quarta-feira, 31 de agosto de 2016

IMAGEM ESO MOSTRA V391 UMA REGIÃO DE FORMAÇÃO ESTELAR

Star-forming region Gum 19
Esta imagem da região de formação de estrelas do Gum 19 foi obtida com SOFI, um instrumento infravermelho montado no telescópio do ESO Nova Tecnologia (NTT), que opera no Observatório de La Silla, no Chile. Gum 19 está localizada na direcção da constelação Vela (Vela) a uma distância de cerca de 22 000 anos luz. O forno que a luminosidade combustíveis Gum 19 de uma gigantesca estrela, superhot chamado V391 Velorum. Brilhando mais brilhante na faixa azul escaldante de luz visível - V391 Velorum possui uma temperatura de superfície na vizinhança de 30 000 graus Celsius. Dentro do bairro da supergigante fitful, novas estrelas, no entanto, continuar a crescer. Em vários milhões de anos - um piscar de olhos no tempo cósmico - eles acabarão por chegar a alta densidade nos seus centros necessárias para inflamar a fusão nuclear. O derramamento fresco de energia e ventos estelares destas estrelas recém-nascidas também vai modificar a paisagem gasosa de Gum 19.
A imagem é baseada em dados obtidos em três faixas do infravermelho próximo (J, H, K; associado, respectivamente, a azul, verde e vermelho). A imagem é de 4,7 minutos de arco de diâmetro.
Crédito:ESO

terça-feira, 30 de agosto de 2016

SIMULAÇÃO DE ÓRBITA EM AGLOMERADO ESTELAR ORIONIS C

The orbit of Theta1 Orionis C
A primeira imagem VLTI é o da estrela dupla Theta1 Orionis C na nebulosa de Orion Trapézio. Destes, e várias outras observações, a equipe de astrônomos, liderada por Stefan Kraus e Gerd Weigelt do Instituto Max-Planck, em Bonn, poderia obter a órbita completa das duas estrelas no sistema, e derivar a massa total dos dois estrelas (47 massas solares) e sua distância de nós (1350 anos-luz).
Esta montagem mostra uma ampla vista da nebulosa de Orion como visto com ISAAC no Very Large Telescope do ESO, um zumbido do Trapézio obtida com o telescópio espacial da NASA / ESA Hubble, ea órbita derivada pelos astrônomos, usando várias instalações de mais de 11 anos . As imagens VLTI criados para este sistema tem uma resolução espacial extraordinária de cerca de 2 milisegundos de arco.
Crédito: ESO / S.Kraus et al., M.McCaughrean et ai. (AIP)

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

MATERNIDADE EM FORMA DE CASULO ABRIGA ESTRELAS JOVENS

Casulo vermelho abriga estrelas jovens
Na Terra os casulos estão associados a vida nova. Também há "casulos" no espaço, mas em vez de protegerem larvas à medida que se estas transformam em borboletas, são os locais de nascimentos de novas estrelas.
A nuvem vermelha que vemos na imagem, obtida com o instrumento EFOSC2 montado no New Technology Telescope do ESO, é um exemplo perfeito de uma destas regiões de formação estelar. É uma imagem de uma nuvem chamada RCW 88, situada a cerca de dez mil anos-luz de distância e com uma dimensão de cerca de nove anos-luz. Não é feita de seda, como o casulo de um bicho-da-seda, mas sim de hidrogênio gasoso brilhante que rodeia as estrelas recém-formadas. As novas estrelas formam-se de nuvens de hidrogênio à medida que estas colapsam sob o efeito da sua própria gravidade. Algumas das estrelas mais desenvolvidas, que já brilham intensamente, podem ser vistas espiando pela nuvem.
Estas estrelas jovens quentes são muito energéticas e emitem enormes quantidades de radiação ultravioleta, o que faz com que os elétrons se libertem dos átomos de hidrogênio da nuvem, deixando apenas os núcleos positivamente carregados - os prótons. À medida que os elétrons são recapturados pelos prótons, emitem radiação H-alfa, a qual tem um brilho vermelho bastante característico.
Observar o céu através de um filtro H-alfa é o modo mais simples dos astrônomos descobrirem estas regiões de formação estelar. Um filtro H-alfa foi um dos quatro filtros utilizados para produzir esta imagem.
Crédito: ESO

domingo, 28 de agosto de 2016

ESO OBSERVA A IC 2220 A NEBULOSA DO CANECO

A Nebulosa da Caneca de Toby vista pelo Very Large Telescope do ESO
Situada a cerca de 1200 anos-luz de distância da Terra na constelação austral de Carina (a Quilha), a Nebulosa da Caneca de Toby, conhecida pelo nome formal IC 2220, é um exemplo de uma nebulosa de reflexão. Trata-se de uma nuvem de gás e poeira iluminada do interior por uma estrela central, designada por HD 65750.
Crédito: ESO

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

NEBULOSA DE ORION REVELA QUANTIDADE INCRÍVEL DE ANÃS MARRONS E PLANETAS PEQUENOS

Nebulosa de Orion - infravermelho

A famosa Nebulosa de Orion nos surpreende com uma infinidade de pequenos planetas que não conhecíamos.. até agora!
Utilizando o instrumento HAWK-I do ESO, no Very Large Telescope (VLT) no Chile, os astrônomos conseguiram ter uma visão incrivelmente profunda da Nebulosa de Orion. A imagem espetacular revela cerca de dez vezes mais anãs marrons e objetos com massa-planetária isolados do que se conhecia. Esta descoberta desafia o cenário amplamente aceito da formação estelar da Nebulosa de Orion.
Além da imagem nos surpreender com tanta beleza, ela nos revela uma grande abundância de anãs marrons e de objetos de massa-planetária isolados, o que nos fornece uma visão emocionante sobre a história da formação de estrelas dentro da nebulosa.
A famosa Nebulosa de Orion abrange cerca de 24 anos-luz, na constelação de Orion, e é visível da Terra a olho nu como uma nuvem brilhante e difusa. Ao observá-la com um telescópio, temos uma visão mais privilegiada dessa magnífica nuvem molecular. Além disso, essa e outras nebulosas são fortemente iluminadas pela radiação ultra-violeta de estrelas quentes, nascidas dentro da nebulosa, de tal forma que o gás é ionizado e brilha intensamente.
visão mais profunda da nebulosa de orion
Visão profunda da Nebulosa de Orion no infravermelho.
Créditos: ESO / H. Drass et al.
"Entender como muitos objetos de baixa massa são encontrados na nebulosa de Orion é muito importante para restringir teorias atuais de formação de estrelas", disse Amelia Bayo, co-autora do estudo, da Universidade de Valparaíso, no Chile, e do Instituto Max-Planck. "Agora percebemos que a forma como esses objetos se formam depende de seu ambiente."
Esta nova imagem causou emoção porque revela uma riqueza inesperada de objetos de massa muito baixa, o que sugere que a Nebulosa de Orion pode estar formando muito mais objetos de baixa massa do que as regiões mais estreitas e menos ativas de formação de estrelas.
Antes desta pesquisa, a maior parte de objetos encontrados tinham cerca de um quarto da massa do nosso Sol. Agora, após essas observações, os astrônomos descobriram uma infinidade de novos objetos com massas muito menores, alterando a distribuição e a contagem de estrelas na Nebulosa de Orion.
Highlights - Nebulosa de OrionRegiões de formação estelar da Nebulosa de Orion revela uma infinidade de anãs marrons e de objetos de baixa massa. Créditos: ESO / H. Drass et al.
Estas observações também sugerem que o número de corpos planetários pode ser muito maior do que se pensava. Embora a tecnologia para observar esses objetos ainda não exista, o futuro Telescópio Extremamente Grande (E-ELT), previsto para iniciar suas atividades em 2024, pode nos ajudar a dar prosseguimento nessa observações.
"Os resultados parecem um vislumbre de uma nova era da ciência de planetas e estrelas em formação", disse Holger Drass, principal cientista do estudo, da Pontifícia Universidade do Chile e do Instituto Astronomisches, da Ruhr-Universität Bochum, na Alemanha. "O grande número de planetas flutuando livremente no nosso limite observacional atual está me dando esperança que vamos descobrir uma grande quantidade de pequenos planetas, menores do que a Terra, com o futuro E-ELT."

