quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MOMENTOS DE CRIAÇÃO: NASCIMENTO DE PLANETAS SÃO OBSERVADOS EM HL TAURI


A estrela HL Tauri, é uma estrela anã laranja a 450 anos-luz de distância, localizada na constelação de Touro. Os astrônomos, que sempre escolhem cuidadosamente suas palavras, veem ali, pela primeira vez com esse nível de clareza, algo singelo: uma série de vãos bem delineados no disco de gás e poeira que envolve a estrela jovem. Delineados, com toda probabilidade, por planetas recém-nascidos que estão varrendo a região de suas órbitas, acumulando matéria até atingirem seu tamanho final. Neste exato momento, em torno de uma jovem estrela apenas ligeiramente menor que o Sol, nasce um novo sistema planetário na Via Láctea Observatório Europeu do Sul/Reuters

domingo, 9 de novembro de 2014

CIENTISTAS DIZEM TER GRANDE ASTEROIDE UR116 QUE ESTÁ VINDO EM DIREÇÃO DA TERRA


É verdade que esse grande asteróide recém descoberto vai cair na Europa?
Diversos sites estão divulgando a informação de que um grande asteróide descoberto pela Rússia estaria em rota de colisão com a Terra. Alguns dizem até que ele irá cair na Europa... mas qual é a verdade por trás de tudo isso?
O que se sabe até o momento?
Na noite do último dia 27 de outubro, um telescópio robótico russo da rede MASTER, localizado nas montanhas do Cáucaso, perto de Kislovodsk, Rússia, avistou um objeto que moveu-se rapidamente pelo seu campo de visão. Denis Denisenko, um membro da equipe, enviou as coordenadas do objeto para o Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional. 20 minutos depois, um astrônomo britânico confirmou sua observação, e desde então, os astrônomos têm realizado mais de 100 medições para determinar seu tamanho exato, assim como sua trajetória.
O objeto descoberto no final do mês de outubro foi um grande asteróide, chamado 2014 UR116, que está se movendo para uma região próxima da Terra no Sistema Solar Interior. Sua órbita cruza as órbitas de Vênus, Marte e Terra, e há uma remota chance de colisão com esses planetas.

Ele vai se chocar com a Terra?
Apesar de ter sido incluído na lista de asteróides potencialmente perigosos, sua trajetória ainda não foi determinada com exatidão, ou seja, não há como saber se ele vai ou não colidir com o nosso planeta. Não podemos em nenhum momento afirmar que haverá alguma catástrofe. É importante enfatizar que vários asteróides estão inclusos na "lista negra" da União Astronômica Internacional, mas isso não significa que eles vão realmente colidir com o nosso planeta, mas sim, que há uma remota chance, nem que seja de 0,1%.
O asteróide recém descoberto 2014 UR116, tem um diâmetro aproximado maior que 300 metros, e caso colidisse com a Terra, a explosão seria aproximadamente mil vezes mais forte do que a de Chelyabinsk, evento ocorrido em fevereiro de 2013, na Rússia.
Este é o terceiro asteroide potencialmente perigoso descoberto pela rede russa de telescópios robóticos Master. Os outros dois asteróides, 2013 UG1 e 2013 SW24, têm tamanhos de 250 e 125 metros, respectivamente.
Colisões acontecem
Somente 1% dos asteróides próximos da Terra são monitorados, e no caso, os maiores. Por exemplo, o asteróide Chelyabinsk que colidiu na Rússia recentemente, era muito pequeno para ser detectado, e assim como ele, existem milhares de asteróides vagando no espaço próximo da Terra nesse momento, e que podem colidir com o nosso planeta a qualquer instante, sem prévio aviso. E isso é fato.
A questão não é se algum asteróide vai colidir com a Terra, mas sim, quando um asteróide vai colidir com o nosso planeta. Para o nosso "alívio", até onde se sabe, não há nenhum corpo em rota de colisão certa com a Terra, pelo menos até agora.
Fonte: Minor Planet Center / IAU / NEO / Master - Kislovodsk
Imagens: (Capa - ilustração) / Master

