quinta-feira, 31 de maio de 2018

MAIS UM ASTEROIDE INTERESTELAR FOI OBSERVADO EM NOSSO SISTEMA SOLAR

asteroide interestelar 2015 BZ509
Asteroide interestelar 2015 BZ509; Diferente de 'Oumuamua, esse não é apenas um visitante - ele veio pra ficar!
No fim de 2017, astrônomos anunciaram a descoberta de uma estranha rocha em forma de charuto que estava traçando uma órbita altamente aberta - essa foi a grande descoberta de 'Oumuamua, o primeiro objeto interestelar conhecido já observado em nosso próprio sistema.
Mas 'Oumuamua está apena de passagem. Este outro asteroide interestelar, conhecido como 2015 BZ509, compartilha a órbita de Júpiter desde o início do Sistema Solar, a 4,5 bilhões de anos atrás, de acordo com o novo estudo.
2015 BZ509 foi descoberto há alguns anos, assim como 'Oumuamua, também pelo telescópio Pan-STARRS, mas só agora os astrônomos perceberam que esse objeto não teve origem em nosso Sistema Solar. Essa rocha espacial tem uma órbita "retrógrada", ou seja, ele orbita o Sol na direção oposta de Júpiter, Terra e da maioria dos objetos do Sistema Solar.
asteroide 2015 BZ509
Asteroide 2015 BZ509 (circulado em amarelo) não tem sua origem de nosso Sistema Solar.
"Como o asteroide passou a se mover dessa forma enquanto compartilhava a órbita de Júpiter tem sido um mistério até agora", disse em um comunicado o astrônomo Fathi Namouni, líder do estudo e integrante do Observatório de Côte d'Azur, na França. "Se 2015 BZ509 fosse nativo do nosso sistema, deveria ter também a mesma direção original de todos os outros planetas e asteroides, que surgiram da nuvem de gás e poeira que formou o Sistema Solar."
Helena Morais, da Universidade Estadual de São Paulo, realizou simulações de computador que rastrearam os movimentos de 2015 BZ509, e descobriu algo fantástico. "Mostramos que 2015 BZ509 tem sido um co-orbital retrógrado de Júpiter ao longo da vida do Sistema Solar, ou seja, há 4,5 bilhões de anos", disse ela. "O Sistema Solar não produzia órbitas retrógradas no passado, então a única opção que resta é a captura de outro sistema."
Migrações de objetos entre diferentes sistemas era muito comum há bilhões de anos, porque quando o Sol se formou a partir de uma nuvem de gás e poeira, havia inúmeras estrelas se formando naquela mesma nuvem, portanto, distúrbios gravitacionais arremessavam e furtavam objetos de outras estrelas próximas. Hoje em dia isso não é comum.
Assim, 2015 BZ509 pode não ser o único imigrante interestelar por aí. E provavelmente não é mesmo. Helena Morais disse ainda que alguns objetos que se encontram em órbitas polares além de Netuno também poderiam ter se formado em outros sistemas

sexta-feira, 25 de maio de 2018

ASTRÔNOMOS FINALMENTE SABEM SOBRE A APARÊNCIA DO SOL EM 5 BILHÕES DE ANOS

como será a aparência do Sol depois de morrer
O nosso Sol se transformará numa nebulosa planetária visível, ou não? Descubra como será sua aparência depois de morrer...
Todas as estrelas morrem, e sem sombra de dúvidas este será também o fim do nosso Sol dentro de aproximadamente 5 bilhões de anos. Assim que seu suprimento de hidrogênio se exaurir, os estágios finais e dramáticos de sua vida se iniciarão conforme nossa estrela-mãe se expande tornando-se uma gigante, e depois seu corpo será despedaçado enquanto seu núcleo se comprimirá numa anã branca.
Mas como será a aparência do Sol quando tudo isso acontecer? Afinal de contas, estamos falando da nossa estrela-mãe - temos todo o direito de saber!
Sobre isso, os astrônomos revelaram recentemente novas conclusões empolgantes, que foram publicadas na revista Nature Astronomy.
O tempo de vida de uma estrela está diretamente ligado ao seu tamanho. Nosso Sol é uma anã amarela com um diâmetro de cerca de 1,4 milhão de quilômetros (cerca de 109 vezes o tamanho da Terra, de acordo com a NASA). Estrelas anãs amarelas vivem por cerca de 10 bilhões de anos e, com 4,5 bilhões de anos, nosso Sol já pode ser considerado como uma estrela de meia-idade...
Assim que o hidrogênio se esgotar no interior do Sol, ele começará a consumir seus elementos mais pesados, e se expandirá em mais de 100 vezes seu tamanho atual, tornando-se uma estrela gigante vermelha. Em seguida, ele se encolherá até se tornar uma pequena estrela do tipo anã branca, super densa e do tamanho da Terra.
Ao redor da estrela anã branca, existirá uma nuvem de material difusa, ejetada quando o Sol estava se expandindo. O grande enigma entre os astrônomos sempre foi o seguinte: essa nuvem seria ou não visível?
Estima-se que 90% das estrelas que morrem ejetam essa auréola fantasmagórica, tornando-se o que chamamos de "nebulosa planetária". Mas modelos computadorizados há décadas já indicam  que uma estrela precisaria ter duas vezes a massa do Sol para que sua nuvem de gás fosse brilhante o suficiente para ser vista.
No entanto, astrônomos encontraram evidências de nebulosas planetárias em velhas galáxias elípticas, conhecidas por abrigar estrelas de menor massa. Essa contradição deixou o mistério ainda maior.
Abell 39 - como será o Sol daqui a 5 bilhões de anos
Nebulosa planetária Abell 39 tem um diâmetro de 5 anos-luz, e encontra-se a acerca de 7.000 anos-luz da Terra. Apesar de ter uma massa de apenas 0,6 massas solares, ela ainda ostenta uma nuvem difusa brilhante. Créditos: T.A. Rector / NRAO / AUI/ NSF NOAO / AURA / NSF / B.A. Wolpa
Para resolver o grande enigma, os cientistas desenvolveram um novo modelo computacional para prever os ciclos de vida das estrelas. E de acordo com os novos cálculos, as estrelas gigantes vermelhas em expansão se aquecem três vezes mais rápido do que o previsto, tornando possível mesmo estrelas de menor massa, como o Sol, apresentarem uma nebulosa visível.
"Descobrimos que estrelas com uma massa inferior a 1,1 vezes a massa do Sol produzem nebulosas mais fracas, e estrelas mais massivas que 3 massas solares produzem nebulosas mais brilhantes", disse o co-autor Albert Zijlstra, professor de astrofísica da Universidade de Manchester, no Reino Unido. "Problema resolvido, depois de 25 anos!"
Imagens: (capa-Adam Block/Mount Lemmon SkyCenter/University of Arizona) / T.A. Rector / NRAO / AUI/ NSF NOAO / AURA / NSF / B.A. Wolpa

