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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

BURACO NEGRO SUPERMASSIVO SE DESPRENDE DE SUA GALÁXIA E VIAJA LIVREMENTE PELO ESPAÇO

buraco negro supermassivo viaja pelo espaço intergalático
Qual será o futuro de um buraco negro supermassivo que viaja pelo espaço intergalático?
A maioria das galáxias tem um buraco negro super massivo em seu centro. À medida que as galáxias colidem e se fundem, os buracos negros se fundem também, criando buracos negros super-massivos ainda maiores.
Sabendo disso, uma equipe de astrônomos estava fazendo observações de buracos negros que habitam os centros galáticos. Com o  auxílio dos observatórios NSF e VLBA, eles observaram mais de 1.200 galáxias, mas um aglomerado de galáxias, localizado a mais de 2 bilhões de anos-luz acabou chamando a atenção de todos, pois não havia um buraco negro: ela tinha não um buraco negro, mas sim um buraco vazio no centro. Eles ficaram ainda mais surpresos ao perceber que o buraco negro desse aglomerado estava do lado de fora, viajando quase que livremente pelo espaço intergalático.
Designado B3 1715 + 425, o buraco negro supermassivo foi observado pelos telescópios Hubble e Spitzer, e o que eles descobriram foi algo bastante incomum.
"Nós nunca vimos algo parecido antes." - James Condon- um buraco negro supermassivo se desprender de sua galáxia
buraco negro supermassivo se desprende de sua galáxia
Ilustração artística mostra (da esquerda para a direita) o momento antes da interação gravitacional com o outro buraco negro supermassivo; depois mostra na imagem central o momento em que suas estrelas estão sendo lançadas para bem longe, e por último, quando ele já está viajando sozinho com poucas estrelas ao seu redor.Créditos: Bill Saxton / NRAO / AUI / NSF
O buraco negro super-massivo em questão, que chamaremos apenas de B3, é muito mais brilhante do que qualquer objeto próximo, e também está mais distante do que a maioria dos buracos negros observados. Mas um buraco negro tão massivo e tão brilhante como esse, deveria estar situado no coração de uma grande galáxia. Porém, B3 tem apenas um remanescente de estrelas ao seu redor. Ele está praticamente sozinho...
"Estávamos a procura de pares de buracos negros supermassivos com evidências de uma fusão de galáxias", disse James Condon, do Observatório Nacional de Rádio Astronomia (NRAO). "Em vez disso, encontramos este buraco negro fugindo da galáxia maior e deixando um rastro de detritos para trás."
Condon e sua equipe concluíram que B3 era uma vez um buraco negro supermassivo que habitava o centro de uma galáxia. B3 colidiu com outra galáxia maior, que por sua vez, tinha um buraco negro ainda mais massivo. Durante essa colisão, B3 teve a maior parte de suas estrelas ejetadas pela interação do outro buraco negro, exceto aquelas que estavam muito próximas dele. Atualmente, esse buraco negro "perdido" está se afastando ainda mais, a uma velocidade de aproximadamente 2.000 quilômetros por segundo.
B3 (e o que resta de suas estrelas) continuará a se mover pelo espaço, escapando do encontro com a outra galáxia, mas provavelmente não sairá das proximidades do aglomerado de galáxias em que está.
De acordo com James Condon, B3 não terá estrelas e gás suficientes para desencadear o nascimento de novas estrelas, e também não será capaz de atrair novas estrelas. Com isso, as poucas estrelas que sobraram continuarão a jornada ao redor do buraco negro supermassivo, crescendo gradualmente com o passar do tempo.
O futuro de B3 também é obscuro, afinal, com pouco material ao seu redor, seu horizonte de eventos será um lugar calmo, o que o tornará praticamente invisível, e apenas seu efeito gravitacional poderá revelar sua posição.
Mas se o buraco negro supermassivo B3 se separou de sua galáxia, e se tornará invisível no futuro, será que isso já aconteceu antes? Será que poderíamos estar rodeados de buracos negros fujões e invisíveis? Sim, provavelmente isso já aconteceu antes, e devem existir diversos buracos negros com histórias parecidas, mas até o momento, os cientistas não podem afirmar nada a respeito, afinal, novas observações são necessárias, pois só assim, entenderemos se existem de fato casos parecidos, e com qual frequência eles ocorrem.
Imagens: (capa-ilustração/NRAO) / Bill Saxton / NRAO / AUI / NSF

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