sábado, 29 de novembro de 2014

ASTRÔNOMOS ENCONTRAM EVIDÊNCIA DE DOIS NOVOS PLANETAS EM NOSSO SISTEMA SOLAR


 Além do suposto Planeta X, ainda pode existir um Planeta Y
A possibilidade da existência de um planeta nos confins do Sistema Solar ganhou força com base em órbitas de objetos recentemente descobertos. Se um suposto "Planeta X" já era motivo de discussões acirradas entre cientistas e astrônomos renomados, os debates tendem a ficar ainda mais intensos com a probabilidade de haver não apenas um Planeta X, mas também um "Planeta Y"!
A busca por um "Planeta X" além de Netuno vem acontecendo há mais de um século. Recentemente, dois planetas anões Senda e 2102 VP113 foram identificados com órbitas que se estendem a distâncias incrivelmente grandes, centenas de vezes maiores do que a distância entre a Terra e o Sol.
objetos trans-netunianos
Os maiores objetos Trans-Netunianos conhecidos até o momento. Créditos: Wikimedia Commons
Suas órbitas são tão longínquas que podemos dizer que eles estão próximos da famosa Nuvem de Oort, uma região de cometas a cerca de 5.000 UA do Sol (1 UA [Unidade Astronômica] equivale a distância média entre a Terra e o Sol).
Os cientistas acreditam que tais objetos tenham se formado mais próximos do Sol, porém, a influência gravitacional de um (suposto) grande planeta seria uma explicação plausível para as alterações de suas órbitas.
Os irmãos Carlos e Raul de la Fuente Marcos, da Universidade Complutense de Madrid foram ainda mais longe. Segundo eles, "a análise de diversos cenários possíveis sugerem fortemente que pelo menos dois planetas trans-plutonianas (mais distantes que Plutão) devem existir".

À esquerda podemos ver o Sistema Solar interior e o Cinturão de Asteróides; no centro temos o Sistema Solar interior e exterior até o Cinturão de Kuiper;à direita vemos a Nuvem de Oort com TODO o Sistema Solar no centro(ponto amarelo). Créditos: Tom Stephens
Ainda mais recentemente, Lorenzo Iorio do Ministério da Educação da Itália, assim como Universidades italianas também argumentaram que o Planeta X existe, mas estaria a uma distância muito superior do que a esperada. Através de cálculos matemáticos eles podem chegar a uma distância média de sua órbita, porém, isso depende muito da massa do suposto planeta. "Um objeto desconhecido tendo o dobro da massa da Terra, não poderia orbitar a uma distância inferior a 500 UA do Sol", completam.
Outros astrônomos estão mais cautelosos. David Jewitt, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles disse: "O Sistema Solar exterior pode ser repleto de corpos interessantes que ainda são invisíveis para nós, mas o argumento de que um grande objeto esteja perturbando as órbitas de outros corpos é um pouco intrigante".
Por enquanto essa grande questão não tem uma resposta definitiva, e só será resolvida de uma vez por todas se os astrônomos realmente encontrarem o suposto Planeta X, e quem sabe, o Planeta Y. Por enquanto, algumas equipes redobraram seus esforços para detectar objetos de tamanho modesto cujas órbitas possam nos ajudar a dar crédito, ou a rejeitar as teorias propostas até agora.
Fonte: Monthly Notices Letters of the Royal Astronomical Society
Imagens: (capa-ilustração) / Wikimedia / Tom Stephen

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

MISTÉRIO: ESTRELAS HIPER VELOZES ESTÃO ESCAPANDO DA VIA LÁCTEA


Essas estrelas estão escapando da nossa Galáxia
Uma nova classe de estrelas que se movem em alta velocidade estão traçando um caminho um tanto "estranho": elas estão indo para fora da Via Láctea, segundo os cientistas.
Diferente da maioria das outras estrelas hiper velozes conhecidas, as 20 estrelas do tamanho do Sol estão escapando após interagir com o buraco negro do centro da Galáxia, um corpo maciço, cuja influência gravitacional normalmente fornece a 'estilingada' necessária para escapar, descobriu o novo estudo.
"Essas novas estrelas hiper velozes são muito diferentes daquelas descobertas anteriormente", comenta o autor principal do estudo Lauren Palladino, da Universidade de Vanderbilt.
"As estrelas hiper velozes são grandes, azuis, e ao que parecem, tiveram origem no centro da galáxia", acrescentou Palladino. "Nossas novas estrelas são relativamente pequenas (do tamanho do Sol), e o surpreendente é que nenhuma delas parece ter origem no núcleo galáctico".
      
 Créditos: Design gráfico por Julie Turner, Universidade de Vanderbilt /
NASA / ESO
No caminho hiper rápido
Lauren Palladino descobriu 20 potenciais estrelas hiper velozes utilizando o Sloan Digital Sky Survey, ao mapear o caminho de estrelas como o Sol na Via Láctea .
Para escapar da galáxia o objeto deve adquirir uma quantidade fenomenal de energia. As estrelas devem atingir velocidades de 1,6 milhões km/h. Lembrando que os objetos que orbitam a Via Láctea já atingem cerca de 970.000 km/h.
A maioria das estrelas hiper velozes faziam parte de um sistema binário que se desfez ao se aproximar do buraco negro supermassivo no centro da Galáxia. Quando uma é atraída em direção ao buraco negro, a outra é arremessada para fora, a uma velocidade suficiente para deixar a Galáxia. Os cientistas descobriram 18 estrelas azuis gigantes que estão deixando a Via Láctea.
"É muito difícil enviar uma estrela para fora da Galáxia", comenta Kelly Holley, também da Universidade de Vanderbilt.
A equipe apresentou a recém-descoberta classe de estrelas na reunião da Sociedade Americana de Astronomia (American Astronomical Society), em Washington, EUA, no início deste mês. Os resultados foram publicados na edição de 01 de janeiro da revista The Astrophysical Journal.
"Nenhuma destas estrelas hipervelozes tiveram origem no centro galático, o que implica que há uma nova classe de estrelas hipervelozes, com um mecanismo de ejeção diferente".
Misterioso impulso

 Cálculos precisos requerem medições realizadas ao longo de décadas, por isso, algumas das estrelas podem até mesmo não viajar tão rápido quanto parece, disse Palladrino. Para minimizar os erros, a equipe realizou diversos testes estatísticos.
O que poderia ter fornecido o 'pontapé' necessário ainda é um mistério.
"A grande questão é, o que impulsionou essas estrelas até as velocidades extremas?" indaga Holley- Bockelmann. "É nisso que estamos trabalhando agora".
Fonte: Space
Imagens: Julie Turner / Universidade de Vanderbilt / NASA / ESO

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

PLANETAS GIGANTES PODEM ESTAR SE FORMANDO SURPREENDENTEMENTE LONGE DE SUA ESTRELA MÃE


Os cientistas não acreditavam que formações como essa poderiam ocorrer tão longe...
Exoplanetas podem estar se formando a partir de um gigantes disco de gás. Até aí tudo bem. Porém, o que os cientistas estranham é o fato de que essa formação está ocorrendo muito, muito longe da jovem estrela-mãe.
A região de formação planetária está tão longe de sua estrela (cerca de cinco vezes a distância entre o nosso Sol e Netuno) que parece ser a primeira vez que os pesquisadores observam tamanha distância no nascimento de planetas.
Astrônomos japoneses viram o disco de formação de planetas gigantes ao estudar novas imagens da estrela chamada HD 142527, feitas pelo Observatório Atacama Large Millimeter / submillimeter, ALMA, no deserto chileno. Eles criaram uma animação de vídeo para ilustrar o estranho nascimento dos planetas gigantes. A estrela responsável por essa formação está localizada a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra, e tem cerca de 2 milhões de anos.
Os poderosos rádio telescópios do ALMA oferecem aos astrônomos a oportunidade de observar fenômenos cósmicos que normalmente são invisíveis. Ao detectar o espectro em comprimentos de onda muito curtos, no milímetro e submillimetro, o ALMA pode detectar as nuvens de gás e poeira onde novas estrelas estão se formando, assim como os discos de detritos em torno dessas estrelas, onde se formam os planetas.