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PORQUE ACONTECE ONDULAÇÕES NOS ANEIS DE SATURNO

Daphnis vista em 2005 pela sonda Cassini
Através das imagens intituladas "Daphnis na divisão de Keeler" e "Daphnis e as ondas ao longo da divisão de Keeler" podemos ter um vislumbre de como as luas de Saturno interagem com seu belíssimo sistema de anéis.
Medindo apenas 8 quilômetros de diâmetro, Daphnis é uma das menores luas de Saturno, e sua existência havia sido notada anteriormente por conta das ondulações gravitacionais observadas na borda externa da divisão de Keeler. A divisão de Keeler, por sua vez, se encontra a aproximadamente 250 km da borda externa do Anel A, sendo um espaço vazio com 42 km de largura, e é mantido graças a órbita de Daphnis ao redor do planeta.
Daphnis e as ondulações na divisão de Keeler - Kevin Gill
Daphnis e as ondulações na divisão de Keeler - Kevin Gill
Ilustração artística da lua Daphnis e as ondulações na divisão de Keeler.
Créditos: Kevin Gill
Em 2005, a sonda espacial Cassini finalmente confirmou a existência desta pequena lua. Depois de analisar imagens fornecidas pela sonda, a Equipe de Ciência e de Imagens da sonda Cassini concluiu que a órbita de Daphnis induz um padrão ondulado na borda da divisão. Estas ondas chegam a uma distância de 1,5 km acima do anel, devido a lua estar ligeiramente inclinada ao plano do anel.
Apesar de termos conhecimento sobre tais ondulações, todas as imagens captadas pela sonda Cassini mostraram esse efeito a partir de uma grande distância. Portanto, a fim de ajudar as pessoas a apreciar esse fenômeno em close-up, Kevin Gill decidiu criar as imagens que você vê aqui, unindo a Astronomia com a Arte.
Daphnis na divisão de Keeler - Kevin Gill
Daphnis na divisão de Keeler - Kevin Gill
Ilustração artística da lua Daphnis na divisão de Keeler. Créditos: Kevin Gill
Em suas imagens, criadas coma a ajuda dos programas de edição Autodesk Maya e Adobe Photoshop, podemos ver Daphnis em sua trajetória ao redor de Saturno, assim como as ondulações provocadas pelo seu poder gravitacional. Além disso, podemos ver que Daphnis está ligeiramente inclinada acima do plano do anel, fazendo com que as ondas ganhem "altura".
"Estas imagens são inspiradas nas interações entre as luas e os anéis, e também nas imagens de Daphnis feitas pela sonda Cassini", disse Kevin. "Este é um dos muitos aspectos do sistema de Saturno que eu imagino que seria de tirar o fôlego se você pudesse vê-lo bem de perto, na vida real."

terça-feira, 23 de agosto de 2016

BRILHANTE NEBULOSA PLANETÁRIA OBSERVADA POR HUBBLE

Essa é uma das mais brilhantes nebulosas planetárias no céu – que nome ela deveria ter?
Descoberta pela primeira vez em 1878, a nebulosa NGC 7027, pode ser vista na direção da constelação do Cisne (Cygnus) com um telescópio padrão. Em parte pois ela aparece somente como um ponto indistinto, ela raramente é referida com um apelido. Quando foi imageada pela primeira vez com o Telescópio Espacial Hubble, contudo, grandes detalhes foram revelados. Estudando as imagens do Hubble da NGC 7027, os astrônomos puderam entender que ela é uma nebulosa planetária que começou a se expandir a aproximadamente 600 anos atrás, e que a nuvem de gás e poeira é incomumente massiva já que parece conter aproximadamente três vezes a massa do Sol. A foto acima, nas cores atribuídas, resolve algumas características, as camadas e as feições empoeiradas da NGC 7027 podendo lembrar os entusiastas do céu de algum ícone familiar que poderia ser usado para dar um nome informal para a nebulosa. Vocês que acompanham o blog e já viram aqui inúmeros nomes de objetos celestes, alguns que tem tudo a ver, outros que parecem uma invenção maluca da imaginação dos astrônomos fiquem a vontade para sugerir o nome dessa nebulosa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

MEGA ESTRUTURA ESPACIAL EMITINDO TRIPLO SINAL MISTERIOSO

Megaestrutura alienígena agora conta com triplo sinal
Entre as muitas explicações sugeridas para as variações da estrela estão chuvas de cometas tão intensas que seriam capazes de "apagar" um pouco do seu brilho.[Imagem: JPL-Caltech/NASA]
O mistério da estrela que poderia abrigar uma megaestrutura alienígena acaba de se tornar ainda mais enigmático.
A estrela, conhecida como KIC 8462852, cintila de uma forma tão irregular que alguns astrônomos especulam que ela pode abrigar um gigantesco aparato alienígena de geração de energia, conhecido como esfera de Dyson.
Tabetha Boyajian, da Universidade Yale, nos EUA, descobriu essa raridade cósmica analisando dados do telescópio espacial Kepler, que monitorou continuamente 100.000 estrelas entre 2009 e 2013. A luz da KIC 8462852 enfraquece em até 20% sem nenhum intervalo regular, o que significa que a variação não pode ser explicada pela presença de um planeta.
Vários astrônomos sugeriram uma série de explicações possíveis, mas foi Jason Wright, astrônomo da Universidade Estadual da Pensilvânia, quem primeiro defendeu que uma civilização extraterrestre avançada poderia ser responsável pelo sinal.
O Instituto SETI, que procura sinais de inteligência alienígena, logo se interessou pela estrela, mas as primeiras buscas não deram resultado:
Variações de brilho
Contudo, logo depois do alvoroço inicial, Bradley Schaefer, da Universidade Estadual da Louisiana, descobriu que a estrela estava registrada em antigas chapas fotográficas, coletadas de 1890 a 1989. Mais de 1.200 fotos mostraram que a estrela esmaeceu gradualmente em até 15% ao longo de um século.
Agora, Benjamin Montet e Joshua Simon, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, encontraram novas variações de brilho escondidas dentro dos dados do Kepler que foram analisados originalmente por Boyajian.
Na verdade, o brilho da estrela KIC 8462852 diminui em cerca de 0,34% ao ano - duas vezes mais rápido do que o cálculo de Schaefer. Além disso, em apenas 200 dias, o brilho da estrela caiu mais 2,5% antes de começar a nivelar, uma mudança muito mais rápida do que qualquer cálculo anterior.
Isto significa que a estrela passa por três tipos de perda de brilho: as quedas profundas que a tornaram famosa, o declínio relativamente lento observado ao longo de um século e uma queda anômala que ocorreu ao longo de duas centenas de dias.
Em busca de causas naturais
Até agora ninguém se arriscou a oferecer uma hipótese para explicar as anomalias da estrela.
"Podemos chegar a cenários que explicam uma ou talvez duas delas, mas não há nada que explique bem as três", diz Montet.
E os ETs? Será que há mesmo uma estrutura construída por alienígenas que gostam de ficar mudando suas configurações ou que têm demandas de energia extremamente variáveis?
"Seria muito mais satisfatório pensar em uma única causa física que pudesse ser responsável por todas as variações de brilho que observamos. Mas ainda estamos lutando para imaginar o que poderia ser," disse Simon.

domingo, 21 de agosto de 2016

ESTRELAS FRIAS DEIXAM CONFUSA A FRONTEIRA ENTRE ESTRELAS E PLANETAS

Estrelas frias confundem fronteira entre estrelas e planetas
Apesar de pequenos e frios como planetas, esses corpos celestes são catalogados como anãs-marrons.[Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Estrelas costumam ser muito quentes.Mas, como nada é para sempre, até mesmo as estrelas esfriam.
Por isso, os astrônomos estão constantemente em busca de estrelas cada vez mais frias, não apenas por curiosidade, mas para entender seu processo de envelhecimento.
Dois anos atrás, o telescópio espacial WISE da NASA descobriu uma nova classe de corpos celestes muito frios que começaram a confundir a fronteira entre estrelas e planetas.
No entanto, até agora ninguém sabe exatamente qual é a temperatura na superfície dessas "estrelas planetárias".
Cálculos iniciais sugeriam que elas poderiam ter a mesma temperatura ambiente da Terra, levantando a hipótese de que essas estrelas frias poderiam ter nuvens.
Contudo, um estudo mais aprofundado concluiu que esses corpos celestes são realmente as estrelas mais frias que se conhece, mas não são tão frias quanto se pensava.
Os novos cálculos apontam para temperaturas entre 120 e 175 graus Celsius.
Estrelas frias confundem fronteira entre estrelas e planetas
Estrelas frias confundem fronteira entre estrelas e planetas
Assim como as estrelas frias parecem ser objetos que flutuam ermos pelo espaço, já se sabe que existem planetas sem estrelas. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Estrelas ou planetas?
Para chegar a temperaturas superficiais tão baixas após resfriarem por bilhões de anos, essas estrelas devem ter uma massa entre 5 e 20 vezes a massa de Júpiter.
Ao contrário do Sol, a única fonte de energia dessas estrelas frias é a sua contração gravitacional, que depende diretamente da sua massa.
"Se um objeto desses fosse encontrado orbitando uma estrela [em um sistema binário], há uma boa chance de que ele fosse chamado de planeta," disse Trent Dupuy, um dos autores do estudo.
Mas, como provavelmente se formaram por conta própria, e não em um disco protoplanetário, os astrônomos ainda chamam esses corpos frios de anãs marrons, mesmo que tenham uma massa de classe planetária - alguns já sugeriram a criação de uma classe conhecida como planemos.
Pode esfriar mais
Mas não pense que esta seja a palavra final sobre o assunto.
Como só emitem radiação na faixa do infravermelho, para medir sua temperatura os astrônomos precisam conhecer precisamente sua distância.
E a equipe determinou que as anãs marrons em questão estão localizadas a distâncias entre 20 e 50 anos-luz da Terra, uma faixa grande demais para um cálculo definitivo.
Além disso, este estudo analisou apenas a amostra inicial das anãs marrons mais frias descobertas pelo telescópio WISE.
Outros objetos descobertos nos últimos dois anos continuam a ser estudados, e novos cálculos deverão ser publicados logo.