sábado, 8 de novembro de 2014

UMA VISTA INCLIVEL FOI REGISTRADA PEÇA SONDA CASSINI


Sol reflete e faz brilhar os mares de Titã, a promissora lua de Saturno
Você está vendo aquele brilho amarelo na imagem? É assim que Sol parece refletir nos mares de Titã, lua de Saturno.
Pela primeira vez, a sonda Cassini da NASA registrou o Sol brilhando em ambos os mares polares norte de Titã. Esse brilho é geralmente muito difícil de se ver porque a neblina e as nuvens de metano enchem a atmosfera da lua, o que dificulta o avistamento de sua superfície. E se avistar o reflexo em um mar já é difícil, em dois então é ainda mais.... mas aí está a primeira fotografia desse tipo, afinal, esse reflexo duplo nos dois mares nunca foi visto antes.
A luz do Sol brilha na região superior esquerda da imagem, e na região sul do maior mar de Titã, o Kraken Mare. O Sol também brilha em um outro mar, o Ligeia Mare, que está parcialmente coberto por um agrupamento de nuvens brilhantes.
"A parte sul de Kraken Mare exibe uma 'banheira em formato de anel', uma margem brilhante de vapor, o que indica que o mar já foi maior em algum momento no passado e tornou-se menor devido a evaporação", afirmaram oficiais da NASA. "Os depósitos são de materiais deixados para trás após a evaporação de metano e etano líquidos".
A luz do Sol era tão brilhante que saturou o detector de Cassini, chamado Visual and Infrared Mapping Spectrometer (VIMS). O Sol estava a cerca de 40 graus acima do horizonte de Kraken Mare, que é a maior altura já observada em Titã.
O sobrevôo T-106 do dia 23 de outubro foi a penúltima manobra de aproximação feita pela sonda Cassini sobre Titã nesse ano. A nave espacial tem circulado o sistema de Saturno há mais de 10 anos, e agora está observando o início do verão no hemisfério norte da lua Titã e do gigante gasoso.
Titã está coberto por uma espessa atmosfera alaranjada, que esconde sua superfície dos cientistas. A primeira vez que uma nave espacial conseguiu focar em Titã foi em 1980. Explorações posteriores, especialmente aquelas feitas pela Cassini e o pousador de curta duração Huygens, revelaram dunas próximas do equador e em altitudes mais elevadas, assim como lagos de metano e etano líquidos, locais que até hoje são intensamente estudados pelos cientistas.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

OBSERVAÇÕES COM CHANDRA CONFIRMA TEORIA SOBRE ESTUDO DE NÚCLEO DE GALÁXIAS ATIVAS

Modest AGN tendem a intensificar mais tarde na história cósmica
A imagem multicolor de galáxias no campo da Evolução Inquérito Chandra Cósmica. Crédito: X-ray: NASA / CXC / SAO / F.Civano et al. Optical: NASA / STScI
Um novo estudo de 209 galáxias no início do universo com raios-X brilhantes buracos negros supermassivos revela que os núcleos ativos de galáxias mais modestos (AGN) tendem a atingir o pico mais tarde na história cósmica, e que obscurecida e desafogada AGN evoluir de maneiras parecidas.
Os buracos negros supermassivos contendo milhões ou até bilhões de massas solares-de material são encontrados nos núcleos de galáxias. A nossa Via Láctea, por exemplo, tem um núcleo com um buraco negro com cerca de quatro milhões de massas solares de material. Ao redor do buraco negro, de acordo com as teorias, é um toro de poeira e gás, e quando o material cai em direção ao buraco negro (um processo chamado acreção) da borda interna do disco pode ser aquecido a milhões de graus. Tal aquecimento acreção pode alimentar fenómenos dramáticos como jatos bipolares de partículas carregadas. Tais acreção ativamente buracos negros supermassivos em galáxias são chamados núcleos ativos de galáxias (AGN).
A evolução da AGN em tempo cósmico fornece uma imagem do seu papel na formação e co-evolução das galáxias. Recentemente, por exemplo, houve alguma evidência de que AGN com luminosidades mais modestas e as taxas de acreção (em comparação com os casos mais dramáticos) desenvolveram mais tarde na história cósmica (apelidado de "downsizing"), embora sejam debatidas as razões e implicações desse efeito . CFA astrônomos Eleni Kalfontzou, Francesca Civano, Martin Elvis e Paul Green e um colega acabaram de publicar o maior estudo de raios-X selecionado AGN no universo do tempo em que era apenas 2,5 bilhões de anos, com a AGN mais distante em sua amostra que data de quando o Universo tinha cerca de 1,2 bilhões de anos.
Os astrônomos estudaram 209 AGN detectado com o Observatório de Raios-X Chandra. Eles observam que as observações de raios-X são menos contaminados por emissão galáxia hospedeira de pesquisas ópticas e, consequentemente, que abrangem uma gama representativa mais amplo, mais de condições físicas. A análise da equipe confirma a tendência para a redução proposta, ao mesmo tempo que pode efetivamente descartar algumas propostas alternativas. Os cientistas também encontrar, entre outras coisas, que esta amostra de AGN representa núcleos com uma ampla gama de gás molecular e poeira extinção. Combinado com o intervalo de datas AGN, este resultado permite-lhes concluir que as fases obscuras e desafogada de AGN evoluir de maneiras semelhantes.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