A poeira e o gás ao redor da estrela HD 142527 observadas pelo ALMA(em vermelho e verde) e pelo telescópio NAOJ Subaru próximas do infravermelho (em azul). A poeira está concentrada na parte superior da imagem. Créditos: ALMA / ESO / NAOJ / NRAO / Fukagawa
As novas observações do ALMA sobre a estrela HD 142527 mostram que a mesma está rodeada por poeira cósmica, onde se formam os planetas. Pode-se observar ainda, um ponto brilhante no lado norte do disco, com emissão no submilímetro cerca de 30 vezes mais forte do que a emissão do lado sul.
"Estamos muito surpresos com o brilho do lado norte", comenta Misato Fukagawa, professor assistente na Universidade de Osaka. "Eu nunca vi um 'nó' tão brilhante em uma posição tão distante. Essa forte emissão pode ser interpretada como uma grande quantidade de material acumulado. Ao verificarmos essa grande quantidade de material se aglutinando, podemos deduzir que planetas ou cometas estão sendo formados ali'.
Misato Fukagawa e seus colegas acreditam que, se o disco tem uma proporção de poeira e gás (1 a 100) comparável a outros sistemas solares, então planetas gigantes de gás várias vezes mais massivos do que Júpiter podem estar se formando no disco. Mas se este ponto denso no disco tem uma proporção maior de poeira, pode originar planetas rochosos como a Terra e corpos menores, como cometas.
 Em qualquer caso, esse sistema solar "oferece uma rara oportunidade para que possamos observar diretamente o momento crítico de formação planetária, o que pode nos fornecer novas pistas sobre a origem dos corpos planetários de órbitas distantes", escreveram os cientistas em um artigo publicado na ArXiv.org .
Os pesquisadores dizem esperar por medidas mais precisas da quantidade de gás no disco, para identificar quais tipos de planetas podem estar se formando em torno da nova estrela. O ALMA pode ainda ajudá-los a identificar mais discos de formação planetária em torno de outras estrelas.
"HD 142527 é um objeto peculiar, segundo nosso limitado conhecimento", acrescentou Misato Fukagawa. "Nosso objetivo final é revelar o principal processo que controla a formação de planetas. Para atingir esse objetivo, é importante obtermos uma visão abrangente da formação de planetas de muitos outros discos protoplanetários".
Fonte: Space
Imagens: ALMA / ESO / NAOJ / Fukagawa / NRAO
Vídeo: NAOJ / Fukagawa

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

VIAGEM NO TEMPO: HUBBLE REVELA COMO A VIA LÁCTEA ERA HÁ 11 BILHÕES DE ANOS


 Pesquisa envolvendo dados de 400 galáxias semelhantes à nossa reconstitui a Via Láctea em uma época que a Terra nem sequer existia
Usando dados do telescópio espacial Hubble, um estudo recém-publicado mostra a primeira evidência visual de como a Via Láctea tem evoluído ao longo dos últimos 11 bilhões de anos.
 O Telescópio Espacial Hubble da NASA revelou a primeira evidência visual de como nossa galáxia, a Via Láctea, se transformou nesse belo "cata-vento" de estrelas magnífico que vemos hoje.
 Os astrônomos usaram dados do céu profundo da evolução de 400 galáxias semelhantes à Via Láctea e observaram suas aparências em diferentes fases de desenvolvimento ao longo de um intervalo de tempo de 11 bilhões de anos. A julgar pelas imagens destas galáxias distantes, concluí-se que a Via Láctea provavelmente começou como um aglomerado de baixa massa, com tonalidade azul, contendo uma grande quantidade de gáses. O gás é o combustível essencial para o nascimento de estrelas e a cor azul é um indicador da rápida formação de estrelas.
 Eles também descobriram que a Via Láctea provavelmente era um disco plano com uma protuberância no meio, sendo que ambos cresceram simultaneamente e se transformaram no majestoso espiral visto hoje. A Via Láctea também abrigava um buraco negro supermassivo que, provavelmente, cresceu junto com a galáxia.

Creditos: NASA / ESA
"Pela primeira vez, temos imagens que mostram como a Via Láctea se parecia no passado", disse o líder Pieter van Dokkum G. da Universidade de Yale em New Haven, Connecticut. "É claro que não podemos ver a Via Láctea no passado. Nós selecionamos galáxias de bilhões de anos-luz de distância, que se tornarão como a Via Láctea. Ao traçar a evolução de galáxias parecidas com a Via Láctea, acreditamos que a nossa galáxia formou cerca de 90% de suas estrelas entre 11 bilhões a 7 bilhões de anos atrás."
O poder de resolução do telescópio Hubble, ao observar pequenos detalhes de outras galáxias, permitiu aos pesquisadores estudar como a estrutura da Via Láctea mudou ao longo do tempo. No pico de formação de estrelas, quando o Universo tinha cerca de 4 bilhões de anos, as galáxias como a Via Láctea formavam cerca de 15 estrelas por ano. Em comparação, a Via Láctea nos dias atuais, é responsável pela formação de apenas uma estrela a cada ano.
 As análises da equipe de pesquisas mediram os tamanhos e as distâncias das galáxias. Os astrônomos calcularam a massa de cada galáxia através de do brilho e de suas cores. Eles selecionaram as galáxias apropriadas para estudo a partir de um catálogo de mais de 100.000 galáxias. A maioria dos bojos das galáxias espirais foram construídos ao mesmo tempo que os seus discos correspondentes.
"Nessas observações, podemos reconstituir a maior parte da evolução da Via Láctea ", explicou o membro da equipe de Joel Leja, da Universidade de Yale. "Em observações anteriores, só podiamos ver as galáxias mais luminosas no passado distante, mas agora, com essas imagens em alta resolução do Telecópio Hubble podemos observar galaxias menores, ou seja, as galáxias 'normais'. O Hubble nos dá as formas e as cores destas espirais, bem como suas distâncias da Terra. Nós também podemos medir as taxas a que cada parte das galáxias cresceram, e tudo isso é fantástico."
Os resultados da equipe foram publicados no The Astrophysical Journal Letters e na edição de 11 de Novembro da revista online The Astrophysical Journal.
Fontes: The Astrophysical Journal Letters / J.D. Harrington, NASA / Scitechdaily
Imagem: NASA, ESA, and Z. Levay (STScI)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

