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quinta-feira, 13 de agosto de 2015
ASTRÔNOMOS REGISTRAM GALÁXIAS EM FORMAÇÃO APENAS 800 MILHÕES DE ANOS APÓS O BIG BANG
Fotos de galáxias do inicio do universo pouco após o big bang.
É como voltar no tempo e olhar para o passado, quando a Terra nem sequer existia...
Utilizando o as antenas do Observatório ALMA do ESO (Observatório Europeu do Sul), os astrônomos conseguiram um feito inédito ao detectar as mais ditantes e antigas nuvens de gás de formação estelar já observadas. Isso é fascinante, pois estamos olhando para um passado remoto, quando o Universo estava em seu início, logo que as primeiras galáxias começaram a se formar... É como voltar no tempo!
Alguns centenas de milhões de anos após o Big Bang, o Universo estava repleto de nevoeiros de hidrogênio gasoso, mas conforme as estrelas se formavam, esse nevoeiro foi desaparecendo, fazendo com que o Universo ficasse cada vez mais transparente à radiação ultravioleta. Na Astronomia, essa período é chamado de "época da reionização", e até agora pouco se sabe sobre essas primeiras galáxias, pois conseguíamos ver apenas manchas opacas e difusas, mas essas novas observações feitas pelo grande radio telescópio ALMA estão mudando essa história.
Simulação do Big Bang Ilustração artística do Big Bang. Imagem: Divulgação
Roberto Maiolino, da Universidade de Cambridge e do Laboratório de Cavendish, do Reino Unido, liderou uma equipe de astrônomos para o estudo. Eles apontaram as antenas do ALMA para galáxias extremamente distantes, e viram o Universo quando tinha passado apenas cerca de 800 milhões de anos do Big Bang. A equipe pretendia estudar a interação entre uma geração de estrelas jovens e os gases dessas primeiras galáxias.
A equipe não estava a procurar de estrelas e de outros objetos brilhantes, como quasares e galáxias com alta formação de estrelas, mas sim em galáxias comuns que reionizaram o Universo, criando a maior parte das estrelas que vemos a nossa volta.
Dentre tantas galáxias, a chamada BDF 3299 chamou a atenção dos pesquisadores, pois o radio telescópio captou um sinal fraco de carbono brilhante, porém o brilho não vinha do centro da galáxias, mas sim de sua extremidade.
Galáxia bdf 3299 - galáxia no início do Universo. Observação da Galáxia BDF 3299 (em laranja no centro) quando o Universo tinha menos de 800 milhões de anos Créditos: ESO / R. Maiolino .
Essa imagem é uma combinação de dados do ALMA e do VLT. A nuvem vermelha opaca, logo abaixo da nuvem vermelha central é uma nuvem de material que está criando uma nova galáxia no início do Universo.
"Essa é a detetcção mais distante desse tipo de emissão de uma galáxia comum, observada a menos de 1 bilhão de anos após o Big Bang. Isso nos dá a oportunidade de observar a formação das primeiras galáxias do Universo", disse a co-autora do estudo, Andrea Ferrara, da Scuola Normale Superiore, na Itália. "Estamos vendo pela primeira vez as galáxias primordiais, e não como pequenos pontos, mas sim como verdadeiras estruturas."
Além disso, ao combinar essas observações feitos com o ALMA com simulações de computador, os astrônomos conseguiram entender detalhes importantes sobre como ocorreram as primeiras galáxias. Além disso, os pesquisadores poderão agora calcular os efeitos da radiação emitida por essas estrelas, a evolução das nuvens moleculares, e como a radiação ionizante escapou, assim como compreender o complexo maio interestelar. A galáxia BDF 3299 provavelmente é um exemplo típico das primeiras galáxias do Universo.
Segundo Roberto Maiolino, esse estudo não seria possível sem um grande instrumento como o ALMA, que tem a resolução e a sensibilidade necessária para observar coisas tão distantes no Universo. "Essa foi uma das observações mais profundas já feitas com o ALMA, mas estamos longe de utilizar todo o potencial desse grande observatório", comentou Roberto. "No futuro, o ALMA fará imagens ainda mais precisas das galáxias primordiais, e poderemos compreender o início do Universo com detalhes incríveis".
Fonte: ESO
Imagens: (capa-ESO) / divulgação / ESO
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