OBJETO DESCONHECIDO ORBITANDO ESTRELA DEIXA ASTRÔNOMOS INTRIGADOS


Seria uma estrela, ou uma anã marrom?
Um objeto relativamente próximo, provavelmente orbitando uma estrela muito jovem a cerca de 440 anos-luz de distância do Sol está desafiando os astrofísicos nos enigmas da formação estelar e planetária. Nomeado ROXs 42Bb por sua proximidade à estrela ROXs 42B (imagem abaixo), o objeto tem aproximadamente nove vezes a massa de Júpiter, abaixo do limite que a maioria dos astrônomos usam para distinguir planetas e anãs marrons. No entanto, ele está localizado a uma distância 30 vezes maior de sua estrela se comparada com a distância de Júpiter com o Sol.
"Temos medidas muito detalhadas deste objeto, até mesmo um espectro revelando sua gravidade, temperatura e composição molecular. Ainda assim, não podemos determinar se é um planeta ou uma anã marrom", disse Thayne Currie, do Departamento de Astronomia e Astrofísica e principal autor de um relatório sobre a descoberta, que foi publicada esta semana na revista The Astrophysical Journal.

Representação da órbita de ROXs 42BbCréditos: Dailygalaxy  
A maioria dos astrônomos acreditam que os planetas gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno, são formados por acreção de núcleo, onde os planetas se formam a partir de um núcleo sólido que, em seguida, acresce um envelope gasoso e maciço. A acreção do núcleo funciona eficientemente para a maior parte dos casos, quando os corpos estão próximos de sua estrela-mãe, devido ao tempo necessário para se formar o núcleo.
Uma teoria alternativa proposta para a formação de planetas gigantes de gás é a instabilidade do disco; um processo pelo qual um fragmento de gás do disco em torno de uma jovem estrela desmorona diretamente sob sua própria gravidade em um planeta. Este mecanismo funciona melhor para corpos mais distantes da estrela-mãe.
 Thayne Currie diz que o novo objeto confunde a distinção e o limite que separa planetas de anãs marrons, e pode ainda preencher essa lacuna "É muito difícil entender como este objeto se formou, no entanto, sua massa é muito 'baixa' para que ele seja considerado uma anã marrom... ele pode representar uma nova classe de planetas, ou então, pode ser apenas um tipo muito raro de anã marrom de baixa massa".
"Independentemente disso, ele deve estimular novas pesquisas sobre a formação de planetas e de estrelas, e servir como um ponto de referência fundamental para compreender as propriedades de massa e idade de planetas jovens", disse Thayne Currie.
A descoberta foi divulgada em um estudo intitulado (em inglês) de "Direct imaging and spectroscopy of a candidate companion below/near the deuterium-burning limit in the young binary star system, ROXs 42B". Thayne Currie vai apresentar estes e outros resultados este semana na reunião anual da Sociedade Astronômica Americana, em Washington, DC, EUA.
Fonte: Dailygalaxy
Imagem: John Lomberg