OBSERVAÇÕES CONSTATA QUE PLANETA ANÃO MAKEMAKE NÃO TEM ATMOSFERA


Astrônomos utilizaram três telescópios nos observatórios do ESO, no Chile, para observar o planeta anão Makemake, no momento em que este passou em frente a uma estrela distante, bloqueando assim a radiação emitida pela estrela. As novas observações permitiram verificar pela primeira vez se o planeta possui uma atmosfera. Este mundo frígido tem uma órbita que o leva ao Sistema Solar exterior e pensava-se que teria uma atmosfera como a de Plutão. No entanto, verificou-se agora que não é o caso. Os cientistas mediram também pela primeira vez a densidade de Makemake. Os novos resultados foram publicados na revista Nature em 22 de novembro de 2012.
O planeta anão Makemake tem cerca de dois terços do tamanho de Plutão e viaja em torno do Sol numa órbita distante, que se situa além de Plutão, mas mais próximo do Sol do que Éris, o planeta anão de maior massa conhecido no Sistema Solar. Observações anteriores do gélido Makemake mostraram que este corpo é similar aos outros planetas anões, o que levou os astrônomos a pensarem que ele possuiria uma atmosfera semelhante à de Plutão. No entanto, este novo estudo mostra que, tal como Éris, Makemake não tem uma atmosfera significativa.
A equipe liderada por José Luis Ortiz (Instituto de Astrofísica de Andalucía, CSIC, Espanha), combinou várias observações obtidas por três telescópios situados nos observatórios de La Silla e Paranal do ESO, no Chile - o Very Large Telescope (VLT), o New Technology Telescope (NTT) e o TRAPPIST (sigla do inglês para TRAnsiting Planets and PlanetesImals Small Telescope) - com dados de outros telescópios menores situados na América do Sul, para olhar para Makemake à medida que este passava em frente a uma estrela distante.
 "Quando Makemake passou em frente da estrela, a radiação emitida por ela foi bloqueada, e a estrela desapareceu e apareceu muito abruptamente, em vez de desaparecer lentamente e depois ficar gradualmente mais brilhante. Isto significa que o pequeno planeta anão não tem uma atmosfera significativa," diz José Luis Ortiz. "Pensava-se que Makemake tivesse desenvolvido uma atmosfera - o fato de não haver sinais de uma, mostra apenas o quanto temos ainda a aprender sobre estes corpos misteriosos. Descobrir as propriedades de Makemake pela primeira vez é um grande passo em frente no estudo deste grupo seleto de planetas anões gélidos."
A ausência de luas do Makemake e a grande distância a que se encontra de nós, tornam-no difícil de estudar, por isso o pouco que sabemos dele é apenas aproximado. As novas observações da equipe acrescentam muito mais detalhes ao nosso conhecimento deste objeto - determinando o seu tamanho de forma mais precisa, impondo limites a uma possível atmosfera e estimando a densidade do planeta anão pela primeira vez. Os dados também permitiram medir qual a quantidade de luz solar que é refletida pela superfície do planeta - o seu albedo. O albedo de Makemake é cerca de 0,77, comparável ao da neve suja, maior que o de Plutão, mas menor que o do Éris.
Conseguiu-se observar Makemake com tantos detalhes, apenas porque ele passou em frente de uma estrela - um fenômeno conhecido como uma ocultação estelar. Estas oportunidades raras permitem aos astrônomos descobrir muitas coisas sobre as atmosferas, muitas vezes tênues e delicadas, que se encontram em torno destes distantes mas importantes membros do Sistema Solar e fornecem informações precisas sobre as suas outras propriedades.
As ocultações são particularmente incomuns no caso de Makemake, já que este é um objeto que se move numa região do céu com relativamente poucas estrelas. Predizer de forma precisa e detectar estes eventos raros é extremamente difícil, e a observação bem sucedida levada a cabo por uma equipe de observação bem coordenada, espalhada por diversos locais em toda a América do Sul, é uma façanha extraordinária.
"Plutão, Éris e Makemake estão entre os maiores exemplos dos inúmeros corpos gélidos que orbitam muito longe do Sol," diz José Luis Ortiz. "As nossas novas observações fizeram avançar muito o conhecimento sobre um dos maiores, Makemake. Poderemos agora usar esta informação para explorar mais a fundo os intrigantes objetos que se situam nesta região do espaço."

Fonte: ESO

sábado, 22 de novembro de 2014

ALMA EXAMINA UMA RODA DENTRO DE OUTRA RODA DE POEIRA E GÁS NUM SISTEMA BINÁRIO


Concepção artística do sistema binário de estrelas GG Tauri-A
Com o auxílio do ALMA astrônomos detectaram, pela primeira vez, uma corrente de gás que flui desde um disco externo massivo até ao interior de um sistema binário de estrelas. 
Esta configuração, nunca observada até agora, pode ser responsável por manter um segundo disco de formação planetária, menor, que, de outro modo, teria desaparecido completamente há muito tempo. Metade das estrelas do tipo solar nascem em sistemas binários e, por isso, esta descoberta tem consequências importantes na procura de exoplanetas. Estes resultados serão publicados na revista Nature em 30 de outubro de 2014.
Um grupo de pesquisa liderado por Anne Dutrey do Laboratório de Astrofísica de Bordeaux, em França, e CNRS, utilizaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para observar a distribuição de gás e poeira num sistema estelar múltiplo chamado GG Tau-A . Este objeto tem apenas alguns milhões de anos de idade e situa-se a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra na constelação do Touro.
Tal como um roda dentro de outra roda, GG Tau-A contém um disco exterior maior, que circunda todo o sistema, e um disco interior menor que se situa em torno da estrela central. Este segundo disco tem uma massa equivalente à de Júpiter e a sua presença tem constituído um mistério para os astrônomos, uma vez que este objeto se encontra perdendo matéria para a estrela central a uma taxa tal que deveria já ter-se esgotado completamente há muito tempo atrás.
Ao observar estas estruturas com o auxílio do ALMA, a equipe descobriu acúmulos de gás na região que se situa entre os dois discos. As novas observações sugerem que existe material que está a ser transferido do disco exterior para o disco interior, criando um tipo de corda de salvamento entre os dois .
“Embora em simulações de computador já se tivesse previsto matéria fluindo na região entre os dois discos, é a primeira vez que tal fenômeno é efetivamente observado. O fato de termos detectado estas acumulações de matéria, indica-nos que o material se desloca entre os dois discos, permitindo que um se alimente do outro”, explica Dutrey. “Estas observações demonstram que o material do disco exterior consegue sustentar o disco interior durante muito tempo, fato este que tem consequências importantes na potencial formação planetária do sistema”.
Os planetas nascem da matéria que sobra da formação da estrela. Trata-se de um processo lento, o que significa que a presença de um disco que se mantenha durante muito tempo é um pré-requisito para a formação de planetas. Se o processo de “alimentação” do disco interior agora observado pelo ALMA ocorrer em outros sistemas estelares múltiplos, esta descoberta aponta-nos para um vasto número de novas localizações potenciais para encontrar planetas no futuro.
A primeira fase da procura de exoplanetas foi dirigida a estrelas individuais, como o Sol . Mais recentemente mostrou-se que uma grande fração de planetas gigantes orbitam sistemas binários de estrelas. Agora, os pesquisadores começaram a investigar a possibilidade de planetas orbitarem estrelas individuais inseridas em sistemas estelares múltiplos. Esta nova descoberta apoia a possível existência de tais planetas, fornecendo aos “caçadores” de exoplanetas novos campos por explorar.
Emmanuel Di Folco, co-autor do artigo científico que descreve estes resultados, conclui: “Quase metade das estrelas do tipo solar nasceram em sistemas binários, o que significa que acabamos de descobrir um mecanismo para sustentar a formação planetária que pode ser aplicado a um número significativo de estrelas da Via Láctea. As nossas observações são um enorme passo em frente na verdadeira compreensão da formação planetária”.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MUSE; REVELA A VERDADEIRA HISTÓRIA POR TRAZ DE UMA COLISÃO GALÁTICA

