Marte visto pelo Chandra em raios-X. Crédito: NASA/CXC/MPE/K.Dennerl et al.
Esta imagem espectacular, obtida com o telescópio espacial Chandra
(NASA), deu aos astrónomos a primeira visão de raios-X do planeta Marte.
A produção dos raios-X dá-se na ténue alta atmosfera
de Marte (a cerca de 120 quilómetros acima da superfície) mediante um processo de fluorescência da radiação emitida por átomosde oxigénio.
Os raios-X provenientes do Sol colidem com os átomos de oxigénio, expulsam os seus electrões
das camadas electrónicas mais internas, excitando assim os átomos para níveis de energia mais elevados. Estes átomos, de forma quase imediata, regressam ao seu estado de energia prévio, podendo emitir raios-X por fluorescência, com uma energia característica do átomo envolvido no processo (oxigénio, neste caso). Um processo semelhante envolvendo luz ultravioleta está na origem da produção da luz visível
das lâmpadas fluorescentes.
A potência dos raios-X detectados da superfície de Marte é muito fraca, correspondendo a apenas 4 megawatts, isto é, o equivalente a cerca de dez mil aparelhos de raios-X típicos dos consultórios médicos. Quando o Chandra efetuou as observações, uma enorme tempestade de poeira evoluiu em Marte, começando por cobrir por completo um dos hemisférios e tendo, mais tarde, coberto todo o planeta. Durante as cerca de nove horas da observação de Marte pelo Chandra não foram detectadas alterações significativas na intensidade da radiação X observada, o que leva a concluir que a tempestade de poeira não terá afetado a alta atmosfera do planeta.
Os astrónomos descobriram igualmente indicações da presença de um halo de raios-X de fraco brilho
que se estende até 7 000 quilómetros da superfície de Marte. Os cientistas acreditam que os raios-X são produzidos por colisões de iões do vento solar
com os átomos de oxigénio e hidrogénio da ténue exosfera de Marte.
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