sábado, 19 de maio de 2018
ASTEROIDES ESTÃO COLIDINDO COM JÚPITER COM MUITO MAIS FREQUÊNCIA DO QUE SE PENSAVA
A quantidade de rochas espaciais que atingem o maior planeta do Sistema Solar é muito maior do que os cientistas previam, sugere novo estudo
A observação do planeta Júpiter através de telescópios é feita por astrônomos profissionais, amadores e curiosos ao redor do mundo. E não é pra menos: o maior planeta do Sistema Solar surpreende com suas manchas e beleza ímpar.
Agora, um estudo internacional feito em parceria entre a Escola de Engenharia em Bilbao, na Espanha, a Sociedade Astronômica da França, o Grupo Astronômico Meath em Dublin na Irlanda, a Sociedade Astronômica da Austrália, e o Observatório Esteve Duran na Espanha, nos encoraja a passar ainda mais tempo observando o gigante Júpiter. Segundo os especialistas, Júpiter parece estar sendo atingido por asteroides com uma frequência muito maior do que se acreditava.
O estudo se baseou principalmente em flashes registrados por astrônomos amadores e profissionais nos últimos anos, sobretudo em eventos de impacto observados em 17 de março de 2016 e 26 de maio de 2017, junto com comparações de poeira medida em sua atmosfera superior.
Isso permitiu aos pesquisadores chegar a uma estimativa interessante: Júpiter provavelmente é atingido por um asteroide de 5 à 20 metros de diâmetro entre 10 e 65 vezes por ano, embora os pesquisadores consigam registrar um flash de impacto ou uma cicatriz a cada 0,4 a 2,4 anos ou mais.
Se compararmos com a Terra, que é atingida por um asteroide de 20 metros (como o de Chelyabinsk) a cada aproximadamente meio século, percebemos que Júpiter é um verdadeiro imã de impactos, ainda maior do que se esperava.
Mas se Júpiter é atingido com tanta frequência, por que não vemos tantos impactos de asteroides?
Um dos motivos, segundo os astrônomos, é talvez porque não estamos procurando por eles. Em julho de 1994, um cometa (nomeado Shoemaker-Levy 9) colidiu com Júpiter e tudo foi testemunhado pelo Telescópio Espacial Hubble (como mostrado na nossa imagem de capa). As cicatrizes do impacto foram vistas durante várias semanas por astrônomos amadores ao redor do mundo - elas eram mais visíveis do que a Grande Mancha Vermelha.
Mas temos que admitir: monitorar os céus da Terra é diferente de monitorar Júpiter, que está distante, conseguimos ver apenas metade dele a cada observação, e durante alguns meses, não conseguimos observá-lo (quando ele está próximo do Sol durante a conjunção solar).
Por outro lado, Júpiter leva apenas 9,9 horas para completar uma volta em torno de seu eixo, ou seja, em uma noite conseguimos observar toda sua circunferência (quando ele está em oposição).
Apesar de ser visível em ambos hemisférios, Júpiter está a norte da linha do equador, mas cruzará a eclíptica no final de 2019, o que o deixará numa posição favorável para obervação no hemisfério sul a partir do fim de 2019. Ele só retornará ao norte do equador em maio de 2022 - no hemisfério sul teremos três anos privilegiados para observar o gigante Júpiter.
Júpiter é adorado como um objeto cósmico que funciona como um escudo protetor da Terra. Outras teorias dizem que ele é na verdade um imã de asteroides, que pode atrair e perturbar rochas espaciais de forma perigosa. Devemos agradecer sua presença no Sistema Solar ou temê-la? Existem teorias que apoiam ambos os pontos de vista.
Júpiter alterou o caminho de entrada do Cometa Hale-Bopp em 1997, encurtando seu período orbital de 4.2 para 2.5 anos, multiplicando as chances de colisão entre esse objeto e qualquer outro corpo do Sistema Solar.
Imagens: (capa-Hubble) / Don Davis / Wikimedia Commons / divulgação
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