Imagem MUSE da galáxia ESO 137-01, na qual está a ser exercida uma pressão de arraste

O novo instrumento MUSE montado no Very Large Telescope (VLT) do ESO deu aos astrônomos a melhor imagem até hoje de uma colisão cósmica espetacular. As novas observações revelam, pela primeira vez, o movimento do gás à medida que é arrancado da galáxia ESO 137-001, quando esta entra a alta velocidade num enorme aglomerado de galáxias. Os resultados contêm a chave para a solução de um mistério de longa data - porque é que a formação estelar se interrompe em aglomerado de galáxias.
Uma equipe de pesquisadores liderada por Michele Fumagalli do Grupo de Astronomia Extragaláctica e do Instituto de Cosmologia Computacional, da Universidade de Durham, esteve entre as primeiras a utilizar o instrumento do ESO Multi Unit Spectroscopic Explorer (MUSE), montado no VLT. Ao observar ESO 137-001 - uma galáxia espiral situada a 200 milhões de anos-luz de distância, na constelação do Triângulo Austral - a equipe conseguiu obter a melhor imagem já feita do que acontece exatamente com a galáxia à medida que esta se precipita a alta velocidade no Aglomerado de Norma.
O MUSE dá aos astrônomos não apenas uma imagem, mas também um espectro - ou faixa de cores - para cada pixel do campo. Com este instrumento os pesquisadores coletam cerca de 90 000 espectros de cada vez que observam um objeto, e deste modo obtêm um mapa extremamente detalhado quer do movimento quer doutras propriedades dos objetos observados .
ESO 137-001 está ficando sem o seu material primário devido a um processo chamado pressão de arraste, processo este que ocorre quando um objeto se move a alta velocidade num meio líquido ou gasoso. Trata-se de um fenômeno semelhante ao efeito do ar a soprar para trás o pelo de um cão quando o animal põe a cabeça fora da janela de um carro em movimento. Neste caso, o gás faz parte da vasta nuvem de gás tênue muito quente que envolve o aglomerado de galáxias, no qual ESO 137-001 está “caindo” com uma velocidade de vários milhões de quilômetros por hora .
A galáxia está ficando sem a maior parte do seu gás - o combustível necessário para dar origem às próximas gerações de estrelas jovens azuis. ESO 137-001 encontra-se no meio deste processo e está precisamente passando de uma galáxia azul rica em gás a uma galáxia vermelha pobre em gás. Os cientistas pensam que o processo agora observado irá ajudar a resolver um enigma científico de longa data.
“Uma das principais tarefas da astronomia moderna é descobrir como e por que é que as galáxias nos aglomerados evoluem de azuis para vermelhas num período de tempo muito curto”, diz Fumagalli. “Conseguir observar uma galáxia quando ela está nesta fase de transformação permite-nos investigar como é que isto acontece”.
Observar este espetáculo galáctico não é, no entanto, nada fácil. O Aglomerado de Norma situa-se próximo do plano da nossa galáxia, a Via Láctea, e por isso está escondido por trás de enormes quantidades de poeira e gás galáticos.
Com a ajuda do MUSE, montado num dos Telescópios Principais de 8 metros do VLT, no Observatório do Paranal, no Chile, os cientistas puderam não apenas detectar o gás na galáxia e em torno dela, mas também viram como é que este gás se desloca. O novo instrumento é tão eficiente que uma única hora de observação permitiu obter uma imagem de alta resolução da galáxia e também a distribuição e movimento do seu gás.
As observações mostram que a periferia de ESO 137-001 já não contém gás, o que se deve ao fato do gás existente no aglomerado - com um temperatura de milhões de graus - empurrar o gás mais frio para fora de ESO 137-001 à medida que esta avança em direção ao centro de aglomerado. O efeito acontece primeiro nos braços espirais, onde as estrelas e a matéria estão distribuídas de forma mais dispersa do que no centro e onde a gravidade tem um efeito relativamente fraco sobre o gás. No centro da galáxia, no entanto, a força gravitacional é suficientemente forte para aguentar mais tempo este puxão cósmico e por isso ainda se observa gás nesta região.
Eventualmente, todo o gás da galáxia será varrido ficando em longas faixas brilhantes por trás de ESO 137-001 - restos que mostram o efeito dramático deste fenômeno. O gás que é arrancado à galáxia mistura-se com o gás quente do aglomerado formando magníficas caudas que se estendem por mais de 200 000 anos-luz. A equipe observou cuidadosamente estas correntes de gás, no intuito de compreender melhor a turbulência criada pela interação.
De forma surpreendente, as novas observações MUSE desta pluma de gás mostram que o gás continua a girar do mesmo modo que a galáxia, mesmo depois de ter sido arrancado à galáxia e ter sido varrido para o espaço. Adicionalmente, os pesquisadores conseguiram determinar que a rotação das estrelas em ESO 137-001 permanece inalterada, o que nos dá evidências adicionais de que é o gás do aglomerado, e não a gravidade, o responsável por “despir” a galáxia .
Matteo Fossati (Universitäts-Sternwarte München e Max-Planck-Institut für extraterrestrische Physik, Garching, Alemanha) e co-autor do artigo científico que descreve estes resultados conclui: “Com os detalhes revelados pelo MUSE conseguimos compreender melhor os processos físicos que estão em jogo nestas colisões. Pudemos observar os movimentos da galáxia e do gás com todo o detalhe - algo que não seria possível sem este novo instrumento único que é o MUSE. Estas observações, e outras no futuro, nos ajudarão a compreender melhor o processo de evolução das galáxias”.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

BURACO NEGRO ABSORVE PLANETA EXTRA SOLAR COM 15 VEZES A MASSA DE JÚPITER


Este evento é uma prévia do que irá ocorrer em nossa própria Galáxia." - Marek Nikojuk, Universidade de Bialystok, Polônia
Um grupo de astrofísicos detectou um planeta com uma massa 15 vezes maior que a de Júpiter, e que foi absorvido por um buraco negro em uma galáxia situada a 47 milhões de anos-luz da Via Láctea, informou na última terça-feira a Universidade de Genebra.
 Os cientistas notaram um sinal luminoso que vinha de um buraco negro situado no centro da galáxia NGC 4845, cuja massa é 300.000 vezes superior à do Sol. O buraco estava 'adormecido' há mais de 30 anos, segundo um comunicado da Universidade.
 "Foi uma observação totalmente inesperada em uma galáxia que esteve tranquila durante ao menos 20 ou 30 anos", afirmou Marek Nikojuk, da Universidade de Bialystok, na Polônia, o principal autor de um artigo publicado na revista "Astronomy & Astrophysics", em declarações difundidas pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Segundo a revista, o buraco negro demorou três meses para desviar o planeta de sua trajetória e absorver 10% de sua massa total. O resto permaneceu em órbita.
Marek Nikojuk nos lembra ainda que este evento é uma prévia do que irá ocorrer em nossa própria Galáxia. Como já se sabe, no centro da Via Láctea existe um buraco negro chamado Sagittarius A, que é estudado já há algum tempo.
 O satélite europeu INTEGRAL, com o qual também colaboram a Nasa e a Rússia, tornou possível esta observação.
Fonte: AFP