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A MAIOR TEMPESTEDE DO SISTEMA SOLAR É ECLIPSADA POR GANIMEDES

Lua de Júpiter oculta Grande Mancha Vermelha
 Lua Ganimedes de Júpiter oculta parte da Grande Mancha Vermelha
A maior tempestade do Sistema Solar pode até estar diminuindo de tamanho lentamente, como informaram os cientistas, mas com esse ponto de vista, nem mesmo a sombra da maior lua de Júpiter pôde esconder a poderosa Grande Mancha Vermelha.
Fotografada em 21 de abril de 2014 pelo Telescópio Espacial Hubble, a lua Ganimedes orbitava exatamente entre o Sol e Júpiter, lançando sobre o gigante uma sombra escura em sua atmosfera superior de gás. Em um determinado momento, a sombra percorreu a famosa tempestade, dando a Grande Mancha Vermelha o que parecia ser uma pupila escura no meio do olho do furacão.
Essa maravilhosa imagem foi publicada pelo Centro de Vôo Espacial Goddard da NASA. Na publicação original consta s seguinte frase: "Por um momento, Júpiter 'encarou' o Telescópio Hubble como se fosse um ciclope gigante de um olho só". E não é que parece mesmo?!
Lua de Júpiter oculta Grande Mancha Vermelha
Lua de Júpiter, Ganimedes, oculta a Grande Manch Vermelha. 
Créditos: Hubble / NASA / ESA / A. Simon / GSFC
A Grande Mancha Vermelha foi descoberto por Gian Domenico Cassini em 1665, e representa uma tempestade anticiclônica de longa vida, que segundo especialistas, existe há mais de 300 anos.
Medindo mais de 16.000 quilômetros de diâmetro, a tempestade poderia facilmente engolir a Terra, que por sua vez tem pouco mais de 12.000 quilômetros. No entanto, a tempestade está diminuindo lentamente, e já perdeu cerca de 15% de seu tamanho entre 1996 e 2006.
Para ver mais imagens belíssimas como essa, acesse o site oficial do Telescópio Hubble e fique por dentro das divulgações mais recentes.
Créditos: NASA / ESA / A. Simon / GSFC

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

OBSERVADA SUPERNOVA NA GALÁXIA M61.SAIBA COMO OBSERVA-LA


Uma estrela localizada a cerca de 55 milhões de anos luz chama a atenção aqui na Terra
Uma possível explosão de supernova iluminou recentemente a galáxia M61 na constelação de Virgem. 
O brilho intenso foi descoberto em magnitude aparente de 13,6, no último dia 29 de outubro por Koichi Itagaki, um caçador de supernovas do Japão. Koichi e seus colegas já foram responsáveis por incríveis 94 descobertas de supernovas. Ele utilizou uma câmera CCD e um telescópio refletor de 500 mm de abertura. E pra sua surpresa, em uma de suas observações, ele viu um brilho intenso em um dos braços espirais da galáxia. Quando comparou com suas fotos anteriores, ele percebeu que aquele brilho não estava presente... e logo notou que tratava-se de mais uma possível supernova para seu currículo. Um fato curioso é que Koichi já havia feito uma descoberta de supernova na mesma galáxia (M61), em dezembro de 2008.
supernova galáxia m61
À esquerda, a galáxia M61 antes da possível supernova de 2014, e à direita, imagem atualizada mostra o brilho intenso da nova explosão. Créditos: Ernesto Guido / Martino Nicolini / Nick Howes
Supernovas são divididas em duas grandes categorias: Supernova Tipo Ia e Supernova Tipo II, e os dois tipos de explosões podem tornar-se 5.000 milhões de vezes mais brilhantes do que o Sol, ejetando matéria para o espaço a uma velocidade entre 5.000 e 20.000 km/segundo. O material lançado para o espaço a partir de uma supernova contém elementos pesados, como ferro, níquel, ouro e chumbo. Muitas vezes, o que resta da estrela após uma explosão é um núcleo incrivelmente denso, que gira a uma velocidade inacreditável: uma estrela de nêutrons. Dependendo da massa da estrela, o resultado final pode ser ainda um buraco negro.
Como observar a supernova na galáxia M61?


Se você está ansioso(a) para ver com seus próprios olhos a supernova descoberta por Koichi, preparamos algumas dicas.
Mapa mostra a posição da galáxia M61 (e constelação de Virgem) no céu durante essa época do ano (outubro e novembro).
Mapa mostra a posição da galáxia M61 (e constelação de Virgem) no céu durante essa época do ano (outubro e novembro).
A observação deve ser feita em local extremamente aberto e sem poluição luminosa pois sua  localização é extremamente difícil de ser observada, pois ela só nasce um pouco antes do Sol, quase amanhecendo, ou seja, ela se encontra muito próxima do horizonte nessa época do ano, e por isso, a regra número 1 é que seu horizonte leste deve estar livre de prédios, casas, árvores ou qualquer coisa que atrapalhe sua vista, até mesmo montanhas.Sua altitude no céu (horizonte leste) é de apenas cerca de 10 - 20 °.
Em segundo lugar, um telescópio recomendado é de pelo menos 120mm de abertura, afinal, você precisa não apenas ver a galáxia como um ponto esfumaçado, e sim conseguir observá-la com alguma definição, a fim de identificar o brilho da supernova.

