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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MAIOR ESTRUTURA DESCOBERTA CONTRADIZ A TEORIA DO BIG BANG E DESAFIA OS PRINCÍPIOS COSMOLOGICOS

Mais uma vez, o que conhecemos de cosmologia pode não ser totalmente verdade
"Embora seja difícil de entender a dimensão deste 'grande grupo de quasares' (LQG), podemos dizer com toda a certeza que é a maior estrutura já vista em todo o universo", disse o Dr. Clowes da Universidade Central de Lancashire'sJeremiah Horrocks Institute. "Isso é extremamente empolgante, porque vai contra a nossa compreensão atual da escala do Universo. Mesmo viajando na velocidade da luz, levaria cerca de 4 bilhões de anos para atravessar esta estrutura. Isto é importante não apenas por causa de seu tamanho, mas também porque desafia o princípio cosmológico, que tem sido amplamente aceito desde Einstein. Nossa equipe tem estudado casos semelhantes que agregam ainda mais peso a este desafio e vamos continuar a investigar esses fascinantes fenômenos".
Este grande grupo de quasares desafia o princípio cosmológico, a suposição de que o Universo, quando visto em uma escala suficientemente grande, tem a mesma aparência, não importa de onde você esteja observando-o. A teoria moderna da cosmologia é baseada na obra de Albert Einstein, e depende do princípio cosmológico. O princípio é assumido, mas nunca foi demonstrado através de observações que não gerassem dúvidas.
Quasares são núcleos de galáxias dos 'primeiros dias' do Universo. Um único Quasar emite de 100 a 1000 vezes mais luz e energia do que uma galáxia inteira com 100 bilhões de estrelas. Eles se submetem a breves períodos de altíssimo brilho que os tornam visíveis através de grandes distâncias. Estes períodos são ' breves' em termos de Astrofísica, mas na verdade são cerca de 10 a 100 milhões de anos. Desde 1982 tem sido aceito que os quasares tendem a se agrupar em grupos ou "estruturas" de dimensões surpreendentemente colossais, formando os grandes grupos de quasares, ou LQGs na sigla em inglês.
Para dar uma noção de escala, nossa galáxia, a Via Láctea, está separada de sua vizinha mais próxima, a galáxia de Andrômeda, por cerca de 0,75 Megaparsecs (MPC), ou 2,5 milhões de anos-luz. Grupos de galáxias podem ter de 2 a 3 MPC, porém, os LQGs podem ter cerca de 200 MPC ou mais de diâmetro.
 Com base no princípio cosmológico e na moderna teoria da cosmologia, cálculos sugerem que os astrofísicos não poderiam encontrar uma estrutura maior do que 370 MPC. O que eles não esperavam do recém-descoberto LQG, é que sua dimensão é de 500 MPC. Como este grupo de quasares é alongado, a sua dimensão chega a 1.200 MPC (4 bilhões de anos-luz), cerca de 1.600 vezes maior do que a distância entre a Via Láctea e a galáxia de Andrômeda.
 A cor de fundo da imagem acima indica os picos e depressões na ocorrência de quasares na distância do LQG. Cores mais escuras indicam mais quasares, cores mais claras indicam menos quasares. O LQG é claramente visto como uma longa cadeia de picos indicados por círculos pretos. (As cruzes vermelhas marcam as posições dos quasares em um LQG diferente e menor). Os eixos horizontais e verticais representam ascensão reta e declinação, o equivalente celeste de longitude e latitude. O mapa cobre cerca de 29,4 por 24 graus no céu, indicando a grande escala da estrutura recém-descoberta.
 A equipe publicou seus resultados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Créditos: Royal Astronomical Society / Daily Galaxy
Imagem: R. G. Clowes / UCLan

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