quarta-feira, 23 de maio de 2018

OBSERVADO PLANETA EXTRA-SOLAR TÃO ESCURO QUE NÃO FOI POSSÍVEL REVELAR SUA APARÊNCIA

planeta escuro - WASP-104b
WASP-104b Ele já foi identificado. Só falta ser realmente conhecido...
Foi descoberto um planeta do tamanho de Júpiter girando em torno de uma estrela a 466 anos-luz de distância da Terra, e ele pode ser azul, vermelho, rosa, lilás... ou até branco. Na verdade, ele pode se parecer com qualquer coisa...
Os pesquisadores não conseguem descobrir qual sua real aparência porque esse objeto massivo e gasoso é um dos planetas mais sombrios que os astrônomos já detectaram. De acordo com o novo estudo recém publicado, o planeta conhecido como WASP-104b é "mais escuro que o carvão" e pode absorver até 99% da luz que sua estrela local lança sobre ele.
"De todos os planetas escuros que pude encontrar na literatura, este é o um dos primeiros da lista", disse o autor do estudo Teo Mocnik, pesquisador da Universidade Keele, em Staffordshire, Inglaterra. "Na verdade está no top 3."
Pra efeito de curiosidade, até hoje, o planeta mais escuro já descoberto é o exoplanetaTrES 2B, ou Kepler-1b, localizado a cerca de 750 anos-luz de distância. ele absorve mais de 99% da luz que o atinge.
Mas WASP-104b não fica atrás. Teo Mocnik e seus colegas não descobriram o WASP-104b. Na verdade, eles o revelaram a partir de registros fornecidos pelo Telescópio Espacial Kepler.
WASP-104b - ilustração
WASP-104b - ilustração Ilustração artística.Créditos: ESA
Como eles não puderam ver WASP-104b diretamente, os pesquisadores estudaram o planeta através do método de trânsito, que envolve uma medição de uma estrela distante quando um planeta passa em frente a ela. Outras observações, como a sutil oscilação gravitacional que WASP-104b produz em sua estrela anfitriã, ajudaram Mocnik e seus colegas a descrever detalhadamente o misterioso exoplaneta.
Planetas como o WASP-104b são chamados de "Júpiteres quentes", ou seja, são tão maciços quanto Júpiter, mas com uma torção abrasadora: os Júpiteres quentes orbitam muito perto de suas estrelas hospedeiras, resultando em temperaturas de superfície altíssimas. No caso de WASP-104b, o planeta está tão próximo de sua estrela que completa uma volta ao redor dela a cada 1,76 dias.
Talvez, a grande proximidade entre o planeta  e sua estrela é que seja a chave para explicar essa grande escuridão. Como a nossa Lua, WASP-104b possui rotação sincronizada. Isso significa que uma face de WASP-104b está sempre voltada para a estrela hospedeira, enquanto a outra metade fica sempre na escuridão, oposta aos raios de luz. Como resultado, em um lado do planeta está sempre de dia, e do outro lado, uma noite sem fim.
Explicar a escuridão do lado em que temos uma noite permanente é fácil. Já o lado diurno do planeta, provavelmente está muito encharcado de radiação estelar para que nuvens ou gelo se formem. Acredita-se ainda que WASP-104b tenha uma atmosfera espessa e turva, rica em sódio atômico e potássio, que pode absorver muitas cores no espectro visual. Juntando esses fatores, podemos entender porque esse mundo recém descoberto é tão escuro.
O resultado é um planeta que absorve algo entre 97% e 99% de toda a luz que o atinge. Mas mesmo sendo mais escuro que o carvão, WASP-104b provavelmente tem uma cor abaixo de sua espessa atmosfera que nós, observadores distantes, simplesmente não conseguimos perceber.
Mas quando questionado sobre qual seria seu palpite sobre as cores reais de WASP-104b, Mocnik responde que "a radiação de sua estrela é muito forte, então talvez ele brilhe com tons roxos ou vermelhos". Isso, por enquanto, é o máximo que saberemos sobre esse planeta extremamente escuro e misterioso...
Imagens: (capa-ilustração/divulgação) / ESA

