sábado, 22 de agosto de 2015

O MISTÉRIO DA GRANDE MANCHA VERMELHA DE JÚPITER PODE SER REVELADO EM LABORATÓRIO

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter
Os cientistas da NASA estão tentando descobrir os mistérios da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, e sobretudo, entender o que faz com que sua coloração seja avermelhada. "Mas como eles vão fazer isso", você deve estar se perguntando. E a resposta é simples: em um laboratório!
Apesar de mais de 150 anos de estudos, a Grande Mancha Vermelha de Júpiter ainda é um grande mistério. O que sabemos é que trata-se de uma tempestade gigantesca, que percorre o maior planeta do Sistema Solar, com ventos que chegam a atingir cerca de 644 km/h. Contudo, o que poderia estar causando essa grande tempestade ainda é um grande mistério.
Em uma tentativa de entender melhor a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, os pesquisadores Mark Loeffler e Reggie Hudson, da NASA, estão fazendo alguns experimentos com componentes da atmosfera de Júpiter junto com radiação, imitando os raios cósmicos a fim de determinar se eles poderiam produzir a cor avermelhada da Grande Mancha Vermelha.
Observar a atmosfera e determinar a cor da tempestade não é uma tarefa fácil. As camadas de nuvens do gigante gasoso fazem com que a observação de sua baixa atmosfera seja um verdadeiro desafio, e até mesmo sua alta atmosfera não é fácil de ser decifrada. Estudos prevêem que a atmosfera superior de Júpiter é composta por nuvens de amônia, hidrossulfeto de amônio e água, mas os cientistas não sabem se esses componentes químicos poderiam fornecer a cor avermelhada a tempestade, tampouco como eles poderiam se combinar, afinal, eles simbolizam uma pequena fração da atmosfera.

mistérios da grande mancha vermelha de jupiter
A Grande Mancha Vermelha de Júpiter é tão grande que o planeta Terra caberia dentro dela.
Créditos: NASA / JPL / SSI      
Enquanto o hidrossulfureto de amônio poderia ser uma das causas, a coloração também pode vir de vários fatores na atmosfera de Júpiter. "Devemos entender os componentes da atmosfera de Júpiter, e misturá-los na temperatura certa, e depois simular irradiá-los nos níveis certos", disse Amy Simon, especialista de atmosfera planetária da NASA. "Ou seja, replicar as condições da superfície de Júpiter é a chave para encontrar as respostas".
A tempestade maciça de Júpiter tem sido estudada há pelo menos 150 anos, ou talvez até mais. Astrônomos de 1600 identificaram recursos semelhantes em Júpiter, mas não se sabe se esses recursos eram de fato a Grande Mancha Vermelha. De qualquer maneira, essa grande tempestade já dura muito mais tempo do que qualquer outra que conhecemos aqui na Terra...
Ao contrário do nosso planeta, Júpiter é um gigante de gás, com um oceano líquido de hidrogênio em torno de seu núcleo; um ambiente dominado por hidrogênio e hélio. Não existe base sólida para a tempestade ser freada, o que permite que a Grande Mancha Vermelha dure mais de um século.
Estudar essa tempestade de longa duração pode ajudar os cientistas a entender melhor o sistema climático do nosso próprio planeta, disse Amy Simon. Afinal, o clima e o tempo em ambos os planetas funcionam sob as mesmas leis da física. Ela também disse que estudar Júpiter pode melhorar a compreensão dos planetas fora do Sistema Solar.
"Quando olhamos para a luz refletida de um planeta fora do nosso Sistema Solar, podemos não compreendê-lo exatamente", disse Amy. "Mas analisar diferentes climas e superfícies do nosso Sistema Solar poderia permitir-nos, em seguida, aplicar esse conhecimento para os planetas extrassolares."

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