terça-feira, 13 de janeiro de 2015

UMA PEQUENA AMOSTRA DA VASTA COLEÇÃO DE DADOS DO OBSERVATÓRIO DE RASTREIO VST DA NEBULOSA DA LAGOA

Imagens VST da Nebulosa da Lagoa
Otelescópio de rastreio do VLT (VST), situado no observatório do Paranal do ESO, no Chile, capturou esta nova imagem detalhada da Nebulosa da Lagoa.
Esta nuvem gigante de gás e poeira, além de estar formando estrelas jovens intensamente brilhantes, abriga no seu seio aglomerados estelares jovens. A imagem é apenas uma pequeníssima fração de um dos onze rastreios públicos que estão sendo executados pelos telescópios do ESO. No seu conjunto, estes telescópios estão obtendo uma vasta quantidade de dados, que vão sendo postos à disposição da comunidade astronômica do mundo inteiro.
A Nebulosa da Lagoa é um objeto intrigante que se situa a cerca de 5000 anos-luz de distância na constelação do Sagitário. Também conhecida por Messier 8, trata-se de uma nuvem gigante com 100 anos-luz de dimensão, onde jovens estrelas se estão se formando no seio de plumas de gás e poeira . Esta nova imagem com 16 000 pixels de largura foi obtida pelo Telescópio de Rastreio do VLT (VST), um dos dois telescópios dedicados a rastreios instalados no Observatório do Paranal do ESO, no norte do Chile. Uma versão com zoom da imagem permite explorar todos os pormenores deste objeto fascinante.
O VST não foi utilizado para observar a nebulosa da Lagoa de modo particular, no entanto este objeto fazia parte de um enorme rastreio para fotografar o céu chamado VPHAS+, que cobriu uma região muito maior da Via Láctea. O VPHAS+ é apenas um dos três rastreios para fotografar o céu no visível com o VST, trabalho que é complementado por seis rastreios efetuados no infravermelho pelo telescópio de rastreio VISTA.
Os ratreios pretendem abordar muitas questões importantes da astronomia moderna, incluindo a natureza da energia escura,  a procura de quasares brilhantes no Universo primordial, o estudo da estrutura da Via Láctea e busca de objetos incomuns e escondidos, o estudo das vizinhas Nuvens de Magalhães com grande pormenor, entre muitos outros assuntos. A história tem-nos mostrado que os rastreios descobrem normalmente objetos e/ou fenômenos inesperados e estas surpresas têm-se revelado fundamentais no progresso da investigação astronômica.
Além destes nove rastreios para fotografar o céu com o VISTA e o VST, estão igualmente em progresso dois outros levantamentos adicionais, que estão a ser executados com outros telescópios do ESO: o rastreio Gaia-ESO, que usa o Very Large Telescope no Paranal, para mapear as propriedades de mais de 100 000 estrelas da Via Láctea, e o PESSTO, que segue objetos transitórios, tais como supernovas, com o New Technology Telescope em La Silla .
Alguns destes rastreios começaram em 2010, enquanto outros são mais recentes, mas os dados de todos eles são agora do domínio público, encontrando-se acessíveis aos astrônomos do mundo inteiro através do arquivo do ESO
Embora alguns destes rastreios ainda estejam a decorrer, os dados recolhidos até agora estão já a permitir aos astrônomos fazer muitas descobertas. Apenas alguns destes resultados incluem novos aglomerados estelares descobertos pelo rastreio VVV (eso1128, eso1141), o melhor mapa até hoje das regiões centrais da nossa Via Láctea (eso1242, eso1339), uma imagem muito profunda do céu no infravermelho (eso1213) e, muito recentemente, alguns dos mais distantes quasares descobertos até agora (rastreio VIKING do VISTA).
Os Rastreios Públicos do ESO continuarão ainda por muito anos e o seu legado astronômico perdurará por muitas e longas décadas.

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