segunda-feira, 21 de maio de 2018

OBSERVADO OBJETO QUE PODE SER UM PLANETA RECÉM NASCIDO EM ÓRBITA DE SISTEM BINÁRIO

objeto recém descoberto no sistema binário CS Cha
Um "companheiro misterioso" que pode ser um planeta extrassolar recém-nascido foi visto junto com duas estrelas jovens, revela novo estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics. Mas o que seria o estranho objeto?
Os astrônomos revelaram um objeto recém-descoberto, que foi detectado enquanto estudavam CS Cha, um sistema binário que tem de 2 a 3 milhões de anos, e fica a cerca de 540 anos-luz da Terra. Até o momento não está claro o que seria esse "companheiro misterioso", disseram os membros da equipe de estudo.
"Suspeitamos que o companheiro esteja cercado por seu próprio disco de poeira", disse o principal autor do estudo, Christian Ginski, do Observatório de Leiden, na Holanda. Os astrônomos acreditam que o possível planeta esteja envolto por uma nuvem difusa, já que sua luz é bastante polarizada.
"A parte complicada é que uma grande parte da luz está sendo bloqueada, e é por isso que não conseguimos determinar a massa do companheiro", acrescentou Ginski. "Então, poderia ser uma anã marrom ou até mesmo um super-Júpiter recém-nascido. Os modelos clássicos de formação de planetas não podem nos ajudar."
As anãs marrons, também conhecidas como "estrelas falhas", são maiores que os planetas, mas bem menores do que as estrelas, portanto não têm massa suficiente para suportar as reações de fusão nuclear e produzir energia.
Imagem em infravermelho mostra o objeto no sistema CS Cha, e revela que ele possui seu próprio disco de poeira - C. Ginski & SPHERE
Imagem em infravermelho mostra o objeto no sistema CS Cha, e revela que ele possui seu próprio disco de poeira.Créditos: C. Ginski / SPHERE
Ginski e sua equipe observaram o sistema binário CS Cha usando o instrumento Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet Research (SPHERE), que está instalado no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile.
Os pesquisadores estavam procurando por discos de poeira e possíveis planetas recém-nascidos. E eles conseguiram encontrar algo bizarro: um ponto luminoso junto com o sistema CS Cha
A equipe analisou imagens arquivadas de vários telescópios, a fim de verificar se esse estranho ponto já havia sido registrado anteriormente. Para sua surpresa, o mesmo objeto foi encontrado em uma imagem de 11 anos do CS Cha feita pelo VLT, no Chile. Outra foto registrada pelo Telescópio Espacial Hubble há 19 anos também mostra o objeto no mesmo lugar.
Essas observações anteriores mostram que o objeto recém identificado permaneceu junto com o sistema CS Cha ao longo do tempo, confirmando que ele está associado ao sistema, segundo os astrônomos.
A equipe espera descobrir a verdadeira natureza desse estranho companheiro de CS Cha através de observações com o ALMA (Atacama Large Millimeter / submillimeter Array) - uma poderosa rede de radiotelescópios instalados no Chile.
Imagens: (capa-C. Ginski/SPHERE) / C. Ginski / SPHERE

