sábado, 20 de fevereiro de 2016

CIENTISTAS ENCONTRAM O PRIMEIRO PLANETA EXTRAGALÁTICO EM ANDRÔMEDA

Andrômeda (M31)
Um planeta extrasolar pode ter sido detectado na galáxia vizinha Andrômeda (Imagem: Bill Schoening, Vanessa Harvey/REU program/NOAO/AURA/NSF)
Utilizando uma técnica chamada Pixel-lensing, um grupo de astrônomos italianos pode ter detectado mais um planeta em órbita de outra estrela. Mas o que esse planeta difere dos demais 300 exoplanetas já descobertos? Sua estrela mãe é de outra galáxia, isto é, trata-se do primeiro planeta extra-galáctico já descoberto, pois ele pertence a galáxia de Andrômeda!
Tecnicamente, verificou-se que uma estrela em M31 tem um companheiro com cerca de 6 vezes a massa de Júpiter, e que este companheiro poderia ser uma anã marrom ou um exoplaneta. Seja qual for a situação, isso é uma façanha notável, encontrar um objeto deste tamanho em outra galáxia, distante 2,5 milhões de anos-luz.
A técnica de ‘pixel-lensing’ ou microlente gravitacional, foi uma técnica desenvolvida para pesquisar MACHOs (MAssive Compact Halo Objects) no halo galáctico da Via Láctea. Devido ao fato que os raios luminosos se curvam quando passam perto de um objeto massivo, a gravidade de uma estrela próxima intensifica a luz para a Terra de uma estrela distante. Esta técnica é sensível para encontrar planetas em nossa própria galáxia, com tamanhos variando de planetas de gigantes como Júpiter a super-terras. Recentemente, também, os astrônomos utilizaram a microlente gravitacional para serem capazes de ver cerca de uma dúzia de estrelas em M31, o que representa uma conquista notável por si só.
O gráfico acima mostra a simulação da curva da luz no evento possivelmente causado pelo planeta em M31. Crédito: Gabriele Ingrosso.
O gráfico acima mostra a simulação da curva da luz no evento possivelmente causado pelo planeta em M31. Crédito: Gabriele Ingrosso.
Os gráficos acima mostram a simulação da curva da luz no evento possivelmente causado pelo planeta em Andrômeda. Crédito: Gabriele Ingrosso
A vantagem da microlente é que ela funciona melhor com objetos distantes, por isso, em teoria, seria ideal para procurar planetas em outras galáxias. Assim, diversos pesquisadores da Itália, Suíça, Espanha e Rússia liderados por Gabriele Ingrosso (Università del Salento e INFN Sezione di Lecce, em Lecce, Itália), decidiram verificar se este método funciona para detectar planetas orbitando as estrelas observadas em Andrômeda. Usando o método de Monte Carlo, de onde selecionaram os parâmetros físicos do sistema de lentes binárias – uma estrela alojando um planeta – eles calcularam a curva de luz de ‘pixel-lensing’, tendo em conta os efeitos de uma fonte finita. A equipe pensou ser capaz de detectar um planeta com aproximadamente 2 vezes a massa de Júpiter.
A luz de uma das estrelas estudadas mostrou uma variabilidade distinta, causada provavelmente por um companheiro, que poderia ser um planeta com base na massa do objeto.
Uma desvantagem da microlente é que as exposições estão disponíveis durante uns poucos dias no máximo, por isso a equipe está esperando outra oportunidade de continuar e confirmar sua descoberta.
A equipe afirma, em seu artigo, que talvez um planeta extra-solar em M31 poderia ter sido detectado anteriormente, uma vez que foi relatada uma anomalia em uma curva de luz de ‘pixel-lensing’ por outra equipe de investigação em 2004, que afirmou que um possível sistema binário em M31 foi responsável pela anomalia observada à curva de luz.
Fontes
Universe Today:  First Extra-Galactic Planet May Have Been Detected por Nancy Atkinson

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