Recentemente tem se falado bastante de um novo comunicado da NASA sobre os famosos canais marcianos. No comunicado, os cientistas afirmam que os canais em Marte não foram esculpidos pela água, e é basicamente isso que tem se noticiado em diversos sites especializados ao redor do mundo. Mas o fato é que existe uma diferença entre os "canais" e as "linhas escuras de encostas (RSL)".
Quando a NASA cita os "canais", ela quer dizer as fissuras profundas, diferente das "RSLs", que são apenas linhas escuras. Portanto, a nova revelação sobre os "canais marcianos" não têm relação com as linhas escuras.
Diferença entre canais e linhas escuras em Marte
Créditos: NASA / JPL-Caltech / Mars Reconnaissance Orbiter
E com relação aos "canais" de Marte, novas observações mais detalhadas não conseguiram encontrar evidências de água líquida naquelas formações.
Um novo mapa composto feito pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostra a composição química de uma região repleta de canais, e a conclusão foi que "não há água líquida abundante ou bioprodutos" nas fissuras, de acordo com um comunicado oficial emitido pela NASA.
Por outro lado, em relação as linhas escuras (ou RSL), o entendimento vigente é que elas foram formadas por fluxos de água líquida. Isso não mudou. Estamos falando apenas dos canais profundos.
Se não é água, é o quê?
Os cientistas têm algumas explicações sobre a formação dos canais marcianos, mas a que mais chama a atenção diz que "os canais poderiam ser comuns em Marte, e ocorreriam entre as latitudes 30 e 50 em ambos hemisférios, geralmente em encostas viradas para os polos", disse a NASA em um comunicado.
No novo estudo, um grupo liderado pelo cientista planetário Jorge Nunez, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, estudou imagens de alta resolução feitas com mais de 100 canais, e as informações sobre sua composição química foram adquiridas através do espectrômetro CRISM, da sonda MRO.
Canais em Marte - espectrômetro, Imagem feita pela câmera HiRISE da sonda Mars Reconnaissance Orbiter mostra diversos canais em Marte.
Podemos ver a mesma imagem na versão crua (superior) e na versão composta com dados do espectrômetro CRISM (inferior).Créditos: NASA / JPL-Caltech / UA / JHUAPL
"Nós esperávamos encontrar evidências de água líquida, como sais hidratados, como foram vistos nas linhas escuras", disse Jorge. "Mas não encontramos tais evidências nos canais investigados."
De acordo com Jorge Nunez, o mecanismo principal que poderia estar criando os canais marcianos é o congelamento e descongelamento de dióxido de carbono. Apesar disso, o estudo ainda não é conclusivo, mas dá suporte a modelos anteriores que já sugeriam essa hipótese.
Conclusão
Na Terra, formações iguais aos canais marcianos geralmente são criadas por fluxos de água líquida, e ao que tudo indica, essa regra não se aplica ao Planeta Vermelho, Por outro lado, ainda temos as linhas escuras, que são comprovadamente formadas por fluxos de água líquida.
Nem tudo é o que parece, e nem tudo que se parece tem a mesma origem...
Imagens: (capa-NASA/MRO) / NASA / JPL-Caltech / Mars Reconnaissance Orbiter / UA/JHUAPL
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