galáxia do catavento M101. E não era para menos. Ali, sem dar qualquer
aviso prévio, uma estrela muito maior que nosso Sol explodiu, em um dos eventos mais energéticos do Universo.
Batizada de supernova PTF 11kly, o objeto foi descoberto através de
imagens captadas pelo telescópio robótico de 1200 milímetros Samuel
Oschin, localizado em Monte Palomar, na Califórnia. O instrumento faz
parte do complexo Palomar Transient Factory (PTF), que tem como objetivo
vasculhar automaticamente o céu em busca de novos objetos.
A rápida detecção de PTF 11kly a torna uma das supernovas que mais
rapidamente foram registradas após a ignição. Além disso, por se localizar
a apenas 27 milhões de anos-luz da Terra faz com que seja uma das mais
próximas supernovas observada em décadas.
As primeiras observações demonstraram que 11kly PTF é uma supernova do
tipo Ia, uma subcategoria de explosão produzida por uma estrela do tipo
anã-branca, com até 10 massas solares.
Por apresentarem luminosidade bastante estável, as supernovas desse
tipo são usadas como "velas padrão" para medir a distância entre as galáxias,
já que a magnitude aparente das supernovas depende principalmente da
distância em que se encontram.
Se as primeiras indicações estiverem corretas, PTF 11kly deve brilhar durante
várias semanas próxima da magnitude 10, tornando-se possível observa-la
com telescópios de tamanho moderado. Sua posição celeste é:
Ascensão Reta 4h 03m 05.8s, Declinação: +54° 16' 25? ou a cerca de
4.4 arco minutos do sul de M101.
A morte de uma estrela é predeterminada logo no seu nascimento através
do seu tamanho e das características da usina de força que a mantém
brilhando durante toda sua vida. As estrelas, entre as quais o nosso
Sol, são alimentadas pela fusão dos átomos de hidrogênio que se transformam
em hélio sob o intenso calor e pressão encontrados do núcleo estelar.
Entretanto, o hélio produzido é ligeiramente mais leve que as massas de
quatro núcleos de hidrogênio necessários à sua produção. A partir de
teoria da relatividade de Einstein, E = MC2, sabemos que a falta dessa
massa é transformada em energia.
Estrelas similares ao nosso Sol terminam sua vida quando consomem totalmente
suas reservas de hidrogênio, ardendo em uma silenciosa e gigantesca
expansão de diâmetro. No entanto, estrelas com oito ou mais vezes a massa
solar, como PTF 11kly, finalizam sua vida de modo muito mais cataclísmico.
A fusão nuclear continua mesmo após a exaustão do hidrogênio,
produzindo elementos pesados em diferentes camadas. O processo continua
até que o núcleo estelar se transforme em ferro, quando então outro fenômeno
ocorre: devido à descomunal temperatura e pressão, os átomos do ferro
também se rompem em seus componentes prótons e nêutrons. Quando isso
acontece as camadas superiores ao núcleo desmoronam, lançando ao espaço
o resto do material estelar, produzindo um poderoso clarão chamado
flash da supernova.
A explosão é descomunal. Em poucos dias a supernova libera mais energia
que nosso Sol em toda a sua vida. A explosão é tão brilhante que mesmo
ocorrendo a centenas de anos-luz de distância pode ser vista da Terra até
durante o dia.
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