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

GALÁXIA COLOSSAL COM BURACO NEGRO SUPERMASSIVO DISTORCE ESPAÇO-TEMPO E CRIA UMA SUPERNOVA JAMAIS VISTA


 Você conhece o fenômeno chamado "lente gravitacional"?
Uma supernova excepcionalmente brilhante relatada em 2013 foi alvo de um novo estudo, e causou algumas controvérsias em um importante campo da astronomia. Em 2010, uma equipe de cientistas observou uma supernova, PS1-10afx , que brilhava mais do que qualquer outra de sua categoria. Seu brilho excepcional intrigou muitos cientistas, e alguns deles concluíram que se tratava de um novo tipo de supernova, um tipo extra-brilhante, enquanto outros sugeriam que era uma supernova normal do Tipo Ia, ampliada por uma lente em forma de um objeto, como se houvesse um buraco negro supermassivo nas proximidades.
" PS1-10afx é diferente de tudo que já vimos ", disse o autor sênior Robert Quimby, da Universidade do Instituto Kavli de Tóquio para Física e Matemática do Universo.
Existem algumas raras supernovas que foram encontrados com luminosidades comparáveis​​, de acordo com Quimby,  " mas PS1-10afx era diferente em quase todos os sentidos. Ela evoluiu muito rápido, sua galáxia anfitriã é muito grande, e ela era muito, muito vermelha ".
"Geralmente, as supernovas raras que foram encontradas e que brilhavam mais do que as do tipo Ia costumavam ter temperaturas mais altas ( cores mais azuis ) e tamanhos maiores ( e, portanto, as curvas de luz mais lentas) ", comenta Quimby, " precisamos de uma nova física para explicar PS1-10afx, uma supernova intrinsecamente luminosa " .

 Esta imagem, obtida com o Telescópio do Canada-France-Hawaii
mostra o campo antes da supernova PS1-10afx.
Créditos: Instituto Kavli para a Física e Matemática do Universo / CFHT.
A inserção da direita mostra PS1-10afx.
Créditos: R. Chornock et al
"Nós encontramos uma segunda explicação ", diz Marcus Werner , Físico Matemático do Instituto Kavli. " Se houvesse uma galáxia massiva na frente de PS1-10afx, ela poderia deformar o espaço-tempo para formar imagens ampliadas dessa supernova " . Sim, essa é uma boa teoria... mas onde estaria essa galáxia?
" Os dados existentes mostram claramente a presença da galáxia hospedeira, mas não havia nenhuma evidência de outra galáxia em primeiro plano ", comenta Anupreeta More, astrônoma do Instituto Kavli.
A equipe de pesquisadores comparou os dados espectroscópicos do período de brilho máximo de PS1-10afx com dados do período após seu desaparecimento. Se houvesse uma galáxia ou buraco negro supermassivo em primeiro plano com poder de deformar o espaço-tempo, os cientistas deveriam ver dois conjuntos de linhas de emissão de gás. E foi exatamente isso que eles observaram!
Desta forma, os pesquisadores concluíram a presença de outra galáxia ou buraco negro bem na frente de PS1-10afx, que no ângulo e distância que esse objeto se encontrava entre nós e a supernova o que  ampliava a luz do objeto, servindo como uma lupa cósmica, com escalas astronômicas (como uma lente gravitacional).
Essa lente gravitacional teve o poder de ampliar fortemente a supernova do TipoIa. "Nós temos muitos exemplos de lentes gravitacionais ", explicou Quimby, " mas a maioria delas são muito mais fracas".
As imagens criadas através de lentes gravitacionais oferecem um meio para testar a expansão cósmica, o aumento da distância entre as duas partes do Universo ao longo do tempo. " Cada imagem deve chegar em um horário diferente; o atraso dirá o quão rápido o Universo está se expandindo ".
Os cientistas não puderam fazer essa experiência com PS1-10afx porque ela desapareceu. "Mas agora nós sabemos o que procurar ", disse Quimby . E isso pode permitir aos cientistas usar em futuros eventos de supernovas e lentes gravitacionais para medir a expansão do Universo.
A imagem no topo da página mostra um objeto chamado SDSS J163028.15 452.036.2, um dos oito objetos similares encontrados pelo Sloan Digital Sky Survey ( SDSS ) e pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA. Os objetos são conhecidos como ' anéis de Eienstein ' e são talvez as manifestações mais elegantes do fenômeno ' lente gravitacional '.
Lente Gravitacional
Lente Gravitacional
Exemplo de como funciona o fenômeno 'lente gravitacional'.
Créditos: Aya Tsuboi / Instituto Kavli para a Física e Matemática do Universo
Lente gravitacional ocorre quando o campo gravitacional de um objeto massivo deforma o espaço tempo e desvia a luz de um objeto distante, permitindo que ele seja visto ampliado. Anéis de Einstein são produzidos quando duas galáxias estão quase perfeitamente alinhadas, uma atrás da outra, dando uma imagem como esta, uma galáxia elíptica vermelha e branca em primeiro plano e um fino anel azul em torno dela, que é, de fato, a luz distorcida da outra galáxia duas vezes mais longe onde forma a distorção da luz formando a lente gravitacional somente na direção do observador.
Fonte: Dailygalaxy
Imagens: NASA, ESA, A. Bolton (Harvard -Smithsonian CfA ) ea Equipe SLACS

terça-feira, 18 de novembro de 2014

SONDA PHILAE ENCONTRA PROBLEMAS E MISSÃO HISTÓRICA CORRE RISCO DE TER UM FIM PREMATURO



O painel solar não está exposto ao Sol, e a primeira sonda a pousar em um cometa entra em estado de hibernação
A primeira nave espacial na história a pousar em um cometa está enfrentando alguns problemas de energia, e possivelmente está entrando em um sono profundo, longo e frio.
O pousador Philae da Agência Espacial Europeia (ESA) completou sua última transmissão no último sábado (15 de novembro) às 00h36 UTC, antes de entrar em um modo de hibernação devido ao esgotamento de suas baterias. O local programado para o pouso foi exatamente onde a sonda tocou no cometa pela primeira vez, porém ela "quicou" duas vezes antes de conseguir se firmar no solo do cometa, e com isso acabou ficando em uma região pouco privilegiada para receber raios solares, dificultando sua recarga diária.
Por sorte. a sonda conseguiu estudar a superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko por 57 horas antes de hibernar. O que preocupa os cientistas é que há uma chance de que Philae não acorde mais. Seus painéis solares deveriam ficar expostos a luz solar por cerca de 12 horas, mas sua localização é de muita sombra, perto de um penhasco, e por isso ela só consegue ver o Sol por apenas 1 hora por dia.
comunicação sonda philae
Transmissões científicas enviadas pela sonda Philae no dia 14 de novembro de 2014. Créditos: ESA
"Tem sido um enorme sucesso, toda a equipe está muito contente", comenta o gerente do pousador Philae, Stephan Ulamec da Agência Aeroespacial Alemã. "Apesar da série de três quicadas não planejadas, todos nossos instrumentos funcionaram, e agora é hora de ver o que temos".
Todos os 10 instrumentos da sonda, incluindo uma broca para escavação, conseguiram felizmente realizar seus trabalhos durante a fase ativa da sonda, disseram funcionários da ESA.
O cometa 67P/C-G está viajando no espaço, fazendo uma rotação completa a cada 12,4 horas. Como o cometa está vindo em direção ao Sistema Solar interior, há uma chance de que Philae consiga acordar e continuar estudos ainda mais detalhados.
Na última sexta-feira, antes de Philae esgotar suas baterias, os cientistas da missão enviaram um comando para que a sonda levantasse cerca de 4 centímetros e girasse seu topo cerca de 35 graus, na esperança de mover seus painéis solares em uma posição mais favorável, o que não adiantou muito.