sábado, 19 de maio de 2018

ASTEROIDES ESTÃO COLIDINDO COM JÚPITER COM MUITO MAIS FREQUÊNCIA DO QUE SE PENSAVA

asteroides colidem co Júpiter com mais frequencia do que se pensava
A quantidade de rochas espaciais que atingem o maior planeta do Sistema Solar é muito maior do que os cientistas previam, sugere novo estudo
A observação do planeta Júpiter através de telescópios é feita por astrônomos profissionais, amadores e curiosos ao redor do mundo. E não é pra menos: o maior planeta do Sistema Solar surpreende com suas manchas e beleza ímpar.
Agora, um estudo internacional feito em parceria entre a Escola de Engenharia em Bilbao, na Espanha, a Sociedade Astronômica da França, o Grupo Astronômico Meath em Dublin na Irlanda, a Sociedade Astronômica da Austrália, e o Observatório Esteve Duran na Espanha, nos encoraja a passar ainda mais tempo observando o gigante Júpiter. Segundo os especialistas, Júpiter parece estar sendo atingido por asteroides com uma frequência muito maior do que se acreditava.
O estudo se baseou principalmente em flashes registrados por astrônomos amadores e profissionais nos últimos anos, sobretudo em eventos de impacto observados em 17 de março de 2016 e 26 de maio de 2017, junto com comparações de poeira medida em sua atmosfera superior.
Isso permitiu aos pesquisadores chegar a uma estimativa interessante: Júpiter provavelmente é atingido por um asteroide de 5 à 20 metros de diâmetro entre 10 e 65 vezes por ano, embora os pesquisadores consigam registrar um flash de impacto ou uma cicatriz a cada 0,4 a 2,4 anos ou mais.
Se compararmos com a Terra, que é atingida por um asteroide de 20 metros (como o de Chelyabinsk) a cada aproximadamente meio século, percebemos que Júpiter é um verdadeiro imã de impactos, ainda maior do que se esperava.
Mas se Júpiter é atingido com tanta frequência, por que não vemos tantos impactos de asteroides?
Um dos motivos, segundo os astrônomos, é talvez porque não estamos procurando por eles. Em julho de 1994, um cometa (nomeado Shoemaker-Levy 9) colidiu com Júpiter e tudo foi testemunhado pelo Telescópio Espacial Hubble (como mostrado na nossa imagem de capa). As cicatrizes do impacto foram vistas durante várias semanas por astrônomos amadores ao redor do mundo - elas eram mais visíveis do que a Grande Mancha Vermelha.
Mas temos que admitir: monitorar os céus da Terra é diferente de monitorar Júpiter, que está distante, conseguimos ver apenas metade dele a cada observação, e durante alguns meses, não conseguimos observá-lo (quando ele está próximo do Sol durante a conjunção solar).
Por outro lado, Júpiter leva apenas 9,9 horas para completar uma volta em torno de seu eixo, ou seja, em uma noite conseguimos observar toda sua circunferência (quando ele está em oposição).
Apesar de ser visível em ambos hemisférios, Júpiter está a norte da linha do equador, mas cruzará a eclíptica no final de 2019, o que o deixará numa posição favorável para obervação no hemisfério sul a partir do fim de 2019. Ele só retornará ao norte do equador em maio de 2022 - no hemisfério sul teremos três anos privilegiados para observar o gigante Júpiter.
Júpiter é adorado como um objeto cósmico que funciona como um escudo protetor da Terra. Outras teorias dizem que ele é na verdade um imã de asteroides, que pode atrair e perturbar rochas espaciais de forma perigosa. Devemos agradecer sua presença no Sistema Solar ou temê-la? Existem teorias que apoiam ambos os pontos de vista.
Júpiter alterou o caminho de entrada do Cometa Hale-Bopp em 1997, encurtando seu período orbital de 4.2 para 2.5 anos, multiplicando as chances de colisão entre esse objeto e qualquer outro corpo do Sistema Solar.
Imagens: (capa-Hubble) / Don Davis / Wikimedia Commons / divulgação

quinta-feira, 17 de maio de 2018

LUZES APAGADAS NO CENTRO GALÁTICO

Luzes apagadas no centro galático
Um sorriso sinistro aparece em meio a um mar de estrelas nesta nova imagem — uma pequena parte de um gigantesco mosaico colorido de vários gigapixels do coração da Via Láctea. 
Composto por milhares de imagens extremamente detalhadas obtidas pelo telescópio VISTA do ESO (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), o mosaico revela mais estrelas no coração da Via Láctea do que as observadas até hoje.
O VISTA foi escolhido para esta observação devido à sua câmera infravermelha extremamente sensível, que pode observar através da maior parte da poeira que bloqueia a nossa visão em direção ao centro galático. O que vemos nesta imagem é uma densa região de gás e poeira — uma nebulosa — que mesmo a câmera do VISTA não consegue atravessar. Situada perto da Nebulosa da Lagoa (a qual não aparece nesta imagem), esta região parece piscar o olho à medida que bloqueia a luz emitida por estrelas de fundo.
A imagem completa contém quase 9 bilhões de pixels e faz parte do rastreio VVV (Vista Variables in the Via Lactea), projeto que pretende obter imagens do bojo e disco da Via Láctea nos comprimentos de onda do infravermelho próximo. Para criar este mosaico colorido, foram combinadas imagens em três comprimentos de onda diferentes. A imagem completa pode ser explorada online a partir deste link.
Crédito: ESO/VVV Survey/D. Minniti

