sexta-feira, 5 de junho de 2015

ESTRUTURAS DE PLASMA SÃO OBSERVADAS PELA PRIMEIRA VEZ AO REDOR DA TERRA

tubos de plasma ao redor da Terra
Os cientistas desconfiavam que elas existiam, mas nunca tinham conseguido observá-las... até agora...
"Há mais de 60 anos, os cientistas acreditavam que estruturas de plasma existiam ao redor da Terra, mas essa é a primeira comprovação de que elas realmente estão lá: as primeiras evidências visuais de plasma!", comentou Cleo Loi, do Centro de Astrofísica CAASTRO e da Escola de Física da Universidade de Sydney, na Austrália. Durante observações feitas através de radiotelescópios, os astrônomos detectaram a existência de estruturas tubulares de plasma nas camadas internas da magnetosfera em torno da Terra.
"A descoberta das estruturas de plasma ao redor da Terra é muito importante, porque eles causam distorções de sinal indesejados que podem, por exemplo, afetar nossos sistemas civis e militares de navegação por satélite. Por isso precisamos entendê-los", disse Cleo Loi.
A região do espaço em torno da Terra ocupada pelo seu campo magnético, a chamada magnetosfera, é preenchida com o plasma que é criado pela atmosfera sendo ionizada pela luz solar. A camada mais interna da magnetosfera é a ionosfera, e acima disso é a "plasmasfera". uma variedade de estruturas de plasma de formas estranhas foram reveladas.
De acordo com medições preliminares, essas estruturas de plasma se localizam a cerca de 600 km acima do solo, na ionosfera superior, e parecem continuar acima da plasmasfera, onde a atmosfera neutra termina, e temos a transição para o plasma do espaço exterior.
Murchison Widefield ArrayUsando o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA), localizado no deserto da Austrália Ocidental, Cloe Loi descobriu que podia mapear grandes áreas do céu e até mesmo explorar recursos suficientes para criar um vídeo, capturando as evidências de plasma em tempo real. "Nós vimos um padrão impressionante no céu, onde as listras de plasma de alta densidade ordenadamente se alternavam com as listras de plasma de baixa densidade. Esse padrão se movia lentamente, em um alinhamento com as linhas do campo magnético da Terra, como auroras" disse Cloe Loi.
Uma pequena parte do radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA), na Austrália.
Créditos: Univ. of Sydney
O radiotelescópio MWA consiste em 128 antenas espalhadas por uma área de aproximadamente 9 km² , que trabalham juntas como um só instrumento, mas separando os sinais das antenas do leste e do oeste, fornecendo uma imagem em 3D. É como transformar o telescópio em um par de olhos, e foi isso que possibilitou investigar essas estruturas de plasma em 3D.
Além disso, foi possível medir o espaçamento entre elas, a altura acima do solo e sua inclinação. Isso nunca foi possível antes, e é uma técnica incrível!
"É um grande crédito para Cleo Loi, pois além de descobrir essas estruturas, ela também convenceu todo o resto da comunidade científica. Como uma estudante sem graduação e sem conhecimento prévio, é uma conquista realmente impressionante", disse seu supervisor, Dr. Tara Murphy, também da CAASTRO e da Escola de Física da Universidade de Sydney. Além dessa grande descoberta, Cleo Loi já participou de uma grande pesquisa junto a NASA em 2013, referente a remanescentes de supernovas. Na época, seu estudo foi publicado na renomada revista científica The Astrophysical Journal.
Sua descoberta nos mostra que através de muito esforço e trabalho contínuo, conseguimos alcançar nossos objetivos, mesmo que na visão comum pareça algo impossível. No início, quando Cleo Loi mostrou os dados das estruturas de plasma, ninguém acreditou nela, e diziam que eram muito bons pra ser verdade, porém, seu processo de observações ao longo dos próximos meses pôde convencer a todos que os dados eram reais e cientificamente incríveis!
Fonte: DailyGalaxy / Universidade de Sydney
Imagens: University of Sydney

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