domingo, 27 de setembro de 2015

INVESTIGADORES BELGAS E FRANCESES MEDEM A TEMPERATURA DO CORAÇÃO DAS ESTRELAS

Imagem de uma explosão solar classe X2.0 captada a 27 de outubro de 2014Bertrand Plez, de Montpellier, é o principal responsável pelo estudo
Um grupo de pesquisadores da Universidade Livre de Bruxelas e da Universidade de Montpellier conseguiu, pela primeira vez, medir a temperatura do núcleo de certas estrelas e calcular a sua idade.
O estudo foi publicado ontem na revista Nature, 
Em 1926, na obra «A constituição interna das estrelas», o astrofísico Arthur Eddington disse:
"À primeira vista, parece que o interior do Sol e das estrelas é menos acessível do que qualquer outra região do universo. Que instrumentos poderiam atravessar as camadas exteriores de estrelas e analisar as condições dentro? ".
Quase 90 anos depois, esta questão obteve resposta com o trabalho de uma equipa de seis astrofísicos do Instituto de Astronomia e Astrofísica da Faculdade de Ciências da Universidade Livre de Bruxelas e do Laboratório Universo e Partículas da Universidade de Montpellier que conseguiu medir a temperatura do núcleo de certas estrelas bem como a sua idade.
Constelação de Orion
Para estas medições foram utilizados isótopos1 de produtos químicos específicos (tais como 99Tc e 93Nb), que actuam como relógio e termómetro. Os investigadores determinaram a sua abundância na superfície das estrelas, usando o espectógrafo HERMES (instalado no telescópio Mercator (KULeuven) de La Palma, nas Ilhas Canárias.
Pieter Neyskens,da Universidade Livre de Bruxelas, é o primeiro autor
As temperaturas medidas pelos astrofísicos respeitam às camadas mais profundas das estrelas, onde se sintetizam elementos mais pesados do que o ferro. Estes elementos, uma vez transportados para a superfície da estrela por um processo de mistura serão lançados no meio interestelar, quando a vida da estrelas chegar ao fim, regressando ao meio interestelar e às grandes nuvens que o compõem, das quais novas estrelas vão nascer. O nosso Sol passou por esta situação há 4.500 milhões de anos atrás. Os elementos mais pesados do que o ferro usado actualmente na Terra para muitas aplicações tecnológicas seguiram o mesmo caminho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário