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sábado, 29 de julho de 2017
TRÊS ESTRELAS ZUMBIS PODEM DERRUBAR A TEORIA DA RELATIVIDADE GERAL DE ALBERT EINSTEIN
Um sistema de três estrelas pode nos revelar a verdadeira natureza da gravidade...
Um sistema ternário de estrelas - composto por 3 indivíduos - descoberto em 2012 por astrônomos do Observatório Nacional de Radioastronomia da Virgínia, nos EUA, está atraindo a atenção de cientistas do mundo todo. O motivo? O grupo de 3 estrelas, localizado a 4,2 anos-luz de distância, pode derrubar (ou fortalecer) a teoria da relatividade geral, de Albert Einstein.
As três estrelas formam um sistema, junto com o pulsar PSR J0337+1715, localizado na direção da constelação de Touro. Elas só foram reveladas ao público em 2014, ficando conhecidas como "estrelas zumbis".
A razão para serem apelidadas de "zumbis" é o fato das três estrelas já terem entrado em colapso: duas são anãs brancas (restos mortais de estrelas como o Sol que após morrerem, deixam seu núcleo denso para trás), e a outra é um pulsar, ou seja, uma estrela de nêutrons super densa e pequena, com apenas 24 quilômetros de diâmetro, mas com uma massa de 1,5 vezes a do nosso Sol.
sistema triplo de estrelas PSR J0337+1715
Ilustração artística mostra o pulsar (à esquerda) a anã branca central (centro) e a anã branca mais externa (parte superior direita). Créditos: Bill Saxton / NRAO / AUI / NSF
Essa estrela de nêutrons completa uma rotação a cada 2,73 milissegundos, emitindo pulsos de rádio perfeitamente sincronizados e regulares - o relógio mais pontual do Universo.
Zumbis x Einstein
Por conter 3 corpos super densos, ou seja, 3 campos gravitacionais extremos, esse sistema pode revelar detalhes minuciosos sobre a relatividade geral de Einstein.
A estrela mais externa do sistema é uma anã branca, localizada a uma distância do centro do sistema equivalente a distância média entre a Terra e o Sol. No centro encontra-se a outra estrela anã branca e o pulsar.
Localização do pulsar PSR J0337+1715
Essa imagem mostra o pulsar PSR J0337+1715, na direção da constelação de Touro.
Créditos: Ransom SM et al.
Assim como uma pena e um martelo em queda livre devem levar o mesmo tempo para atingir o solo (sem considerar o atrito do ar), o pulsar e anã branca interna devem reagir da mesma forma à atração gravitacional da anã branca mais externa - o princípio da equivalência. Isso é o que se espera desse trio de estrelas zumbis.
Mas, se por algum motivo, o princípio da equivalência for violado, e a órbita do par interno for um pouco mais elíptica do que deveria, então a teoria da relatividade geral poderá estar errada, e precisará ser revisada.
Em breve, novos resultados dessa pesquisa serão revelados. Enquanto isso, o princípio da equivalência será testado com uma precisão 100 vezes maior do que obtida em testes anteriores. Até lá, fica a dúvida: será que a teoria de Einstein terá de ser revisada, ou as estrelas zumbis apenas provarão que o famoso físico alemão estava certo o tempo todo?
Imagens: (capa-ilustração/Bill Saxton/NRAO/AUI/NSF) / Bill Saxton / NRAO / AUI / NSF / Ransom SM et al.
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