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domingo, 2 de agosto de 2015

UM AGLOMERADO ESTELAR COM SEGREDOS

Vista de campo amplo do céu em torno do aglomerado estelar globular Messier 4
Uma nova imagem obtida no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, mostra o espetacular aglomerado estelar globular Messier 4. 
Esta bola de dezenas de milhares de estrelas antigas é, na realidade, um dos mais próximos e mais estudados aglomerados globulares. Um trabalho recente revelou que uma das estrelas deste aglomerado tem propriedades estranhas e incomuns, aparentemente possuindo o segredo da juventude eterna.
Em torno da nossa galáxia, a Via Láctea, orbitam mais de 150 aglomerados estelares globulares, que datam do passado distante do Universo (eso1141). Um dos mais próximos da Terra é o aglomerado Messier 4 (também conhecido como NGC 6121), situado na constelação do Escorpião. Este objeto brilhante pode ser facilmente observado com binóculos, próximo da brilhante estrela vermelha Antares, e um pequeno telescópio amador consegue distinguir algumas das estrelas que o constituem.

A imagem WFI dá-nos uma vista do campo amplo do aglomerado e dos seus arredores bastante ricos. Uma vista complementar e mais detalhada, apenas da região central, obtida com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA foi também divulgada no âmbito da série Fotografica da Semana do Hubble.
Esta nova imagem do aglomerado obtida com o instrumento Wide Field Imager (WFI), instalado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla do ESO, revela muitas das dezenas de milhares de estrelas deste aglomerado, o qual nos aparece sob o fundo rico da Via Láctea.
Os astrônomos também estudaram muitas das estrelas do aglomerado de modo individual, utilizando instrumentos montados no Very Large Telescope do ESO.
Ao separar a radiação emitida pelas estrelas em seus componentes coloridos, podem-se obter as suas composições químicas e idades.
Os novos resultados para as estrelas de Messier 4 foram surpreendentes. As estrelas dos aglomerados globulares são estrelas velhas e por isso não se espera que sejam ricas em elementos químicos pesados.
Isto é o que é geralmente observado, mas uma das estrelas encontrada num rastreio recente possui uma quantidade muito maior de lítio, um elemento leve e raro, do que o esperado. A fonte deste lítio permanece um mistério. Normalmente este elemento é gradualmente destruído ao longo dos bilhões de anos de vida da estrela, mas esta estrela, ao contrário de milhares de outras, parece possuir o segredo da juventude eterna: ou conseguiu, de alguma forma manter o seu lítio original, ou encontrou algum modo de se auto-enriquecer com lítio recentemente formado,ou ainda conseguiu se formar recentemente neste aglomerado.

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