sábado, 20 de agosto de 2016

QUARTO ESTADO DA MATÉRIA DEIXA FÍSICOS ABISMADOS

Quarto estado da matéria deixa físicos em êxtase
O Quarto estado da matéria deixa físicos em êxtase .Além da beleza, as ondas de cisalhamento de Alfvén desempenham um papel importante nos dispositivos de fusão nuclear.[Imagem: Gekelman et al./BaPSF]
Plasma
Ao estudar os mistérios do plasma, o quarto estado da matéria, os físicos podem passar horas apenas admirando os fenômenos de extraordinária beleza com que se deparam.
Quando o Telescópio Espacial Hubble capta aquelas imagens vívidas de nuvens interestelares de gás ionizado, o que estamos vendo nada mais é do que um plasma interestelar.
E os cientistas do Large Plasma Device, um enorme laboratório de estudos do plasma, localizado na Universidade da Califórnia, estão mostrando que não é preciso olhar tão longe para ver eventos tão belos.
Imagens do plasma em 3D
As novas imagens em 3D produzidas no experimento mostram as chamadas ondas de cisalhamento de Alfvén, assim batizadas em homenagem a Hannes Alfvén, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1970, que previu sua existência.
Os plasmas suportam uma grande variedade de ondas, algumas delas bem familiares, como ondas de luz e de som. Mas uma grande variedade de ondas encontradas no plasma não existem em nenhum outro lugar. A onda de Alfvén é uma delas.
Com as mais novas tecnologias 3D desenvolvidas para o cinema, os cientistas estão ficando agora ainda mais boquiabertos, ao poder visualizar as ondas em três dimensões.
Um verdadeiro show de imagens tridimensionais geradas nos estudo do plasma está marcado para acontecer em Abril de 2011, durante a reunião anual da Sociedade Americana de Física.
Quarto estado da matéria deixa físicos em êxtase
Esta é a representação do campo magnético tridimensional de uma onda de Alfvén, conforme ela foi durante uma fração de milionésimo de segundo. [Imagem: Walter Gekelman, UCLA]
Ondas de Alfvén
Mas física não é só diversão: os cientistas estão demonstrando que as ondas de Alfvén são importantes em uma grande variedade de ambientes físicos.
As ondas de Alfvén são ondas magnetohidrodinâmicas de baixa frequência, que se propagam na direção do campo magnético através da oscilação de íons.
Elas desempenham um papel central na estabilidade dos dispositivos de confinamento magnético utilizados nas pesquisas sobre a fusão nuclear, dão origem à formação de auroras em planetas, e acredita-se que também contribuam para o aquecimento e a aceleração de íons na coroa solar.
As ondas de cisalhamento também podem causar aceleração de partículas ao longo de distâncias consideráveis no espaço interestelar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

ASTRÔNOMOS ENCONTRAM ESTRELA QUE NÃO DEVERIA EXISTIR

Astrônomos encontram estrela que não deveria existir
Sua intrigante composição química coloca a estrela na "zona proibida" dentro da teoria de formação de estrelas, o que significa que esta estrela nunca deveria ter-se formado - ou que a teoria está errada.[Imagem: ESO/Digitized Sky Survey 2]
Teoria incompleta
Uma equipe de astrônomos europeus utilizou o Very Large Telescope do ESO (VLT) para descobrir uma estrela na Via Láctea que os cientistas achavam não poder existir.
Os astrônomos descobriram que esta estrela é composta quase inteiramente por hidrogênio e hélio, com quantidades minúsculas de outros elementos químicos.
Esta intrigante composição química coloca a estrela na chamada "zona proibida" dentro da teoria de formação estelar mais aceita, o que significa que esta estrela nunca deveria ter-se formado.
Ou, o que agora parece ser mais razoável, que a estrela está correta, mas a teoria não.
Estrela sem metais
A estrela de baixa luminosidade está situada na constelação do Leão e é chamada SDSS J102915+172927 - a sigla é rastreio SDSS (Sloan Digital Sky Survey) e os números fazem referência à posição do objeto no céu.
Ela possui a menor quantidade de elementos mais pesados que o hélio (que os astrônomos chamam de "metais") do que todas as estrelas estudadas até hoje. Este objeto possui uma massa menor que a do Sol e tem provavelmente mais de 13 bilhões de anos de idade.
"Uma teoria muito aceita prediz que estrelas como esta, com pequena massa e quantidades de metais extremamente baixas, não deveriam existir porque as nuvens de material a partir das quais tais objetos se formariam nunca se poderiam ter condensado," explica Elisabetta Caffau, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha e do Observatório de Paris, na França.
"É surpreendente encontrar pela primeira vez uma estrela na 'zona proibida'. Isto significa que iremos provavelmente ter que verificar alguns dos modelos de formação estelar, completa Caffau, que é a autora principal do artigo científico que descreve estes resultados, e que foi publicado na revista Nature.
Estrela mais velha já encontrada
A equipe analisou as propriedades da estrela com o auxílio dos espectrógrafos X-shooter e UVES, montados no VLT. Os astrônomos mediram a abundância dos vários elementos químicos presentes na estrela e descobriram que a proporção de metais na SDSS J102915+172927 é mais de 20 mil vezes menor que a proporção de metais no Sol.
"A estrela é tênue e tão pobre em metais que apenas conseguimos detectar a assinatura de um único elemento mais pesado que o hélio - o cálcio - nas primeiras observações que fizemos," disse Piercarlo Bonifacio, que supervisionou o projeto. "Tivemos que pedir tempo de telescópio adicional ao Diretor Geral do ESO para estudar a radiação da estrela com mais detalhe, com longos tempos de exposição, de modo a tentar encontrar mais metais."
Os cosmólogos acreditam que os elementos químicos mais leves - hidrogênio e hélio - foram criados pouco depois do Big Bang, juntamente com um pouco de lítio, enquanto a maioria dos outros elementos foram posteriormente formados nas estrelas.
As explosões de supernovas espalharam o material estelar para o meio interestelar, tornando-o rico em metais. As novas estrelas que se formam a partir deste meio enriquecido possuem por isso maiores quantidades de metais na sua composição do que as estrelas mais velhas.
Por conseguinte, a proporção de metais numa estrela nos dá informação sobre a sua idade.
"A estrela que estudamos é extremamente pobre em metais, o que significa que é muito primitiva. Pode ser uma das estrela mais velhas jamais encontrada," acrescenta Lorenzo Monaco (ESO, Chile), que também participou do estudo.
Astrônomos encontram estrela que não deveria existir
Astrônomos encontram estrela que não deveria existir
A composição química das estrelas é estudada por meio da decomposição da sua luz, o chamado espectro estelar. A anotação mostra o dado que revelou a presença de Cálcio na estrela. [Imagem: ESO/Digitized Sky Survey 2]
Lítio nas estrelas
É igualmente surpreendente a falta de lítio na SDSS J102915+172927. Uma estrela tão velha deveria ter uma composição semelhante àquela do Universo pouco depois do Big Bang, com apenas um pouco mais de metais.
No entanto, a equipe descobriu que a proporção de lítio na estrela é pelo menos cinquenta vezes menor que a esperada devido à matéria produzida pelo Big Bang.
"É um mistério como é que o lítio produzido logo após o início do Universo foi destruído nesta estrela", acrescenta Bonifacio.
Os investigadores também apontam para o fato desta estrela incomum não ser provavelmente única.
"Identificamos várias outras estrelas candidatas que podem ter níveis de metais semelhantes, ou até inferiores, aos da SDSS J102915+172927. Planejamos agora observar estes candidatos com o VLT para verificarmos se é realmente este o caso," conclui Caffau.
Teorias de formação estelar
Teorias de formação estelar mais aceitas afirmam que estrelas com massas tão baixas como a SDSS J102915+172927 (cerca de 0,8 massa solar ou menos) apenas podem se formar depois de explosões de supernova terem enriquecido o meio interestelar acima de um valor crítico.
Isto deve-se ao fato dos elementos mais pesados atuarem como "agentes de arrefecimento", ajudando a irradiar o calor das nuvens de gás, fazendo assim com que estas nuvens possam seguidamente colapsar para formar estrelas.
Sem estes metais, a pressão devida ao aquecimento seria demasiadamente forte e a gravidade da nuvem seria muito fraca para a vencer e fazer a nuvem colapsar.
Uma teoria em particular identifica o carbono e o oxigênio como os principais agentes de arrefecimento. No entanto, na SDSS J102915+172927 a quantidade de carbono é menor do que o mínimo julgado necessário para que este arrefecimento se torne efetivo.
A estrela HE 1327-2326, descoberta em 2005, tem a menor abundância de ferro conhecida, mas é rica em carbono. A estrela agora analisada tem a menor proporção de metais conhecida quando consideramos todos os elementos químicos mais pesados que o hélio.
A chamada nucleossíntese primordial estuda a produção de elementos químicos com mais de um próton, alguns momentos após o Big Bang. Esta produção deu-se num curto espaço de tempo, permitindo que apenas hidrogênio, hélio e lítio se formassem.
A teoria do Big Bang prediz, e as observações confirmam, que a matéria primordial era composta essencialmente por 75% (em massa) de hidrogênio, 25% de hélio e alguns traços de lítio.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

