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quarta-feira, 15 de julho de 2015
COLISÃO DE COMETA COM A LUA EUROPA INICIA UM NOVO CAPÍTULO NA BUSCA POR VIDA EXTRATERRESTRE
Um quebra-cabeças foi montado, e revelou algo surpreendente sobre a gelada lua de Júpiter.
"Os materiais orgânicos, que são blocos de construção importantes para a vida, são freqüentemente encontrados em cometas e asteróides", disse Jim Shirley, cientista da pesquisa no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. "Encontrar os resíduos rochosos dessa colisão que aconteceu na superfície de Europa, pode abrir um novo capítulo na história da busca por vida extraterrestre".
Novas análises de dados da missão Galileo, da NASA, revelaram minerais do tipo da argila na superfície da gelada lua de Júpiter, Europa. Esses materiais encontrados em sua superfície, parecem ter sido entregues por uma colisão espetacular com um cometa ou asteróide. Esta é a primeira vez que tais minerais foram detectados na superfície de Europa. Os tipos de rochas espaciais que fornecem tais minerais também possuem, na maioria das vezes, materiais orgânicos.
Muitos cientistas acreditam que a lua Europa é a melhor localização em nosso Sistema Solar para descobrir vida extraterrestre. Existe um oceano subterrâneo em contato com rochas e uma superfície de gelo, além de sais na superfície. Por conta da flexão exercida pela gravidade de Júpiter, cria-se uma fonte de calor (energia), que estica e espreme a crosta mais superficial de Europa.
Os cientistas também acreditam que deve haver materiais orgânicos em Europa, embora eles ainda não os detectaram diretamente. Uma teoria é que o material orgânico poderia ter chegado através de impactos de cometas ou asteróides, e essa nova descoberta apóia essa idéia.
Imagem utilizando dados da sonda Galileo, da NASA, mostra a primeira detecção de minerais do tipo argila na superfície de Europa, lua de Júpiter. Os minerais são vistos em azul, enquanto o vermelho representa a água. Créditos: NASA / JPL-Caltech
Shirley e seus colegas, financiados por uma doação da NASA, foram capazes de detectar os minerais do tipo argila chamados filossilicatos em imagens próximas do infravermelho, registradas em 1998 pela sonda Galileo. Essas imagens são de baixa resolução para os padrões atuais, porém, o grupo de Shirley aplicou uma nova técnica para detectar sinais mais forte desses materiais. Os filossilicatos aparecem em uma estrutura redonda que possui cerca de 40 quilômetros de largura, que se encontra a 120 quilômetros de distância da cratera central, que que por sua vez, tem um diâmetro de 30 quilômetros.
A explicação mais plausível para o formato dessa estrutura é a ejeção de material após a colisão de um cometa ou de um asteróide, que ao atingir a superfície de Europa a um ângulo de pelo menos 45 graus na direção vertical, teria 'criado' o padrão observado. É difícil imaginar como os filossilicatos do interior de Europa poderiam 'subir' para a superfície, devido a sua crosta gelada, que os cientistas acreditam ter cerca de 100 km de espessura em algumas áreas.
Portanto, a melhor explicação é que os materiais vieram de um cometa ou asteróide. Se o corpo que colidiu com Europa foi um asteroide, deveria ter cerca de 1.100 metros de diâmetro; e se foi um cometa, o mais provável é que ele tinha um diâmetro de cerca de 1.700 metros, quase o mesmo tamanho do cometa ISON, antes de passar próximo do Sol, há algumas semanas.
"Entender a composição de Europa é a chave para decifrar sua história e sua potencial habitabilidade", disse Bob Pappalardo do JPL, cientista de uma possível futura missão para Europa. "Será necessário enviar uma nave espacial em uma futura missão à Europa, a fim de definir detalhes de sua composição química, e a possibilidade de haver vida por lá".
Fonte: Dailygalaxy / Space
Imagens: NASA / JPL-Caltech / Space
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