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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A GRANDE NUVEM DE MAGALHÃES



Na nossa galáxia conhecida como Via Láctea, na qual está localizado o Sistema Solar, e navegam pelo Cosmos ao lado de duas nebulosas espirais menores – galáxias-satélites -, denominadas Nuvens de Magalhães. 
Estas galáxias satélites podem ser visualizadas a olho nu no Hemisfério Sul, entre a Linha do Equador e o Polo Sul. Desta forma, foram vistas pelo aventureiro português Fernão de Magalhães, quando realizava suas viagens marítimas, em 1520. Daí estas nuvens foram batizadas com seu sobrenome.
Grande Nuvem de Magalhães
As observações mais antigas, porém, foram realizadas por Al Sufi, astrônomo persa, em 964 a.C. Elas são conhecidas, hoje, como Grande Nuvem de Magalhães e Pequena Nuvem de Magalhães, e são facilmente focalizadas no interior do Grupo Local, no qual estão agrupadas mais de 35 galáxias, entre elas a Via Láctea. Este espaço se estende no Universo por cerca de 4 milhões de anos-luz.
Antes da descoberta de outra pequena galáxia, a elíptica de Sagitário, localizada a mais ou menos 70.000 anos-luz, a Grande Nuvem era vista como o corpo externo à Via Láctea situado mais perto do Planeta, a 160.000 anos-luz. Já a Pequena Nuvem está a cerca de 200.000 anos-luz.
Estas pequenas galáxias são significativas na história da astronomia, principalmente no que tange a sua descoberta. Elas são compostas por estrelas, mas, semelhante às outras nebulosas, apresentam também uma boa dose de elementos gasosos em sua configuração, particularmente hidrogênio, e muito pó.
Há indícios que apontam a presença de várias deformações em suas características, provavelmente provocadas por interações com nossa galáxia, uma vez que ambas transitam juntas pelo Cosmos. Elas são ligadas à Via Láctea por fios de hidrogênio, e sua força gravitacional, por sua vez, que também atingiu a galáxia Via Láctea, o que resultou em pequenas alterações formais nesta esfera.
Elas se distinguem da Via Láctea por apresentarem muito gás em sua composição; são em grande parte estruturadas por partículas de hidrogênio e de hélio. Por outro lado, apresentam poucas substâncias metálicas. Estão presentes nestas nuvens muitas estrelas novas, embora elas também transportem astros de mais idade, o que revela sua longa trajetória. A Grande Nuvem, por exemplo, já deu espaço a uma supernova, conhecida como SN 1987A, um dos mais radiosos corpos celestes já vistos no Universo.
Como encontrar as Nuvens de Magalhães 

Visualizar as Nuvens de Magalhães no Brasil não é difícil, mas exige condições atmosféricas boas, em uma noite na qual a poluição esteja ausente, o que é raro nas metrópoles brasileiras. Nas localidades em que o céu se encontra mais escurecido, particularmente quando não há sinal da Lua, é maior a probabilidade de vê-las.
Para isso é necessário situar no alto as estrelas mais radiantes – Sirius ou alfa do Cão Maior, e Canopus ou alfa da Carina. A norte é possível ver a constelação de Órion, na qual são facilmente localizadas as célebres Três Marias. O astro mais intenso de Órion é Rigel, que está bem perto de Sirius. A distância angular entre Sirius e Rigel equivale aproximadamente a dois terços do afastamento entre Sirius e Canopus, situado ao Sul. Estas duas estrelas apontam para as Nuvens de Magalhães.


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Retrato no espectro infravermelho da Grande Nuvem de Magalhães resultado da colaboração entre as equipes do Spitzer (NASA) e do Herschel (ESA). Créditos: ESA / NASA / JPL-Caltech / STScI
Quatro luas cheias

Esta imagem é um mosaico composto de quatro fotografias obtidas com o instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla, no Chile.  A imagem cobre uma região do céu quatro vezes maior do que a coberta pela Lua Cheia.  O grande campo de visão da câmera torna possível observar uma grande variedade de objetos numa única fotografia, embora capturando apenas uma pequena parte da galáxia.Dúzias de enxames de estrelas jovens podem ser observadas sob a forma de resquícios de nuvens de gás brilhante. Enormes quantidades de estrelas de fraca luminosidade enchem a imagem de ponta a ponta e, no plano de fundo, são visíveis mais galáxias, muito além da Grande Nuvem de Magalhães.
Enxames globulares
Os enxames globulares são coleções de centenas de milhares a milhões de estrelas, unidas pela gravidade, dispostas em forma mais ou menos esférica, com cerca de alguns anos-luz de diâmetro. Muitos enxames globulares orbitam a Via Láctea e a maioria é muito velha, com mais de dez bilhões de anos de idade. São compostos essencialmente por velhas estrelas vermelhas.       A Grande Nuvem de Magalhães também possui enxames globulares. Um deles é visível como um enxame de estrelas de forma oval branca desfocada, na parte superior central da imagem.    Trata-se do NGC 1978, um enxame globular de grande massa, o que é algo pouco comum.Contrariamente à maioria dos outros enxames globulares, os cientistas calculam que o NGC 1978 tenha apenas 3,5 bilhões de anos de idade.  A presença de um objeto deste tipo na Grande Nuvem de Magalhães leva os astrônomos a pensarem que esta galáxia tem uma história mais recente de formação estelar ativa do que a nossa própria Via Láctea.
Estrela de nêutrons
Além de ser uma região de intenso nascimento de estrelas, a Grande Nuvem de Magalhães viu também muitas mortes espectaculares de estrelas, sob a forma de explosões de supernovas.    Na parte superior direita da imagem, pode-se ver o resto de uma supernova, sob a estranha forma de uma nuvem filamentar que atende tanto por DEM L 190 quanto por N 49.                Esta nuvem gigante de gás brilhante é o resto da supernova mais brilhante da galáxia e tem cerca de 30 anos-luz de comprimento.No centro, onde a estrela progenitora brilhava antes de explodir, encontra-se agora uma estrela de nêutrons, com um campo magnético extremamente forte.     Foi apenas em 1979 que satélites orbitando a Terra detectaram a poderosa explosão de raios gama emitida por este objeto, chamando a atenção para as propriedades extremas desta nova classe estelar exótica criada pelas explosões de supernovas.   Com tanta atividade, é fácil compreender porque os astrônomos têm tanto interesse em estudar as estranhas criaturas deste verdadeiro zoológico cósmico.Zoológico cósmico é fotografado na Grande Nuvem de Magalhães
Esta parte da Grande Nuvem de Magalhães encontra-se tão cheia de enxames estelares e outros objetos que um astrônomo pode passar sua carreira inteira explorando-a. [Imagem: ESO]
Beleza científica
Os astrônomos estão sempre observando a Grande Nuvem de Magalhães, uma das galáxias mais próximas da nossa Via Láctea.Não é para menos. Uma nova imagem espectacular, obtida no Observatório de La Silla, no Chile, mostra uma vasta coleção de fenômenos e corpos celestes, muitos deles ainda verdadeiros segredos para os cientistas
Em apenas uma pequena porção da Grande Nuvem de Magalhães podem ser vistos desde enormes enxames globulares até restos deixados por explosões de supernovas.Esta observação fascinante fornece dados para uma enorme variedade de projetos de pesquisa, com estudos sobre a vida e a morte das estrelas e a evolução de galáxias.

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