sábado, 1 de novembro de 2014

ESTRELA SOBREVIVE A EXPLOSÃO DE SUPERNOVA A QUEIMA ROUPA


29/10/14 - Ao que tudo indica, a estrela sobrevivente parece intacta!
Se você acha que está tendo um dia ruim, então você não conhece a história dessa estrela... ela vive em um sistema binário, e acaba de resistir a uma prova fatal, ou melhor, que poderia ser fatal, mas por algum motivo muito estranho, não foi. Uma das estrelas do sistema binário chegou no fim de sua vida, e detonou uma monstruosa explosão de supernova, mas ao que parece, sua estrela companheira resistiu a grande explosão!
O Observatório de Raios-X Chandra da NASA, e uma série de telescópios terrestres apontaram para a remanescente de supernova, e viram que sua estrela companheira, apesar de ter sido golpeada, ela ainda está "viva".
O remanescente de supernova DEM L241 é uma nuvem brilhante de gás e poeira na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã a 199.000 anos-luz de distância. Remanescentes de supernovas podem permanecer em altas temperaturas durante milhares de anos após a explosão, tornando-se um alvo perfeito para o Observatório Chandra estudar os alargamentos de raios-x da nebulosa.
Umas das estrelas do sistema binário ficou sem o combustível hidrogênio no final de sua vida útil, e explodiu. Os astrofísicos suspeitam que uma estrela de nêutrons (estrela hiper-densa que sobra do núcleo de uma estrela) ou um buraco negro pode ter ficado pra trás dessa explosão. Se isso for confirmado, este será o terceiro sistema binário entre uma estrela e um buraco negro/estrela de nêutrons já descoberto após uma supernova.

Imagem composta de raios-x e luz visível mostra a remanescente de supernova DEM L241.
Créditos: NASA / CXC / NAOA / DSS / Chandra
Através da análise de dados de raios-X do Chandra, os astrônomos descobriram que a nebulosa que sobrou dessa explosão é rica em oxigênio, neônio e magnésio, o que sugere que a estrela que resultou na explosão tinha uma massa entre 25-40 vezes a massa do nosso Sol.
Observatórios terrestres estão estudando o caso, e acompanhando as variações de velocidade orbital da estrela sobrevivente do sistema. Essa estrela tem um período orbital de apenas 10 dias, e através de cálculos precisos sobre a alteração de sua velocidade orbital, os astrônomos esperam determinar se ela está orbitando uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
Em um futuro distante, a estrela sobrevivente também está prevista para explodir como uma supernova, potencialmente criando um sistema binário de estrela de nêutrons, um sistema entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro, ou até mesmo um sistema binário de buracos negros.
Fonte: NASA / Chandra
Imagens: NASA / CXC / NOAO / DSS / Chandra

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CIENTISTAS DESCOBREM POSSÍVEL NASCIMENTO DE UM PLANETA FORA DO COMUM


 Estudo pode ajudar a entender como nascem os planetas como dois sóis
Uma pesquisa feita recentemente pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), pode ajudar os cientistas a entenderem como nascem os planetas com dois sóis, assim como Tatooine, planeta natal de Luke Skywalker do famoso filme "Guerra nas Estrelas".
"Quase metade das estrelas semelhantes ao Sol nasceram em sistemas binários", diz Emmanuel Di Folco, do Observatório de Paris. "O que pode explicar a formação dos planetas e o número significativo de estrelas na Via Láctea. Nossas observações representam um grande passo para entendermos verdadeiramente a questão da formação planetária".
Como uma roda dentro de outra roda, o complexo sistema de estrelas GG Tau-A, contém um disco grande exterior, que rodeia todo o sistema, bem como um disco interior em torno da estrela principal central. Este segundo disco interior tem uma massa mais ou menos equivalente à de Júpiter. Sua presença tem sido um mistério intrigante para os astrônomos, já que a estrela exterior está perdendo material para a estrela interior a uma taxa tão alta que deveria ter se esgotado há muito tempo.
Ao observar essas estruturas com o Observatório ALMA, no Chile, a equipe fez a emocionante descoberta de aglomerados de gás na região entre os dois discos. As novas observações sugerem que os materiais estão sendo transferidos do exterior para o interior do disco.
"Essa troca de materiais foi prevista por simulações de computador. Estas observações demonstram que o material do disco exterior pode sustentar o disco interior por um longo período de tempo. Isto tem consequências importantes para uma potencial formação planetária".
Planetas nascem a partir do material que sobra do nascimento das estrelas. Este é um processo lento, o que significa que um disco duradouro é um pré-requisito para a formação de planetas. Como o processo de troca de gases do disco exterior para o interior foi observado através do ALMA, isso pode significar que em outros sistemas múltiplos de estrelas isso também pode estar acontecendo, o que nos dá um grande número de potenciais novos locais para encontrar exoplanetas no futuro.
Mais recentemente, tem sido mostrado que uma grande quantidade de planetas gigantes orbitam sistemas binários de estrelas. Agora, os pesquisadores começaram a investigar mais atentamente os potenciais planetas que orbitam estrelas individuais de sistemas binários de estrelas. A nova descoberta apoia a possível existência desses planetas, ampliando ainda mais a descoberta de novos exoplanetas.

