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domingo, 4 de junho de 2017

ESTRELA DA MEGAESTRUTURA ALIENÍGENA VOLTA A PISCAR

Ilustração feita pela Nasa mostra uma estrela atrás de cometas despedaçados, uma explicação possível para o brilho excêntrico da estrela KIC 8462852
Ilustração feita pela Nasa mostra uma estrela atrás de cometas despedaçados, uma explicação possível para o brilho excêntrico da estrela KIC 8462852 (JPL-Caltech/Nasa)
Astrônomos de todo o planeta se mobilizaram em um fim de semana inteiro, após detectarem que a estrela KIC 8462852, responsável pela emissão de uma luz misteriosa, voltou a “piscar”. Os cientistas apontaram seus telescópios para o corpo celeste, localizado a cerca de 1.500 anos-luz de distância (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) da Terra, entre as constelações de Cisne e Lira, na esperança de, pela primeira vez, acompanhar a atividade da estrela em “tempo real” (ou o mais próximo disso, devido à distância da estrela de nosso planeta). Com isso, pretendem obter novas evidências que ajudem a decifrar os padrões incomuns de seu brilho.
Meses depois, cientistas da Nasa, afirmaram que um ‘enxame’ de cometas poderia estar por trás dos padrões incomuns do brilho da estrela: uma família deles estaria viajando em órbitas longas e bastante excêntricas a seu redor, causando estranha luminosidade. A ideia da estrutura construída por extraterrestres, no entanto, não foi descartada.
O maior enigma da Estrela de Tabby, segundo os astrônomos, é a grande diminuição de seu brilho, entre 15% e 25% – o mais comum é que esse número esteja entre 1% e 2%.
Estrela de brilho misterioso
A KIC 8462852, localizada entre as constelações de Cisne (foto) e Lira brilha de maneira aleatória e inexplicável
A KIC 8462852, localizada entre as constelações de Cisne (foto) e Lira brilha de maneira aleatória e inexplicável (Divulgação/Nasa)
Em setembro de 2015, um artigo  no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society descreveu a KIC 8462852, estrela observada pelo telescópio Kepler, o mais competente caçador de planetas fora do Sistema Solar, lançado em 2009. As lentes do poderoso instrumento captam o brilho das estrelas – quando há uma diminuição padronizada da luz emitida por elas, isso significa que algo está passando entre a estrela e o telescópio. Na maior parte das vezes, é um planeta (que costuma ter tamanho intermediário entre a Terra e Netuno). No entanto, a KIC 8462852 emitia um padrão luminoso inédito. Normalmente, quando um planeta passa por uma estrela, seu brilho diminui entre 1% e 2%. Mas, durante os quatro anos de observações do Kepler, a luz de KIC 8462852 diminuiu entre 15% e 25%, e em intervalos aleatórios. Ela tem 1,5 vezes o tamanho do Sol e, para escurecê-la dessa forma, seria necessário um objeto muito grande – bem maior que um planeta.
Após descartarem várias explicações, os cientistas passaram a considerar a hipótese de que o comportamento bizarro da estrela poderia ser consequência de uma incrível estrutura construída por alienígenas para captar a energia da estrela, chamada Esfera de Dyson (por ter sido proposta em 1960 pelo físico britânico Freeman Dyson). Ela seria composta por gigantescos painéis solares que, aos poucos, bloqueariam o brilho do corpo celeste. Em novembro do mesmo ano, o astrônomo Massimo Marengo, da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, afirmou que o padrão incomum poderia ser causado por cometas gelados que estariam rodeando a estrela e causando a sombra misteriosa – mas a nova explicação não foi suficiente para invalidar a hipótese da megaestrutura.
No fim da última sexta-feira, o Instituto de Astrofísica das Canárias, deu o alerta da atividade da estrela – ela estaria novamente se apagando e teria reduzido seu brilho em 2%. Com as novas observações, os cientistas pretendem recolher mais dados sobre a luz de KIC 8462852, que dariam suporte ou descartariam as hipóteses sobre as explicações de seu brilho.

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