HALO DA VIA LÁCTEA GIRA A UMA VELOCIDADE VERTIGINOSA


A Via Láctea e os seus pequenos companheiros estão cercados por um gigantesco halo de gás (a azul, na ilustração), com temperaturas de milhões de graus e que só se observa com telescópios de raios-X no espaço. Astrônomos aniversidade de Michigan descobriram que este halo quente enorme gira na mesma direção que o disco da Via Láctea e a uma velocidade comparável. Crédito: NASA/CXC/ M.Weiss/Ohio State/A Gupta et al.
 Astrônomos  da Universidade de Michigan descobriram que o gás quente no halo da Via Láctea
 está a girar na mesma direção e a uma velocidade aproximada à do disco da galáxia, que contém as estrelas, planetas, gás e poeira.
 Esta nova descoberta ajuda a compreender de que forma os átomos
 se agruparam para formar estrelas, planetas e galáxias como a nossa, e o que reserva o futuro para estas galáxias.
Edmund Hodges-Kluck, cientista assistente da investigação, disse: "Assumia-se que o disco da Via Láctea girava enquanto este enorme reservatório de gás quente permanecia estacionário - mas não é isso que acontece. O reservatório de gás quente está também a girar, embora não tão depressa como o disco."
A nova investigação, financiada pela NASA, utilizou dados de arquivo obtidos pelo Telescópio XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia, e foi recentemente publicada no Astrophysical Journal.
 O estudo centra-se no halo quente e gasoso da nossa galáxia, que é várias vezes mais vasto que o seu disco e composto por plasma ionizado
Tendo em conta que o movimento produz uma alteração no comprimento de onda
 da luz, os investigadores da Universidade de Michigan mediram estes desvios no céu usando linhas de oxigênio quente. Descobriram algo surpreendente: os desvios medidos mostram que o halo da Via Láctea gira na mesma direção que o seu disco e a uma velocidade muito semelhante: 643.738 km/h para o halo e 869.046 km/h para o disco.
"A rotação do halo quente é um indício incrível de como a Via Láctea se formou," disse Hodges Kluck. "Diz-nos que esta atmosfera
 quente é a fonte original de uma grande parte da matéria no disco."
Os cientistas há muito que tentam perceber porque razão quase todas as galáxias, incluindo a nossa, parecem ter matéria em falta, matéria que de outra forma eles esperariam encontrar. Os astrônomo acredita 80% da matéria no Universo é "matéria escura" que, até agora, só pode ser detetada através da força gravitacional que exerce. Mas mesmo a maior parte dos restantes 20% de matéria, dita "normal", está em falta nos discos das galáxias. Recentemente, foi descoberta no halo alguma da matéria em falta. Os investigadores da Universidade de Michigan dizem que conhecer a direção e a velocidade do halo giratório pode ajudar a perceber, em primeiro lugar, como a matéria lá chegou, e também a taxa a que a matéria se instala na galáxia.
"Agora que sabemos mais sobre a rotação, os teóricos irão usar este conhecimento para compreenderem a formação da Via Láctea - e qual será o seu destino," disse Joel Bregman, professor da astronomia do LSA College da Universidade de Michigan.
"Podemos servir-nos desta descoberta para sabermos muito mais - a rotação deste halo quente será um grande tópico para os futuros espectrógrafos de raios-X," concluiu Bregman.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

EXPLANETA RECEM-NASCIDO É OBSERVADO EM TORNO DE ESTRELA JOVEM


Ilustração do exoplaneta K2-33b, um dos mais jovens detetados até à data. Completa uma órbita em torno da sua estrela em cerca de cinco dias. Créditos: NASA/JPL-Caltech. Os astrónomos anunciaram a descoberta do mais jovem exoplaneta
, completamente formado, até agora detetado. A descoberta foi feita através do telescópio espacial Kepler, da NASA, e da sua missão K2, e também do Observatório W. M. Keck, em Mauna Kea, Havai. 
O planeta agora descoberto, K2-33b, é um pouco maior que Neptuno e completa uma órbita
 em torno da sua estrela a cada cinco dias. Tem entre 5 a 10 milhões de anos de idade, tornando-se num dos poucos planetas recém-nascidos encontrados até o momento.
"A Terra tem aproximadamente 4,5 mil milhões de anos," disse Trevor David, do Caltech, em Pasadena, autor de um novo estudo publicado a 20 de junho de 2016 na edição online da revista Nature. "Em comparação, o planeta K2-33b é muito jovem. Podemos pensar nele como uma criança." David trabalha com o astrónomo Lynne Hillenbrand, também do Caltech.
A formação de planetas é um processo complexo que permanece envolto em mistério. Os astrónomos descobriram e confirmaram até agora cerca de 3000 exoplanetas; no entanto, quase todos têm estrelas hospedeiras de meia-idade, com mil milhões de anos ou mais. Tentar compreender os ciclos de vida de sistemas planetários usando os exemplos existentes é como tentar compreender as primeiras fases do crescimento humano, dos bebés aos adolescentes, estudando apenas adultos.
"Este planeta recém-nascido vai ajudar-nos a perceber melhor como se formam os planetas, o que é importante para compreendermos os processos que levaram à formação da Terra," disse o coautor do estudo, Erik Petigura, do Caltech.
Os primeiros sinais de existência do planeta foram medidos pela missão K2. A câmara do telescópio detetou uma diminuição periódica da luz emitida pela estrela hospedeira, sinal de que um planeta em órbita poderia estar a passar regularmente em frente à estrela, bloqueando a luz. Os dados do Observatório Keck validaram esta hipótese e também ajudaram a confirmar que se tratava de um planeta jovem.
Medições no infravermelho
 realizadas pelo Telescópio Espacial Spitzer
, da NASA, mostraram que o sistema da estrela está rodeado por um fino disco de detritos planetários, indicando que a fase de formação planetária está a terminar. Os planetas formam-se a partir de discos espessos de gás e poeira, os disco protoplanetários, que rodeiam as estrelas jovens.
"Inicialmente, este material pode esconder planetas em formação, mas depois de alguns milhões de anos a poeira começa a dissipar-se," disse a coautora Anne Marie Cody, do Programa de Pós-Doutoramento da NASA no Ames Research Center, Silicon Valley, Califórnia. "É durante esta janela no tempo que podemos começar a detetar, com o K2, as assinaturas de planetas jovens."
Uma característica surpreendente desta descoberta é o facto de K2-33b se encontrar muito próximo da sua estrela. O planeta está quase 10 vezes mais próximo da estrela que Mercúrio
 do Sol
, o que o torna muito quente. Um grande número de exoplanetas mais velhos foram encontrados em órbitas muito próximas das suas estrelas e os astrónomos têm tentado explicar este facto. Uma hipótese é a de os planetas se terem formado longe da estrela e migrado para mais perto, num processo a que se dá o nome de “migração de disco” e que pode durar centenas de milhões de anos. Ora, isto não explica a localização de K2-33b, que é bem mais jovem. Outra hipótese é a de o planeta se ter formado in situ - exatamente onde está. Como se percebe, a descoberta de K2-33b fornece aos teóricos novos elementos para ponderar.
"Após as primeiras descobertas de exoplanetas massivos em órbitas próximas, há cerca de 20 anos, foi imediatamente sugerido que estes podiam não se ter formado no lugar em que foram descobertos; contudo, nos últimos anos, as teorias de formação in situ ganharam terreno, pelo que a Ideia já não parece tão estranha como antes,” disse David. E acrescentou: "A questão que estamos a tentar responder é esta: estes grandes planetas terão levado muito tempo a entrar nestas órbitas quentes, ou poderão ter estado lá desde muito cedo? Pelo menos neste caso, a última hipótese parece provável."