terça-feira, 15 de maio de 2018

ANÉIS MULTI COLORIDOS DE SATURNO SÃO REVELADOS EM IMAGEM LIBERADA PELA NASA

As cores dos aneis de Saturno - NASA - JPL-Caltech - Space Science Institute
A fotografia reabre debate antigo sobre como é possível encontrarmos tantas cores em anéis compostos principalmente por gelo.
Os icônicos anéis de Saturno são surreais e deslumbrantes. Não há como pensar no Sistema Solar sem ter sua imagem em nossa mente. Eles possuem infinitas variações sutis de cores, e agora percebemos isso em detalhes na nova imagem feita pela sonda Cassini.
Na verdade, a imagem é bem antiga, e foi feita em 22 de agosto de 2009, quando a sonda estava a cerca de 1,25 milhões de quilômetros do centro dos anéis, segundo autoridades da NASA. mas só agora ela foi liberada ao público.
"As partículas que compõem os anéis variam em tamanho, desde detritos menores do que um grão de areia até rochas gigantes como montanhas. Sua composição é basicamente de gelo de água", escreveram funcionários da NASA em uma foto revelada há pouco. "A natureza do material responsável por dar cor aos anéis continua sendo assunto de intenso debate entre os cientistas."
A foto recém-lançada é mais um lembrete do legado científico deixado pela sonda Cassini, que concluiu seus 13 anos de exploração em Saturno com um mergulho proposital na atmosfera do gigante gasoso em 15 de setembro de 2017. Cassini estava ficando sem combustível, e os controladores da missão programaram a espaçonave para executar essa manobra de suicídio, a fim de garantir que a sonda nunca contaminasse as luas de Saturno Titã e Encélado, já que os cientistas acreditam que elas sejam capazes de sustentar a vida como conhecemos.
A missão Cassini-Huygens custou $3,2 bilhões de dólares americanos, e foi administrada em conjunto pela NASA, a Agência Espacial Européia (ESA) e a Agência Espacial Italiana. Huygens era um pousador europeu, e aterrissou em Titã em janeiro de 2005, realizando o primeiro pouso suave em um corpo do Sistema Solar externo.
O orbitador Cassini também foi responsável por grandes conquistas, como a descoberta de que Titã é de fato um mundo bem parecido com a Terra, com rios, lagos, mares e até um sistema meteorológico, embora os líquidos que caem por lá sejam compostos por hidrocarbonetos e não água. [assista a aterrissagem em Titã feita pela sonda Huygens - narração em português]
A sonda Cassini também detectou gêiseres de jatos de gelo na região do pólo sul de Encélado em 2005. Membros da equipe da missão concluíram mais tarde que esse material é proveniente de um oceano de água líquida escondido abaixo da superfície, que seria potencialmente habitável.
Anomalias gravitacionais percebidas pela sonda Cassini fizeram com que um debate antigo fosse reaberto: a possível existência de um nono planeta no Sistema Solar.
Cassini foi um marco na exploração espacial, e suas fotografias feitas em Saturno têm o poder de encher os olhos de qualquer um...
Imagens: (capa-NASA) / NASA / JPL-Caltech / Space Science Institute

domingo, 13 de maio de 2018

ESO OBSERVA MEGA FUSÕES DE GALÁXIAS ANTIGAS

Concepção artística de uma megafusão de galáxias antigas
ALMA e APEX descobrem enormes conglomerados de galáxias em formação no Universo primordial
Os telescópios ALMA e APEX investigaram o espaço profundo — numa época em que o Universo tinha apenas um décimo da sua idade atual — e observaram enormes amontoados cósmicos em formação: colisões iminentes de jovens galáxias com formação estelar explosiva. Os astrônomos pensavam que estes eventos teriam ocorrido cerca de 3 bilhões de anos após o Big Bang, por isso ficaram surpreendidos quando estas novas observações revelaram estes fenômenos acontecendo quando o Universo tinha apenas metade desta idade! Pensa-se que estes sistemas antigos de galáxias estejam construindo as maiores estruturas conhecidas no Universo: os aglomerados de galáxias.
Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e do Atacama Pathfinder Experiment (APEX), duas equipes internacionais de cientistas, lideradas por Tim Miller da Dalhousie University no Canadá e da Yale University nos EUA e Iván Oteo da University of Edinburgh no Reino Unido, descobriram concentrações surpreendentemente densas de galáxias prestes a coalescer, originando os núcleos do que eventualmente se tornarão enormes aglomerados de galáxias.
Observando profundamente, a 90% da distância do Universo observável, a equipe de Miller observou um protoaglomerado de galáxias chamado SPT2349-56. A luz emitida por este objeto começou a viajar até nós quando o Universo tinha apenas um décimo da sua idade atual.
As galáxias individuais que compõem este denso amontoado cósmico são galáxias com formação explosiva de estrelas e por isso a concentração de formação estelar vigorosa nesta região tão compacta torna-a de longe a região mais ativa já observada no Universo jovem. Nascem milhares de estrelas por ano neste local, em comparação com apenas uma por ano na nossa Via Láctea.
A equipe de Oteo tinha já descoberto, ao combinar observações do ALMA e do APEX, uma megafusão semelhante constituída por dez galáxias empoeiradas a formar estrelas, à qual chamou “núcleo vermelho poeirento”, devido à sua cor muito vermelha.
Iván Oteo explica porque é que estes objetos são inesperados: “Pensa-se que o tempo de vida das galáxias poeirentas com formação estelar explosiva é relativamente curto, uma vez que estes objetos consomem o seu gás a uma taxa enorme. A qualquer momento, em qualquer canto do Universo, estas galáxias são geralmente uma minoria. Por isso, encontrar diversas galáxias deste tipo brilhando ao mesmo tempo é bastante intrigante e algo que precisamos ainda compreender.”
Estes aglomerados de galáxias em formação foram inicialmente descobertos como tênues manchas de luz, em observações levadas a cabo pelo South Pole Telescope e pelo Herschel Space Observatory. Observações subsequentes obtidas pelo ALMA e pelo APEX mostraram que se tratavam de estruturas incomuns e confirmaram que a sua luz tinha origem muito mais cedo do que o esperado — apenas 1,5 bilhões de anos após o Big Bang.
As novas observações de alta resolução do ALMA revelaram finalmente que as duas manchas brilhantes descobertas pelo SPT e pelo Herschel não eram objetos individuais, mas sim estruturas compostas por 14 e 10 galáxias individuais de grande massa, respectivamente, cada uma dentro de um raio comparável à distância entre a Via Láctea e as vizinhas Nuvens de Magalhães.
“Estas descobertas feitas pelo ALMA são apenas a ponta do iceberg. Observações adicionais obtidas com o telescópio APEX mostram que o número real de galáxias com formação estelar é provavelmente três vezes maior. Estão atualmente sendo feitas observações com o instrumento MUSE montado no VLT do ESO, que estão efetivamente a identificar galáxias adicionais,” comenta Carlos de Breuck, astrônomo no ESO.
Atuais modelos teóricos e de computador sugerem que protoaglomerados tão massivos como estes deveriam levar muito mais tempo a desenvolverem-se. Utilizando os dados ALMA, com muito mais resolução e sensibilidade, como entrada em sofisticadas simulações de computador, os investigadores podem estudar a formação de aglomerados a ocorrer a menos de 1,5 bilhões de anos após o Big Bang.
“Como é que este amontoado de galáxias se tornou tão grande em tão pouco tempo é ainda um mistério, uma vez que claramente não foi sendo construído gradualmente ao longo de bilhões de anos como os astrônomos pensavam. Esta descoberta nos dá a tremenda oportunidade de estudar como é que galáxias massivas se juntaram para formar enormes aglomerados de galáxias,” diz Tim Miller, candidato a doutoramento na Universidade de Yale e autor principal de um dos artigos científicos que descreve estes resultados.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

