domingo, 21 de dezembro de 2014
NEBULOSA ESCURA NA VIA LÁCTEA ESTÁ FORMANDO UMA ESTRELA MONSTRUOSA
Acredita-se que essa façanha resultará em uma estrela com cerca de 500 mil vezes a massa do Sol
Aí vai uma pergunta de longa data no meio científico: 'As estrelas mais massivas se formam da aglutinação de pequenos grupos densos, ou a partir do colapso em grande escala de uma única nuvem de gás e poeira?'
O tamanho e a densidade dos núcleos protoestelares no centro da chamada nebulosa escura de Spitzer 335 (SDC 335) implicam que é o colapso gravitacional em grande escala que induz na formação de estrelas supermassivas. Só não se sabe se essa regra vale para todos os casos.
"As observações do Observatório ALMA nos permitiu olhar as nuvens moleculares com uma profundidade incrível, e ver de verdade o que estava acontecendo dentro delas", diz Nicolas Peretto, da Universidade de Cardiff e da CEA/AIM Parsis-Saclay . "Queríamos ver como as estrelas colossais se formavam e evoluíam, e parece que nós conseguimos atingir o nosso objetivo! O que encontramos é verdadeiramente colossal! O maior núcleo protoestelar já observado na Via Láctea."
O telescópio Herschel ajudou os astrônomos a identificar o nascimento de uma das maiores estrelas da nossa galáxia. A gigante está localizada no coração de uma nuvem molecular, contendo mais de 500 mil vezes a massa do nosso Sol, e está localizada na nebulosa escura SDC 335.
A formação de estrelas maciças não é muito bem compreendida, em parte porque a sua formação acontece muito rápido. Normalmente, elas levam menos de um milhão de anos para se formar; pode parecer muito tempo, mas em escalas astronômicas, é muito difícil encontrar uma formação dessas justamente no momento em que ela está acontecendo.
O 'embrião estelar' ainda está nas fases iniciais de formação, o que é classificado como núcleo protoestelar. Espera-se que a estrela resultante tenha centenas de vezes a massa do Sol, façanha alcançada por apenas 1 em cada 10.000 estrelas em nossa galáxia.
A nuvem de gás e poeira foi inicialmente descoberta em imagens do satélite Spitzer, onde apareceu como uma região escura, com a silhueta da luz de fundo da Galáxia. Outras imagens do Hersche mostraram que a região continha grupos densos de material muito frio no processo de formação de estrelas, mas as imagens em alta resolução do telescópio ALMA, do deserto do Atacama, no Chile, foram as que revelaram a imensa massa dos aglomerados protoestelares.
Nebulosa Escura SDC 335 /
A imagem da nuvem escura SDC 335, trata-se de uma composição de imagens do satélite Spitzer da NASA (amarelo), Herschel (azul), e ALMA (magenta) mostrando a estrutura e seus filamentos.
Esta estrela 'monstruosa' não estará sozinha, e uma vez que a nuvem molecular terminar o processo de formação estelar, acredita-se que haverá um conjunto de várias centenas de estrelas dentro de alguns anos-luz, mas a maioria será muito menor do que a estrela principal que está sendo formada. O resultado final pode ser bem semelhante em muitos aspectos ao conjunto maciço de estrelas no centro da nebulosa de Orion.
As regiões exteriores da nuvem contém estruturas filamentosas, que estendem-se em várias direções. As imagens do ALMA mostraram que o gás se move ao longo desses filamentos, alimentando a formação da estrelas no centro na nuvem molecular.
Resultados como este aumentam significativamente a nossa compreensão da formação de estrelas massivas. Embora a gravidade desempenhe um papel fundamental, fazendo com que aglomerados de gás e poeira entrem em colapso formando densos núcleos protoestelares, ainda não se sabe em qual escala que isso pode acontecer.
Fonte: Spitzer Space Telescope / DailyGalaxy
Crédito da imagem: NASA / Spitzer / JPL -Caltech ; ESA / Herschel / Hi -GAL ; ESO / NOAO / Noaj / ALMA
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