Desde 2004, quando a sonda Cassini chegou em Saturno, sua órbita está sendo influenciada por um objeto grande e desconhecido...
Segundo a NASA, diversas anomalias misteriosas na órbita da sonda Cassini foram detectadas recentemente, intrigando os cientistas, e a pergunta inevitável diante dessa situação é: o que estaria provocando as mudanças de trajetória da sonda que estuda Saturno? De acordo com cientistas, essa força gravitacional pode ser explicada por um corpo enorme, maciço, além da órbita Netuno. Sim, pode ser o tal nono planeta, aquele mesmo, que já está se tornando famoso!
"Um planeta ainda não descoberto, além da órbita de Netuno, 10 vezes mais massivo do que a Terra, deveria afetar a órbita de Saturno, mas não da sonda Cassini", disse William Folkner, cientista planetário do Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA. "Poderia sim haver oscilações na órbita de Cassini, mas apenas se o planeta estivesse mais próximo do Sol."
Ilustração artística da sonda Cassini sobrevoando Saturno.Créditos: NASA / Cassini
O centro de controle da missão Cassini tem observado desvios inexplicáveis na órbita da nave espacial desde 2004, mas essas perturbações ainda não são suficientes para confirmarem a existência de um planeta desconhecido nos confins do Sistema Solar.
Em busca do Planeta X
Os cientistas estão em busca de um grande planeta além da órbita de Netuno há cerca de 100 anos. A possibilidade da existência de um nono planeta ficou ainda maior quando pesquisadores da Caltech detectaram anomalias orbitais em objetos no Cinturão de Kuiper, uma região em forma de disco que envolve todo o Sistema Solar, repleta de corpos gelados.
Em janeiro de 2016 os pesquisadores da NASA anunciaram que haviam encontrado evidências de um planeta gigante, percorrendo uma órbita extremamente alongada no Sistema Solar exterior. O objeto que foi apelidado de Planeta Nove, teria uma massa aproximadamente 10 vezes a da Terra, e estaria 20 vezes mais distante do Sol do que Netuno. Sua distância seria tão grande que levaria entre 10.000 e 20.000 anos para que ele completasse uma volta ao redor do Sol.
Ilustração artística do nono planeta.Créditos: Caltech / R. Hurt
A descoberta do Planeta 9 ainda precisa ser confirmada através de observações diretas, afinal, os pesquisadores Konstantin Batygin e Mike Brown, descobriram sua existência através de modelos matemáticos e simulações computadorizadas.
Segundo Mike Brown, o Planeta 9 teria cerca de 5.000 vezes a massa de Plutão, portanto, seria suficiente para que ele dominasse sua vizinhança gravitacionalmente, colocando-o na classe de planetas e não de planetas anões. Na verdade, o Planeta 9 domina, segundo cálculos matemáticos, uma região muito maior do que aquelas dominadas pelos outros planetas do Sistema Solar, o que o coloca em destaque sobre todos seus outros irmãos já conhecidos.
Estamos cada vez mais próximos
"Embora nós estivéssemos muito céticos sobre a existência de um nono planeta, continuamos a investigar sua órbita e seus efeitos no Sistema Solar exterior, e isso foi nos convencendo de que realmente há algo lá fora", diz Konstantin Batygin, professor assistente de ciências planetárias. "Pela primeira vez em mais de 150 anos, há evidências sólidas de que o censo planetário do Sistema Solar está incompleto."
Um estudo recente prevê que, se a posição da sonda Cassini estivesse disponível para rastreamento em 2020, ela poderia ser usada para revelar o "local mais preciso" do nono planeta. No entanto, a missão da Cassini está prevista para terminar no final de 2017, quando a nave estará com combustível insuficiente para continuar sua missão, mergulhando na atmosfera de Saturno. Será que a influência do planeta desconhecido será capaz de nos dar alguma dica mais valiosa até lá?
Imagens: (capa-ilustração/NASA) / NASA / Cassini / Caltech / R. Hurt
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