SPEHERE REVELA GRANDE VARIEDADE DE DISCOS EM TORNO DE ESTRELAS JOVENS

Imagens SPHERE mostram uma variedade de discos empoeirados em torno de estrelas jovens
Novas imagens obtidas pelo instrumento SPHERE, montado no Very Large Telescope do ESO, revelaram discos empoeirados em torno de estrelas jovens próximas com muito mais detalhe do que conseguido até então. As imagens mostram uma grande variedade de formas, tamanhos e estruturas, incluindo os efeitos prováveis de planetas ainda no processo de formação.
O instrumento SPHERE montado no Very Large Telescope do ESO (VLT), no Chile, permitiu aos astrônomos suprimir a luz brilhante de estrelas próximas e conseguir obter imagens melhores das regiões que rodeiam estas estrelas. Esta coleção de novas imagens do SPHERE é apenas uma amostra da enorme variedade de discos empoeirados que estão sendo descobertos em torno de estrelas jovens.
Estes discos são bastante diferentes em termos de forma e tamanho — alguns contêm anéis brilhantes, outros mostram anéis escuros e alguns até se parecem com hamburgueres. Os discos diferem ainda em aparência, dependendo da sua orientação no céu — observamos desde discos circulares vistos de face até discos muito estreitos vistos praticamente de perfil.
A tarefa principal do SPHERE é descobrir e estudar exoplanetas gigantes situados em órbita de estrelas próximas, usando imagens diretas. Mas o instrumento é também uma das melhores ferramentas que existem para obter imagens de discos em torno de estrelas jovens — regiões onde planetas podem estar se formando. O estudo desses discos é crucial para entender a ligação entre as propriedades dos discos e a formação e presença de planetas.
Muitas das imagens de estrelas jovens mostradas aqui foram obtidas no âmbito de um novo estudo de estrelas T Tauri, uma classe de estrelas muito jovens (com menos de 10 milhões de anos de idade) que variam em brilho. Os discos em torno dessas estrelas contêm gás, poeira e planetesimais — os blocos constituintes dos planetas e os progenitores dos sistemas planetários.
As imagens mostram também como é que o nosso Sistema Solar poderia ter sido nas primeiras fases da sua formação, há mais de 4 bilhões de anos atrás.
A maioria das imagens que aqui apresentamos foram obtidas no âmbito do rastreio DARTTS-S (Discs ARound T Tauri Stars with SPHERE). As distâncias aos alvos variam entre 230 e 550 anos-luz. Para termos de comparação, a Via Láctea tem aproximadamente uma dimensão de 100 mil anos-luz, por isso estas estrelas encontram-se, em termos relativos, muito próximas da Terra. Mas, mesmo a esta distância, é um desafio tremendo obter boas imagens da fraca luz refletida pelos discos, uma vez que estes são ofuscados pela brilhante luz emitida pelas suas estrelas progenitoras. 
Outra observação nova do SPHERE levou à descoberta de um disco de perfil situado em torno da estrela GSC 07396-00759, membro de um sistema estelar múltiplo incluído na amostra DARTTS-S. Curiosamente, este novo disco parece ser mais evoluído do que o disco rico em gás que rodeia a estrela T Tauri do mesmo sistema, apesar de ambas terem a mesma idade. Esta intrigante diferença nas escalas de tempo evolutivas de discos em torno de duas estrelas com a mesma idade é outra das razões pela qual os astrônomos pretendem descobrir mais sobre este tipo de discos e suas características.
Os astrônomos utilizaram o SPHERE para obter muitas outras imagens, para este e outros estudos, incluindo a interação de um planeta com um disco, os movimentos orbitais no interior de um sistema e a evolução temporal de um disco.
Os novos resultados do SPHERE, juntamente com dados obtidos por outros telescópios, como o ALMA, estão revolucionando a maneira como compreendemos o meio que rodeia as estrelas jovens e os complexos mecanismos da formação planetária.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