Os resultados serão publicados na revista Nature no dia 30 de outubro.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ESO OBSERVA O SEGREDO DE UMA CONSTRUÇÃO DE UMA METRÓPOLE GALÁTICA


Astrônomos utilizaram o telescópio APEX para investigar um enorme aglomerado de galáxias, que está se formando no Universo primordial, e revelaram que boa parte da formação estelar que está ocorrendo não apenas se encontra escondida pela poeira, mas também acontece em locais inesperados. Esta é a primeira vez que se consegue realizar um censo completo da formação estelar em tais objetos.
Os aglomerados de galáxias são os maiores objetos do Universo unidos pela força da gravidade, no entanto a sua formação ainda não é completamente compreendida. A Galáxia da Teia de Aranha (conhecida pelo nome formal de MRC 1138-262 ), e seus arredores, é estudada há vinte anos, tanto com telescópios do ESO como com outros telescópios . Pensa-se que este objeto é um dos melhores exemplos de um protoaglomerado no processo de se juntar, há mais de dez bilhões de anos atrás.
No entanto, Helmut Dannerbauer (Universidade de Viena, Áustria) e a sua equipe suspeitavam que esta explicação estaria muito aquém da realidade. A equipe pretendia investigar o lado escuro da formação estelar e descobrir quanta formação estelar escondida por trás de poeira estava a ocorrer no aglomerado da Galáxia da Teia de Aranha.
A equipe utilizou a câmera LABOCA montada no telescópio APEX no Chile, para observar durante 40 horas este aglomerado nos comprimentos de onda do milímetro - comprimentos de onda que são suficientemente longos para permitir espreitar através da maioria das espessas nuvens de poeira. A LABOCA tem um campo largo, tornando-se no instrumento perfeito para este tipo de rastreio.
Carlos De Breuck (Cientista de Projeto do APEX no ESO e co-autor do novo estudo) enfatiza: “Esta é uma das observações mais profundas executadas pelo APEX e que levou este telescópio aos seus limites tecnológicos, tendo levado igualmente aos limites a resistência do pessoal que trabalha no local do APEX a elevada altitude, 5050 metros acima do nível do mar”.
As observações APEX revelaram que existiam cerca de quatro vezes mais fontes na região da Teia de Aranha do que no meio circundante. Depois de comparar detalhadamente os novos dados com observações complementares obtidas a comprimentos de onda diferentes, a equipe pôde confirmar que muitas destas fontes se encontravam à mesma distância que o aglomerado de galáxias e por isso deviam fazer parte do aglomerado em formação.
Helmut Dannerbauer explica: “As novas observações APEX acrescentaram a peça final que precisávamos para realizar um censo completo de todos os habitantes desta megacidade estelar. Estas galáxias estão no processo de formação e por isso, tal como um estaleiro na Terra, encontram-se muito empoeiradas”.
Mas uma surpresa esperava a equipe quando foi investigado onde é que a nova formação estelar detectada estava a ocorrer. Os astrônomos esperavam encontrar estas regiões de formação estelar nos grandes filamentos que ligam as galáxias mas, em vez disso, encontraram-nas concentradas principalmente numa única região, sendo que esta região nem sequer se encontra centrada na Galáxia da Teia de Aranha, central no protoaglomerado .
Helmut Dannerbauer conclui: ”Esperávamos encontrar formação estelar escondida no aglomerado da Teia de Aranha - e conseguimos - no entanto, desenterramos ao mesmo tempo um novo mistério no processo; esta formação estelar não está a ocorrer onde esperávamos! A megacidade está a desenvolver-se de modo assimétrico”.
Para que esta história se desenvolva novas observações são necessárias - e o ALMA será o instrumento perfeito para dar os próximos passos no estudo destas regiões empoeiradas com muito mais detalhes.