terça-feira, 22 de março de 2016
ESO OBSERVA UMA CALMARIA NA CRECHE
A região escura que serpenteia por esta imagem de um campo de estrelas na constelação de Ofiúco não é exatamente o que parece.
Embora pareça não existir estrelas neste local, o fato é que elas estão escondidas por trás desta densa nuvem de poeira que bloqueia a luz. Esta nuvem escura em particular chama-se LDN 1768.
Apesar da sua aparência simples, as nebulosas escuras como LDN 1768 são de grande interesse para os astrônomos, já que é nestes lugares que as estrelas nascem.
No interior destas enormes maternidades estelares encontram-se protoestrelas — estrelas na fase mais jovem das suas vidas, estrelas bebês ainda formando-se a partir do gás e da poeira da nuvem.
As protoestrelas são relativamente frias e ainda não começaram a produzir energia suficiente para emitirem radiação visível. Emitem no entanto radiação nos comprimentos de onda do submilímetro, a qual não é detectada pelo olho humano. Felizmente, ao contrário da radiação visível, a luz no submilímetro não é absorvida pela poeira ao seu redor. Utilizando telescópios especiais sensíveis à radiação submilimétrica, tais como o observatório Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), poderemos ver além da poeira e descobrir muito mais sobre as protoestrelas situadas no interior da nuvem.
Eventualmente, as protoestrelas irão se tornar suficientemente densas e quentes para dar início a reações nucleares que produzirão radiação visível, começando assim a brilhar. Quando isto acontecer, a estrela “sopra" para longe o casulo de poeira que a rodeia e faz com que o restante do gás emita radiação, criando assim um belo espetáculo luminoso conhecido por região H II.
Crédito: ESO
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