quinta-feira, 13 de abril de 2017

NOVAS AURORAS POLARES SÃO REGISTRADAS NO PLANETA URANO

auroras polares registradas em Urano
Magníficas auroras polares são registradas em Urano Quem disse que Urano é apenas um gigante de gás azulado "sem graça"?...
Auroras brilhantes iluminam a atmosfera de Urano, e duas fotos recém-divulgadas, feitas através de observações do Telescópio Espacial Hubble e da sonda Voyager 2 (que passou por Urano em 1986) mostram o quão belas e brilhantes as auroras desses gigantes podem ser...
Assim como ocorre aqui na Terra, as auroras em Urano ocorrem pelos mesmos processos básicos: partículas carregadas, como eletrons, provenientes do vento solar que por ventura acabam interagindo com a atmosfera do planeta. As partículas carregadas são capturadas pelo campo magnético, e lançadas para a atmosfera superior, e logo interagem com os gases atmosféricos (oxigênio, nitrogênio ou hidrogênio, por exemplo), criando os belíssimos espetáculos de luzes. Em Júpiter, as erupções vulcânicas de seu satélite natural, Io, também lançam partículas carregadas, ou seja, também produzem auroras, assim como o vento solar.
auroras polares em Urano - 2017
As auroras de Urano são claramente visíveis nessa imagem acima. Outra imagem foi empilhada para mostrar seus anéis.
Créditos: Hubble / Voyager 2 / NASA / ESA
Esta não é a primeira observação de auroras em Urano. O telescópio Hubble registrou as primeiras imagens de suas magnífica auroras em novembro de 2011. Em 2012 e 2014, uma equipe do Observatório de Paris observou novas auroras através da luz ultravioleta usando um equipamento instalado no Hubble.
auroras polares em Urano - 2011
Imagens feitas pelo Hubble em 2011 mostram as brilhantes auroras de Urano.
À esquerda, é possível ver como elas saltam acima da densa atmosfera do planeta.
Créditos: NASA / ESA / L. Lamy / Observatório de paris / CNRS / CNES
Em ambas as fotos, as auroras parecem estar acontecendo em pontos aleatórios, mas na verdade elas estão sempre localizadas ao redor dos polos. Em 2011 as auroras ocorreram próximo ao polo magnético norte do planeta, e em 2012 e 2014, próximas ao polo magnético sul, assim como as auroras na Terra.
As fotos recém-divulgadas também mostram o sistema de anéis de Urano, que parece circundar os pólos do planeta, mas que na verdade estão ao redor do equador do planeta. Urano orbita o Sol "de lado", com o eixo de rotação apontado diretamente para a nossa estrela. Os astrônomos acreditam que essa posição foi causada há muito tempo por conta de uma colisão com um planeta do tamanho da Terra, ou talvez, após um a série de impactos com objetos menores.
Comparação das auroras da Terra, de Júpiter e de Saturno

Da esquerda para a direita, vemos as auroras polares da Terra, de Júpiter e de Saturno. Em todos os casos, as auroras se estendem bem próximo dos polos magnéticos dos planetas, que por sua vez, estão próximos dos polos geográficos - diferente do caso de Urano.
Créditos: NASA
Urano é o terceiro maior planeta do Sistema Solar, com um diâmetro aproximadamente quatro vezes maior do que o da Terra, e está 19 vezes mais distante do Sol do que o nosso planeta. Por conta dessa distância gigantesca, ele leva 84 anos para completar uma órbita.
As grandiosas auroras polares do penúltimo planeta do Sistema Solar são eventos raros de serem captados, pois apesar delas durarem horas aqui na Terra, elas duram apenas alguns minutos em Urano... Se não estivermos o-observando no momento exato, as luzes intensas não serão avistadas...
O Telescópio Espacial Hubble foi lançado em 24 de abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discovery. Um dia depois de seu lançamento, ela já estava em funcionamento ao redor da Terra. Já a sonda Voyager 2, lançada em 1977, está bem distante, a mais de 20 bilhões de quilômetros da Terra, e em breve, deve adentrar o espaço interestelar. Sua irmã, a Voyager 1 já está no espaço interestelar desde agosto de 2012, e ambas ainda estão em perfeito estado, enviando dados para os centros de controle aqui na Terra.
Imagens: (capa-NASA/ESA) / Hubble / Voyager / NASA / ESA / L. Lamy / Observatório de paris / CNRS / CNES

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