Mas a esperança é a última que morre! Como a nave-mãe Rosetta continua a orbitar o cometa, e é ela que faz a comunicação entre Philae - Terra, os cientistas estão de olho (e de ouvidos) em tudo que Rosetta envia à Terra, e quem sabe uma hora eles possam receber um "olá" do pousador Philae. De qualquer forma, Rosetta continuará a fotografar e estudar o cometa durante sua viagem.
Vamos torcer para que o improvável aconteça, e que uma hora ou outra possamos receber mais informações diretamente da superfície de um cometa. Mas é importante lembrar uma coisa: mesmo que Philae nunca mais acorde de seu sono profundo, a missão já pode ser considerada um sucesso, e as 57 horas de pesquisas feitas pela sonda, com certeza manterão os cientistas ocupados por muitos anos...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CONHEÇA OS EXOPLANETAS MAIS ESTRANHOS

exoplanet
Conheça desde o menor até o mais perigoso...
Exoplanetas (também conhecidos como planetas alienígenas ou mundos alienígenas) são os planetas que não estão em nosso Sistema Solar. É impossível calcular quantos exoplanetas existem, porém, até meados de Novembro de 2013, mais de 1.000 deles já foram catalogados.
Nessa matéria especial, vamos conhecer os 20 exoplanetas mais estranhos e curiosos que se tem conhecimento... pelo menos, até o momento. 

O menor de todos
O conceito artístico de Kepler-10b mostra o menor exoplaneta conhecido. Um planeta rochosoapenas 1,4 vezes maior que a Terra. Anunciado em Janeiro de 2011 e descoberto pelo Observatório Kepler.

O maior de todos
O maior exoplaneta já descoberto é também um dos mais estranhos e, teoricamente, não deveria sequer existir, dizem os cientistas. Chamado TrES-4, o planeta é cerca de 1,7 vezes o tamanho de Júpiter e pertence a uma pequena subclasse dos chamados planetas inchado que têm densidades extremamente baixas. O planeta está a cerca de 1.400 anos-luz de distância da Terra e seu período orbital é de apenas 3,5 dias. 

O mais próximo
Epsilon Eridani b orbita uma estrela laranja tipo-Sol, a apenas 10,5 anos-luz de distância da Terra. É tão perto de nós que em breve nossos telescópios poderão fotografá-lo. Ele orbita longe demais de sua estrela para suportar água líquida ou a vida como a conhecemos, mas os cientistas prevêem que existam outras estrelas no sistema que podem ser boas candidatas para a vida alienígena.

O pesadelo vulcânico
O planeta CoRoT-7b foi o primeiro planeta rochoso confirmado fora do Sistema Solar, mas não se parece com um lugar agradável para se viver. Ele está preso gravitacionalmente à sua estrela-mãe, e enfrenta infernais 2.200 graus Celsius. Também pode chover pedras por lá. É melhor passarmos em longe dele.

O triplo pôr do sol
O planeta de Luke Skywalker (Tatooine) do filme Star Was tinha 2 sóis, mas isso é insignificante se compararmos a um planeta semelhante a Júpiter, a 149 anos-luz da Terra. Este planeta tem três sóis, e sua principal estrela tem massa semelhante à do nosso Sol. O sistema de três estrelas é conhecido como HD 188753. Assim como Tatooine, o planeta é provávelmente muito quente, e orbita muito próximo de sua estrela principal, completando sua órbita a cada 3,5 dias. 

O mais frio e distante
Com uma temperatura de superfície de -220 graus Celsius, o planeta extra-solar conhecido como OGLE-2005-BLG-390Lb é provávelmente o planeta alienígena mais frio. Possui cerca de 5,5 vezes a massa da Terra e acredita-se que seja rochoso. Ele orbita uma estrela anã vermelha a cerca de 28.000 anos-luz de distância, tornando-o o exoplaneta mais distante conhecido atualmente.

O mais quente
Um planeta chamado WASP-12b é o planeta mais quente já descoberto com temperatura média de cerca de 2.200 graus Celsius, e orbita sua estrela mais perto do que qualquer outro planeta conhecido, completando seu período orbital a cada 1 dia terrestre, a uma distância de 3.400 km. WASP-12b é um planeta gasoso, com cerca de 1,5 massas de Júpiter, e quase o dobro do tamanho. Está a 870 anos-luz da Terra.

Super Terra
Os astrônomos estão encontrando muitos exoplanetas, e agora existe uma categoria de planetas chamados Super-Terras, que possuem entre 2 a 10 vezes a massa da Terra. Alguns cientistas acreditam que tais planetas poderiam ser mais suscetíveis a desenvolver as condições para a vida, porque seus núcleos são quentes e seriam favoráveis à alterações geológicas através de vulcanismo e placas tectônicas.

O mais velho
O planeta mais antigo que conhecemos tem 12.700.000.000 de anos de idade, e se formou a mais de 8 bilhões de anos antes da Terra e apenas 2 bilhões de anos após o Big Bang. A descoberta sugere que planetas são muito comuns no universo, e levantou a possibilidade de que a vida começou muito mais cedo do que a maioria dos cientistas jamais imaginou.

O mais jovem
O exoplaneta mais jovem já descoberto tem menos de 1 milhão de anos de idade e orbita Coku Tau 4, a 420 anos-luz de distância. Astrônomos perceberam a presença do planeta a partir de um enorme buraco no disco de poeira ao redor de uma estrela. O buraco tem 10 vezes o tamanho da órbita da Terra em torno do Sol e, provavelmente é causado pelo planeta adquirindo seu espaço no meio da poeira.

O super Netuno
 Enquanto Netuno tem um diâmetro 3,8 vezes maior que o da Terra e 17 vezes a massa da Terra, o novo exoplaneta chamado HAT-P-11b é 4,7 vezes o tamanho da Terra e tem 25 massas terrestres. O exoplaneta recém-descoberto orbita muito perto de sua estrela, resultando em uma temperatura de cerca de 590 graus Celsius. A sua estrela tem cerca de 3/4 o tamanho do nosso Sol e é um pouco mais fria.

O mais inclinado
A maioria dos exoplanetas orbitam em um plano que corresponde ao equador de sua estrela-mãe, porém a órbita de XO-3b, tem uma inclinação de 37 graus com relação ao equador de sua estrela. O único outro exemplo conhecido de uma órbita tão inclinada era o de Plutão, até o seu rebaixamento para status de planeta anão.

