quarta-feira, 26 de novembro de 2014

VIAGEM NO TEMPO: HUBBLE REVELA COMO A VIA LÁCTEA ERA HÁ 11 BILHÕES DE ANOS


 Pesquisa envolvendo dados de 400 galáxias semelhantes à nossa reconstitui a Via Láctea em uma época que a Terra nem sequer existia
Usando dados do telescópio espacial Hubble, um estudo recém-publicado mostra a primeira evidência visual de como a Via Láctea tem evoluído ao longo dos últimos 11 bilhões de anos.
 O Telescópio Espacial Hubble da NASA revelou a primeira evidência visual de como nossa galáxia, a Via Láctea, se transformou nesse belo "cata-vento" de estrelas magnífico que vemos hoje.
 Os astrônomos usaram dados do céu profundo da evolução de 400 galáxias semelhantes à Via Láctea e observaram suas aparências em diferentes fases de desenvolvimento ao longo de um intervalo de tempo de 11 bilhões de anos. A julgar pelas imagens destas galáxias distantes, concluí-se que a Via Láctea provavelmente começou como um aglomerado de baixa massa, com tonalidade azul, contendo uma grande quantidade de gáses. O gás é o combustível essencial para o nascimento de estrelas e a cor azul é um indicador da rápida formação de estrelas.
 Eles também descobriram que a Via Láctea provavelmente era um disco plano com uma protuberância no meio, sendo que ambos cresceram simultaneamente e se transformaram no majestoso espiral visto hoje. A Via Láctea também abrigava um buraco negro supermassivo que, provavelmente, cresceu junto com a galáxia.

Creditos: NASA / ESA
"Pela primeira vez, temos imagens que mostram como a Via Láctea se parecia no passado", disse o líder Pieter van Dokkum G. da Universidade de Yale em New Haven, Connecticut. "É claro que não podemos ver a Via Láctea no passado. Nós selecionamos galáxias de bilhões de anos-luz de distância, que se tornarão como a Via Láctea. Ao traçar a evolução de galáxias parecidas com a Via Láctea, acreditamos que a nossa galáxia formou cerca de 90% de suas estrelas entre 11 bilhões a 7 bilhões de anos atrás."
O poder de resolução do telescópio Hubble, ao observar pequenos detalhes de outras galáxias, permitiu aos pesquisadores estudar como a estrutura da Via Láctea mudou ao longo do tempo. No pico de formação de estrelas, quando o Universo tinha cerca de 4 bilhões de anos, as galáxias como a Via Láctea formavam cerca de 15 estrelas por ano. Em comparação, a Via Láctea nos dias atuais, é responsável pela formação de apenas uma estrela a cada ano.
 As análises da equipe de pesquisas mediram os tamanhos e as distâncias das galáxias. Os astrônomos calcularam a massa de cada galáxia através de do brilho e de suas cores. Eles selecionaram as galáxias apropriadas para estudo a partir de um catálogo de mais de 100.000 galáxias. A maioria dos bojos das galáxias espirais foram construídos ao mesmo tempo que os seus discos correspondentes.
"Nessas observações, podemos reconstituir a maior parte da evolução da Via Láctea ", explicou o membro da equipe de Joel Leja, da Universidade de Yale. "Em observações anteriores, só podiamos ver as galáxias mais luminosas no passado distante, mas agora, com essas imagens em alta resolução do Telecópio Hubble podemos observar galaxias menores, ou seja, as galáxias 'normais'. O Hubble nos dá as formas e as cores destas espirais, bem como suas distâncias da Terra. Nós também podemos medir as taxas a que cada parte das galáxias cresceram, e tudo isso é fantástico."
Os resultados da equipe foram publicados no The Astrophysical Journal Letters e na edição de 11 de Novembro da revista online The Astrophysical Journal.
Fontes: The Astrophysical Journal Letters / J.D. Harrington, NASA / Scitechdaily
Imagem: NASA, ESA, and Z. Levay (STScI)

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