terça-feira, 16 de agosto de 2016

CONFIRMADO: PLANETA IRMÃO DA TERRA ESTÁ ORBITANDO A ESTRELA PRÓXIMA CENTAURO


exoplaneta - alpha centauri
Descoberta deve ser oficializada em breve pelo Observatório Europeu do Sul, e astrônomos já estão eufóricos! Exoplaneta descoberto na Proxima Centauri." Créditos: Asteroid Initiatives / Twitter / divugação
Segundo fontes do jornal alemão Der Spiegel, os cientistas estão se preparando para anunciar uma descoberta surpreendente, que pode causar uma verdadeira comoção no mundo astronômico, sobretudo na possibilidade de vida extraterrestre não tão longe do nosso planeta.
A descoberta seria de um exoplaneta orbitando a estrela Próxima Centauri, pertencente ao sistema de Alpha Centauri, a vizinha mais próxima do nosso Sistema Solar, a apenas 4.2 anos-luz de distância. A informação, segundo o jornal, teria sido vazada por uma fonte confiável, ligada ao Observatório Europeu do Sul (ESO), responsável pela descoberta e pelo iminente anúncio.
A estrela Próxima Centauri é a estrela mais próxima da Terra, e foi descoberta em 1915, e é uma de 3 estrelas do sistema Alpha Centauri. A constelação de Centauro é facilmente visível, principalmente do hemisfério sul.
"Acredita-se que o planeta (ainda sem nome) seja do tipo-Terra, e orbita a estrela Proxima Centauri a uma distância que permitiria a existência de água líquida em sua superfície, um importante requisito para a possibilidade de vida", diz o artigo da revista Der Spiegel.
"Nunca antes foi descoberto uma segunda Terra tão próxima da nossa", relatou o jornal, dizendo ainda que o ESO irá realizar o anúncio oficial no fim de agosto.
Jornalistas e cientistas entraram em contato com Richard Hook, porta-voz do próprio ESO, e questionaram tal afirmação. Richard disse estar ciente sobre os rumores, mas que infelizmente não poderia confirmar ou negá-lo. "Não estamos comentando sobre esse assunto", completou.
A descoberta teria sido feita utilizando o Observatório La Silla, no Chile, que coincidentemente anunciou a existência de um exoplaneta orbitando Alpha Centauri b, em 2012, mas que após novas observações acabou tendo sua existência descartada, com a explicação de que teria sido um falso artefato.
Um planeta orbitando a estrela Próxima Centauri - por que é tão importante?
A NASA já anunciou a descoberta de milhares de planetas extrassolares, mas a grande maioria é muito quente, ou muito frio, ou são gigantes de gás, como Júpiter ou Netuno. Em 2015, a Agência Espacial Norte Americana revelou a descoberta de um exoplaneta descrito como "gêmeo mais próximo da Terra". Chamado Kepler-452b, o planeta seria 60% maior do que a Terra e com o dobro de sua gravidade. Além disso, esse exoplaneta poderia ter vulcões ativos, oceanos, céu colorido como o nosso, e um ano com 385 dias. Mas sua distância de 1.400 anos-luz acaba com qualquer esperança de conhecermos esse irmão gêmeo num futuro próximo...
Em comparação, um exoplaneta orbitando a estrela Próxima Centauri, se confirmado, estaria a apenas 4.2 anos-luz de distância. Considerando a escala do Universo, ele está logo ali, do nosso lado, e novas formas de viagem rápida que venham a ser criadas poderiam ser suficientes para a humanidade conhecê-lo bem de perto, talvez até mesmo nessa geração!

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

OBSERVADO UM GIGANTESCO VAZIO ESTELAR NO INTERIOR DA VIA LÁCTEA


Ilustração da distribuição inferida de estrelas jovens, aqui representadas por Cefeidas (pontos azuis), no plano de fundo de um desenho da Via Láctea. À exceção de um pequeno grupo no centro da galáxia, os 8000 anos-luz centrais parecem ter muito poucas Cefeidas e, consequentemente, poucas estrelas jovens. Crédito: The University of Tokyo. Segundo uma equipa internacional, liderada pelo Professor Noriyuki Matsunaga, da Universidade de Tóquio, será necessário revermos o nosso conhecimento sobre a Via Láctea
Astrônomos japoneses, sul-africanos e italianos descobriram que há uma enorme região em torno do centro da nossa galáxia desprovida de estrelas jovens.
 A equipa publicou o seu estudo num artigo, na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
A Via Láctea é uma galáxia espiral que contém muitos milhares de milhões de estrelas, com o nosso Sol a cerca de 26000 anos-luz.
 do seu centro. A medição da distribuição destas estrelas é crucial para compreendermos como se formaram e evoluíram as galáxias. As Cefeidas, estrelas variáveis que pulsam, são ideais para este efeito. Com idades compreendidas entre os 10 e os 300 milhões de anos, são muito mais jovens que o Sol (4,6 mil milhões de anos) e pulsam em brilho
 num ciclo regular. A duração deste ciclo está relacionada com a luminosidade
 da Cefeida. Por isso, através de monitorização, os astrônomos podem determinar o brilho efetivo da estrela, compará-lo com o que vemos da Terra e estabelecer a que distância se encontra.
Mesmo assim, encontrar Cefeidas no interior da Via Láctea é difícil, já que a Galáxia está cheia de poeira interestelar
 que bloqueia a luz e esconde muitas das estrelas. A equipa de Matsunaga compensou este efeito com a análise de observações no infravermelho próximo
 feitas com um telescópio do Japão e da Africa do Sul localizado em Sutherland, África do Sul. Para sua surpresa, quase não encontraram Cefeidas numa enorme região que se estende por milhares de anos-luz a partir do núcleo da Galáxia.
"Já tínhamos descoberto, há algum tempo, que há Cefeidas no centro da Via Láctea (numa região com um raio de aproximadamente 150 anos-luz). Agora, descobrimos que, fora dessa região, há um enorme vazio de Cefeidas, estendendo-se até 8000 anos-luz do centro" explicou Noriyuki Matsunaga.
Isto sugere que uma grande parte da nossa galáxia, o Disco Interno Extremo, não tem estrelas jovens. Michael Festa, coautor do estudo, observou: "As nossas conclusões contrariam outro trabalho recente, mas estão de acordo com o trabalho de radioastrônomos que não observam novas estrelas a nascer neste deserto."
Giuseppe Bono, outro dos autores, apontou ainda: "os resultados atuais indicam que, nesta grande região, não houve formação de estrelas significativa ao longo de centenas de milhões de anos. O movimento e a composição química das novas Cefeidas estão a ajudar-nos a entender melhor a formação e evolução da Via Láctea."
As Cefeidas têm sido mais usada para medir as distâncias de objetos no Universo longínquo, e este novo trabalho é um exemplo de como a mesma técnica pode revelar a estrutura da nossa própria galáxia.

domingo, 14 de agosto de 2016

TELESCÓPIO KEPLER OBSERVA DANÇA CÓSMICAS NAS PLÊADES


Esperamos que ao comprar nossos resultados com os de outros aglomerados estelares, aprendamos mais sobre a relação entre a rotação, a massa de uma estrela, sua idade e até mesmo a história de seus sistemas planetários – diz Luisa Rebull, pesquisadora do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e líder da pesquisa, cujos resultados foram relatados em três artigos publicados no periódico científico “Astronomical Journal”.
As estrelas do aglomerado das Plêiades executam piruetas frequentes. Esta “dança”, no entanto, está fora de sincronia, com cada astro girando a uma velocidade diferente. Agora, no entanto, o telescópio espacial Kepler mediu pela primeira vez a velocidade de rotação de boa parte das estrelas das Plêiades, informação que vai ajudar os astrônomos a melhor compreender a evolução das estrelas, assim como e onde planetas se formariam em torno delas.
Aglomerado estelar do tipo aberto, as Plêiades são os mais próximos e facilmente identificáveis objetos deste tipo no céu, a apenas cerca de 445 anos-luz de distância da Terra. Como boa parte dos aglomerados, suas estrelas têm aproximadamente a mesma composição e idade, o que faz deles verdadeiros laboratórios cósmicos para o estudo da evolução estelar. No caso das Plêiades, sua idade é estimada em aproximadamente 125 milhões de anos, “jovens adultas” que estariam numa fase de sua evolução em que provavelmente giram o mais rápido que o farão em toda sua existência.
À medida que as estrelas envelhecem, porém, sua velocidade de rotação diminui, “freada” pela intensa emissão de partículas carregadas, conhecida como “vento estelar” (no caso do nosso Sol, o mesmo fenômeno é chamado “vento solar”). E foi justamente em busca de mais detalhes sobre como este processo acontece que Rebull e colegas mergulharam nos dados do Kepler.
Lançado em 2009, o Kepler é um prolífico caçador de planetas extrassolares, isto é, que orbitam estrelas que não nosso Sol. Durante quatro anos, o telescópio espacial ficou fixamente apontado para uma pequena região do céu na direção das constelações de Cygnus (Cisne) e Lira, coalhada com cerca de 150 mil estrelas. Equipado com um fotômetro hipersensível, ele é capaz de detectar as ínfimas variações no brilho das estrelas que observa provocadas pela passagem de um planeta entre elas e a Terra de nosso ponto de vista, fenômeno conhecido na astronomia como “trânsito”, tendo revelado mais de 5 mil candidatos aos também conhecidos como exoplanetas, dos quais centenas foram confirmados nos últimos anos.
Sucessivas falhas em dois dos quatro giroscópios que possibilitavam ao Kepler manter o “olhar” fixo na região do céu que estudava, no entanto, encurtaram sua missão principal, encerrada em maio de 2013. Depois de muito trabalho, porém, os cientistas da Nasa conseguiram recuperar pelo menos parte da sua capacidade de fazer descobertas científicas, dando início, em maio de 2014, à chamada missão K2. E foi justamente ao longo desta segunda missão que foram feitas as observações das Plêiades.
Graças ao seu amplo campo de visão, o Kepler acompanhou o comportamento de cerca de mil estrelas do aglomerado ao longo de 72 dias. Neste período, o telescópio espacial acumulou informações que permitiram medir a velocidade de rotação de mais de 750 delas, incluindo cerca de 500 das estrelas de menor massa, tamanho e brilho das Plêiades cujo giro não pode ser detectado pelos atuais instrumentos em terra. E ele fez isso usando exatamente a mesma capacidade que o tornou tão bem-sucedido caçador de planetas. Neste caso, no entanto, as pequenas mudanças no brilho das estrelas do aglomerado resultam das sucessivas passagens na superfície visível dos astros das manchas estelares, o equivalente às manchas solares em nosso Sol. À medida que estas manchas entram e saem do campo de visão do Kepler, o brilho das estrelas varia, oferecendo um parâmetro para medir sua velocidade de rotação.
As observações do Kepler revelaram então um padrão: quanto mais maciça a estrela, menor sua velocidade de rotação. Enquanto as gigantes e quentes estrelas azuis do aglomerado completam um giro a cada um a 11 dias, muitas das estrelas menores e de baixa massa executam sua pirueta em menos de 24 horas (a título de comparação, nosso Sol, uma estrela anã amarela de “meia idade”, leva entre 24 e 26 dias para realizar um giro completo). Nas Plêiades, esta população de estrelas menores tem massas que vão desde um pouco maior a apenas 10% do Sol.
- No “balé” das Plêiades, vemos que as rotadoras lentas tendem a ser as estrelas mais maciças, enquanto que as que giram rápido são estrelas muito leves.
Segundo os cientistas, a explicação para esta diferença estaria na própria estrutura interna das estrelas. Nos astros maiores, seus enormes núcleos são envoltos por uma fina camada de material estelar em processo de convecção, movimento circular similar ao que vemos num panela de água fervente. Já as estrelas menores consistem quase inteiramente de regiões convectivas turbulentas. Assim, à medida que as estrelas envelhecem, o mecanismo magnético que freia seu giro reduz mais a velocidade da fina camada externa dos astros maiores do que as relativamente mais grossas e turbulentas camadas externas dos menores