ESTRELA MORTA RODEADA DE LUZ

Uma estrela de nêutrons isolada na Pequena Nuvem de Magalhães
Dados do MUSE apontam para estrela de nêutrons isolada situada fora da nossa Galáxia.
Novas imagens obtidas pelo Very Large Telescope do ESO no Chile e outros telescópios revelaram uma paisagem rica em estrelas e nuvens de gás brilhantes numa das nossas galáxias vizinhas mais próximas, a Pequena Nuvem de Magalhães. As imagens permitiram aos astrônomos identificar um cadáver estelar elusivo escondido no meio de filamentos de gás liberados por uma explosão de supernova há cerca de 2000 anos atrás. O instrumento MUSE foi utilizado para estabelecer onde é que se encontrava este objeto, e dados do Observatório de raios-X Chandra confirmaram a sua identidade como sendo uma estrela de nêutrons isolada.
Novas imagens criadas a partir de dados obtidos por telescópios terrestres e espaciais contam a história da caçada de um elusivo objeto perdido, escondido no meio de um complexo emaranhado de filamentos gasosos na Pequena Nuvem de Magalhães, a cerca de 200 mil anos-luz de distância da Terra.
Novos dados do instrumento MUSE, montado no Very Large Telescope do ESO, no Chile, revelaram um anel de gás num sistema chamado 1E 0102.2-7219 expandindo-se lentamente no meio de vários outros filamentos de gás e poeira deslocando-se rapidamente, deixados para trás depois da explosão de uma supernova. Esta descoberta permitiu a uma equipe liderada por Frédéric Vogt, bolsista do ESO no Chile, descobrir a primeira estrela de nêutrons isolada com um campo magnético fraco, situada fora da Via Láctea.
A equipe notou que o anel se centrava numa fonte de raios X, a qual tinha sido já detectada há alguns anos e designada por p1. A natureza desta fonte tinha permanecido um mistério. Em particular, não era claro se p1 estava no interior do resto de supernova ou por detrás deste. Foi apenas quando o anel de gás — que inclui tanto neon como oxigênio — foi observado pelo MUSE, é que a equipe percebeu que esta estrutura circundava perfeitamente p1. A coincidência era tão grande que os pesquisadores perceberam que p1 devia situar-se no interior do próprio resto de supernova. Uma vez conhecida a localização de p1, a equipe usou as observações de raios X existentes para este objeto, obtidas pelo Observatório Chandra, para determinar que se tratava de uma estrela de nêutrons isolada, com um campo magnético fraco.
Nas palavras de Frédéric Vogt: “Quando procuramos uma fonte pontual, não podemos esperar melhor do que o Universo desenhar-nos, literalmente, um círculo em torno de onde devemos procurar.”
Quando as estrelas massivas explodem sob a forma de supernovas, deixam para trás uma rede intricada de gás quente e poeira conhecida por resto de supernova. Estas estruturas turbulentas são a chave para a redistribuição dos elementos mais pesados — os quais são sintetizados pelas estrelas massivas ao longo da sua vida e quando morrem — para o meio interestelar, onde eventualmente formarão novas estrelas e planetas.
Com cerca de 10 km de diâmetro, mas pesando mais que o nosso Sol, acredita-se que as estrelas de nêutrons isoladas com campo magnético fraco são relativamente abundantes no Universo, no entanto são muito difíceis de encontrar uma vez que só brilham nos comprimento de onda dos raios X. O fato da confirmação de p1 como estrela de nêutrons isolada ter sido possível graças a observações no visível é, por isso, particularmente entusiasmante.
A co-autora do estudo Liz Bartlett, também bolsista do ESO no Chile, resume a descoberta: “Trata-se do primeiro objeto deste tipo a ser encontrado fora da Via Láctea, graças ao MUSE. Pensamos que este trabalho pode abrir novas vias na descoberta e estudo destes restos estelares tão elusivos.”

