quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MITOLOGIA ASTRONÔMICA DE VÊNUS


Rotação: -243 dias
Translação: 224 dias e 17 horas
Diâmetro: 12012 km
Temp. Máxima: 482 C
Pressão atmosférica: - 92 bar
Luas: 0
Composição da atmosfera: Helio, Sódio e Oxigênio, dióxido de Carbono, enxofre, vapor d'água
Vênus, também conhecido por Estrela d'Alva ou Estrela do pastor, é o segundo planeta a contar do Sol e tem algumas características peculiares.
Vênus tem uma atmosfera 92 vezes mais densa que a Terra, o que equivale mergulhar mais de 900 metros de profundidade no mar. Além disso, sua atmosfera é composta principalmente de gás carbônico, o que provoca um forte efeito estufa que eleva a temperatura da superfície para 460ºC, tornando Vênus o planeta mais quente do sistema solar, mesmo estando mais afastado que Mercúrio.
A duração do dia venusiano é maior que o seu ano. Para dar uma volta ao redor do Sol, Vênus leva 224 dias e 17 horas terrestres, enquanto que para dar uma volta ao redor do seu próprio eixo demora 243 dias.
De todos os planetas do sistema solar, Vênus e Urano apresentam  movimento retrógrado, isto é, gira em sentido oposto. Em Vênus o Sol nasce no oeste e se pôe no leste.

CARACTERISTICAS  ENTRE VÊNUS E URANO

Algumas características astronômicas podem servir para que aproximemos ainda mais estes dois símbolos no plano astrológico. Por exemplo, existe um fenômeno que ocorre somente com Vênus e com Urano: ambos possuem rotação retrógrada, por conta de sua acentuada inclinação axial. Significa que, se estivéssemos em Vênus ou Urano, ao invés de ver o sol nascendo no leste e se pondo no oeste, veríamos o contrário! Não se sabe o que exatamente causou esta inclinação nos eixos desses dois planetas, ocorre é que no sistema solar somente eles giram dessa forma.
Outra característica muito interessante é o paralelo que existe entre os ciclos de Vênus e o ciclo de Urano. Para se perceber isso é necessária uma análise do grande ciclo de Vênus e do grande ciclo de Urano ao longo de séculos.Primeiro vamos entender como funciona o ciclo de Vênus:
Por estar muito próxima do Sol, mais próxima inclusive do que a própria Terra, uma translação de Vênus é um evento relativamente rápido, que se completa em apenas 240 dias. Mas quando observamos os movimentos de Vênus aqui da Terra, percebemos um ciclo maior, marcado pelas conjunções que este planeta faz periodicamente com o Sol. A cada 584 dias, vemos que Vênus, em movimento retrógrado, forma uma conjunção com o Sol, a chamada conjunção inferior. Daí que num espaço de 8 anos, aproximadamente, ocorrem 5 dessas conjunções inferiores em diferentes pontos do zodíaco, formando o desenho mostrado na seguinte animação:

Pentagrama Vênus
Vênus e a estrela de 5 pontas
Este é o pentagrama, a estrela de 5 pontas. Após 5 conjunções ocorridas em pontos distintos (A, B, C , D, E) a sexta conjunção ocorrerá novamente no ponto A, mas com uma diferença: Ela ocorrerá a 2° de longitude (aproximadamente) da conjunção anterior. Se marcarmos todas as conjunções que ocorrem ao longo dos séculos, perceberemos que este pentagrama de Vênus move-se ciclicamente, em movimento retrógrado. Significa dizer, que o “braço” A deste pentagrama após exatos 256 anos, retrogradará até o “braço” B, de forma que após 256 anos, a conjunção inferior do Braço A ocorrerá praticamente na mesma longitude (com diferença de poucos minutos) onde ocorria a conjunção do Braço B.
Por conta deste movimento, a cada exatos 251 anos veremos Vênus formando uma conjunção inferior com o Sol exatamente no mesmo grau. Pode observar nas efemérides: em 1759, a conjunção ocorre em 05° Escorpião, exatamente no mesmo ponto em que ocorreu a conjunção de 2010, no final de Outubro.
O ciclo de Urano é bem mais lento do que o de Vênus. Ele leva 84 anos para dar uma volta completa em torno do Sol. Significa que ele formará uma conjunção com o Sol, no mesmo grau, uma vez a cada 84 anos! Porém, a cada ciclo de 84 anos essa conjunção ocorre um pouquinho à frente. Se a conjunção de agora ocorrer em 00°32’ Áries, a próxima, 84 anos depois, ocorrerá em 01°42 Áries. Ao longo do tempo vai havendo um reajuste nos ciclos de Urano, de forma que depois de 251 anos, as conjunções voltam a ocorrer praticamente nos mesmos pontos, com diferença de poucos minutos. Pode olhar as efemérides de 1759 e 2010: Urano estará passando praticamente pelos mesmos graus, com diferença de poucos minutos.
Assim percebemos que a cada 251 anos, Vênus e Urano estão novamente nos mesmos locais - em relação ao Sol. Se vermos as posições heliocêntricas, elas são praticamente idênticas no que se refere a Vênus e Urano, a cada 251 anos.