O mais rápido
SWEEPS-10 orbita sua estrela a uma distância de apenas 1.190.914,00. Tão perto que um ano no planeta acontece a cada 10 horas terrestres. O exoplaneta pertence a uma nova classe de planetas extrasolares chamados de "planetas ultra-curto período" (USPPs em inglês), que têm órbitas de menos de um dia.

O planeta água
O planeta extrasolar GJ 1214b é um planeta rochoso rico em água que fica a cerca de 40 anos-luz de distância. Ele orbita uma estrela anã vermelha. É o único "Super-Terra" conhecido que tem uma atmosfera confirmada. O planeta possui cerca de 3 vezes o tamanho da Terra e cerca 6,5 vezes mais massa. Os investigadores acreditam que ele seja um planeta de agua, com um núcleo sólido.

Atmosfera detectada
Os astrônomos foram capazes de detectar a atmosfera em torno de vários exoplanetas, incluindo o HD 189733b, um dos primeiros exoplanetas que teve a composição de sua atmosfera detectada. Metano incandescente, o qual pode ser produzido naturalmente ou ser um subproduto biológico, foi detectado no planeta.



O mais perigoso
Quando os astrônomos observaram WASP-18b, eles podem ter descoberto um planeta com os seus dias contados. Ele completa uma órbita em torno de sua estrela em menos de 1 dia terrestre. Os cientistas acreditam que essa velocidade juntamente com os fortes puxões gravitacionais podem alterar sua órbita. Se o planeta orbita mais rapido do que a rotação de sua estrela, ele irá gradualmente ser atraido na direção do seu sol, e sua condenação é quase certa.

O mais habitável
Um dos vários planetas do sistema Gliese 581, chamado Gliese 581 d, pode ser um dos planetas alienígenas mais habitáveis ​que conhecemos. Ele tem cerca de 8 vezes a massa da Terra, e está localizado em uma órbita que torna possível a existência de água líquida em sua superfície. A água é um ingrediente essencial para a vida como a conhecemos. Gliese 581 é uma estrela anã vermelha, localizada a 20,5 anos-luz da Terra

O mais denso
Uma dos mais densos exoplanetas conhecidos até hoje é COROT-exo-3b. É do tamanho de Júpiter, mas possui cerca de 20 vezes mais massa do que o mesmo, tornando-se cerca de duas vezes mais denso do que o chumbo. Os cientistas não descartam que COROT-exo-3b pode ser uma anã marrom, ou estrela fracassada.

O planeta de diamante
Um planeta com a massa de Jupiter que orbita o recém-descoberto pulsar PSR J1719-1438 é provavelmente um diamante gigantesco. A ultra-alta pressão do planeta fez o carbono em seu interior se cristalizar em diamante, segundo os pesquisadores. E a estranheza não pára por aí. O planeta já foi provavelmente uma estrela, porém, a maior parte de sua massa foi sugada pelo seu companheiro pulsar, que está girando a uma taxa de 10 mil rotações por minuto. Ele se encontra a cerca de 4.000 anos-luz da Terra.

O planeta mais escuro
O distante exoplaneta TrES-2b, mostrado aqui na concepção artística, é mais escuro do que o carvão. Este planeta do tamanho de Júpiter reflete menos de 1% da luz que incide sobre ele, tornando-o mais negro do que qualquer planeta ou lua em nosso sistema solar. Ele está a 750 anos-luz da Terra.
Fontes: Space / NASA / ESO
Créditos e Imagens: David A. Aguilar / Swinburne Astronomy Productions / CARREAU/ESA/Nature / G. Tinetti / A. Schaller (for STScI) / amd G. Bacon (STScI) / Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics /H. Richer (U. British Columbia) / Frederic Pont, Geneva University Observatory / JPL's Planetquest/Caltech / L. Calcada / G.F. Benedict (University of Texas, Austin) / Jeffrey Hall, Lowell Observatory 

domingo, 16 de novembro de 2014

VOCÊ SABE O QUE SÃO NEBULOSAS? COMO ELAS SE FORMAM?

NGC 4038-4039
Nebulosas são nuvens moleculares de hidrogênio, poeira, plasma e outros gases ionizados. São regiões de constante formação estelar, e isso ocorre quando partes do material que constitui a nebulosa começa a se aglutinar, formando estrelas e sistemas planetários, assim como o nosso. Quando parte de uma nebulosa começa a se aglutinar, a atraça gravitacional se encarrega para completar o processo de formação de novas estrelas. Este evento é conhecido como "colapso gravitacional". As nebulosas se encontram no interior de galáxias, no meio inter-estelar.
Tipos de Nebulosas 
Nebulosa de emissão
Nebulosa de reflexão
Nebulosa escura
Nebulosa planetária 
NEBULOSA DE EMISSÃO
 Nebulosas de emissão são nuvens de gás com temperatura alta. Os átomos na nuvem são energizados por luz ultravioleta de uma estrela próxima e emitem radiação quando decaem para estados de energia mais baixos (luzes de néon brilham praticamente da mesma maneira). Nebulosas de emissão são geralmente vermelhas, por causa do hidrogênio, o gás mais comum do Universo e que comumente emite luz vermelha. Um exemplo de nebulosa de emissão é a nebulosa de Orion (imagem ao lado). Esta nebulosa encontra-se a 1.800 anos luz do Sol, e é formada por gases que rodeiam um grupo de estrelas jovens, cujos átomos se excitam com a energia dessas estrelas.
NEBULOSAS DE REFLEXÃO
Nebulosas de reflexão são nuvens de poeira que simplesmente refletem a luz de uma estrela ou de estrelas próximas. Nebulosas de reflexão são geralmente azuis porque a luz azul é espalhada mais facilmente. Nebulosas de emissão e de reflexão são geralmente vistas juntas e são também chamadas de nebulosas difusas. Atualmente conhecemos cerca de 500 nebulosas de reflexão. Umas das mais famosas nebulosas de reflexão é a que rodeia as estrelas das Plêiades. Uma nebulosa de reflexão azul pode também ser vista na mesma área do céu que a Nebulosa da Trífida. A gigante estrela Antares, que é muito vermelha, é rodeada por uma grande nebulosa de reflexão vermelha. Na imagem ao lado, veja a Nebulosa de Refexão IC2118 (The Witch Head Nebula), na constelação de Eridanus.
NEBULOSAS ESCURAS
As Nebulosas escuras são nuvens de gás e poeira que impedem quase completamente a luz de passar por elas, e são identificadas pelo contraste com o céu ao redor delas, que é sempre mais estrelado ou luminoso. Elas podem estar associadas à regiões de formação estelar. As maiores nebulosas escuras são visíveis a olho nu, elas aparecem como caminhos escuros contra o fundo brilhante da Via Láctea. Exemplos são a Nebulosa Saco de Carvão e a Nebulosa Cabeça de Cavalo (imagem ao lado).
NEBULOSAS PLANETÁRIAS
As Nebulosas planetárias receberam esse nome de William Herschel porque quando foram vistas ao telescópio pela primeira vez,elas se pareciam com um planeta. Posteriormente se descobriu que elas na verdade não são nuvens moleculares e locais de formação de estrelas, e sim, que eram causadas por material ejetado de uma estrela central, que pode ter explodido como uma supernova. Este material é iluminado pela estrela central e brilha, podendo ser observado um espectro de emissão. A estrela central normalmente termina como uma anã branca. Ou seja, as nebulosas planetárias são na verdade, a morte, ou o estágio final de estrelas. Um belo exemplo de nebulosa planetária é a Nebulosa M57 ( Nebulosa do Anel) que encontra-se a 2.300 anos-luz de distância, podendo ser vista na constelação de Lira. Veja este magnífico exemplo de nebuloa planetária na imagem ao lado.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

