segunda-feira, 10 de agosto de 2015

GALÁXIAS ANÃS QUE ORBITAM ANDRÔMEDA E A VIA LÁCTEA DESAFIAM A TEORIA ACEITA

via láctea já está em colisão com a galáxia de andrômeda
Contradições observadas em simulações geram um certo desconforto entre os cientistas
As galáxias anãs que orbitam a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda desafiam o modelo aceito de formação de galáxias, e as recentes tentativas de entendê-las já falharam, relata uma equipe internacional de astrofísicos. Os estudo evidenciou falhas na compreensão atual da formação de galáxias, e questiona o modelo aceito da origem e evolução do Universo. De acordo com o paradigma padrão, 23% da massa do Universo é formada por partículas invisíveis conhecidas como matéria escura.

"O modelo prevê que galáxias anãs devem se formar no interior de pequenos aglomerados de matéria escura, e que esses aglomerados devem ser distribuídos aleatoriamente sobre sua galáxia principal", disse David Merritt, professor de astrofísica do Rochester Institute of Technology. "Mas o que se observa é muito diferente. As galáxias anãs que pertencem à Via Láctea e à Galáxia de Andrômeda são vistas orbitando em enormes estruturas em forma de disco fino".
O estudo, liderado por Marcel Pawlowski da Universidade Case Western Reserve critica três trabalhos recentes de diferentes equipes internacionais, os quais concluíram que as galáxias satélites suportam o modelo padrão. A crítica por Merritt e seus colegas encontraram "problemas sérios" com todos os três estudos. A equipe de 14 cientistas de seis diferentes países replicaram as análises anteriores usando os mesmos dados e simulações cosmológicas, mas os resultados observados foram bem diferentes.
descoberta na Grande Nuvem de Magalhães
"Os trabalhos anteriores encontraram estruturas nas simulações, mas essas estruturas realmente não se pareciam muito com as estruturas observadas", disse Merritt.
O modelo cosmológico padrão é o quadro de referência aceito para muitas gerações de cientistas, mas aluns grupos estão começando a questionar sua capacidade de reproduzir com precisão o que se observa no Universo próximo. Merritt se considera parte desse pequeno e crescente grupo que está questionando os paradigmas aceitos. "Quando você tem uma clara contradição como esta, você deve se concentrar nele", comenta Merritt. "É assim que é feito o progresso científico ".
Merritt é co-autor do estudo intitulado "As estruturas de galáxias satélites orbitais ainda estão em conflito com a distribuição de galáxias anãs primordiais", a ser publicado na próxima edição da Monthly Notices da Royal Astronomical Society.
O estudo recente conclui que a matéria escura em galáxias anãs é distribuída ao invés de ser aglomerada em seus centros. Isto contradiz simulações utilizando o modelo cosmológico padrão. Um estudo por Matt Walker (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics) e co-autor Jorge Peñarrubia (University of Cambridge, Reino Unido). O estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal. O autor principal, Matt Walker, disse: "Depois de concluir este estudo, sabemos menos sobre a matéria escura do que antes".
A imagem no topo da página é a concepção de um artista de uma galáxia anã vista da superfície de um exoplaneta hipotético.
Fonte: Dailygalaxy / Rochester Institute of Technology
Imagem: David A. Aguilar (CfA)

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