Páginas

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

SONDA ROSETA REGISTRA UMA FORTE RAJADA NA SUPERFÍCIE DO COMETA 67P/CG

outburst cometa 67P
A sonda europeia, Rosetta, capturou imagens dramáticas de uma forte rajada de cometa, que pode ter sido causada por um deslisamento de terra sobre sua superfície gelada.
A explosão (também chamada de outburst) ocorreu no dia 19 de fevereiro, no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. A sonda Rosetta já está orbitando esse cometa desde agosto de 2014, em uma missão épica e inovadora. A forte erupção de gás e poeira foi detectada por 9 de seus 11 instrumentos científicos, a uma distância de 35 quilômetros, disseram funcionários da Agência Espacial Europeia (ESA).

"Ao longo do último ano, a Rosetta mostrou que embora a atividade pode ser prolongada, quando se trata de explosões, o momento é altamente imprevisível, então capturar um evento como este foi pura sorte", disse Matt Taylor, cientista do projeto Rosetta, da ESA.
"Por uma feliz coincidência, a maioria dos instrumentos estavam apontados para o cometa naquele momento, e com as medições simultâneas, tivemos o maior conjunto de dados de uma explosão de todos os tempos", acrescentou Matt.
sonda Rosetta registra outburst do cometa 67P-C-G
Imagens do outburst no cometa 67P/C-G, registrado pela sonda Rosetta no dia 19 de fevereiro.
As imagens foram feitas a cada 30 minutos, cobrindo o período das 08:40 a 12:10 UTC.
Créditos: ESA / Rosetta / MPS / OSIRIS / UPD / LAM / IAA / SSO / INTA / UPM / DASP / IDA
A forte rajada começou por volta das 09:40 UTC, do dia 19 de fevereiro, quando a câmera de grande angular da sonda Rosetta registrou o brilho significativo da coma, a nuvem difusa em torno do núcleo do cometa 67P/C-G.
O aumento da atividade continuou por pelo menos mais 2 horas. Durante esse processo, a luminosidade da luz refletida por ultravioleta do núcleo de 67P/C-G aumentou por um fator de seis, e a quantidade de pó emitido pelo cometa também teve um grande aumento. A sonda detectou cerca de 200 partículas ao longo de algumas horas.
Além disso, a temperatura do gás em torno Rosetta aumentou 30°C durante a erupção. As observações de Rosetta indicam que o fenômeno começou em uma encosta íngreme, numa região do cometa conhecida como Atum.
Região Atum do cometa 67P
Região Atum do cometa 67P/C-G, onde os pesquisadores acreditam ter sido o local de origem
do outburst registrado no dia 19 de fevereiro de 2016.   Créditos: ESA / Rosetta / NavCam – CC BY-SA IGO 3.0
A atividade começou quando este declive ficou exposto a luz solar, o que sugere que tensões térmicas podem ter causado um deslizamento de terra que expôs uma camada de gelo de água. Esse gelo, em seguida, sublimou, ou seja, transitou para a fase gasosa. Como havia muita poeira, ela foi ejetada abruptamente à longas distâncias, de acordo com a hipótese detalhada em um estudo publicado pelos pesquisadores na revista Monthly Notices of The Royal Astronomical Society.
"Nós vamos continuar analisando os dados, não só em busca de mais detalhes deste evento em particular, mas também para ver se ele pode nos ajudar a entender melhor as muitas outras explosões testemunhadas ao longo da missão", disse Matt.
A missão Rosetta ficará na história como a primeira a colocar uma sonda para orbitar um cometa, e a primeira a pousar controladamente uma sonda em sua superfície, como ocorreu com a sonda Philae, integrante da mesma missão.
Mas o trabalho pioneiro de Rosetta no cometa 67P/C-G está chegando ao fim. A sonda deve encerrar sua missão com com uma colisão lenta e controlada na superfície do cometa, o que infelizmente deve ocorrer no dia 30 de setembro desse ano...
Imagens: (capa-ESA) / ESA / Rosetta / MPS / OSIRIS / UPD / LAM / IAA / SSO / INTA / UPM / DASP / IDA / ESA / Rosetta / NavCam – CC BY-SA IGO 3.0

Nenhum comentário:

Postar um comentário