SUCESSO CONFIRMADO: PHILAE JÁ SE ENCONTRA NA SUPERFÍCE DO COMETA 67P/C-G


Essa é a primeira vez na história que uma sonda faz um pouso controlado na superfície de um cometa!
A missão Rosetta da Agência Espacial Europeia (ESA) pousou com sucesso a sonda Philae na superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, concluindo um grande passo de uma das missões mais ambiciosas da humanidade.
A descida do pousador até o cometa durou 7 horas, que nem precisa dizer que foram as mais longas para os responsáveis e controladores da missão. Mas todo o sacrifício valeu a pena quando chegou o sinal dizendo que Philae já estava na superfície do cometa, às 16h03 UTC do dia 12 de novembro de 2014.
Os primeiros dados transmitidos pelos instrumentos da sonda foram recebidos pelo Centro de Operações Científicas de Navegação CNES da agência espacial da França, em Toulouse.
Missão Rosetta: Cientistas descrevem o aroma do cometa, e não é nada agradável
"Nossa ambiciosa missão Rosetta já tem um lugar garantido nos livros de história: não só é a primeira a encontrar e orbitar um cometa, como também é, agora, a primeira a pousar uma sonda na superfície de um cometa", disse Jean-Jacques Dordain, Director Geral da ESA. "Com Rosetta, estamos abrindo uma porta para explicar a origem do planeta Terra, e ter uma melhor compreensão do nosso futuro. A ESA e os parceiros da missão Rosetta alcançaram algo extraordinário hoje".
A despedida de Philae

Rosetta registra uma imagem épica, que mostra o pousador Philae após sua ejeção, quando já
estava indo em direção ao cometa. Créditos: ESA / Rosetta / DASP / IDA
"Depois de mais de 10 anos de viagem pelo espaço interplanetário, estamos agora fazendo a melhor análise científica de um dos remanescentes mais antigos do nosso Sistema Solar", comenta Alvaro Giménez, diretor de Ciência e Exploração Robótica da ESA.
A confirmação de que o pousador Philae havia se desprendido da sonda ocorreu às 09h03 UTC. A pequena sonda se desprendeu da nave-mãe Rosetta a uma distância de 22,5 km do centro do cometa. Durante a descida de sete horas, que foi feita sem propulsão ou orientação, Philae registrou imagens e informações sobre o ambiente próximo do cometa.
A despedida de Rosetta

Créditos: ESA / Rosetta 
Mais fotos e informações sobre a superfície do cometa estarão disponíveis em breve, dentro de algumas horas, assim que os dados forem recebidos e processados pela ESA. Assim que elas forem liberadas, você poderá acessá-las aqui mesmo em nosso site.
Confira os melhores momentos do pouso de Philae
A missão Rosetta foi lançada no dia 2 de março de 2004; viajou mais de 6,4 bilhões de km pelo Sistema Solar; encontrou com o cometa no dia 6 de agosto de 2014, e finalmente, no último dia 12 de novembro, alcançou um feito simplesmente extraordinário.
Durantes as próximas semanas, teremos informações de um dos lugares mais inexplorados do Sistema Solar, e quem sabe ainda, uma luz sobre a origem da vida?!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

SONDA ESPACIAL GAIA PODERÁ ENCONTRAR 70.000 NOVOS MUNDOS ALIENÍGENAS


Pesquisa revela uma possibilidade incrível de novos exoplanetas a serem catalogados!
Uma nave espacial europeia lançada no ano passado poderia, no final de sua missão, descobrir cerca de 70.000 exoplanetas (planetas fora do nosso Sistema Solar), o que ajudará os pesquisadores a entender melhor o número e as características dos planetas extrassolares através da galáxia, aponta um novo estudo.
A missão de monitoramento estelar Gaia, da Agência Espacial Europeia, lançada em dezembro de 2013, deve encontrar cerca de 21 mil planetas fora do nosso Sistema Solar ao longo de sua missão de 5 anos, e talvez até 70 mil planetas caso ela opere por 10 anos.
"Não são apenas números. Cada um desses planetas nos dará algum detalhe único e específico", comenta o autor do estudo Michael Perryman, da Universidade de Princeton. "Se você olhar para os planetas que foram descobertos até agora, eles ocupam uma região muito específica do espaço. Gaia não vai descobrir apenas uma lista de planetas, mas também irá explorar locais não estudados até agora".
O primeiro planeta extrassolar em torno de uma estrela como o Sol, foi descoberto em 1995, e desde então, os astrônomos já encontraram cerca de 2.000 exoplanetas, sendo mais da metade das descobertas feitas pelo telescópio espacial Kepler, da NASA.
Mas há muitos mais lá fora, esperando para serem descobertos. Os astrônomos acreditam que, em média, cada estrela da Via Láctea abriga pelo menos um planeta, ou seja, a Galáxia provavelmente tenha mais de 100 bilhões de planetas.
A missão de US $ 1 bilhão, Gaia, opera a partir de um ponto gravitacionalmente estável Terra-Sol, a 1,5 milhões de km da Terra, chamado de Ponto de Lagrange 2, ou apenas L2.
Pontos de Lagrange
Pontos de Lagrange
Imagem mostra os 5 Pontos de Lagrange Terra-Sol.
Créditos: Wikimedia Commons  
O objetivo principal da nave é acompanhar e catalogar 1 bilhão de estrelas da Via Láctea, e ajudar os pesquisadores a criar um mapa 3D detalhado, que lançará uma luz sobre a estrutura e a evolução da nossa Galáxia.
O trabalho de rastreamento preciso da missão Gaia também deve revelar a presença de muitos planetas alienígenas, observando como a sua gravidade interage com suas estrelas, dizem os pesquisadores.
Uma nave espacial europeia lançada no ano passado poderia, no final de sua missão, descobrir cerca de 70.000 exoplanetas (planetas fora do nosso Sistema Solar), o que ajudará os pesquisadores a entender melhor o número e as características dos planetas extrassolares através da galáxia, aponta um novo estudo.
A missão de monitoramento estelar Gaia, da Agência Espacial Europeia, lançada em dezembro de 2013, deve encontrar cerca de 21 mil planetas fora do nosso Sistema Solar ao longo de sua missão de 5 anos, e talvez até 70 mil planetas caso ela opere por 10 anos.
Perryman e seus colegas queriam ter uma estimativa de quantos exoplanetas a missão Gaia poderia ser capaz de encontrar, e chagaram a esse número através de modelos atuais, posições dos planetas e estrelas na Via Láctea, e distribuição de dados do Kepler.
"Nossa avaliação vai ajudar a preparar os pesquisadores de exoplanetas, que podem saber o que esperar de Gaia", disse Perryman.
O novo estudo foi aceito para publicação na revista especializada The Astrophysical Journal.