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

O QUE HÁ NO INTERIOR DE CERES? SONDA ESPACIAL DAWN TRAZEM NOVAS INFORMAÇÕES

http://www.nasa.gov/sites/default/files/thumbnails/image/pia20867.jpg
Esta impressão artística mostra um diagrama de como o interior de Ceres poderia estar estruturado, baseado nos dados sobre o campo gravitacional do planeta anão obtidos pela missão DAWN da NASA. Créditos: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA
Infelizmente, nas dezenas de milhares de fotos transmitidas pela sonda DAWN da NASA, o interior de Ceres é invisível. Entretanto, os cientistas têm informações poderosas para entender a estrutura interna de ceres: o próprio movimento da DAWN na órbita de Ceres.
Tendo em vista que a gravidade domina a órbita da DAWN em Ceres, os cientistas podem medir variações na gravidade de Ceres por meio de mudanças sutis no movimento da espaçonave em órbita. Usando dados da DAWN, os cientistas mapearam as variações na gravidade de Ceres pela primeira vez através de novo estudo publicado na revista Nature, o qual fornece pistas para a estrutura interna do planeta anão.
Ryan Park, autor líder do estudo e supervisor do grupo de dinâmica do Sistema Solar no JPL (Jet Propulsion Laboratory) da NASA em Pasadena, Califórnia, nos contou:
Os novos dados sugerem que Ceres tem um interior fraco e que a água e outros materiais leves se separaram parcialmente da rocha durante uma fase de aquecimento no início de sua história.
O campo gravitacional de Ceres é medido através do monitoramento dos sinais de rádio enviados até à DAWN os quais, em seguida, são recebidos aqui na Terra através da DSN (Deep Space Network) da NASA. Esta rede de comunicação é uma coleção de grandes antenas situadas em três locais espalhados pelo mundo as quais interagem com as espaçonaves interplanetárias. Usando estes sinais, os cientistas podem medir a velocidade da sonda DAWN com uma precisão de até 0,1 mm por segundo e depois calcular os detalhes do campo de gravidade.
Ceres tem uma propriedade especial chamada “equilíbrio hidrostático”, que foi confirmada nesse estudo. Isto significa que o interior de Ceres é fraco o suficiente para que a sua forma seja regulada pela maneira pela qual ele gira. Os cientistas chegaram a essa conclusão comparando o campo gravitacional de Ceres com o seu formato. O “equilíbrio hidrostático” de Ceres é uma das razões pelas quais os astrônomos classificaram o maior objeto do Cinturão Principal de Asteroides, entre Marte e Júpiter, como planeta anão em 2006.
Os dados implicam que Ceres é realmente “diferenciado”, o que significa que tem camadas de composição distinta a diferentes profundidades, sendo a mais densa no núcleo. Os cientistas também confirmaram que Ceres é muito menos denso do que a Terra, a Lua, do que o gigantesco asteroide Vesta (o alvo anterior inspecionado pela missão DAWN) e outros corpos rochosos do nosso Sistema Solar. Além disso, há muito que se suspeitava que Ceres continha materiais de baixa densidade, como água gelada, que o estudo mostra que se separaram do material rochoso e subiram até à camada mais exterior juntamente com outros materiais leves.
Ryan Park explicou:
Nós descobrimos que as divisões entre diferentes camadas são menos pronunciadas no interior de Ceres do que na Lua e em outros planetas do nosso Sistema Solar. A Terra, por exemplo, com seu núcleo metálico, manto semifluido e crosta exterior, tem uma estrutura bem mais claramente definida do que Ceres.
Os astrônomos também detectaram que as áreas de alta elevação de Ceres deslocam massa no interior. Isto é análogo ao modo como um barco flutua na água: a quantidade de água deslocada depende da massa do barco. Da mesma forma, os cientistas concluem que o manto fraco de Ceres pode ser puxado pela massa de montanhas e outra topografia elevada na camada externa, como se as áreas de alta elevação “flutuassem” sobre o material abaixo. Este fenômeno já foi observado anteriormente em outros planetas, incluindo a própria Terra, mas este estudo é o primeiro a confirmá-lo em Ceres.
A estrutura de densidade interna, com base nos novos dados de gravidade capturados pela DAWN, ensina aos cientistas mais sobre os processos internos que podem ter ocorrido no início da história de Ceres. Combinando esta nova informação com dados anteriores da composição superficial de Ceres pela DAWN, os cientistas podem tentar reconstruir essa história: a água deve ter estado móvel no antigo subsolo, mas o interior não aqueceu até às temperaturas em que os silicatos derretem e que um núcleo metálico se forma.
Carol Raymond, coautora e vice investigadora líder da DAWN no JPL, destacou:
Nós sabemos, graças aos estudos anteriores da DAWN, que devem ter ocorrido interações entre a água e a rocha no interior de Ceres. Tal, combinado com a nova estrutura de densidade, nos conta que Ceres passou por uma história térmica complexa.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

ANÃ BRANCA CASTIGA ANÃ VERMELHA COM RAIO MISTERIOSO


Astrônomos utilizaram o Very Large Telescope do ESO, e mais outros telescópios tanto no solo como no espaço, e descobriram um novo tipo de estrela binária bastante exótica. No sistema AR Scorpii, uma anã branca em rotação rápida acelera elétrons até quase à velocidade da luz. Estas partículas de alta energia libertam quantidades de radiação que fuzilam a estrela companheira, uma anã vermelha, fazendo com que todo o sistema pulse drasticamente a cada 1,97 minutos e libere radiação que vai do ultravioleta até as ondas de rádio. Este trabalho será publicado na revista Nature em 28 de julho de 2016.
Em maio de 2015, um grupo de astrônomos amadores da Alemanha, Bélgica e Reino Unido encontrou um sistema estelar que se comportava de um modo nunca antes observado. Observações feitas em seguida, lideradas pela Universidade de Warwick e fazendo uso de vários telescópios, colocados tanto no solo como no espaço [1], revelaram a verdadeira natureza deste sistema até então mal identificado.
O sistema estelar AR Scorpii, ou AR Sco, situa-se na constelação do Escorpião e está a 380 anos-luz de distância da Terra. É composto por uma anã branca  em rotação rápida, do tamanho da Terra mas com cerca de 200 mil vezes mais massa, e por uma anã vermelha fria com um terço da massa do Sol  que se orbitam mutuamente com um período de 3,6 horas, executando uma dança cósmica tão regular como um relógio.
Este sistema binário de estrelas exibe um comportamento muito violento. Altamente magnetizada e girando muito depressa, a anã branca acelera elétrons até quase à velocidade da luz. À medida que estas partículas de alta energia se deslocam no espaço, liberam radiação num raio semelhante a um farol, que fuzila a anã vermelha fria, fazendo com que todo o sistema brilhe e apague a cada 1,97 minutos. Estes pulsos poderosos incluem radiação nas frequências de rádio, algo que nunca tinha sido antes detectado num sistema com uma anã branca.
O investigador principal Tom Marsh, do Grupo de Astrofísica da Universidade de Warwick, comenta: “AR Scorpii foi descoberta há mais de 40 anos, mas não suspeitamos da sua verdadeira natureza até começarmos a observá-la em 2015. Percebemos que estávamos vendo algo extraordinário poucos minutos depois de começarmos as observações.”
As propriedades observadas de AR Sco são únicas e misteriosas. A radiação emitida ao longo de uma grande gama de frequências indica emissão de elétrons acelerados em campos magnéticos, o que pode ser explicado pela anã branca em rotação. A fonte de elétrons propriamente dita permanece, no entanto, um mistério — não é claro se estará associada à própria anã branca ou à sua companheira mais fria.
AR Scorpii foi inicialmente observada no início da década de 1970 e as suas flutuações de brilho regulares a cada 3,6 horas fizeram com que fosse erroneamente classificada como uma estrela variável isolada. A verdadeira natureza da variação em luminosidade de AR Scorpii foi revelada graças aos esforços conjuntos de astrônomos profissionais e amadores. Uma pulsação semelhante tinha sido já observada anteriormente, mas vinda de estrelas de nêutrons — alguns dos objetos celestes mais densos conhecidos no Universo — e não de anãs brancas.
Boris Gänsicke, co-autor do novo estudo e também da Universidade de Warwick, conclui: “Conhecemos estrelas de nêutrons pulsando há quase 50 anos e algumas teorias previam que as anãs brancas poderiam também apresentar um comportamento semelhante. É muito excitante termos descoberto um tal sistema e é também um exemplo fantástico de colaboração entre astrônomos amadores e profissionais.”