NA MITOLOGIA
Gaia e UranoNo princípio havia somente o Caos, personificação do Nada, daquilo que existia antes da criação. O Caos gerou Gaia, e essa, sem cópula, gerou Urano. Gaia e Urano formaram o primeiro casal da mitologia grega, e deram origem a diversos filhos, dentre eles os Titãs. Gaia era a terra, seu ventre, o próprio Tártaro, e Urano, seu esposo e filho, o Céu. Urano detestava suas criações, e ao mesmo tempo não conseguia deixar de criar mais e mais filhos, todos odiados por ele. Seu ódio era tamanho que ele exigiu que todos permanecessem trancadas no ventre de Gaia, o Tártaro, causando a ela imensa dor e plantando nela a semente do ódio e da vingança.
Gaia então forjou uma foice especial com a qual iria castrar Urano, mas ela mesma não teria forças para tal feito, e implorou a todos os seus filhos que lhe ajudassem em seu plano. O único que atendeu ao pedido de Gaia foi Cronos (o Saturno romano). Munido da foice de Gaia, Saturno decepou a genitália do seu pai. O sangue originado da castração foi derramado sobre a terra, e deu origem a terríveis criaturas, dentre as quais a temível Medusa. O sêmem e os testículos caíram no oceano, gerando a espuma branca das ondas de onde surgiu Afrodite (a Vênus romana), personificação do Amor, imediatamente carregada por Zéfiro (a personificação do Vento) para Chipre, onde seu culto passou a ter centro. Nascida da conjunção das águas oceânicas com o sêmen do macho primordial (Urano), Afrodite é a primeira dentre as deusas do Olimpo, tendo vindo antes mesmo de Zeus e seus irmãos. É necessário, entretanto, levar em conta o fato de que este não é o único mito a tratar do nascimento de Afrodite, e que, na verdade, existiam dois cultos distintos dedicados a “diferentes Afrodites” na Grécia antiga, mas este é o mito primeiro que se apresenta. Uma outra versão aponta que Afrodite teria nascido da união entre Dione (filha de Urano com Tálassa) e Zeus.
Afrodite, a mais bela das imortais, causava muita comoção entre os deuses e despertava inveja entre as outras deusas. Punida por tramas da inveja, teve de se casar com Hefesto, o industrioso deus da Forja, a personificação que os gregos antigos deram para a tecnologia. Hefesto, que dominava o ferro e o fogo, construiu para si mesmo um palácio feito totalmente de bronze (metal de Afrodite) onde vários servos mecânicos que ele mesmo criou serviam ao casal. Hefesto não era belo (era coxo e seu rosto causava ojeriza em sua mãe Hera e estranheza em todos), mas mesmo assim ele e Afrodite se amavam imensamente. Mas o imenso amor não impedia que a deusa do amor volta e meia quisesse pular a cerca, principalmente com Ares (Marte) e com outros muitos deuses e mortais. Hefesto não possui um equivalente astrológico exato, mas pode ser associado ao signo de Aquário, e principalmente com Urano. Essa aproximação é ainda mais possível se lembrarmos que Hefesto é tanto o inventor como a aberração do Olimpo. Sendo senhor do fogo, podemos, no que queremos defender, compará-lo a Urano, para nós um planeta essencialmente do Fogo.

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