achando muito grande? Pois fique sabendo que no passado recente ela costumava ser ainda maior!
Já faz algum tempo que a Grande Mancha Vermelha vem encolhendo, mas as razões ainda são desconhecidas... portanto, esse é um dos assuntos que os cientistas gostariam de entender melhor. Espera-se que os dados captados pela missão Juno forneçam informações suficientes para anos de pesquisas, e quem sabe, possam ajudar a desvendar alguns dos maiores segredos do maior planeta do Sistema Solar.
Imagens: (capa-NASA) / NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS / Björn Jónsson
Grande Mancha Vermelha de Júpiter em cores reais
Já imaginou se você pudesse estar exatamente onde a sonda Juno estava durante um de seus sobrevoos em Júpiter?
Se você estivesse a bordo da sonda Juno da NASA quando ela fez seu sobrevoo na famosa Grande Mancha Vermelha de Júpiter, era exatamente isso que você teria visto.
Uma foto recém lançada nos mostra uma visão deslumbrante que a sonda Juno teve no dia 10 de julho de 2017, quando ela realizou uma grande aproximação com a tempestade gigantesca, a uma altitude de menos de 14.000 quilômetros.
"Esta imagem de cores reais nos oferece uma interpretação de como a Grande Mancha Vermelha e suas áreas vizinhas seriam vistas pelos humanos se estivéssemos na mesma posição de Juno", disse a NASA em um comunicado oficial. "As zonas atmosféricas tumultuadas dentro e ao redor da Grande Mancha Vermelha são claramente visíveis".
Foto registrada pela sonda Juno e processada por Björn Jónsson.
Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS / Björn Jónsson
A imagem foi criada pelo "cientista cidadão" Björn Jónsson usando dados coletados pela JunoCam, uma câmera acoplada na sonda Juno. A NASA incentiva qualquer pessoa a processar suas imagens brutas.
A missão Juno de $ 1,1 bilhão de dólares foi lançada em agosto de 2011, e chegou em Júpiter no dia 4 de julho de 2016.
A sonda está fazendo diversos sobrevoos no maior planeta do Sistema Solar através de uma órbita altamente elíptica, fazendo grandes aproximações com o planeta a cada 53,5 dias.
Ilustração artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter.
Créditos: NASA / divulgação
A sonda Juno está estudando a composição de Júpiter e sua estrutura interior, com o objetivo de ajudar os cientistas a entender melhor a formação e a evolução do gigante de gás. A maior parte dos dados são recolhidos durante as máximas aproximações. Infelizmente, a missão Juno tem um prazo de duração, e está programada para funcionar até pelo menos fevereiro de 2018.
A Grande Mancha Vermelha tem estado ativa há séculos. Essa tempestade gigantesca tem cerca de 16.000 quilômetros de diâmetro, ou seja, ela é muito maior do que o nosso planeta. Tá achando muito grande? Pois fique sabendo que no passado recente ela costumava ser ainda maior!
Já faz algum tempo que a Grande Mancha Vermelha vem encolhendo, mas as razões ainda são desconhecidas... portanto, esse é um dos assuntos que os cientistas gostariam de entender melhor. Espera-se que os dados captados pela missão Juno forneçam informações suficientes para anos de pesquisas, e quem sabe, possam ajudar a desvendar alguns dos maiores segredos do maior planeta do Sistema Solar.
Imagens: (capa-NASA) / NASA / JPL-Caltech / SwRI / MSSS / Björn Jónsson
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