domingo, 7 de agosto de 2016

CANAIS EM MARTE: ELES SÃO OU NÃO FORMADOS POR ÁGUA?

canais em Marte não são criados por fluxos de água
 Recentemente tem se falado bastante de um novo comunicado da NASA sobre os famosos canais marcianos. No comunicado, os cientistas afirmam que os canais em Marte não foram esculpidos pela água, e é basicamente isso que tem se noticiado em diversos sites especializados ao redor do mundo. Mas o fato é que existe uma diferença entre os "canais" e as "linhas escuras de encostas (RSL)".
Quando a NASA cita os "canais", ela quer dizer as fissuras profundas, diferente das "RSLs", que são apenas linhas escuras. Portanto, a nova revelação sobre os "canais marcianos" não têm relação com as linhas escuras.
Diferença entre canais e linhas escuras em Marte
Diferença entre canais e linhas escuras em Marte
Créditos: NASA / JPL-Caltech / Mars Reconnaissance Orbiter
E com relação aos "canais" de Marte, novas observações mais detalhadas não conseguiram encontrar evidências de água líquida naquelas formações.
Um novo mapa composto feito pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostra a composição química de uma região repleta de canais, e a conclusão foi que "não há água líquida abundante ou bioprodutos" nas fissuras, de acordo com um comunicado oficial emitido pela NASA.
Por outro lado, em relação as linhas escuras (ou RSL), o entendimento vigente é que elas foram formadas por fluxos de água líquida. Isso não mudou. Estamos falando apenas dos canais profundos.
Se não é água, é o quê?
Os cientistas têm algumas explicações sobre a formação dos canais marcianos, mas a que mais chama a atenção diz que "os canais poderiam ser comuns em Marte, e ocorreriam entre as latitudes 30 e 50 em ambos hemisférios, geralmente em encostas viradas para os polos", disse a NASA em um comunicado.
No novo estudo, um grupo liderado pelo cientista planetário Jorge Nunez, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, estudou imagens de alta resolução feitas com mais de 100 canais, e as informações sobre sua composição química foram adquiridas através do espectrômetro CRISM, da sonda MRO.
canais em Marte - espectrômetro
Canais em Marte - espectrômetro, Imagem feita pela câmera HiRISE da sonda Mars Reconnaissance Orbiter mostra diversos canais em Marte.
Podemos ver a mesma imagem na versão crua (superior) e na versão composta com dados do espectrômetro CRISM (inferior).Créditos: NASA / JPL-Caltech / UA / JHUAPL
"Nós esperávamos encontrar evidências de água líquida, como sais hidratados, como foram vistos nas linhas escuras", disse Jorge. "Mas não encontramos tais evidências nos canais investigados."
De acordo com Jorge Nunez, o mecanismo principal que poderia estar criando os canais marcianos é o congelamento e descongelamento de dióxido de carbono. Apesar disso, o estudo ainda não é conclusivo, mas dá suporte a modelos anteriores que já sugeriam essa hipótese.
Conclusão
Na Terra, formações iguais aos canais marcianos geralmente são criadas por fluxos de água líquida, e ao que tudo indica, essa regra não se aplica ao Planeta Vermelho, Por outro lado, ainda temos as linhas escuras, que são comprovadamente formadas por fluxos de água líquida.
Nem tudo é o que parece, e nem tudo que se parece tem a mesma origem...
Imagens: (capa-NASA/MRO) / NASA / JPL-Caltech / Mars Reconnaissance Orbiter / UA/JHUAPL

sábado, 6 de agosto de 2016

ASTRÔNOMOS ENTENDEM MELHOR OS CAMPOS MAGNÉTICOS DE ESTRELAS COMO O SOL

Ilustração de GJ 3253
Um novo estudo de quatro estrelas de baixa massa pode ter implicações importantes para a compreensão do campo magnético do Sol
Os campos magnéticos são responsáveis ​​por tempestades solares que podem gerar auroras, Knock Out satélites, e afetam os astronautas no espaço.
A emissão de raios-X é um excelente indicador de força do campo magnético de uma estrela.
Duas estrelas de baixa massa observadas com Chandra e dois pelo ROSAT mostraram a sua emissão de raios-X foi semelhante ao de estrelas como o Sol
Os campos magnéticos no Sol e nas estrelas como ele é responsável por grande parte do seu comportamento, incluindo a geração de poderosas tempestades que podem produzir auroras espetaculares da Terra, sistemas de energia elétrica danos, Knock Out satélites de comunicações e afetam os astronautas no espaço. Como discutido no nosso mais recente comunicado de imprensa , uma nova pesquisa baseada em dados provenientes do Observatório de Raios-X Chandra da NASA está a ajudar os astrônomos a entender melhor como esses campos magnéticos são produzidos.
Ao comparar a emissão de raios-X , um excelente indicador de força do campo magnético de uma estrela, entre estrelas de pequena massa e do Sol, um par de astrónomos foi capaz de encontrar uma pista importante sobre como uma estelar e seus campos magnéticos são gerados.
Ilustração de GJ 3253
GJ 3253
Uma estrela parecida com o Sol, contendo uma zona de radiação e convecção
O Sol e as estrelas com aproximadamente a mesma massa têm uma estrutura interna dividida com uma zona de radiação interna (energia se move para fora) e uma zona de convecção exterior (que circula a energia).
Estrelas com massas significativamente mais baixos, no entanto, não possuem uma tal estrutura diferenciada. Em vez disso, o processo de convecção é dominante em toda a estrela, que é retratado na ilustração do artista no painel principal do gráfico.
Os pesquisadores neste mais recente estudo examinou quatro estrelas de pequena massa - duas com Chandra e dois com dados de arquivo de o satélite ROSAT - e encontrou a sua emissão de raios-X que foi semelhante ao de estrelas como o Sol (A inserção no gráfico mostra os dados de uma destas estrelas de pequena massa, GJ 3253 de Chandra).
Este resultado foi surpreendente porque muitos cientistas pensam que a fronteira entre as zonas de radiação e convecção no sol e -como estrelas contribuem para a resistência de seu campo magnético. Se as estrelas sem uma fronteira têm relativamente poderosos campos magnéticos, então esta teoria pode ter de ser reexaminadas.
Um papel que descreve estes resultados por Wright e Drake aparece na edição de 28 de julho da revista Nature e está disponível on-line . Da NASA Marshall Space Flight Center, em Huntsville, Alabama, gerencia o programa Chandra para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington. O Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, controla as operações científicas e de voo de Chandra.
Fatos para GJ 3253:
Crédito Raio-X: NASA / CXC / Univ Keele / N.Wright et al; Ilustração: NASA / CXC / M.Weiss
Data de lançamento 27 de julho de 2016
Escala imagem de raios-X é de 20 segundos de arco em todo (cerca de 0,003 anos-luz)
categoria Normais Clusters Estrelas & estrela
Coordenadas (J2000) RA 41.70s 03h 52m | Dez + 17 ° 01 '05.70 "
constelação Touro
Data de Observação 25 de setembro de 2013
Tempo de observação 5 horas 45 minutos.
Obs. identidade 14603
Instrumento ACIS
Referências Wright, N. et al, 2016, Nature 535, 526-528; arXiv: 1.607,07870
Código de cores raios-X (rosa) 
Distância Estimada Cerca de 31 anos-luz (z = 0,003)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

