sexta-feira, 23 de novembro de 2012

OBSERVAÇÕES DE ASTRÔNOMOS DESVENDAM OS MISTÉRIOS DE PLANETA ANÃO




Makemake é um planeta-anão, assim como Plutão e outros três corpos do nosso Sistema Solar.
Créditos: European Southern Observatory/AP
Astrônomos europeus e sul-americanos, incluindo vários brasileiros, fizeram a observação mais detalhada até agora do planetoide Makemake e descobriram que ele, ao contrário do que se esperava, não tem atmosfera.
Pouco conhecido do público em geral, Makemake é um dos cinco planetas-anões do sistema solar, segundo as novas regras de classificação de objetos celestes aprovadas pela União Astronômica Internacional em 2006 - na polêmica conferência em que Plutão foi "rebaixado" da categoria de planeta. O outros "anões" são Ceres, Haumea e Éris, além do próprio Plutão.


Esta imagem mostra o quão grande é Makemake. Compará-lo com os primeiros três planetas anões (Plutão, Eris e Ceres) e para a Terra e a lua (Luna). Makemake é menor do que tanto Plutão e Eris. Que é maior do que Ceres. Makemake tem um diâmetro entre 1.430 km. Nenhuma das distâncias entre os objetos nesta imagem estão à escala.
Imagens cortesia da NASA, ESA, JPL, e A. Feild (STScI).

Essencialmente, Makemake é uma bola de gelo que orbita o Sol muito além da órbita de Netuno. Ele foi descoberto em 2005, mas pouco se sabia a seu respeito. Até que, no dia 23 de abril de 2011, pesquisadores de 12 observatórios (5 deles no Brasil) resolveram apontar seus telescópios para ele. A data foi escolhida por conta de um fenômeno muito específico e raro, chamado ocultação estelar, que ocorre quando um planeta passa diretamente na frente de alguma estrela distante, causando um eclipse.
Além de determinar que Makemake não tem atmosfera, a observação desse eclipse de vários ângulos, por meio de vários telescópios, permitiu medir o tamanho do planetoide com grande precisão. Os pesquisadores concluíram que Makemake é uma esfera ligeiramente ovalada, com um diâmetro de 1.430 quilômetros - com uma margem de erro de 9 km para mais ou para menos - , cerca de dois terços do tamanho de Plutão e Éris. "É um grau de precisão incrível", diz o pesquisador Roberto Vieira Martins, do Observatório Nacional, um dos 15 autores brasileiros do estudo, publicado na edição de hoje da revista Nature.
A principal contribuição científica do País, segundo ele, foi na previsão do eclipse, que envolveu vários observatórios nacionais. "Estamos falando de uma coisa muito pequena, passando na frente de outra coisa muito pequena. É muito difícil de prever."
No final, sete telescópios conseguiram registrar o eclipse; seis no Chile e um no Brasil: o Carl Zeiss, de 60 cm de diâmetro, no Observatório Pico dos Dias, do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), em Minas Gerais.

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