domingo, 11 de junho de 2017

ASTRÔNOMOS DETECTAM O PLANETA MAIS QUENTE ATÉ HOJE ENCONTRADO

planeta mais quente já encontrado
Um exoplaneta recém descoberto parecido com Júpiter é tão quente que está quase sendo vaporizado!
Com uma temperatura de mais de 4.600 Kelvin (4.300 °C), o KELT-9b é um planeta mais quente do que a maioria das estrelas. Mas sua estrela azul, chamada KELT-9, é ainda mais quente, e provavelmente é a responsável pela evaporação do planeta.
"Este é o planeta gigante de gás mais quente já descoberto", disse Scott Gaudi, professor de astronomia da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA, que liderou o estudo que foi publicado na revista Nature e detalhado numa reunião da Amercian Astronomical Society, no Texas.
KELT-9b é 2,8 vezes mais maciço do que Júpiter, mas possui apenas metade de sua densidade. O normal seria que o planeta tivesse um tamanho menor, porém, a radiação extrema de sua estrela hospedeira fez com que sua atmosfera inchasse como um balão de gás.
O planeta está em rotação sincronizada com sua estrela, ou seja, assim como a Lua está sempre com a mesma face voltada para a Terra, esse planeta também orbita sua estrela com um lado exposto o tempo todo, enquanto o outro fica escondido, experimentando uma noite infinita. Moléculas como a água, o dióxido de carbono e o metano não podem se formar no lado diurno, porque são bombardeadas por muita radiação ultravioleta. As propriedades do lado escuro ainda são desconhecidas - as moléculas podem até se formar, mas provavelmente apenas temporariamente.
KELT-9b orbitando sua estrela hospedeira
KELT-9b orbitando sua estrela hospedeira  Ilustração artística  Créditos: NASA / JPL
A estrela KELT-9 está a 650 anos-luz da Terra, na constelação de Cygnus, e tem apenas 300 milhões de anos, o que é muito pouco para uma estrela. Ela também é mais do que duas vezes maior e quase duas vezes mais quente do que nosso Sol. Considerando os altos níveis de radiação ultravioleta que o planeta recebe de sua estrela, ele pode até criar uma cauda de material planetário, e ter uma aparência de um cometa gigantesco.
"KELT-9 irradia tanta radiação ultravioleta que pode evaporar completamente o planeta", disse Keivan Stassun, professor de física e astronomia da Universidade Vanderbilt, nos EUA.
Mas a estrela só irá evaporar o planeta se ela não crescer o suficiente para engolir ele... "KELT-9 inchará ao se tornar uma gigante vermelha em alguns milhões de anos", disse Stassun. "As perspectivas de longo prazo para o planeta KELT-9b não são boas".
O exoplaneta também é incomum porque orbita perpendicularmente sua estrela. Além disso, "um ano" nesse planeta dura menos de dois dias.
KELT-9b está longe de ser habitável, mas os cientistas enxergam boas razões para estudar mundos desse tipo
O exoplaneta KELT-9b foi encontrado usando um dos dois telescópios KELT, ou Kilodegree Extremely Little Telescope. Entre o fim de maio e o início de junho de 2016, os astrônomos notaram uma pequena queda no brilho da estrela KELT-9, o que indicava a presença de um planeta. O brilho da estrela sofria alterações a cada 1,5 dias, mostrando que o planeta completa uma volta em torno de sua estrela em menos de 2 dias.
Observações posteriores confirmaram a presença do planeta, revelando o que os astrônomos chamam de Júpiter-Quente - um tipo de planeta que os telescópios KELT são projetados para detectar.
"Esta detecção é um testemunho do poder de descoberta dos pequenos telescópios e da capacidade dos astrônomos amadores de contribuir diretamente para a pesquisa científica de ponta", disse Joshua Pepper, astrônomo e professor assistente de física da Universidade Lehigh, nos EUA, responsável pela construção dos telescópios KELT.
Os astrônomos esperam olhar o planeta KELT-9b mais de perto com outros telescópios, incluindo os espaciais Spitzer e Hubble, e futuramente com o Telescópio Espacial James Webb.
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / JPL

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