NASA DIVULGA NOVA IMAGEM DE PLUTÃO

No lado esquerdo, é possível ver as silhuetas sombrias de planaltos acidentados do planeta anão. À direita, a luz solar revela montanhas de quase quatro metros.
A imagem, capturada pela sonda New Horizons em 14 de julho, revela o planeta-anão com uma das faces iluminada pelo Sol, semelhante à fase crescente da Lua
No lado esquerdo, é possível ver as silhuetas sombrias de planaltos acidentados do planeta anão. À direita, a luz solar revela montanhas de quase quatro metros.
No lado esquerdo, é possível ver as silhuetas sombrias de planaltos acidentados do planeta anão. À direita, a luz solar revela montanhas de quase quatro metros. (NASA/Reprodução)
A Nasa divulgou na última semana uma nova foto de Plutão iluminado pelo Sol. A fotografia, feita apenas 15 minutos depois do rasante histórico da missão New Horizons sobre o planeta-anão, em 14 de julho, revela o que a agência espacial americana chamou de “crescente deslumbrante”. Visto a 18.000 quilômetros de distância, o que oferece uma resolução equivalente 700 metros por pixel, Plutão é iluminado pelo Sol e exibe detalhes de sua tênue atmosfera.
Do lado esquerdo da imagem – a face “noturna” – é possível observar as silhuetas dos planaltos acidentados do planeta-anão. À direita, a luz solar revela montanhas de até 3.500 metros, que contornam a gelada Planície Sputnik (região em forma de coração), além de algumas geleiras.
Essa é só uma das várias imagens que a Nasa está recolhendo da New Horizons. Uma versão anterior dessa fotografia mostrava apenas uma parte do brilho do Sol em Plutão. No entanto, uma equipe de astrônomos processou a ilustração para que ficasse mais nítida.
As primeiras imagens enviadas pela missão New Horizons, antes mesmo da maior aproximação, de 13.691 quilômetros da superfície de Plutão, revelaram que o seu diâmetro é de 2.370 quilômetros – 70 quilômetros a mais que o esperado. Com isso, torna-se o maior planeta-anão do Cinturão de Kuiper, região do espaço onde o planeta-anão se localiza.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

PLANETA DESCOBERTO PARECIDO COM A TERRA PODE SER O MAIS IMPORTANTE ATÉ O MOMENTO

GJ 1132bApesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b tenha atmosfera.
Chamado GJ1132b, o novo exoplaneta descrito na revista ‘Nature’ está tão próximo da superfície terrestre que possibilitará medições inéditas em sua atmosfera
GJ 1132bApesar das altas temperaturas, os cientistas acreditam que o GJ1132b tenha atmosfera. (Dana Berry/Divulgação)
Um novo planeta parecido com a Terra situado fora do Sistema Solar foi identificado pelos astrônomos a uma proximidade inédita. A 39 anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) da superfície terrestre, o GJ1132b está tão perto de nós (“perto” em termos astronômicos, pois nessa área as medidas costumam ser feitas em centenas de anos-luz) que possibilitará medidas na atmosfera, de massa e densidade que jamais foram feitas em um exoplaneta. Por esse motivo, o novo mundo está sendo considerado pelos cientistas como “o mais importante” planeta semelhante à Terra já encontrado.
O corpo celeste, descrito na última edição da revista Nature, está localizado na Constelação de Vela, é rochoso e está três vezes mais perto de nós que qualquer outro planeta com características semelhantes à Terra. De acordo com os astrônomos, o GJ1132b orbita uma estrela anã vermelha com um quinto do tamanho do Sol. Contudo, o planeta está tão próximo a ela que a temperatura em sua superfície pode chegar a 260°C. Isso impossibilita a retenção de água líquida e o torna inóspito para a existência de vida, mas não é quente o bastante para torná-lo incapaz de ter uma atmosfera.
“Se descobrirmos que esse planeta conseguiu ‘segurar’ sua atmosfera por bilhões de anos, isso traz bons indícios de que haja outros planetas, menos quentes, que tenham atmosferas e possam abrigar vida”, disse Zachory Berta-Thompson, pesquisador do Massachusetts Institutte of Technology (MIT) e um dos autores do estudo, em comunicado. “Finalmente temos um alvo para pontar nossos telescópios e, assim, podermos ir mais fundo na pesquisa sobre planetas rochosos.”
Alvo futuro – Para detectar o exoplaneta, os astrônomos usaram oito telescópios robóticos do Observatório de Cerro Tololo, no Chile. De acordo com os cientistas, a órbita do GJ1132b em torno de sua estrela dura 1,6 dias. Além disso, enquanto um lado do corpo celeste está à luz do dia, o outro está virado para a escuridão.
De acordo com os astrônomos, o exoplaneta será um dos principais alvos para futuras missões. Além disso, a equipe de cientistas usará os telescópios espaciais Hubble e Spitzer para observar outros detalhes do GJ1132b, como a velocidade de sues ventos ou mesmo a cor do nascer e pôr-do-sol.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

ENCELADUS CRESCENTE MAIS UM MISTÉRIO OBSERVADO EM LUA DE SATURNO

Enceladus, uma das 62 luas de Saturno
Enceladus, uma das 62 luas de Saturno (Nasa/Divulgação)
A Nasa divulgou nova foto de Enceladus, uma das luas de Saturno que mais intriga os cientistas, pois abriga um oceano sob sua superfície gelada que poderia abrigar vida
A Nasa divulgou uma foto espetacular que mostra o satélite parcialmente coberto pela sombra de Saturno, formando um belo “crescente” acima dos anéis gelados do planeta.
A foto foi feita em 29 de julho pela sonda Cassini, que desde 2004 orbita o planeta. As lentes estavam a uma distância de aproximadamente 1 milhão de quilômetros de Enceladus. De acordo com a Nasa, tanto os anéis de Saturno quanto a lua são feitos de água congelada, mas cada um tem características próprias. Enquanto os anéis do planeta são formados de partículas geladas e, geologicamente inertes, Enceladus possui forças que aquecem seu interior e conseguem manter o que os cientistas acreditam que seja um oceano sob a superfície gelada. Para os cientistas, oceanos que reúnem água na forma líquida são os lugares mais propícios para abrigar alguma forma de vida fora da Terra.
Jatos d’água – Periodicamente, o polo Sul de Enceladus emite jatos d’água, que foram objeto de uma missão da sonda Cassini. Em 28 de outubro, a sonda completou um voo rasante sobre o satélite, em que recolheu material dos jatos, o que o cientista Chris McKay, da Nasa, chamou de “amostras grátis” do oceano submerso. O objetivo principal da missão, feita em conjunto pela Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Agência Espacial Italiana, é verificar a quantidade de hidrogênio contido nessas gotas, que indicaria qual a energia e calor gerados pelas reações químicas que estariam ocorrendo no oceano do satélite.
<p>Vista das fraturas da superfície do polo Norte de Enceladus, lua de Saturno, em foto de 14 de outubro de 2015 feita pela sonda Cassini</p>
Enceledus: Fraturas e fissuras mostram por onde ocorre a passagem dos jatos direto para o espaço abastecendo os anéis de Saturno
Se for detectado hidrogênio e suas análises indicarem possibilidades de atividade vital, novas missões podem ser desenhadas para chegar até a Enceladus e detectar ou mesmo trazer para a Terra algumas dessas formas de vida.
Como a água é um dos ingredientes primordiais à vida na Terra, pois todas as reações químicas vitais dependem dessa substância, os cientistas acreditam que, se houver vida fora da Terra, ela poderá ser detectada em algum desses oceanos extraterrestres. Os oceanos sob a superfície congelada de Enceladus e de Europa, lua de Júpiter são as regiões mais promissoras do espaço para essa busca. Junto a elas estão Marte, que já demonstrou ter água líquida em sua superfície, e Titã, a maior lua de Saturno, que apresenta lagos de metano e uma atmosfera grossa o bastante para proteger formas de vida.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

ASTRÔNOMOS ENCONTRAM A MAIOR ESTRUTURA JÁ OBSERVADA NO UNIVERSO

Aglomerado de galáxias", chamado de BOSS, pesa 10.000 vezes mais que a nossa Via Láctea e dista de 4,5 a 6,4 bilhões de anos-luz da Terra
BOSS é formada por 830 galáxias que, conectadas por gás quente, criam uma espécie de paredão com 1 bilhão de anos-luz de diâmetro (Nicholas Buer/VEJA)
Astrônomos afirmaram ter encontrado a maior estrutura de todo o universo. Trata-se de um superaglomerado de galáxias batizado de BOSS (chefe, em inglês), que dista de 4,5 a 6,4 bilhões de anos-luz da Terra. Segundo artigo publicado na revista Astronomy and Astrophysics, BOSS é formado por 830 galáxias que, conectadas por gás quente, criam uma espécie de paredão com 1 bilhão de anos-luz de diâmetro. O mapeamento dessa estrutura pode ajudar os pesquisadores a estudar a história da criação do universo.
Os pesquisadores, do Byron Oscilation Spectroscopic Survey (de onde surgiu o nome BOSS), alegam que o conglomerado é a maior estrutura já vista do universo (até onde conseguimos mapeá-lo). O paredão pesa 10.000 vezes mais que a nossa Via Láctea e é dez vezes maior que Sloan Great Wall, a estrutura recorde de tamanho até então descoberta em 2003 por pesquisadores da Sloan Digital Sky Survey.
Galáxias estão unidas umas às outras pela gravidade. Esses aglomerados se conectam com outros e formam grandes blocos de galáxias. Os blocos, por sua vez, são chamados de “paredes” e, vistos em escalas enormes, funcionam como teias cósmicas de matéria e espaços vazios.
Mesmo assim, o tamanho exato do superaglomerado é controverso. “Ainda não compreendi muito bem o motivo das conexões de tantas galáxias para chamá-las de uma única estrutura”, disse Allison Coil, da Universidade da Califórnia, em San Diego, à New Scientist.