domingo, 9 de agosto de 2015

A VIA LÁCTEA É MUITO MAIS MASSIVA E GIRA MAIS RÁPIDO DO QUE PENSÁVAMOS

Mapa da Via Váctea (http://www.atlasoftheuniverse.com/galaxy.html)
Os cientistas revisaram profundamente a massa da Via Láctea e descobriram que nossa galáxia é 50% mais massiva que se pensava anteriormente.
A Via Láctea não é mais a “irmã-menor” da galáxia Andrômeda, agora concluiu-se que ela está emparelhada com Andrômeda em termos de massa, ou seja, como massa equivalente a 3 trilhões de vezes a massa do Sol.
Além disso, constatou-se que a Via Láctea gira sobre seu centro muito mais rápido.
Vamos ver a seguir como chegaram a essa conclusão…
Os astrônomos chegaram a estimativa da nossa massa galáctica usando a rede de radiotelescópios VLBA (Very Long Baseline Array) pertencente a National Science Foundation. Foram feitas imagens detalhadas da estrutura da galaxia, medindo distâncias e movimentos de diversas áreas da Via Láctea. Essas medidas de alta precisão, apresentadas no 213º encontro da AAS (American Astronomical Society) demonstram que a velocidade apurada na posição no nosso sistema Solar (a uma distância de 28.000 anos-luz do centro da galáxia) é cerca de 160.000 km/h (44.444 m/s) mais rápida. Nessa distância, a novas medidas mostram que a galáxia está rodando a 965.600 km/h (268.222 m/s), comparada com a estimativa prévia de 804.672 km/h (223.500 m/s). O aumento da velocidade de rotação da Via Láctea acarreta um aumento de 50% em sua massa, segundo comentou Mark Reid do Harvard-Smithsonian Center de Astrophysics.
A nova massa estimada da Via Láctea é de cerca de 3 trilhões de massas-solares, Reid confirmou, e tal massa significa um aumento na força gravitacional exercida pela Via Láctea, aumentando a probabilidade de colisões com Andrômeda e outras galáxias menores nas proximidades. O time usou o VLBA, um sistema com 10 radiotelescópios espalhados do Havaí até a Nova Inglaterra e Caribe, para observar regiões de formação prolífica de estrelas através da Via Láctea. O gás ionizado fortalece a emissão natural das ondas de rádio nessas regiões.
Os astrônomos rastrearam essas áreas, denominadas “cosmic masers” (MASER é a sigla de “Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation”), observando-as quando a Terra estava em lados opostos de sua órbita em torno do Sol. O desvio aparente da luz (paralaxe) pode ser medido comparando com os objetos de fundo mais distantes para triangular as distâncias e movimentos do objeto mais próximo investigado. As observações também trouxeram uma luz sobre o formato espiral da Via Láctea, uma vez que os “cosmic masers” definem os braços espirais galácticos. As medições mostraram que a “maioria das regiões de formação estelar não segue um caminho circular em sua órbita em torno do centro galáctico. Ao contrário, encontramos essas regiões movendo-se mais lentamente que outras áreas em órbitas elípticas”, ressalta Reid. As órbitas circulares são o que denominamos densas ondas espirais de choque, que podem afetar o gás em uma órbita circular, comprimí-lo para formar estrelas e movê-los para uma nova órbita elíptica reforçando a estrutura elíptica da galáxia.
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As observações realizadas através da rede de radiotelescópios VLBA também trouxeram mais surpresas sobre a estrutura espiral galáctica: “Essas medições indicaram que nossa galáxia provavelmente tem 4 e não 2 braços espirais de gás e poeira cósmica que formam estrelas”, completa Reid.
Pesquisas recentes através do telescópio espacial Spitzer da NASA sugerem que as estrelas mais velhas são encontradas em sua maioria apenas em 2 braços espirais. A razão pela qual não as encontramos em outros braços é uma questão que irá requisitar mais pesquisas, observações e medições. Em uma notícia separada a NASA anunciou uma fantástica nova imagem que é a mais nítida visão em infravermelho já obtida do núcleo galáctico. Esta imagem composta do centro da Via Láctea revela uma nova população de estrelas massivas e novos detalhes de estruturas completas no gás ionizado girando em torno do núcleo da Via Láctea (que mede um diâmetro de cerca 300 anos-luz).

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