segunda-feira, 7 de maio de 2018

NGC 6231: RETRATO DE FAMILIA EM RAIOS X



A imagem de Chandra do aglomerado estelar NGC 6231 ajuda a fornecer um censo preciso das estrelas que residem lá.
Os astrônomos pensam que nosso Sol nasceu em um aglomerado estelar há cerca de 4,6 bilhões de anos que se dispersou rapidamente.
Raios-X do Chandra foram usados ​​para identificar as estrelas semelhantes ao Sol em NGC 6231 que antes eram perdidas.
A imagem do Chandra mostra a região interna do NGC 6231, onde vermelho, verde e azul representam raios X de baixa, média e alta energia.
De certa forma, aglomerados estelares são como famílias gigantescas com milhares de irmãos estelares. Essas estrelas vêm das mesmas origens - uma nuvem comum de gás e poeira - e estão ligadas umas às outras pela gravidade. Os astrônomos pensam que nosso Sol nasceu em um aglomerado de estrelas há cerca de 4,6 bilhões de anos que se dispersou rapidamente.
Ao estudar jovens aglomerados de estrelas, os astrônomos esperam aprender mais sobre como as estrelas - incluindo o nosso Sol - nascem. A NGC 6231, localizada a cerca de 5.200 anos-luz da Terra, é um local de teste ideal para estudar um aglomerado estelar em um estágio crítico de sua evolução: não muito depois de a formação de estrelas ter parado.
A descoberta de NGC 6231 é atribuída a Giovanni Battista Hodierna, um matemático e sacerdote italiano que publicou observações do aglomerado em 1654. Os observadores do céu hoje podem encontrar o aglomerado de estrelas a sudoeste da cauda da constelação de Escorpião.
O Observatório de Raios-X Chandra da NASA foi usado para identificar as jovens estrelas parecidas com o Sol na NGC 6231, que até recentemente se escondia à vista. Aglomerados estelares jovens como NGC 6231 são encontrados na faixa da Via Láctea no céu. Como resultado, estrelas entrelaçadas na frente ou atrás de NGC 6231 superam em muito as estrelas do aglomerado. Essas estrelas geralmente serão muito mais antigas do que as da NGC 6231, portanto, os membros do cluster podem ser identificados pela seleção de sinais de juventude estelar.
Estrelas jovens se destacam para Chandra porque elas têm uma forte atividade magnética que aquece sua atmosfera externa a dezenas de milhões de graus Celsius e faz com que elas emitam raios-X. Medições infravermelhas auxiliam na verificação de que uma fonte de raios X é uma estrela jovem e na inferência das propriedades da estrela.
Esta imagem de raio-X do Chandra de NGC 6231 mostra um close da região interna do cluster. Chandra pode detectar uma gama de luz de raios X, que foi dividida em três bandas para criar esta imagem. Vermelho, verde e azul representam os raios X de baixa, média e alta energia. A emissão de raios X mais brilhante é branca.
Os dados do Chandra, combinados com dados de infravermelho do Telescópio de Pesquisa Visível e Infravermelho para Astronomia (VISTA) As variáveis ​​da pesquisa Vía Lactéa forneceram o melhor censo de estrelas jovens em NGC 6231 disponível. Uma imagem infravermelha do explorador de pesquisa de infravermelho de campo amplo da NASA é mostrada à esquerda.
Há um número estimado de 5.700 a 7.500 estrelas jovens em NGC 6231 no campo de visão do Chandra, aproximadamente duas vezes o número de estrelas no conhecido aglomerado de estrelas Orion. As estrelas em NGC 6231 são ligeiramente mais velhas (3,2 milhões de anos em média) do que as de Orion (2,5 milhões de anos). No entanto, a NGC 6231 é muito maior em volume e, portanto, a densidade numérica de suas estrelas, isto é, sua proximidade, é muito menor, por um fator de cerca de 30. Essas diferenças permitem aos cientistas estudar a diversidade de propriedades da estrela. clusters durante os primeiros milhões de anos de sua vida.

sábado, 5 de maio de 2018

TODA A COMPLEXIDADE DA GALÁXIA ELÍPTICA NGC 474


O que está acontecendo com a galáxia NGC 474? As múltiplas camadas de emissão aparecem estranhamente complexas e inesperadas já que em imagens menos profundas dessa galáxia elíptica quase não apresenta feição alguma visível. 
A causa das conchas não é conhecida, mas possivelmente caudas de maré relacionadas com detritos resultantes da absorção de numerosas galáxias pequenas nos últimos bilhões de anos. Outra hipótese é que as conchas podem ser como ondas num lago, onde a colisão que está acontecendo com a galáxia espiral vista logo acima está causando ondas de densidade que passam através da galáxia gigante. Independente de qual seja a causa das conchas, a imagem acima aumenta o consenso de que no mínimo algumas galáxias elípticas se formaram num passado recente, e que os halos externos da maior parte das grandes galáxias não são realmente suaves mas sim possuem complexidades induzidas por frequentes interações, e acreções com galáxias menores. O halo da nossa própria galáxia, a Via Láctea, é um exemplo de uma complexidade inesperada. A NGC 474 se espalha por cerca de 250 mil anos-luz e está localizada a cerca de 100 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pisces.